Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Magistratura e Ministério Público CARREIRAS JURÍDICAS Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO Disciplina: Empresarial Professor: Marcello Iacomini Aula: 04 | Data: 11/03/2015 ANOTAÇÃO DE AULA SUMÁRIO 1. Estabelecimento empresarial 2. Títulos de crédito 1. Estabelecimento empresarial São bens incorpóreos do estabelecimento empresarial: 1) Ponto empresarial O prazo da Ação Renovatória é decadencial, e deve ser proposta nos primeiros 6 messes do último ano de vigência do contrato. - Exceções de retomada que não ensejam indenização São situações que permitem ao proprietário retomar o imóvel, sem o dever de indenizar o inquilino. a) Para reforma no imóvel determina pelo poder público. b) Para reformas que valorizem o imóvel (reforma substancial) c) Insuficiência na proposta de aluguel apresentada pelo locatário. d) Para transferência de estabelecimento empresarial, existente a mais de 1 ano, e que pertença ao locador, cônjuge, ascendente ou descendente, ou para sociedade da qual o locador detém mais de 50% do capital social. e) Para uso próprio. Nas hipóteses (d) e (e): O art. 52, §1º da Lei 8.245/91 estabelece que quando a Exceção de Retomada tiver por fundamento a transferência de estabelecimento empresarial ou para uso próprio, o locador não poderá exercer a mesma atividade que era exercida pelo locatário. O professor Fabio Ulhoa Coelho entende que esse dispositivo é inconstitucional, pois impede que o proprietário possa usufruir de seu direito de propriedade em sua plenitude. O dispositivo existe para impedir que o locador possa se beneficiar da clientela criada pelo locatário, evitando assim o enriquecimento indevido. O dispositivo peca por não estabelecer um lapso temporal para a vedação. A jurisprudência para afastar qualquer inconstitucionalidade e utilizando por analogia o art. 1.147 do Código Civil, entende que a limitação é de 5 anos. - Exceções de retomada que ensejam indenização a) Não dar o destino alegado dentro do prazo de 3 messes, a contar da entrega do imóvel. Ex.: A retomada era para uso próprio e o locador não está utilizando o imóvel. Página 2 de 3 b) Proposta melhor de terceiro: Se o locador receber uma proposta de aluguel em condições melhores que aquela oferecida pelo locatário, o locador não é obrigado a renovar a locação. O art. 72, §2º da Lei 8.245/91 exige que a proposta do terceiro seja reduzido a escrito e assinado por duas testemunhas. Essa proposta deverá ser juntada na exceção (defesa). Nesta hipótese, o locador será obrigado a indenizar o locatário pela perda do ponto (luvas). Obs.: Na proposta assinada pelo terceiro deverá haver clara indicação do ramo que será explorado pelo terceiro, que não pode ser igual ao do locatário. 2) Bens da propriedade industrial (Lei 9.279/96) – Marca A marca identifica os produtos ou serviços que o empresário oferece para sua clientela (art. 122 da Lei 9.279/96). No Brasil só é possível registrar como marca sinais visualmente perceptíveis como nomes, desenhos, admitindo- se também a combinação de ambos (nomes + desenhos), chamado de marca mista. Não se admite como marca o registro de sons ou de cheiros. Contudo adite-se a chamada marca tridimensional, aquela composta por formas peculiares, tais como a garrafa da Coca-Cola. A Marca é protegida por meio de um registro obtido junto ao INPI – Instituto Nacional da Propriedade Industrial (™ e ®). A Marca será protegida por um prazo de 10 anos, admitindo-se prorrogações por prazos iguais e sucessivos, enquanto for interesse do titular. Requisitos para obtenção da marca 1º) Novidade Relativa: O titular da marca não precisa criar algo novo, basta que identifique um produto ou serviço que antes não era identificado pela marca escolhida. Ex.: Chocolate ABC. A marca é regida pelo princípio da especificidade, ou seja, ela encontra proteção apenas dentro de sua classe de registro. Logo pode haver duplicidade de marcas, desde que identifiquem produtos ou serviços diferentes. Ex.: Veja – periódicos e produtos de limpeza. Obs.: Se o titular da marca entender que sua marca merece uma proteção em todas as classes de registro pelo prestigio que essa marca detém, o titular poderá solicitar que a sua marca seja considerada de Alto Renome (art. 125 Lei 9.279/96), o INPI por meio de um processo administrativo ira analisar se a marca detém essas características. Quando a marca recebe a denominação de Auto Renome encontrará proteção em todas as classes de registro (todas as atividades). A marca de Alto Renome é uma exceção ao principio da especificidade (Ex.: Ferrari). 2º) Não colidência com marca notória (art. 126 da Lei 9.279/96): Marca notória é aquela que em seu país de origem possui uma notoriedade, uma fama, em que mesmo sem proteção ou registro nos outros países membros da convenção de Paris, ela é protegida em todos estes. A marca de alto renome não se confunde com a marca notória. A marca de alto renome possui registro e sua proteção se irradia para todas as classes. A marca notória não possui registro e sua proteção é específica na classe onde possui notoriedade (Ex.: Posso registar mecânica Burger king). Diferenças entre Marca e Nome Página 3 de 3 - Marca pode ser cedida a terceiros (princípio da livre cessão); Nome não pode ser objeto de alienação. - Pode haver duplicidade de Marcas, desde que identifique produtos ou serviços diferentes; Nome não admite duplicidade. - Marca é protegida em todo o território nacional (e até no exterior); Nome é protegido apenas dentro dos limites administrativos da junta comercial, ou seja, proteção apenas no âmbito estadual (art. 1.166 do CC). 2. Títulos de Crédito Conceito (Vivante): É um documento necessário para o exercício do direito literal e autônomo nele mencionado. - Princípio da Carturalidade O credor precisa estar de posse física do título (cártula) para poder exercer os direitos nele mencionados. A perda da cártula não aniquila o direito de crédito, mas o credor terá que reconstituir o título extraviado, por meio de um processo de conhecimento chamado Processo de Reconstituição. Obs.: A duplicata mercantil é uma exceção ao princípio da cartularidade. - Princípio da literalidade Todas as relações cambiárias precisão estar escritas no título para produzirem efeitos jurídicos. Ex.: Procuração deve ser efetuada no próprio título, por meio do chamado endosso mandato “pague-se por procuração a Fulano de Tal”. - Princípio da autonomia Eventuais vícios que possam comprometer uma relação jurídica não contaminarão as demais relações. Ex.: A – B – C – D – E – F Ainda que “C” seja incapaz, não vicia a relação jurídica de “C – D”, “D – E” ou “D – F”.
Compartilhar