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Direio Penal Geral Aula 1 06 Material de Apoio Magistratura

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Magistratura e Ministério Público 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Penal Parte Geral 
 Professor: André Estefam 
Aula: 06 | Data: 27/02/2015 
 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
CONCURSO DE CRIMES 
1. Pressupostos 
2. Concurso Material ou Real 
3. Concurso Formal ou Ideal 
4. Crime Continuado 
 
SUSPENÇÃO CONDICIONAL DA PENAL – “SURSIS” 
1. Conceito 
 
 
CONCURSO DE CRIMES 
 
1. Pressupostos 
Para caracterizar o concurso de crime é necessário: 
 
a) Pluralidade de delitos 
Significa mais de um bem jurídico violado, que podem ou não ser de mesma natureza. 
 
b) Não se trate de conflito aparente de normas 
Ex.: Tal como nos crimes de falsificação documento e uso de documento falso – pelo Princípio da consunção o uso 
de documento falso vai absorver o crime de falsificação. 
 
 
 Modalidades de concurso de crimes (art. 69/71 do CP) 
 
a) Concurso material ou real (art. 69, CP) 
Há pluralidade de condutas, temos duas ou mais condutas (Ex.: homicídio, e ocultação de cadáver). 
Obrigatoriamente se aplica a soma das penas. 
 
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, 
pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se 
cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja 
incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de 
detenção, executa-se primeiro aquela. 
 
 
b) Concurso formal ou ideal (art. 70, CP) 
Nesta figura dois ou mais crimes são praticados mediante uma única conduta, uma única ação ou omissão. Ex.: 
Motorista de ônibus que causa a morte de 5 passageiros – uma conduta, 5 homicídios. Como regra será 
observado o sistema da exasperação das penas. 
 
 
 
 
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Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, 
pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais 
grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas 
aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas 
aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é 
dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, 
consoante o disposto no artigo anterior. 
 
 
c) Crime continuado (art. 71, CP) 
Temos duas ou mais condutas em continuação. Como regra será observado o sistema da exasperação das penas. 
 
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, 
pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de 
tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os 
subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-
lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se 
diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. 
 
 
 Sistema da exasperação da pena 
Embora o agente pratique vários crimes o juiz aplica apenas a pena de um deles, aumentada em razão dos outros 
crimes. Sempre que se aplicar o sistema da exasperação o juiz decidirá o quantum do aumento, a gradação do 
aumento com base no numero de crimes praticados – Quanto maior o numero de crimes cometidos, maior a 
fração a ser aumentada. 
 
 
2. Concurso Material ou Real (art. 69, CP) 
Se dá quando mediante duas ou mais condutas o indivíduo pratica dois ou mais crimes. Crimes que segundo a Lei 
podem ser idênticos ou não. Quando se tratarem de crimes idênticos teremos o Concurso Material Homogêneo 
(Concurso Material Homogêneo se parece muito com o Concurso de Crimes). Se forem crimes distintos estaremos 
diante de um Concurso Material Heterogêneo. 
 
Obs.: Crimes idênticos são aqueles descritos no mesmo tipo penal (Ex.: Furto tentado e Furto qualificado são 
idênticos, pois ambos se encontram no art. 155 do CP). 
 
A regra do §1º do art. 69 vigorava quando o Código Penal adotava outra sistemática quanto as penas restritivas 
de direito. Hoje o parâmetro é a pena total, ou seja, a pena de todas as infrações somadas – o § 1º está 
tacitamente revogado. 
 
De acordo com o §2º do art. 69, CP, quando aplicada penas restritivas de direito, o condenado cumprirá 
simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as que não forem compatíveis. 
 
