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Direio Empresarial Aula 05 Material de Apoio Magistratura

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Magistratura e Ministério Público 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Empresarial 
 Professor: Marcello Iacomini 
Aula: 04 | Data: 13/03/2015 
 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
TÍTULOS DE CRÉDITO 
1. Princípio da Autonomia 
2. Letra de Câmbio 
 
 
TÍTULOS DE CRÉDITO 
 
1. Princípio da Autonomia 
Eventuais vícios que possam comprometer uma relação jurídica não contaminarão as demais relações. Ex.: “A” 
emite cheque, que segue o seguinte caminho: A – B – C – D – E  Ainda que “C” seja incapaz, o vício que surge 
em uma relação anterior não contamina as posteriores, ou seja, “E” pode executar “A”. São subprincípios da 
autonomia: 
 
. Subprincípio da Abstração 
Quando o título de crédito circula além das partes contratantes ele se desvincula do negócio jurídico que lhe deu 
causa, que lhe deu origem. 
 
. Subprincípio da Inoponibilidade das exceções pessoais ao terceiro de boa-fé 
O devedor não pode opor exceções pessoais contra o credor, quando este é um terceiro de boa-fé. Ex.: “A” vai à 
concessionária “B” adquiri um veículo, pois daqui 15 dias receberá R$ 10.000,00 Reais. A concessionária “B” 
vende o veículo para “A” mediante o recebimento de uma nota promissória. “B” transmite o título para o Banco 
“C”. “A” sai com o veículo e descobre um vício redibitório. No dia do vencimento da nota promissória “A” não 
pode se negar a pagar “C”. Se “C” promove a execução, “A” não pode apresentar exceção pelo vício redibitório. 
Contudo se a relação for somente entre “A” e “B”, é possível que “A” apresente embargos em razão do vício 
redibitório. 
 
Obs.: Quando inserido no título a cláusula “não a ordem”, o título não poderá ser endossado e só poderá circular 
por meio de CESSÃO DE CRÉDITO, que é um regime do direito civil, não existe abstração ou inoponibilidade. 
 
 
2. Letra de Câmbio 
É regida pelo Dec. 57.663/66, conhecido como LUG – Lei Uniforme de Genebra. A finalidade desse decreto foi 
uniformizar as regras de título de crédito para circulação internacional. 
 
É uma ordem de pagamento efetuada pelo sacador em face do sacado, determinando que esse pague ao 
tomador determinada quantia, em determinada data. 
 
 
 
 
 
 
 
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– Estrutura da Letra de câmbio 
Sacador – Sacado – Tomador 
 
Sacador é quem emite, ou seja, é o sujeito que faz o ato cambiário chamado saque. 
Sacado é a pessoa que recebe a ordem de pagar (ordem dada pelo sacador). 
Tomador é o credor desse título. 
 
Ex.: O aluno “A” vai pagar R$ 10.000,00 Reais no dia 15 de abril por aulas particulares ao professor “M”. Outro 
aluno, chamado “B” vai procurar livros para o professor “M”. O aluno “B” encontra esses livros em uma livraria na 
Argentina, e tais livros totalizam o valor de R$ 10.000,00 Reais. O professor “M” (sacador) vai emitir uma Letra de 
câmbio com a ordem para que “A” (sacado) pague diretamente para “B” (tomador). 
 
 
1º Ato cambiário – Aceite 
É a manifestação do sacado concordando com a ordem dada pelo sacador, por meio do lançamento de sua 
assinatura no anverso do título. Com o aceite o sacado passa a ser o obrigado principal. 
 
Ex.: O professor “M” emite a Letra de Câmbio, com vencimento para 15 de abril, e a entre para o aluno “B”. Em 
posse do título “B”, no dia 15 de março, procura “A” para receber o aceite. Com o aceite “B” vai poder cobrar “A” 
e também “M”. O título agora está perfeito, com três relações jurídicas. 
 
Mas o aceite é uma faculdade do sacado. Na letra de câmbio o sacado pode se negar a dar o aceite, sem a 
necessidade de justificativa. Se o sacado recusar dar o aceito ocorre o vencimento antecipado do título. A recusa 
no aceite resulta no vencimento antecipado do título. 
 
Ex.: “A” se recusa a dar o aceite e se retira da relação cambiária, dessa forma “B” pode protestar “M” já em 15 de 
março, pois o título está vencido antecipadamente. 
 
. Cláusula não aceitável: Se for emitida uma letra de câmbio com a cláusula “não aceitável”, o tomador só vai 
poder procurar o sacado na data do vencimento. É uma garantir para o sacador que ele não será surpreendido 
antes da data do vencimento, se o sacado se negar a dar o aceite. 
 
