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Magistratura e Ministério Público CARREIRAS JURÍDICAS Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO Disciplina: Direito Constitucional Professor: Pedro Lenza Aulas: 10 e 11 | Data: 15/04/2015 ANOTAÇÃO DE AULA SUMÁRIO PODER EXECUTIVO 1. Crime comum e crime de responsabilidade praticado pelo Presidente da República 2. Prisão do Presidente da República PODER LEGISLATIVO 1. Reuniões (sessões legislativas) 2. Comissões Parlamentares 3. Imunidades Parlamentares 4. Renúncia Manipulativa 5. Perda do mandato em razão de sentença penal transitada em julgado PODER JUDICIÁRIO 1. Competências 2. Garantias da Magistratura 3. Juiz de paz PODER EXECUTIVO 1. Crime comum e crime de responsabilidade praticado pelo Presidente da República Nova súmula: a súmula 722 do STF foi convertida na súmula vinculante nº 46 de 09 de abril de 2015: “a definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento são da competência privativa da União”. a) imposição de pena para o crime comum: é imposta a pena prevista no tipo penal. A perda do cargo é uma consequência da condenação, não é uma pena autônoma. b) imposição de pena para o crime de responsabilidade: a pena que será fixada está no artigo 52, parágrafo único da CF, as penas a serem impostas por crime de responsabilidade serão duas e são autônomas: 1) pena de perda do cargo; 2) inabilitação por 8 anos para o exercício de função pública. Quem tem competência pra impor a pena do artigo 52 é o Senado Federal (resolução 101/92): O SENADO FEDERAL resolve: Art. 1º É considerado prejudicado o pedido de aplicação da sanção de perda do cargo de Presidente da República, em virtude da renúncia ao mandato apresentada pelo Senhor Fernando Affonso Collor de Mello e formalizada perante o Congresso Nacional, ficando o processo extinto nessa parte. Página 2 de 11 Art. 2º É julgada procedente a denúncia por crimes de responsabilidade, previstos nos arts. 85, incisos IV e V, da Constituição Federal, e arts. 8º, item 7, e 9º, item 7, da Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950. Art. 3º Em conseqüência do disposto no artigo anterior, é imposta ao Senhor Fernando Affonso Collor de Mello, nos termos do art. 52, parágrafo único, da Constituição Federal, a sanção de inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis. Art. 4º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação. Renúncia: se houver renúncia o processo de impeachment não poderá ser instaurado. Mas se a renúncia for formalizada e o processo já tiver sido instaurado a renúncia não produzirá nenhum efeito. 1) Crime comum: artigo 86, §4º - traz regra de imunidade presidencial, o Presidente da República na vigência do mandato não poderá ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções. Trata-se de uma irresponsabilidade penal relativa, a “persecutio criminis” fica provisoriamente inibida durante a vigência do mandato, o Presidente não responde por atos estranhos à sua função. Contrário senso o Presidente só responde por atos relacionados à sua função, só responde por atos praticados “in officio” ou “propter officium”. § 4º - O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções. STF: a prescrição fica suspensa enquanto a ação penal não puder ser ajuizada, terminado o mandato a prescrição volta a correr, caso contrário haveria impunidade. 2. Prisão do Presidente da República Artigo 86, §3º, CF – o Presidente só poderá ser preso após sentença judicial penal condenatória transitada em julgado (em respeito ao princípio da inocência). Trata-se de uma regra exclusiva do Chefe do Poder Executivo Federal. §3º - Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão. Desta forma, não cabe prisão cautelar contra o Presidente da República. Precedente sobre o assunto: quanto ao Governador – ADI 978; HC 102.732. Entendeu o STF que a regra sobre a prisão é exclusiva do Presidente da República e não pode ser estendida para os demais chefes do Executivo por lei dos respectivos entes federativos. Legislar sobre direito processual é competência privativa da União (artigo 22, I, CF). Página 3 de 11 Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho. A cláusula de irresponsabilidade penal também não poderá ser estendida por leis específicas do Estado. PODER LEGISLATIVO 1. Reuniões (sessões legislativas) a) sessão ordinária: artigo 57, “caput”, CF; b) sessão extraordinária: artigo 57, §6º, CF; c) sessão conjunta: artigo 57, §3º, CF; d) sessão preparatória: artigo 57, §4º, CF: É vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente. O regimento interno prevê que esta proibição não vale quando há mudança de legislatura, ou seja, um novo período de 4 anos (um novo mandato). Essa vedação não se aplica em legislaturas distintas, legislatura é o período de 4 anos. Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. § 3º - Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para: I - inaugurar a sessão legislativa; II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas; III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República; IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar. § 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente. § 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á: I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente- Presidente da República; II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a Página 4 de 11 aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional. 2. Comissões Parlamentares 1) Comissão temática ou em razão da matéria: artigo 58, §2º, CF. São comissões previstas no regimento interno. Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação. § 2º - às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe: I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa; II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil; III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições; IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas; V - solicitar depoimento de qualquer autoridadeou cidadão; VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer. É possível aprovar projeto de lei na comissão temática? A comissão temática pode discutir e aprovar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do plenário. Existe recurso? Sim, existe recurso de 1/10 dos membros das casas para que seja tirado da comissão temática determinado projeto e levado ao plenário, em respeito ao direito público subjetivo das minorias. 2) Comissão especial ou temporária: prevista no regimento interno para uma finalidade específica e por isso não é uma comissão permanente. Exemplo: CPI. CPI: comissão parlamentar de inquérito, nada mais é que a investigação parlamentar. Por isso, a polícia não tem exclusividade na investigação, afinal a CPI faz uma investigação política. Quando o parlamento atua na CPI exerce uma função típica de fiscalizar. Artigo 58, §3º, CF. Página 5 de 11 § 3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores. - Criação da CPI: em conjunto ou separadamente mediante aprovação de 1/3. A CPMI é em conjunto (câmara e senado em conjunto investigam e deve haver 1/3 de cada órgão). O plenário não pode contrariar a vontade da minoria – MS 26.441. É dever do parlamento instaurar uma CPI mesmo, não podendo contrariar a minoria. - Objeto da CPI: apurar um fato certo e determinado. Deve ser definido o que está sendo discutido na CPI. A CPI apira o fato certo, a CPI não aplica nenhuma penalidade, CPI não aplica pena, somente apura fato certo e determinado, e constatando o fato avisa as autoridades para que tomem as devidas providências. - Prazo: a CPI possui um prazo certo, é possível prorrogação, a prorrogação é até o limite da legislatura. - Poderes: poderes de investigação próprios das autoridades judiciais. - Conclusões: deve haver um relatório da CPI para que as autoridades verifiquem o caso e promovam as ações. As conclusões, se for o caso, serão encaminhadas para o Ministério Público para que promova a responsabilidade civil ou criminal obedecendo o artigo 129, IX, CF. Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas. Existem três matérias que a CPI não pode atuar (somente o juiz pode tratar dessas matérias), ocorre o chamado postulado de reserva constitucional de jurisdição: Busca e apreensão domiciliar: artigo 5º, XI, CF (a casa é asilo inviolável do indivíduo, podendo haver busca e apreensão durante o dia por ordem de juiz); Interceptação das comunicações telefônicas: artigo 5º, XII (comunicações telefônicas dependem de ordem judicial), a CPI não pode determinar a escuta telefônica (“grampo”), a escuta deve ser autorizada pelo juiz. A CPI pode, no entanto, quebrar dados (dados telefônicos por exemplo: a CPI pode requisitar para a TIM extratos de