 
 
 
 
 
 
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3. Concurso Formal ou Ideal (art. 70 do CP) 
O agente pratica uma só conduta, que irá resultar em dois ou mais crimes, que alias também podem ser idênticos 
(Concurso Formal Homogêneo) ou distintos (Concurso Formal Heterógeno). No Concurso Formal Heterógeno o 
juiz aumenta a pena do crime mais grave, ou seja, a maior pena. 
 
a) Concurso Formal Próprio ou Puro ou Perfeito (art. 70, “caput”, 1ª parte, CP) 
O juiz aplica uma só pena aumentada de 1/6 até a 1/2. 
 
Quando a exasperação resultar numa pena superior a soma, o magistrado deverá aplicar o Cumulo Material 
Benéfico, ou seja, deve somar as penas e não exasperar a maior pena. 
 
b) Concurso Formal Impróprio ou Impuro ou Imperfeito (art. 70, “caput”, parte final, CP) 
Aqui também temos uma conduta que produz dois ou mais crime idênticos ou distintos, porém será impróprio 
quando esses delitos forem todos crimes dolosos e resultantes de desígnios autônomos. Aqui haverá a soma das 
penas. 
 
Desígnios Autônomos.: Trata-se de uma vontade conscientemente dirigida a finalidades distintas (Professor Luiz 
Reges Prado). Ex.: Torcedor de certo time de futebol encontra outros cinco torcedores da torcida adversária no 
ponto de ônibus, e com sua arma da uma rajada de disparos com a intenção de acertar os cinco torcedores rivais. 
 
Obs.: Não cabe Concurso Formal Impróprio no Dolo Eventual, pois o legislador exige que as ações sejam 
resultantes de designíos autônomos. Só cabe Concurso Formal Impróprio no dolo direto (Corrente Majoritária). 
 
 
4. Crime Continuado (art. 71, CP) 
Exige que o indivíduo mediante duas ou mais condutas, venha a praticar dois ou mais crimes (Ex.: A empregada 
doméstica que todos os dias subtrai uma peça do faqueiro de 120 peças, da patroa – Comete só um furto e não 
120 furtos). 
 
Diferencia-se do Concurso Material Homogêneo quando presentes os Requisitos da Continuidade Delitiva: 
 
– Requisitos de ordem objetiva 
 
a) Crimes da mesma espécie 
Segundo entendimento majoritário crimes da mesma espécie são aqueles previstos no mesmo tipo penal (igual 
ao crime idêntico). 
 
A exceção são os crimes de roubo e latrocínio, os tribunais não reconhecem como crimes da mesma espécie, pois 
o latrocínio é um crime complexo que atinge mais de um bem jurídico – Não há continuidade delitiva (Corrente 
Majoritária). 
 
Corrente minoritária.: Defende que crimes da mesma espécie são aquelas que defendem o mesmo bem jurídico –
Corrente defensiva, é aceita pela defensoria pública. 
 
 
 
 
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b) Condições semelhantes 
 
. Tempo – Quando entre uma infração e a seguinte não transcorrer um lapso superior a 30 dias. 
 
. Lugar – Fatos praticados na mesma comarca ou em comarcas próximas. 
 
. Modo de execução – Somente a analise casuística ira revelar, trata-se do “modus operandi” do agente, ou seja, 
quais instrumentos o agente empregou, se atuava sozinho ou com comparsas e etc.. 
 
 
Crime continuado pode ser reconhecido na fase de execução da pena? 
A continuidade delitiva pode ser reconhecida na fase de execução penal e recebe o nome de Incidente de 
Unificação de Penas. Ex.: Agente que é condenado por um furto na comarca “A” e por um furto na comarca “B”. 
O juiz da execução penal pode realizar a unificação das penas. 
 
 
– Requisitos de ordem subjetiva 
 
c) Unidade de desígnios 
Trata-se de uma programação inicial de realização sucessiva. 
 
Alguns autores defendem que após a reforma da parte geral esse requisito não existe mais. Mas a jurisprudência 
entende pela necessidade do requisito subjetivo, entende que o Código Penal teria adotado a Teoria Mista,quanto aos requisitos da continuidade delitiva. 
 