. Recusa parcial: O sacado pode recusar parcialmente, mas ainda assim haverá o vencimento antecipado do 
título. A recusa parcial pode ser de duas espécies: 
 
Modificativa: Ocorre quando o sacado altera algum dado contido no título que não diga respeito ao valor do 
aceite. Ex.: “A” aceite a letra de câmbio, mas alterou a data do vencimento para 15 de junho. Para o sacador o 
título vence antecipadamente, na data da recusa parcial (15 de março). “B” pode cobrar de “M”, que pode cobrar 
“A” só na nova data de vencimento. 
 
Limitativa: O sacado altera o valor do título. Ex.: “A” aceita a letra de câmbio, mas no valor de R$ 5.000,00 Reais. 
 
1ª Corrente: “B” pode cobrar todo o valor de “M”, mas “M” só pode cobrar “A” no limite por esse aceito – o 
restante “M” deve cobrar na esfera civil. 
 
 
 
 
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2ª Corrente: O título vence imediatamente para o sacador no valor que o sacado não aceitou. Ex.: “B” só pode 
cobrar R$ 5.000,00 de “M” no vencimento antecipado, e “B” pode cobrar R$ 5.000,00 de “A” na data do 
vencimento. 
 
 
2ª Ato cambiário – Endosso 
Endosso é o ato cambiário pelo qual o endossante transfere seu crédito ao endossatário. Na letra de câmbio o 
primeiro endosso pode ocorrer quando o tomador transfere a terceiro. Ex.: “B” endossa o título para a livraria. 
 
Aquele que endossa se torna codevedor. O endosso é feito pela assinatura no verso do título. Se ao lado da 
assinatura o endossante escrever (lançar a cláusula) “sem garantia” ele se retira da cadeia de codevedores. O 
endosso, também é chamado de endosso translativo, e pode ocorrer em duas modalidades: 
 
Endosso em preto: Aquele em que o endossante indica o nome do novo endossatário. 
A livraria só pode transmitir o título por meio de endosso. 
 
Endosso em branco: Aquele em que o endossante não indica o nome do novo endossatário. 
O título se torna Título ao Portador, e credor será aquele que estiver em posse do título na data do vencimento. 
 
Obs.: Súmula 387 do STF permite que o portador de boa-fé possa completar as omissões em branco no título, 
desde que não exceda poderes. Ex.: Faltou a data de vencimento. 
 
STF, 387: A CAMBIAL EMITIDA OU ACEITA COM OMISSÕES, OU EM 
BRANCO, PODE SER COMPLETADA PELO CREDOR DE BOA-FÉ ANTES 
DA COBRANÇA OU DO PROTESTO. 
 
 
Pode haver endosso parcial? 
O endosso parcial é nulo, pois não há como transmitir parte do meu crédito e entregar a cártula. 
 
Obs.: Se o sacador incluir a cláusula “não a ordem”, fica proibido o endosso. Para transmitir o título só por cessão 
de crédito. 
 
 
. Endosso impróprio: Não possui a finalidade de transmitir o crédito, mas sim legitimar o endossatário para, na 
posse do título, praticar determinados atos. Sendo espécies: 
 
Endosso mandato: O endossando escreve “pague-se por procuração a Fulano de Tal”.Ex.: “B” vai estar viajando 
na data de 15 de abril. Assim “B” nomeia “C” como mandatário no seu título, para que “C” receba de “A”. 
 
Endosso caução: O endossando escreve “pague-se em garantia a fulano de tal”. Esse terceiro fica com o título 
como garantia, mas não pode descontar o título. Cabe em quase todos os títulos, salvo no cheque que é ordem de 
pagamento avista. 
 
 
 
 
 
 
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3º Ato cambiário – Aval 
Aval é garantia. Aval é o ato cambiário pelo qual o avalista se compromete a pagar o título nas mesmas condições 
do avalizado. O aval tem três características: 
 
a) Autônomo: Eventuais vícios entre o avalizado e o credor não comprometem a relação assumida pelo avalista. 
Ex.: “C” assume como avalista de “B” que transfere o título para alivraria. Ainda que “B” seja incapaz a livraria 
pode cobrara “C”. 
 
Obs.: É diferente da fiança, pois nesta se a relação principal estiver viciada também vicia a fiança, que é uma 
relação acessória. 
 
 
b) Não há benefício de ordem: A avalista pode ser cobrado antes do avalizado. 
 
 
c) Equivalente: O avalista se coloca na mesma posição do avalizado. Ex.: “C” avalista de “B” é codevedor (assim 
como “B”), se “C” for avalista de “A” é devedor principal (pois “A” é o devedor principal do nosso exemplo). 
 
 
É possível o aval parcial? 
É admitido. Aval parcial é o aval de parte do valor devido no título. Ex.: “C” é avalista de “B”, mas somente até o 
limite de R$ 5.000,00. 
 
 
Obs.: O aval também comporta o aval em preto e aval em branco, assim como o endosso em preto ou em branco.

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