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Direio Administrativo Aula 2 01 Material de Apoio Magistratura

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Magistratura e Ministério Público 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Direito Administrativo 
 Professor: Roberto Baldacci 
Aula: 01 | Data: 17/04/2015 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
EVOLUÇÃO DOS MODELOS DE ADMINISTRAÇÃO 
1. Modelo patrimonialista de administração 
2. Modelo Burocrático 
3. Modelo Gerencial ou Gerencialista 
 
PODERES 
1. Regime jurídico 
 
EVOLUÇÃO DOS MODELOS DE ADMINISTRAÇÃO 
 
1. Modelo patrimonialista de administração 
 
- Vigorou até final do século XVIII (fim da Europa medieval) – evolução do iluminismo francês. 
- No Brasil o primeiro modelo é reconhecido a partir do governo de Marechal Deodoro, ou seja, período da 
República Velha – Política do café com leite. 
 
Como principal característica a coisa pública pertence ao soberano. 
 
Neste modelo há duas frases: 
- o Estado sou eu “létat cést moi”; 
- “the king can do no wrong”. 
 
Havia grande confusão entre Estados e soberano. 
 
Características: 
 
a) nepotismo: se o Estado pertence ao soberano, os principais cargos são reservados para familiares e parentes 
do soberano sem mérito; 
 
b) gerontocracia: a perpetuação do soberano no poder, é formação das dinastias; 
 
c) fisiologismo: vem de fisiológico, quem era contratado pelo Estado era aquele que oferecia a melhor vantagem 
pessoal ao soberano (não interessava o Estado); 
 
d) clientelismo: os contratados pelo Estado pertencem sempre ao mesmo grupo de relacionamento do soberano 
(sempre a mesma “panela”). Exemplo atual: operação lava jato. 
 
2. Modelo Burocrático 
 
A coisa pública deixa de pertencer ao soberano e passa a pertencer ao Estado. A estrutura administrativa de 
poder não é voltada para o povo, não é voltada ao soberano, é voltada para o próprio Estado (o Estado justifica a 
 
 
 
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si próprio). Há um enorme inchaço da máquina pública e há a inversão de valores públicos, no qual os tributos são 
cobrados do povo para sustentar o Estado (quando na verdade a função dos Estados é distributiva). 
 
Toda a administração passa a ser regida por lei. O princípio da estrita legalidade administrativa foi introduzido 
com o modelo burocrático de administração: 
 
- a lei exige concurso público extinguindo assim o nepotismo; 
- as contratações do Estado são por licitação, extinguindo o fisiologismo e o clientelismo; 
- para o exercício do poder é obrigatória a eleição com mandato, extinguindo a gerontocracia. 
 
Este modelo veio extinguir o modelo patrimonialista, veio combatê-lo e não melhorá-lo. 
 
Pontos positivos: 
 
- limitou o poder; 
- criou mecanismos de controle sobre a Administração; 
- passou a permitir a responsabilização da Administração; 
- Hely Lopes Meireles: é possível responsabilizar a Administração no regime privado impondo responsabilidade 
subjetiva ao Estado – fase civilista; 
- profissionalismo da Administração. 
 
Pontos negativos: 
 
- é lenta; 
- é cara; 
- é ineficiente: o povo sustenta uma máquina estatal que não é para ele. 
 
Marcos temporais no mundo e no Brasil: 
 
- no mundo acabou em 1978; 
- no Brasil acabou em 1998. 
 
3. Modelo Gerencial ou Gerencialista 
 
Nova gestão/novo gerencialismo público. Em 1978, no Governo da britânica Margareth Tatcher foi introduzido o 
“new public management”. A coisa pública pertence ao povo, o Estado é um mero gestor da coisa pública no 
interesse do povo, então deve ser um bom gestor. Aplica-se a lógica do Estado mínimo, ou seja, privatizar tudo o 
que não é essencial e os recursos cobrados por impostos terão função distributiva, pois o Estado cobra de quem 
tem mais para devolver em sérvios públicos e fruições àqueles que têm menos. 
 
Veio apenas aprimorar a burocracia. 
 
No Brasil, em 1995, foi iniciado o programa nacional da desburocratização que deu origem ao Ministério 
Administrativo de Reforma do Estado, esse ministério existiu apenas para elaborar a EC 19/1998 chamada de 
Emenda da Reforma Administrativa (marco de introdução do gerencialismo no Brasil). 
 
