Buscar

Direio Empresarial Aula 10 Material de Apoio Magistratura

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Magistratura e Ministério Público 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Empresarial 
 Professor: Marcello Iacomini 
Aula: 10 | Data: 02/04/2015 
 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL 
1. Conceito de Falência 
2. Pressupostos da falência 
3. Legitimidade ativa 
4. Competência 
 
 
FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL (Lei 11.101/2005) 
 
. Recuperação judicial: São meios para que a sociedade empresária possui para evitar a falência. 
 
1. Conceito de Falência 
Falência é fim da atividade. É um processo judicial de “execução coletiva” do patrimônio do empresário ou da 
sociedade empresária. Na verdade falência não é execução coletiva, pois não serve para cobrar, bem como nem 
sempre é coletiva. O escopo da falência não é cobrara, mas sim: 
 
a) “par conditio creditrum” – Dar tratamento igualitário aos credores. Organizar forma e ordem de pagamento. 
 
b) Eliminar as empresas deficitárias do mercado 
 
 
2. Pressupostos da falência 
 
I) Empresário / Sociedade empresária 
Quem não for empresário ou sociedade empresária não pode falir ou requerer recuperação judicial (art. 1º). Ex.: 
Sociedade simples, cooperativas, profissionais liberais, atividade rural e etc. – não podem falir. 
 
No art. 2º da Lei de Falências o legislador afastou da falência e da recuperação judicial as seguintes sociedades 
empresárias: 
 
. Sociedade de economia mista / Empresa pública (ex.: Petrobras, Correios) 
Parte da doutrine entende que o art. 2º, inciso I é inconstitucional, pois estaria em confronto com o art. 172 da 
CF. Para sanar essa suposta inconstitucionalidade, a doutrina entende que se a sociedade de economia mista ou 
empresa pública exercer uma atividade típica de Estado (prestação de serviços essenciais – ex.: água, gás) ela 
estaria afastada do processo falimentar, mas se a sociedade de economia mista ou empresa pública exercer uma 
atividade tipicamente empresarial, neste caso ela poderia falir. 
 
. Instituição financeira públicas ou privadas 
Para primeira fase: Banco não pode falir. 
Para segunda fase: Banco tem seu procedimento especial próprio (Lei 6.024/2004), estando sujeito à liquidação 
extrajudicial. O Banco está parcialmente afastado da falência. 
 
 
 
 Página 2 de 3 
 
. Seguradora 
Também está parcialmente afastada da falência. 
 
. Consórcio 
 
. Cooperativa de crédito 
 
. Operadoras de planos de saúde 
 
. Institutos de previdência privada 
 
 
II) Insolvência 
Caracteriza-se por três situações distintas: 
 
a) Impontualidade (art. 94, I): Será impontual o empresário que não pagar no vencimento obrigação liquida, 
materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o valor de 40 salários mínimos na 
data do pedido de falência. 
 
O protesto no caso da impontualidade é necessário e deve ser específico para fins falimentares (art. 94, §1º). O 
título, seja judicial ou extrajudicial, deve obrigatoriamente ser protestado. Admite-se a somatória de títulos para 
ultrapassar a quantia de 40 salários mínimos. 
 
b) Execução frustrada (art. 94, II): Na execução frustrada o devedor é citado e não paga, não deposita ou não 
nomeia bens à penhora suficientes (tripla omissão). Neste caso, o credor irá comprovar a tripla omissão por meio 
de uma certidão, e juntamente com o título comparecer ao juízo falimentar e requerer a falência do empresário. 
 
Obs.: Não há necessidade de protesto e nem de valor mínimo. 
 
c) Atos de falência (art. 94, III, “a” / “g”): São situações taxativas previamente elencadas pelo legislador que farão 
presumir que o empresário é insolvente. Ex.: Liquidação precipitada. 
 
 
III) Sentença declaratória de falência (art. 99) 
A sentença que decreta a falência tem natureza jurídica constitutiva, pois é ela que transforma o empresário em 
falido. A sentença de falência: 
 
a) Deverá nomear a figura do administrador judicial (art. 21): O administrador judicial será uma pessoa de 
confiança do juiz, e terá três funções na falência: 
 
. Arrecadará todos os bens que estiverem em posse do falido, ou seja, o falido perde a posse e administração de 
seus bens. 
 
. O administrador judicial representará ativa e passivamente a massa falida em juízo. 
 
 
 
 
 Página 3 de 3 
 
. O administrador judicial irá elaborar e publicar a primeira lista de credores, com base na lisa oferecida pelo 
devedor mais as habilitações que forem feitas em juízo. 
 
Obs.: O único credor que não precisa se habilitar é a Fazenda Pública. 
 
b) Termo legal: Na sentença de falência o juiz deverá determinar qual o termo legal. O termo legal é um período 
suspeito que antecede a sentença de falência, em que alguns atos lá praticados, embora válidos, poderão ser 
considerados ineficazes. O termo legal não poderá retroagir por mais de 90 dias, tendo como termo inicial: o 
requerimento da falência, ou, o pedido de recuperação judicial, ou, o primeiro protesto válido (art. 129, I e II). 
 
 
3. Legitimidade ativa (art. 97, I e IV) 
 
a) O próprio devedor – autofalência (art. 97, combinado com art. 105): Não é uma faculdade, mas sim um dever 
do empresário. 
 
b) Credor: O legislador não exige que o credor seja empresário para estar legitimado no pedido de falência. 
No entanto se o credor for empresário ele deverá juntar prova de estar inscrito na junta comercial. 
 
Obs.: Sociedade em comum (art. 986, CC) carece de legitimidade, pois ela não tem prova de inscrição na junta 
comercial. No entanto a sua falência poderá ser decretada e se o for, aplica-se a regra do artigo 81 da Lei de 
Falências, considerando nesse caso a sociedade e os sócios como falidos. 
 
Obs.: Se o credor não tiver domicílio no Brasil deve prestar caução para estar legitimado (art. 97, §2º). 
 
 
4. Competência (art. 3º) 
Art. 3o É competente para homologar o plano de recuperação 
extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o 
juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de 
empresa que tenha sede fora do Brasil.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Materiais recentes

Perguntas Recentes