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Direito Tributario Aula 08 Material de Apoio Magistratura

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Magistratura e Ministério Público 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Direito Tributário 
 Professor: Caio Bartine 
Aula: 08 | Data: 22/06/2015 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA 
1. Responsabilidade de Terceiros 
2. Responsabilidade Tributária por infrações 
3. Denúncia espontânea 
 
CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
1. Exigibilidade do Crédito Tributário 
2. Modalidades de Lançamento 
3. Suspensão, Extinção e exclusão do Crédito Tributário 
 
 
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA 
 
1. Responsabilidade de Terceiros 
 
A) Sócios na Liquidação da Sociedade de Pessoas 
Sociedade de pessoas é aquela em que a qualificação individual de cada sócio é fundamental no sucesso ou 
insucesso da atividade (Ex.: Sociedade de advogados), a sociedade de pessoas é a sociedade simples. Na sociedade 
de capitais o sócio não é fundamental para o desenvolvimento da sociedade (Ex.: Sociedade anônima), o que 
importa é a quantidade de investimentos. 
 
A fase de liquidação de uma sociedade é a fase de apuração de haveres. A sociedade vai verificar os ativos e subtrair 
os passivos, e o que sobrar vai para partilha. Pelo art. 134, inciso IV, se a sociedade não tiver bens suficientes para 
satisfação dos débitos tributários, os sócios serão solidários. Para o sócio administrator aplicamos a Súmula 430 do 
STJ. 
STJ, 430: O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, 
por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente. 
 
– Responsabilidade por excesso de poderes (art. 135 do CTN) 
Se houver o uso irregular de um poder conferido, haverá abuso de poder que resulta em: 
 
a. Excesso de poder: O agente age além dos limites. 
 
b. Desvio de Poder: Há um desvio de finalidade, o poder é usado com fim diverso do conferido. 
 
Se a atitude abusiva gerar débitos tributário o agente terá uma responsabilidade pessoal e direta. 
Assim podem responder: 
- Todas as pessoas indicadas no art. 134 do CTN. 
- Mandatários, prepostos e empregados. 
- Diretores, gerentes e demais representantes das pessoas jurídicas de direito privado. 
São os que exercem função de administração (art. 44, CC). 
 
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– Discussões Jurisprudenciais 
 
I – Sócio minoritário: Só responde se houver previsão contratual. 
 
II – Sociedade em Conta de Participação: Não tem personalidade jurídica. É o sócio ostensivo que responde de 
forma ilimitada perante terceiros, até quanto ao fisco. 
 
III – Conselho de Administração: É órgão consultivo, logo não responderá por excesso de poderes. Quem dirige a 
sociedade é a diretoria. A jurisprudência e o art. 158 da Lei 6.404/76 determinam que o membro do conselho não 
administra de forma direta a sociedade. 
 
 
2. Responsabilidade Tributária por infrações (art. 136 e 137 do CTN) 
 
I) Direito Tributário Penal 
Regula as infrações administração, infrações que não são crimes. 
É uma responsabilidade objetiva, independe da intensão do agente. 
 
II) Direito Penal Tributário 
Vai cuidar dos crimes contra a ordem tributária. Em regra esses crimes estão previstos no: 
- art. 1º ao art. 3º da Lei 8.137/90 
- art. 168-A do CP 
Não existe crime tributário culposo, só há dolo específico. 
A responsabilidade do agente é subjetiva, dependendo da sua intenção na totalidade. 
 
Súmula Vinculante n.º 24 
Enquanto não houver esgotamento das vias administrativas, não se pode utilizar da via judicial. 
 
SV, n.º24: Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, 
previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/90, antes do 
lançamento definitivo do tributo. 
 
– Extinção da Punibilidade 
O pagamento integral do tributo, com seus devidos acréscimos, no termos do art. 83, §4º da Lei 9.430/96 é uma 
causa de extinção a punibilidade. O parcelamento, quando existente, é causa de suspensão da punibilidade. 
 
3. Denúncia espontânea (art. 138, CTN) 
Devedor que realiza o pagamento extemporâneo do tributo, com juros e correção. Se esse pagamento se der antes 
do início do procedimento de fiscalização a autoridade administrativa competente receberá de forma espontânea 
e o beneficio será a exclusão da multa. Esse pagamento deve ocorrer antes do contribuinte ser notificado. Se o 
particular realizar o parcelamento não terá direito à denúncia espontânea. 
 
