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Direio Penal Geral Aula 2 05 Material de Apoio Magistratura

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Magistratura e Ministério Público 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Penal Parte Geral 
 Professor: Gustavo Junqueira 
Aula: 05 | Data: 20/03/2015 
 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
NEXO DE CAUSALIDADE 
1. Imputação objetiva 
 
DOLO E CULPA 
1. Dolo 
 
 
NEXO DE CAUSALIDADE 
 
1. Imputação objetiva 
 
 Critérios de Roxin para a imputação objetiva 
 
2º) O resultado deve ser a concretização do risco proibido e deve estar no âmbito de proteção da norma, em uma 
perspectiva “ex post”. Logo não há imputação se: 
 
b) Não há imputação objetiva se o resultado está fora do âmbito de proteção da norma, ou seja, não é o que a 
norma de cuidado ou de proibição quer evitar. Ex.: Rapaz encontra uma amiga de muitos anos, e diz como ela 
está diferente, mais gorda e mais feia. A moça deprimida morre. O rapaz não responde por homicídio, pois o que 
ele praticou foi injúria, cujo bem protegido é a honra e não a vida; Dois motoqueiros dirigindo, um atrás do outro, 
durante a noite com o farol apagado, e um caminhão atropela o primeiro motoqueiro, o segundo não responde 
pelo homicídio (se o segundo motoqueiro estive-se com a luz acessa, o primeiro não teria sido atropelado, mas 
mesmo assim o segundo não responde pela morte). 
 
Para que exista a imputação objetiva o resultado deve estar no limite do alcance do tipo. Esclarece Krupelmann 
que a pergunta a ser feita é: A gestão do risco pode ser atribuída ao autor ou é responsabilidade de terceiros ou 
da própria vítima. Logo não há imputação objetiva se: 
 
- O risco deve ser gerido por terceiros por ato voluntário ou disposição legal 
 
- Autocolocação (ou heterocolocação) consciente da vítima em risco 
Ex.: A vítima que ingere remédios para emagrecer conhecendo o risco; Prática voluntária de relação sexual 
desprotegida com portador do vírus HIV; Seria controverso também o caso do racha e do fornecimento de 
drogas. 
 
Polêmica: A premissa de Roxin é a irrelevância penal da participação no suicídio, ou seja, desde logo o critério não 
encontra total compatibilidade com o ordenamento brasileiro. Além disso, há uma diferença cultural a ser 
considerada dada a cultura paternalista e intensamente solidária que norteia o Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
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Roxin X Jacobs e os especiais conhecimento do autor: Para Roxin a solução a ser adota deve ser a mais apta à 
proteção subsidiária dos bens jurídicos e não importa se para tanto alguma carga subjetiva deva ser considerada. 
Mais importante que a pureza do conceito é que o direito penal cumpra a sua função. Para Jacobs o que importa 
é o papel social que o sujeito exerce devendo ser desprezado, a princípio, um conhecimento específico divorciado 
do papel. Ex.: Garçom botânico; Piloto de formula um no trânsito. 
 
 
 
DOLO E CULPA 
 
1. Dolo 
É a consciência e vontade. São teorias do dolo: 
 
– Teorias volitivas 
Leva em conta a vontade do agente. O código penal adota as teorias volitivas (art. 18, I, CP). 
 
a) Teoria da vontade: Tem dolo quem quer o resultado. 
 
b) Teoria do consentimento: Tem dolo quem aceita o risco da produção do resultado. 
 
– Teorias cognitivas 
Estão preocupadas com as premissas empíricas (todo mundo sabe). Ex.: Todo mundo sabe que é perigoso 
ultrapassar o farol vermelho. Podem ser defendidas no MP, pois é mais fácil provar o dolo. 
 
c) Teoria da representação: Tem dolo quem faz a previsão (ter como possível). 
 
d) Teoria da probabilidade: Ter como provável. 
 
 
Teoria do risco descoberto: Tem dolo aquele que se coloca em uma situação que a ocorrência do resultado é 
aleatória, depende de sorte ou azar. Ex.: Roleta russa. 
 
 
1) Classificações do dolo 
 
– Quanto aos elementos 
 
a) Dolo natural ou psicológico: Tem como elementos a consciência e a vontade. 
 
b) Dolo normativo ou jurídico: Tem como elementos consciência, vontade e consciência da ilicitude. 
Esse dolo jurídico foi abandonado. 
 
O dolo jurídico foi majoritário no Neokantismo e a princípio também no Causalismo (Liszt não). 
O dolo natural passa a ser adotado quase de forma pacífica a partir do Finalismo. 
 
 
 
 
 
 
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– Quanto ao conteúdo da vontade 
 
Dolo direto Previsão do resultado e atua para alcança-lo Quer o resultado 
Dolo eventual Previsão do resultado Aceita o risco de sua produção 
 
Dolo alternativo: Existia na corrente clássica entre Dolo direto X Dolo indireto. 
O dolo direito é o mesmo, mas o dolo indireto pode ser eventual (o mesmo) ou dolo alternativo, quando o sujeito 
prevê e quer o resultado “A” ou o resultado “B”. O dolo alternativo sofre críticas na doutrina alemã (Puppe), pois 
estaria absorvido no dolo eventual. 
 
a) Dolo direto de 1º Grau 
É a representação de objetivo que orienta a conduta (É o querer). Ex.: Explodir o carro para matar o embaixador. 
 
b) Dolo direto de 2º Grau 
É o efeito colateral previsto e que se tem certeza que irá acontecer. Ex.: Explodir o carro para matar o 
embaixador, mas junto vai matar o motorista. 
 
c) Dolo eventual 
Previsto como possível ou provável e aceito (aceitar o risco). 
 
Ex.: Proprietário de prédio de apartamentos residenciais incendeia o próprio prédio para receber o dinheiro do 
seguro (dolo direito de 1º grau). Os móveis dos moradores são queimados (dolo direto de 2º grau). Mas alguém 
no prédio que está doente ou machucado e não consegue fugir do fogo e morre (dolo eventual). 
 
 
Dolo na conduta para Welzel 
1º) Representação do objetivo que orienta a conduta humana (dolo direto de 1º grau) 
2º) Escolha dos meios para atingir o objetivo (culpa) 
3º) Previsão e aceitação de resultados concomitantes (dolo direto e 2ª grau e dolo eventual) 
4º) Execução 
 
 
2)Características do dolo 
 
1º) Deve ser contemporâneo a conduta 
A vontade anterior e a vontade posterior são irrelevantes.

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