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Direio Processo Civil Aula 07 Material de Apoio Magistratura

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Magistratura e Ministério Público 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
Disciplina: Processo Civil 
 Professor: Eduardo Francisco 
Aula: 07 | Data: 18/05/2015 
 
 
MATERIAL DE APOIO 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS 
1. Nomeação a Autoria 
2. Denunciação da Lide 
3. Chamamento ao Processo 
4. Recurso de Terceiro Prejudicado 
5. Intervenções Atípicas 
 
 
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS (art. 50 a 80 do CPC) 
 
1. Nomeação a Autoria (art. 62/69, CPC) 
 
– Procedimento 
 
Obs.: A lei não pune a recusa injustificada do Nomeado, mas a doutrina admite que ele seja condenado por 
perdas e danos em ação própria. Por isso, é uma exceção ao princípio da inevitabilidade da jurisdição. 
 
É a única intervenção provocada pelo réu que depende da concordância do autor, porque altera o polo passivo. 
 
 
2. Denunciação da Lide (art. 70/76) 
 
Conceito: É a intervenção que permite as partes trazer o garante ao processo para exercer direito de regresso. 
 
Natureza Jurídica: É uma ação autônoma de regresso, no mesmo processo. 
 
– Cabimento 
- Só cabe no processo de conhecimento. 
- Não cabe no JEC e no CDC (art. 88, CDC), no sumário só cabe baseado em contrato de seguro. 
 
Art. 88, CDC. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste código, a 
ação de regresso poderá ser ajuizada em processo autônomo, 
facultada a possibilidade de prosseguir-se nos mesmos autos, vedada 
a denunciação da lide. 
Hipóteses de cabimento 
 
a. Evicção: Quando o adquirente num processo corre o risco de perder a propriedade, ele pode denunciar a Lide 
ao alienante, para no mesmo processo exercer direito de regresso. O Código Civil no art. 456 prevê denunciação 
“per saltum”, ou seja, permite pular o alienante imediato e denunciar a qualquer alienante anterior (até o vício). 
 
Obs.: O Novo CPC proíbe a denunciação por salto. 
 
 
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b. Posse direta: Quando no processo o possuidor direto (ex.: locatário) corre o risco de perder a posse, pode 
denunciar a Lide o possuidor indireto (ex.: locador). 
 
c. Sempre que a Lei ou contrato obrigue a indenizar 
Ex.: Segurado que denuncia a Lide à seguradora; Fazenda Pública ao servidor culpado (O TJ/SP é resistente). 
 
 
– Procedimento da Denunciação da Lide 
 
1º. Autor: O autor faz a denunciação da Lide na petição inicial, requerendo a citação do denunciado antes da 
citação do réu. 
 
1º. Réu: O réu denuncia a Lide no prazo de resposta, na contestação ou em petição autônoma. 
 
2º. Deferida a denunciação: 
. O processo fica suspenso até a citação do denunciado (o último denunciado). 
. O denunciante citará o denunciado em 10 dias na mesma comarca, ou 30 dias em outro local. 
 
Obs.: Sob pena de ficar prejudicada a denunciação, basta o denunciante providenciar os meios. 
 
3º. Citado o denunciado: 
a. Sempre será réu da ação de regresso. 
b. Se aceitar a denunciação também será litisconsorte do denunciante na ação principal. 
 
Obs.: Na resposta, o denunciado pode fazer denunciação da Lide, porque o art. 73, CPC admite denunciações 
sucessivas. Se houver denunciação sucessiva o processo fica suspenso até a citação do último denunciado, por 
isso, e também porque gera litisconsórcio facultativo, o juiz pode limitar a denunciação da Lide sucessiva, com 
base no art. 46, paragrafo único do CPC. 
 
4º. Após a resposta do denunciado o processo segue o procedimento da ação principal. 
 
5º. Haverá instrução e sentença em conjunto. Primeiro decide-se a ação e depois a denunciação. 
 
Obs1: Se o denunciante vencer a ação a denunciação perde o objeto e será extinta sem mérito. 
 
Obs2: Se o tribunal reformar a sentença e o denunciante ficar derrotado, o Tribunal julga o mérito da denunciação 
da Lide, com base no art. 515, §3º (Teoria da Causa Madura). 
 
Art. 515, CPC. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da 
matéria impugnada. 
§ 3o Nos casos de extinção do processo sem julgamento do mérito 
(art. 267), o tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa versar 
questão exclusivamente de direito e estiver em condições de 
imediato julgamento. 
 
 
 
Página 3 de 5 
 
– Estrutura da Denunciação 
 Ação Principal Ação de Regresso 
Vítima  Motorista  Seguradora 
 Seguradora 
 
 
– Consequências do Litisconsórcio entre denunciante e denunciado 
1- O denunciado tem autonomia de litisconsorte na ação principal, do contrário será assistente simples. 
2- Prazo em dobro para os litisconsortes (art. 191, CPC). 
3- O denunciado é atingido pela coisa julgada da ação principal. 
4- A sentença que condena o denunciante e julga procedente a denunciação é titulo contra o denunciante e o 
denunciado. É por isso que o STJ permite à vítima vencedora executar diretamente a seguradora denunciada da 
Lide. 
 
Obs.: O STJ não admite que a vítima mova a ação direta e só contra a seguradora, entende-se indispensável a 
citação e a oportunidade de participação do segurado que é o responsável principal. A vítima pode mover ação 
contra o segurado e seguradora em litisconsórcio. 
 