 
 
 
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Essa emenda tornou a eficiência que era um princípio implícito em princípio expresso dirigente sobre toda a 
Administração, ou seja, agora é possível quebrar a estabilidade pública por ineficiência (não precisa ocorrer 
crimes qualificados) e é possível rescindir contratos administrativos por mera ineficiência. 
 
A eficiência na gestão pública era ou não principio expresso desde 1988? 
Sim, sempre foi principio expresso de gestão pública, a EC 19 tornou ele expresso para a Administração e não 
para a gestão pública. 
 
A EC 19 levou ao Estado mínimo, passou a permitir os contratos de gestão que levam a três coisas: 
 
- levam às privatizações de serviços públicos, conforme artigo 175 da CF, criando no Brasil agências reguladoras. 
Contrato de gestão é a transferência da gestão do interesse público para a iniciativa privada que terá o dever de 
otimizar a eficiência; 
 
- privatização da gestão dos órgãos públicos na criação de organizações sociais; 
 
- o Brasil passa a ter agências executivas (autarquias e fundações), firmando contrato de gestão para otimizar a 
eficiência pública. 
 
PODERES 
 
1. Regime jurídico 
 
Regime jurídico é um conjunto de normas e princípios que irão reger com exclusividade uma determinada relação 
jurídica, afastando outras normas e princípios. 
 
Relações jurídicas que envolvem interesses privados são regidas por normas comuns (código civil) e pelos 
princípios gerais, ou seja, pelo regime de direito privado. 
 
As relações jurídicas que envolvem os direitos públicos indisponíveis são regidas por normas constitucionais e por 
princípios constitucionais expressos e implícitos, ou seja, pelo regime de direito público. 
 
Administração de direito público: 
 
1- todos os órgãos que juntos formam a Administração direta, sempre são de regime público. Não existe órgão 
nem de regime privado nem de regime misto; 
 
2- autarquias de todos os tipos, sempre são de regime público; 
 
3- fundações e associações, em regra são de regime público. 
 
Administração de direito privado: 
 
1- empresas públicas e sociedade de economia mista. São sempre de regime privado! Seu o patrimônio é privado 
conforme artigo 98 do CC, seus agentes são celetistas conforme artigo 39 da CF, estão sujeitas a impostos, 
contribuições previdenciárias e obrigações comerciais comuns conforme artigo 173 da CF, estão sujeitas a relação 
de consumo conforme o CDC etc. Porém, por integrarem a estrutura da Administração, estão sujeitas as regras 
 
 
 
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gerais de moralidade e publicidade do regime público que exige licitação dos contratos, concurso de seus agentes 
e devem prestar contas ao Tribunal de Contas (não existe regime misto, com exceção de fundação pública de 
regime privado). 
 
Obs: para o STF empresa pública prestadora de serviços públicos (correios), apesar de privada, gozará de certas 
prerrogativas da Fazenda Pública em função do princípio da permanência ou continuidade do serviço público. A 
estatal dos correios tem a equiparação, mas a agências franqueadas não (parte dos benefícios somente na 
prestação pública de serviços). 
 
2- fundações públicas excepcionalmente poderão ser de regime privado. 
Exemplo: fundação casa, PROCON e fundação Padre Anchieta. 
Neste caso é regime misto! Porque parte das atribuições são inteiramente ditadas por regime público e parte das 
tarefas são ditadas por regime privado. 
 
O que é regime administrativo? 
Regime administrativo é o conjunto de normas e princípios especiais da Administração de direito públicodecorrentes dos princípios implícitos da indisponibilidade e da supremacia do interesse público, constituindo 
maiores poderes de agir chamados de “prerrogativas públicas” e constituindo maiores obrigações de agir 
chamadas de “sujeições públicas”. 
 
Regime administrativo é o conjunto de prerrogativas e sujeições da Administração de direito público, baseadas na 
supremacia e indisponibilidade do interesse público. 
 
Na corrente moderna (estamos falando de direito alemão) as prerrogativas e sujeições do regime administrativo 
estão instrumentalizadas nos princípios administrativos e são materializadas (concretamente aplicadas) através 
dos poderes administrativos.

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