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Magistratura e Ministério Público CARREIRAS JURÍDICAS Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO Disciplina: Empresarial Professor: Marcello Iacomini Aula: 08 | Data: 27/03/2015 ANOTAÇÃO DE AULA SUMÁRIO TÍTULOS DE CRÉDITO 1. Duplicata Mercantil DIREITO SOCIETÁRIO 1. Noções Gerais 2. Efeitos da aquisição da personalidade jurídica 3. Classificação das sociedades TÍTULOS DE CRÉDITO 1. Duplicata Mercantil (Lei 5.474/68) Obs.: A emissão da duplicata mercantil é facultativa, mas a sua escrituração em livro obrigatório é compulsória (Livro de registro de duplicatas mercantis), sob pena de incidir em crime falimentar caso o empresário venha a falir. Obs.: A duplicata mercantil é um título genuinamente nacional, criado pelo legislador brasileiro. Obs.: O sacador/vendedor tem duas possibilidades para antecipar o seu crédito: 1ª. O sacador poderá realizar um contrato denominado Desconto Bancário com uma instituição financeira (Banco). Trata-se de um contrato bancário típico. Neste contrato o Banco não está adstrito à taxa de juros de 12% ao ano, podendo exceder esse patamar. Nesse contrato, está implícito o cláusula de que se o sacado/comprador não efetuar o pagamento a instituição financeira poderá cobrar do vendedor/sacador. 2ª) O vendedor/sacador poderá ainda realizar um contrato denominado Fomento Mercantil. Não se trata de contrato bancário típico. Logo a empresa de featuring somente poderá cobrar juros até o limite de 12% ao ano, caso ultrapasse esse patamar comete crime de usura. No entanto nesse contrato a empresa de featuring poderá cobrar serviços denominados administração do crédito, e nestes serviços está implícito a cláusula da responsabilidade pela inadimplência do título. Ou seja se o sacado não efetuar o pagamento para a empresa de featuring está não terá tutela judicial para acionar o sacador/vendedor (mesmo que o título seja transmitido por endosso). Sacador (Vendedor) Sacado (Comprador) Fatura Banco Featuring Página 2 de 4 Obs.: O art. 20 da Lei permite que profissionais liberais possam emitir duplicatas mercantis em virtude de prestação de serviços. O único profissional liberal que está impedido de emitir esse título é o advogado. 1) Aceite na duplicata É a manifestação do sacado/comprador em virtude da ordem dada pelo sacador/vendedor. O aceite na Duplicata Mercantil, diferente do aceite na Letra de Câmbio, é obrigatório. É obrigatório porque para recusa-lo o sacado precisa ofertar uma das hipóteses previstas no artigo 8º. São hipóteses de recusa: a) Avaria ou Não Recebimento das Mercadorias (quando não entregues por sua conta e risco). b) Vícios, Defeitos ou Diferenças (na qualidade ou quantidade das mercadorias, devidamente comprovados). c) Divergência nos prazos e preços ajustados Obs.: A falência ou o pedido de recuperação judicial do vendedor/sacador não são causas que justificam a recusa do aceite. A recusa do aceite está relacionada ao negócio jurídico celebrado. 2) Espécies de aceite . Aceite ordinário Decorre da simples assinatura do sacado no título. Pressupõe que a Duplicata Mercantil tenha sido sacada. . Aceite por comunicação Decorre da retenção do título pelo sacado e de uma comunicação escrita à instituição financeira declarando o seu aceite. Pressupõe que a Duplicata Mercantil tenha sido sacada. . Aceite por presunção No aceite por presunção a cártula, a Duplicata, não é criada. Esse aceite se opera mediante a simples assinatura do sacado/comprador no canhoto de recebimento das mercadorias. 