 
 Espécies de crime continuado 
 
a) Crime continuado simples ou comum (art. 71, “caput”, do CP) 
Contenta-se com o preenchimento dos requisitos e a pena é aumentada de 1/6 a 2/3. 
 
b) Crime continuado qualificado ou específico (art. 71, § 1º, do CP) 
Aqui a pena será aumentada de 1/6 até o triplo (x3). 
Mas é preciso a presença dos seguintes requisitos cumulativos: 
. Crimes dolosos 
. Praticados contra vítimas diferentes 
. Praticados mediante grave ameaça ou violência contra a pessoa 
 
Obs.: O cúmulo material benéfico também se aplica ao crime continuado. 
 
Caberia continuidade delitiva em crimes contra a vida? 
Pela Súmula 605 do STF não cabe continuidade delitiva em crime contra a visa – não vale mais, pois foi editada 
antes da reforma da parte geral. Hoje cabe crime continuado nos crimes contra a vida, na modalidade qualificada. 
 
 
 
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Crime Continuado.: Pluralidade de delitos, praticados em continuidade delitiva, em que a pena é aplicada como 
um crime único. 
 
Crime Permanente.: Não traduz pluralidade de condutas. É um crime cuja consumação se prolonga no tempo. 
 
Crime Habitual.: Não traduz pluralidade de condutas, é crime único. Possui como elementar a habitualidade, ou 
seja, a reiteração de atos. Ex.: Exercício ilegal da medicina. 
 
 
 Teorias sobre a natureza jurídica do crime continuado 
 
1) Teoria da unidade real.: O crime continuado constitui delito único. 
 
2) Teoria da ficção jurídica.: Há vários delitos considerados como unidade para efeito de aplicação da pena. Essa 
é a teoria adotada pelo CP. Cada crime cometido tem a contagem do seu prazo prescricional contada 
isoladamente, como se fosse o único delito praticado (STF, 497 e art. 119 do CP), não se leva em conta a soma da 
pena ou a exasperação. 
STF, 497 – QUANDO SE TRATAR DE CRIME CONTINUADO, A 
PRESCRIÇÃO REGULA-SE PELA PENA IMPOSTA NA SENTENÇA, NÃO SE 
COMPUTANDO O ACRÉSCIMO DECORRENTE DA CONTINUAÇÃO. 
 
3) Teoria mista.: O crime continuado constitui uma distinta modalidade de infração. 
 
 
 Concurso de crimes e multa (art. 72, CP) 
Quanto à multa criminal, as penas serão obrigatoriamente somadas. 
 
 
 Quanto à competência para conhecer dos crimes em concurso 
 
 Vínculo Juízo Prevalente (quando locais distintos) 
Concurso Material Conexão Art. 78 do CPP 
Concurso Formal Continência Art. 78 do CPP 
Crime Continuado Conexão Art. 71 do CPP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SUSPENÇÃO CONDICIONAL DA PENAL – “SURSIS” (art. 77/78) 
 
1. Conceito 
Trata-se de suspenção condicional da execução da pena privativa de liberdade. A pena é aplicada, mas o juiz 
determina a suspenção do seu cumprimento. É um benefício analisado na etapa da pós-dosimetria. 
 
 Pós-dosimetria 
O juiz deve verificar: 
. Estabelecer o regime inicial 
. Cabimento de pena alternativa 
. Cabimento de “sursis” 
. Aplicar eventual multa cumulativa 
 
O Brasil adotou o sistema belgo francês, assim a metodologia é: Profere-se a condenação, aplica-se a pena e 
suspende-se seu cumprimento. 
 
Opõe-se a esse sistema o sistema anglo-americano (“probation system”), onde se conclui a instrução, deixa-se de 
aplicar a pena e são impostas condições ao Réu, aqui o Réu não é formalmente condenado. 
 
Obs.: Não devemos confundir o “sursis” penal com o “sursis” processual, previsto no art. 89 da Lei 9.099/95.

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