Obs.: Se o pagamento for realizado após a notificação temos uma mera confissão de dívida, incidindo a multa. 
 
 
 
 
 
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- Tributo sujeito a lançamento por homologação 
O particular realiza a declaração, sem a antecipação do pagamento. Posteriormente o contribuinte realiza o 
pagamento, com os devidos juros, e requer a exclusão da multa. Pela Súmula 360 do STJ não cabe denúncia 
espontânea, isso em razão da Súmula 436 também do STJ – a declaração, feita pelo particular, tem os mesmos 
efeitos de lançamento, sendo desnecessário que o fisco o notifique. 
 
STJ, 360. O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos 
tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente 
declarados, mas pagos a destempo. 
 
STJ, 436. A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo 
débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra 
providência por parte do fisco. 
 
 
CRÉDITO TRIBUTÁRIO (art. 139 e seg. do CTN) 
 
É um valor devido ao fisco em decorrência de uma obrigação tributária principal, que seja válida. O crédito tributário 
tem a mesma natureza da obrigação principal, mas é autônomo, ou seja, se por alguma razão o crédito for 
invalidado, não será invalidada a obrigação que lhe deu origem. 
 
O crédito tributário é um bem público, pois será utilizado para a manutenção do interesse público, sendo aplicado 
ao crédito tributário o princípio da indisponibilidade de bens públicos. 
 
Nas questões de pagamento de precatórios (art. 100, CF), se a ordem cronológica não for cumprida pela Fazenda, 
o Tribunal pode determinar o sequestro de verbas públicas. 
 
 
1. Exigibilidade do Crédito Tributário 
O credito tributário é um direito subjetivo do Estado. Só poderá ser exigido após ser documentado. O que atribui 
exigibilidade ao credito tributário é a figura do Lançamento. O lançamento torna o crédito tributário exigível (art. 
142, CTN). O lançamento é um procedimento administrativo vinculado (a doutrina diz que é um ato administrativo). 
 
Se houver vício no lançamento será admitida anulação, realizada pela administração pública (autotutela) ou será 
requerida ao poder judiciário. Endente-se por constituição do crédito tributário que o lançamento, por si só, torna 
o crédito tributário exigível. 
 
 
2. Modalidades de Lançamento 
 
I) Lançamento de Ofício ou Direto (art. 149, CTN) 
O fisco efetua o lançamento sem necessidade de informações fornecidas pelo particular (ex.: IPVA, IPTU). 
 
II) Lançamento por Declaração ou Misto (art. 147, CTN) 
O fisco efetua o lançamento com parte das informações que possui somado a parte das informações prestadas pelo 
particular (ex.: em alguns Estados temos o ITCMD; em alguns Municípios temos o ITBI). 
 
– Lançamento por Arbitramento (art. 148, CTN) 
 
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Ocorre por um descumprimento na prestação das informações por parte do particular. 
 
IV) Lançamento por Homologação ou Autolançamento (art. 150, CTN) 
O contribuinte realiza o procedimento do lançamento e antecipa o recolhimento do tributo (ex.: IR). O fisco 
concorda ou não com o pagamento realizado. O ato de concordância denomina-se homologação, que pode se dar 
de forma expressa ou tácita (silêncio administrativo no prazo de 5 anos). A homologação resulta na extinção do 
crédito tributário. 
 
 
3. Suspensão, Extinção e exclusão do Crédito Tributário 
 
I) Suspensão (art. 151, CTN) 
Tem a finalidade de evitar o prosseguimento da cobrança do crédito tributário. São hipóteses: 
 
a.Moratória (art. 152 a 155 do CTN): É a dilação no prazo de pagamento de crédito tributário vincendo. 
Não incide juros ou multa, só incide correção monetária, pois o crédito ainda não venceu. 
 
b. Parcelamento (art. 155-A, CTN): É a dilação no prazo de pagamento de crédito tributário vencido. 
Haverá incidência de juros e multa. A jurisprudência, tanto do STF quanto do STJ, determina que o parcelamento é 
causa de interrupção da prescrição. 
 
c. Depósito do Montante Integral: Só se justifica na via judicial. O depósito só suspende de exigibilidade do crédito 
se for integral e em dinheiro (STJ, 112). Qualquer exigência de depósito na via administrativa é inconstitucional 
(Súmula Vinculante 21). 
SV, 21. É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento 
prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso 
administrativo. 
 