 
– Peculiaridades da Denunciação 
 
1- Obrigatoriedade: O art. 70, “caput”, CPC diz que é obrigatória a denunciação da Lide. A doutrina clássica 
considera obrigatória só no caso de evicção. Atualmente a doutrina diz que é sempre facultativa. 
 
2- O denunciado será sempre o garante: Seja ele um terceiro ou quem já é parte. É possível denunciar a Lide a 
quem já é parte no processo (ex.: Denunciar a Lide ao corréu ou ao assistente simples). 
 
 
3. Chamamento ao Processo 
 
Conceito: É a intervenção que permite ao réu trazer os demais coobrigados ao processo, para exercer o direito de 
sub-rogação. 
 
Natureza Jurídica: É de ação autônoma de sub-rogação. 
 
 
– Cabimento 
- Só no processo de conhecimento. 
- No JEC não cabe. No Sumário só com base em contrato de seguro (CDC). 
 
Hipóteses de cabimento no CPC 
Se o réu for fiador pode chamar os demais fiadores ou o devedor principal. 
Se o réu for devedor solidário pode chamar os demais devedores solidários. 
 
 
 
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Hipóteses de cabimento no CDC 
O réu fornecedor pode chamar ao processo a seguradora (art. 101, II, CDC). 
 
Art. 101, CDC. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de 
produtos e serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II 
deste título, serão observadas as seguintes normas: 
 
II - o réu que houver contratado seguro de responsabilidade poderá 
chamar ao processo o segurador, vedada a integração do 
contraditório pelo Instituto de Resseguros do Brasil. Nesta hipótese, 
a sentença que julgar procedente o pedido condenará o réu nos 
termos do art. 80 do Código de Processo Civil. Se o réu houver sido 
declarado falido, o síndico será intimado a informar a existência de 
seguro de responsabilidade, facultando-se, em caso afirmativo, o 
ajuizamento de ação de indenização diretamente contra o segurador, 
vedada a denunciação da lide ao Instituto de Resseguros do Brasil e 
dispensado o litisconsórcio obrigatório com este. 
 
– Procedimento 
 
1º. O réu faz o chamamento no prazo de resposta, seguindo as regras da denunciação (mas é vedo o chamamento 
sucessivo). 
 
2º. O chamado citado passa a ser litisconsorte passivo, corréu. 
 
3º. A sentença de procedência condenará todos os réus e o réu que pagar pode executar os demais no mesmo 
processo, porque a sentença é título executivo por sub-rogação. 
 
Criticas de Nelson Nery 
O chamamento ao processo produz dois efeitos: 
a. Retira o poder de escolha que a solidariedade passiva dá ao credor. 
b. O chamamento obriga o autor a demandar contra quem ele não quis. 
 
As críticas procedem. Nesse caso a Lei optou pela efetividade do processo (econômica, celeridade) em detrimento 
do princípio dispositivo. 
 
 
4. Recurso de Terceiro Prejudicado (art. 280 eart. 499 do CPC) 
Não é mais um recurso. É apenas uma regra de legitimidade que permite ao terceiro usar os recursos legais. 
 
Terceiro prejudicado é o terceiro juridicamente interessado, que poderia ter sido assistente ou opoente, mas não 
foi. Ele só ingressa após uma decisão recorrendo dela. 
 
O art. 499, §1º exige uma preliminar nas razões de recurso para o terceiro demonstrar a relação de dependência 
entre o seu direito e o direito discutido no processo. Essa preliminar indica legitimidade e interesse recursal de 
terceiro prejudicado. O terceiro prejudicado está sujeito a todos os pressupostos. 
 
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O prazo do terceiro é contado da intimação das partes. Por isso, a Súmula 202 do STJ admite o Mandado de 
Segurança do Terceiro Prejudicado que perdeu o prazo recursal. 
 
STJ, 202. A impetração de segurança por terceiro, contra ato judicial, 
não se condiciona a interposição de recurso. 
 
5. Intervenções Atípicas 
Não se enquadram nas espécies do CPC. 
 
1) Assistência provocada (art. 59 da Lei 8.245091 e art. 118, da Lei 12.529/11) 
 
 
2) Intervenção Especial da Fazenda Pública (art. 5º, Lei 9.469/97) 
 
Art. 5º A União poderá intervir nas causas em que figurarem, como 
autoras ou rés, autarquias, fundações públicas, sociedades de 
economia mista e empresas públicas federais. 
Parágrafo único. As pessoas jurídicas de direito público poderão, nas 
causas cuja decisão possa ter reflexos, ainda que indiretos, de 
natureza econômica, intervir, independentemente da demonstração 
de interesse jurídico, para esclarecer questões de fato e de direito, 
podendo juntar documentos e memoriais reputados úteis ao exame 
da matéria e, se for o caso, recorrer, hipótese em que, para fins de 
deslocamento de competência, serão consideradas partes. 
 
Requisitos: Basta interesse econômico e financeiro. 
 
Legitimado: Só a Fazenda Pública (só pessoa de direito público). 
 
Objeto: Essa intervenção permite juntar documentos e apresentar memoriais, para esclarecer questões de fato e 
de direito. * Pode Recorrer. 
 
Efeitos da Intervenção: A Fazenda participa do processo, mas não é parte, por isso, não altera a competência. 
Se a Fazenda recorrer torna-se parte e desloca a competência 
 
Obs.: A doutrina questiona o deslocamento em razão do recurso, porque a rigor a competência recursal é 
funcional hierárquica e leva em conta o juízo a quo e não a parte. 
 
 
Próxima aula 
Art. 1.698, 2º parte do CC.

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