3) Protesto da Duplicata Mercantil A Duplicata Mercantil pode ser protestada por falta de aceite, por falta de devolução, ou por falta de pagamento. O prazo para o protesto da Duplicata por falta de pagamento será de 30 dias contados a partir do vencimento do título. O desrespeito a esse prazo acarretará para o credor a impossibilidade de ingressar com ação em face do sacador, endossantes em respectivos avalistas. Obs.: art. 13, §4º da Lei de Duplicatas – Este dispositivo não menciona o sacador, pois neste título o sacador cria e saca a Duplicata Mercantil e é ele mesmo o primeiro endossante. Por tanto o dispositivo omitiu a referência ao sacador, pois ele é o próprio endossante. Página 3 de 4 O protesto da Duplicata Mercantil, que não foi sacada, será efetuada por meio de dados que o credor deverá oferecer para o cartório. Diante desses dados fornecidos o cartório notifica o sacado/comprador para que este efetue o pagamento. Se isto não ocorrer, o cartório expedirá o chamado protesto por indicação. De posse desta certidão de protesto acompanhado do comprovante de entrega das mercadorias, o credor terá um título executivo extrajudicial. A doutrina por tanto afirma que a duplicata mercantil é uma exceção ao princípio da cartularidade. Obs.: Os prazos prescricionais da Duplicata Mercantil serão de 3 anos em face do obrigado principal; 1 ano em face dos coobrigados; 1 ano de coobrigado em face do coobrigado (art. 18 da Lei de Duplicatas). 4) Aval em Branco O aval em branco na duplicata mercantil beneficiará aquele cuja assinatura estiver sobreposta a do avalista. Se não houver assinatura sobreposta a do avalista, o aval em branco beneficia o sacado/comprador (art. 12 da Lei de Duplicata). DIREITO SOCIETÁRIO 1. Noções Gerais Quando que a sociedade empresária adquire personalidade jurídica? A sociedade empresária adquire personalidade jurídica quando seus atos constitutivos forem levados à registro na junta comercial (art. 985, CC). A existência da sociedade é algo que precede ao registro, pode se dizer que a sociedade surge no momento em que os sócios acordão a sua vontade. 2. Efeitos da aquisição da personalidade jurídica . Efeito de natureza processual Com a aquisição a personalidade jurídica a sociedade passa a ser sujeito de direito, podendo estar ativa ou passivamente em juízo, bem como entabular negócios jurídicos. Obs.: Alguns entes que não possuem personalidade jurídica podem ter tutela de seus direitos, como por exemplo, a massa falida, a sociedade que não possui registro, etc.. Estes entes possuem a capacidade processual. . Efeito de natureza material No momento da aquisição da personalidade jurídica os sócios não mais se confundirão com a sociedade criada e o patrimônio desta sociedade não pode se confundir com o patrimônio dos sócios, sob pena dos sócios incidirem na chamada Confusão Patrimonial prevista no art. 50 do CC. Página 4 de 4 3. Classificação das sociedades 1) Quanto a responsabilidade dos sócios . Sociedades limitadas São as Sociedades Limitadas (LTDS) e as Sociedades Anônimas (S/A). Nas sociedades limitadas os sócios limitam a sua responsabilidade à sua contribuição para o capital social. . Sociedades ilimitadas São as Sociedades em Comum (art. 986, CC) e as Sociedades em Nome Coletivo (1.039, CC). Nas sociedades ilimitadas se a sociedade não cumprir suas obrigações os sócios poderão ser responsabilizados. . Sociedades mistas Sociedade Comandita Simples (art. 1.045, CC) e a Sociedade Comandita por Cota de Participações (art. 1.90, CC). Nas sociedades mistas haverá sócios que terão responsabilidade limitada e sócios com responsabilidade ilimitada. Sociedades de Pessoas X Sociedades da Capital As sociedades podem ser formadas por pessoas ou por capital. As cinco primeiras sociedades do Código Civil são de pessoas. A sociedade limitada é hibrida e pode ser formada por pessoas ou por capital. As sociedades anônimas são formadas por capital, mas a sociedade anônima de capital fechadopode ser hibrida.
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