determinado período de ligações). Página 6 de 11 XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. - Sigilo bancário pode ser quebrado pela CPI? Sim. A reserva de jurisdição do artigo 5º, XII é somente para interceptação telefônica e não para sigilo de dados. Desta forma, a CPI federal, estadual e distrital e o juiz podem quebrar o sigilo bancário. Não pode quebrar sigilo bancário a CPI municipal, o MP, a administração tributária (receita) e polícia. REXT 389.808 – entendeu o STF que a quebra do sigilo bancário/fiscal depende de autorização judicial, a receita federal (administração tributária) não pode quebrar o sigilo bancário, artigo 5º, X, CF (trata do direito à intimidade e privacidade). Ocorre que a CPI tem poder de investigar do juiz e por isso pode quebrar o sigilo bancário, afinal trata-se de sigilo de dados. ACO 730 – precedente da CPI. A CPI municipal não pode quebrar sigilo bancário porque na federação não existe poder judiciário municipal. Ordem de prisão: artigo 5º, LXI, CF. LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei. Ordem de prisão depende de ordem fundamentada do juiz, CPI somente pode prender em flagrante (exemplo: prisão em flagrante por desacato), assim como qualquer cidadão comum, mas CPI jamais poderá expedir mandado de prisão. 3) Comissão Mista Artigo 166, CF. 4) Comissão Representativa Artigo 58, §4º, CF. § 4º - Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso Nacional, eleita por suas Casas na última sessão ordinária do período legislativo, com atribuições definidas no regimento Página 7 de 11 comum, cuja composição reproduzirá, quanto possível, a proporcionalidade da representação partidária. 3. Imunidades Parlamentares Trata-se de prerrogativa que decorre do efetivo exercício da função parlamentar, não se trata de direito pessoal. Pode ser: a) material: artigo 53, “caput”: Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. Essa prerrogativa não é absoluta, possui um limite. Exemplo: deputado Clodovil no parlamento disse que as mulheres só serviam para trabalhar deitadas, não está amparado por esta prerrogativa. b) formal - quando prender e processar um parlamentar: I) Prisão de parlamentar - artigo 53, §2º, CF: § 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. - início da prerrogativa: expedição do diploma. Esta prerrogativa se inicia antes da posse, se inicia na expedição do diploma. - sentido da prerrogativa: só poderão ser presos em flagrante de crime inafiançável. Artigo 5º, XLII, XLIII, XLIV (crimes inafiançáveis): XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático. Página 8 de 11 Artigo 310 do CPP: prisão em flagrante de parlamentar aplica-se este artigo. O juiz (no caso o STF) ao receber o auto de prisão em flagrante contra parlamentar pode: relaxar a prisão, converter em prisão preventiva ou conceder a liberdadeprovisória. Essa prerrogativa só vale antes do trânsito em julgado da condenação. II) Processo contra parlamentar: mover ação penal contra deputado ou senador da República em exercício. EC nº 35/2001 permitiu que o processo contra parlamentar se dê independentemente de autorização da casa, a ação penal pode ser iniciada sem qualquer finalidade, ou seja, pode o STF receber a queixa-crime sem autorização da casa. A casa pode trancar o andamento da ação penal (imunidade formal do processo) e enquanto durar o mandado a ação não corre, assim como não corre a prescrição. Terminado o mandado perde-se a prerrogativa. § 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato. Artigo 53, §3º, CF. § 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. a) essa prerrogativa se destina a crime ocorrido após a diplomação (o STF decidiu que diplomação e expedição de diploma é a mesma coisa, mas se atentar que para a prova que não é a mesma coisa, a banca pode trocar diplomação por expedição de diploma). b) a sustação do andamento da ação se dá por voto aberto e por maioria absoluta. - Prerrogativa de Foro: prerrogativa que decorre do efetivo exercício da função. Artigo 53, §1º, CF. § 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. Artigo 102, I, b, CF – este julgamento é de ação penal, de natureza cível não está abrangida por esta prerrogativa. Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice- Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República. Exemplo: Candidato a deputado comete homicídio antes das eleições, deve ser condenado pelo júri. Os autos estão no júri e ele é eleito, é expedido seu diploma, desde a expedição do diploma ele deve ser condenado pelo STF, trata-se se uma exceção à soberania do júri (exceção esta prevista na CF). Se a exceção estiver em qualquer outro diploma será uma exceção inconstitucional – súmula vinculante 45: “A competência constitucional do Página 9 de 11 Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual”. 4. Renúncia Manipulativa (deputado ao ver que será processado renuncia): A renúncia retira a competência do STF? AP 333 – governador entra no restaurante e atira em Tarcísio Burity, houve tentativa de homicídio será competente o STJ. Ele se elegeu a senador e os autos foram para o STF. Ele se reelegeu a deputado e foi levado a júri. AP 396 – entendeu o STF que houve renúncia abusiva, renúncia manipulativa e manteve sua competência. A renúncia caracteriza o fim da competência do STF, salvo se se tratar de renúncia manipulativa, neste caso haverá inaceitável fraude processual e abuso de direito. AP 536 – hipótese de renúncia que o STF não aceitou a tese de manipulação. 5. Perda do mandato em razão de sentença penal transitada em julgado Artigo 55, §2º, CF - a perda do mandato depende de manifestação da casa. § 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. Deve haver: - maioria absoluta; - ampla defesa; - voto aberto. - quebra de decoro: artigo 55, II, CF – ter o deputado votado no processo do seu próprio mandato, violando regimento interno e; artigo 55, III, CF - deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada. PODER JUDICIÁRIO 1. Competências - artigo 102 – decorar competência do STF; - artigo 105 – decorar competência do STJ; - artigo 111-A – TST; - artigo 115 – TRT; Página 10 de 11 - artigo 119 – TSE; - artigo 120 – TER; - artigo 123 - STM 2. Garantias da Magistratura Artigo 95, CF – os juízes gozam das seguintes garantias: I – vitaliciedade: o juiz só poderá perder seu cargo por sentença judicial transitada em julgado. O vitaliciamento ocorre após 2 anos do estágio probatório e em uma sessão solene se reconhece o vitaliciamento. Durante o estágio probatório o juiz pode perder o cargo através de processo administrativo. Exceção: regra do quinto constitucional – no momento da posse há a vitaliciedade, não sendo necessário o estágio probatório. Exceção: ministros do STF podem ser condenados por crime de responsabilidade (artigo 52, II, CF), há condenação por ato político do Senado e não por sentença judicial transitada em julgado. Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado- Geral da União nos crimes de responsabilidade. II – inamovibilidade: é uma garantia do juiz que só é afastada em caso de interesse público, neste caso, aplica-se o artigo 93, VIII, CF. Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: VIII - o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa. O juiz substituto tem a garantia da inamovibilidade? O juiz substituto não pode ser um juiz itinerante – MS 27.958 – O STF entendeu que a garantia da inamovibilidade alcança o juiz substituto. O juiz não poderá ser movido de uma circunscrição judiciária para outra, mas pode ser movido dentro de sua circunscrição judiciária em que estiver locado. Lei 13.091 de 1º de janeiro de 2015 – R$ 33.763,00 é o novo teto de salário (o que recebe o Ministro do STF). III – irredutibilidade de subsídios: impossibilidade de redução de salário. Página 11 de 11 3. Juiz de paz Artigo 98, II, CF – é remunerado, composto por cidadão eleito por voto direto, universal e secreto para mandato de 4 anos para na forma da lei celebrar casamentos e outras atribuições que a lei der, essas atribuições não podem ter caráter jurisdicional, ou seja, juiz de paz não exerce jurisdição. É um cargo eletivo. Para o STF o juiz de paz é um órgão do Poder Judiciário brasileiro (artigo 92, VII, CF) (ADI 954) – o juiz de paz é uma magistratura especial, eletiva e temporária e goza da inamovibilidade e da irredutibilidade de subsídios. É considerado um juiz de Estado. Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão: II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação. Ler e decorar para a prova: - Artigo 103-A, CF – trata de súmula vinculante; - ler todas as súmulas vinculantes; - Artigo 103-B – quem integra o CNJ.
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