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Direio Processo Civil Aula 02 Material de Apoio Magistratura

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Magistratura e Ministério Público 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
Disciplina: Processo Civil 
 Professor: Eduardo Francisco 
Aula: 02 | Data: 04/05/2015 
 
 
MATERIAL DE APOIO 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
JURISDIÇÃO 
1. Princípios da Jurisdição 
2. Jurisdição Voluntária 
 
AÇÃO 
1. Teoria da Ação 
2. Conceito de Ação 
3. Condições da Ação 
 
 
JURISDIÇÃO 
 
1. Princípios da Jurisdição 
 
1) Princípio do Juiz Natural (aula 01) 
 
2) Princípio da Inafastabilidade 
. Toda decisão administrativa pode ser revista pelo poder judiciário. 
. Em regra é possível recorrer diretamente ao poder judiciário (sem percorrer a esfera administrativa). 
 
 Exceção1: Justiça Desportiva. 
 
Exceção2: Reclamação por descumprimento de Súmula Vinculante por autoridade administrativa – Antes do 
judiciário deve haver o recurso ao superior hierárquico (a ideia é a proporcionalidade). 
 
Falsa exceção1: Habeas Data que exige prova do requerimento administrativo prévio. 
 
Falsa exceção2: Comissão de conciliação prévia na justiça do trabalho. Para o STF é constitucional, pois é 
facultativa. 
 
Obs.: O novo CPC também prevê sessão de conciliação obrigatória, que só não ocorrera se ambas as partes 
manifestarem não ter interesse. 
 
Falsa exceção3: Requerimento do INSS para ações previdenciárias. 
 
Falsa exceção4: Fim do processo administrativo tributário para ações tributárias. 
 
A rigor nesses casos (falsas exceções) não há exceção ao princípio, mas a necessidades da condição prevista para 
haver interesse de agir (necessidade do provimento). 
 
 
 
 
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3) Princípio da Inevitabilidade 
A jurisdição como expressão da soberania se impõe independente da vontade das partes. 
 
 Exceção1: Convenção de arbitragem. 
 
 Exceção2: Nomeação a autoria – O nomeado citado pode se recusar a ser Réu. 
 
4) Princípio da Indeclinabilidade 
O juiz não pode se recusar a julgar, ainda que haja lacuna na lei. 
 
5) Princípio da Indelegabilidade 
Um órgão jurisdicional não pode delegar suas funções para outro. 
 
 Exceção1: O STF pode delegar a execução das suas decisões. 
 
 Exceção2: Tribunais com mais de 25 membros delegam ao órgão especial as funções do plenário. 
 
 Exceção3: As cartas de Ordem – Contem delegação da função probatória. 
 
Obs.: Carta Precatória não contem delegação. Um juiz pede para que outro juiz atue onde o primeiro não tem 
jurisdição. 
 
6) Princípio da Indivisibilidade 
Como expressão de um poder estatal a jurisdição é indivisível, é única. A organização do judiciário em justiça 
comum e justiça especializada e também em varas especializadas não é exceção ao princípio, mas uma técnica de 
divisão de trabalho em busca da especialização e aprimoramento. 
 
 
2. Jurisdição Voluntária 
A jurisdição contenciosa, em regra, soluciona um conflito (= Lide), bastando uma situação concreta. 
 
A jurisdição voluntária é exercida independente de conflito e tem no máximo uma Lide presumida = pretensão 
resistida pela lei que não permite solução extrajudicial (Dinamarco). Ex.: Interdição e curatela; Divórcio e 
“separação”, com filhos menores. 
 
Exceção: Separação e Divórcio consensuais, sem filhos menores. Não há resistência da lei, pois podem ser 
judicial ou extrajudicial por escritura. É uma situação individual relevante. 
 
 
 Teorias da Jurisdição Voluntária 
 
a. Teoria Clássica / Administrativista (Frederico Marques) 
Não é jurisdição: Não há partes, mas apenas interessado. Não há substitutividade, ou seja, o juiz só homologa a 
decisão das partes. Não há processo, mas procedimento. Não há coisa julgada. 
 
b. Teoria Revisionista / Jurisdicionalista (Dinamarco) 
É jurisdição, a única diferença está no objeto que não é a solução de um conflito, mas a criação de uma situação 
jurídica que em regra* só se aperfeiçoa com uma decisão judicial. 
 
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(*) A rigor a separação, o divórcio e o inventário consensual por escritura são exceções. 
 
Há partes, com todos os requisitos e interesses de partes. Há processo, com todas as regras do devido processo 
legal. Há coisa julgada (com cláusula “rebus sic stantibus”). Mesmo na jurisdição contenciosa às vezes não há 
substituição (Ex.: Execução indireta ou por coerção). 
 
Obs.: Hoje a maioria da doutrina é revisionista, mas o pensamento clássico é muito difundido, inclusive como 
introdução da matéria – e cai em concurso. 
 
 Características Legais da Jurisdição Voluntária 
 
1º) Aumento dos poderes do juiz – Princípio Inquisitivo 
O poder de iniciativa, muito procedimentos de jurisdição voluntaria podem ser iniciados de ofício. 
Juízo de equidade (art. 1.109). 
Art. 1.109. O juiz decidirá o pedido no prazo de 10 (dez) dias; não é, 
porém, obrigado a observar critério de legalidade estrita, podendo 
adotar em cada caso a solução que reputar mais conveniente ou 
oportuna. 
 