Pelo art. 38 da Lei 6.830/80 a ação anulatória deveria ser acompanhada do depósito, contudo a súmula vinculante 
n.º 28 torna inconstitucional o depósito como condição de admissibilidade da ação. 
 
SV, 28. É inconstitucional a exigência de depósito prévio como 
requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda 
discutir a exigibilidade de crédito tributário. 
 
d. Recursos Administrativo: Enquanto houver processo administrativo fiscal (Dec. 7.0235/72) o fisco está impedido 
de inscrever em dívida ativa. 
 
e. Concessão de Liminar em Mandado de Segurança: O que suspensa a exigibilidade do crédito é a concessão da 
liminar. O art. 7º, inciso III da Lei 12.1016/09 traz os requisitos para a concessão de liminar e o mesmo artigo no 
§2º traz às vedações a concessão de liminar. Súmulas 405 e 626 do STF. 
 
STF, 405. Denegado o mandado de segurança pela sentença, ou no 
julgamento do agravo, dela interposto, fica sem efeito a liminar 
concedida, retroagindo os efeitos da decisão contrária. 
 
STF 626. A suspensão da liminar em mandado de segurança, salvo 
determinação em contrário da decisão que a deferir, vigorará até o 
 
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trânsito em julgado da decisão definitiva de concessão da segurança 
ou, havendo recurso, até a sua manutenção pelo supremo tribunal 
federal, desde que o objeto da liminar deferida coincida, total ou 
parcialmente, com o da impetração. 
 
f. Concessão de Liminar ou Tutela Antecipada nas demais Ações: Os fundamentos da tutela antecipada estão no 
art. 273 do CPC. O fisco fica impedido de prosseguir com a execução. 
 
II) Extinção do Crédito (art. 156 do CTN) 
 
a. Decadência (art. 173 do CTN): É a perda do direito do fisco constituir o crédito tributário. Em regra é a perda do 
direito de lançar. O prazo decadencial é de 5 anos contados, dependendo do tipo de lançamento ao qual o tributo 
está sujeito. 
 
Nos tributos com lançamento de ofício ou declaração o prazo começa no 1º dia do exercício financeiro seguinte 
daquele em que o lançamento deveria ter sido lançado (art. 173, I do CTN). Se o tributo for sujeito a lançamento 
por homologação o termo inicial da prescrição será a data da ocorrência do fato gerador (art. 150, §4º, CTN). Regra 
geral o prazo decadencial não se suspende, nem se interrompe. A decadência é matéria de ordem pública e pode 
ser arguida de ofício. 
 
- Interrupção do prazo decadencial: Seria possível quando se tratar de anulação do lançamento por vício formal 
(art. 173, II, CTN). 
 
- Prazo de 10 anos de decadência que o INSS que poderia exigir a cobrança de contribuições previdenciárias (art. 
45 e 46 da Lei 8.212/91). Esses artigos foram considerados inconstitucionais pela Súmula Vinculante n.º 8. 
 
SV, 8. São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto-
Lei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam 
de prescrição e decadência de crédito tributário. 
 
- Na declaração sem pagamento de tributo, sujeito ao lançamento por homologação, não corre prazo decadencial. 
Isso porque na Súmula 436 do STJ, a declaração do particular tem os mesmos efeitos de lançamento. 
 
b. Prescrição (art. 174, CTN): É a perda do direito do fisco cobrara judicialmente o crédito tributário. 
O prazo é de 5 anos contados da constituição definitiva do crédito tributário. 
 
Haverá suspenção do prazo prescricional nas mesmas hipóteses de suspensão da inexigibilidade do crédito (art. 
151, CTN). A prescrição será interrompida nas hipóteses do art. 174, parágrafo único do CTN. 
 
- O art. 2º, §3º da Lei 6.830/80 diz que a inscrição da dívida ativa resulta na suspenção da prescrição por 180 dias. 
O STF determinou que essa argumento não pode ser aplicado aos créditos tributário, porque a lei de execução fiscal 
é uma lei ordinária e quem pode tratar de prescrição é apenas lei complementar (art. 146, III, b, CF). Súmula 314 
do STJ. 
STJ, 314. Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, 
suspende-se o processo por um ano, findo o qual se inicia o prazo da 
prescrição quinquenal intercorrente.

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