2º) Intervenção do MP (art. 1105, CPC) 
Pela Lei o MP intervirá em todos os procedimentos de jurisdição voluntária, mas a doutrina e jurisprudência 
entendem que só é necessária a intervenção se houver direito indisponível ou interesse de incapaz. Ex.: No 
procedimento relativo à venda ou administração de coisa comum o MP não intervirá, salvo se houver incapaz. 
 
Art. 1.105. Serão citados, sob pena de nulidade, todos os 
interessados, bem como o Ministério Público. 
 
3º) Possibilidade de nova decisão se houver circunstância superveniente (art. 1.111, CPC) 
Circunstância superveniente, nesse caso, significa causa de pedir nova. 
 
Art. 1.111. A sentença poderá ser modificada, sem prejuízo dos 
efeitos já produzidos, se ocorrerem circunstâncias supervenientes. 
 
 
AÇÃO 
O CPC trata da ação nos artigo 3º a 6º. 
 
1. Teoria da Ação 
 
1ª. Teoria Civilista / Imamentista 
Ela nega autonomia ao direto de ação. Ação era o próprio direito material em juízo, reagindo a uma lesão ou 
ameaça, isto é ação era algo que estava dentro do próprio direito material – É daí a mania de dar nome às ações. 
 
2ª. Teoria Concreta (Alemanha) 
Foi a primeira a reconhecer a autonomia do direito de ação, mas, apesar de ser um direito diferente, dependida 
da existência de um direito material. Ação é o direito exercido contra o Estado/Juiz de exigir um provimento 
favorável (só existia ação se realmente existisse o direito material alegado). 
 
 
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Obs1: A teoria concreta, tal como a teoria civilista não foram capazes de explicar a improcedência da ação. 
 
Obs2: A teoria concreta foi desenvolvida por Wack, Bullou, Goldschimidt, a partir da polêmica entre Windscheid X 
Müther que mostrou a insuficiência da Teoria civilista. 
 
3ª. Teoria Abstrata (Ovídeo Baptista / Marinoni) 
O direito de ação é autônomo (= diferente) e abstrato (= independente). É o direito de exigir do Estado/Juiz um 
provimento jurisdicional (favorável ou não, já que independe da existência do direito material alegado). 
 
Para a Teoria Abstrata pura o provimento é sempre de mérito (procedente ou improcedente), mas nunca de 
carência de ação, porque para essa teoria não existe condições da ação, é tudo mérito (salvo os pressupostos 
processuais). 
 
4ª Teoria Eclética (Liebman / Todos) 
É uma espécie da Teoria Abstrata. O direito de ação é autônomo, abstrato e condicionado (= só existe se 
preenchidas as condições da ação). Ação é o direito de exigir do poder judiciário um provimento jurisdicional 
sobre o mérito, que só tem quem preenche as condições da ação. 
 
 
2. Conceito de Ação 
Ação é o direito autônomo, abstrato e condicionado de exigir do Estado/Juiz um provimento jurisdicional sobre o 
mérito. Como é um direito exercício contra o Estado, fala-se em direito público subjetivo, diferente do direito 
material que é exercido contra o Réu. 
 
 
3. Condições da Ação 
São requisitos formais para existência do direito de ação,analisados a partir da relação de direito material 
discutida. As condições da ação são o elo entre o direito de ação e o direito material: Para verificar as condições 
da ação analisa-se superficialmente, em tese, o direito material alegado pelo autor. 
 
São três as condições da ação, nos termos do art. 267, VI e art. 295, ambos do CPC, mas o artigo 3º só menciona a 
legitimidade e o interesse, lembrando a mudança da doutrina de Liebman que na época do CPC passou a incluir a 
possibilidade jurídica dentro do interesse de agir. 
 
a. Legitimidade 
A palavra chave para falar em legitimidade é autorização ou qualidade. Tem legitimidade quem tem autorização 
ou qualidade para figurar corretamente no polo passivo da ação. 
 
– Legitimidade Ordinária X Legitimidade Extraordinária 
 
Legitimidade Ordinária: Decorre da titularidade do direito. Se dividindo em: 
 . Legitimidade Originária 
 . Legitimidade Sucessiva 
 
Legitimidade Extraordinária: Decorre de lei expressa autorizando alguém para em nome próprio defender direito 
alheio, isso recebe o nome de Substituição Processual. 
 
 
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 – Legitimidade Exclusiva X Legitimidade Concorrente 
 
Legitimidade Exclusiva: É aquela dada apenas a um sujeito. Ex.: Para ação de divórcio, só quem tem legitimidade é 
o cônjuge. 
 
Legitimidade Concorrente: É aquela dada a dois ou mais sujeito. Se dividindo em: 
 
. Legitimidade Concorrente Conjunta: Quando for um litisconsórcio necessário. Ex.: Os cônjuges no polo 
passivo da ação real imobiliária. 
 
. Legitimidade Concorrente Disjuntiva: Quando os legitimados podem agir isoladamente, se estiverem em 
conjunto haverá litisconsórcio facultativo. Ex.: Condôminos na defesa da coisa comum; Legitimados para 
ação civil pública. 
 
– Legitimidade Inicial X Legitimidade Superveniente 
 
Legitimidade inicial: Existe desde o ajuizamento da ação. Permitia propor ou mover contra o sujeito, a ação. 
 
Legitimidade Superveniente: Surge no curso da ação. Ex.: Espólio – Se o credor morreu antes do ajuizamento da 
ação o espólio tem legitimidade inicial, mas se morreu durante o curso do processo o espólio tem legitimidade 
superveniente.

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