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Direio Processo Penal Aula 1 04 e 05 Material de Apoio Magistratura

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Magistratura e Ministério Público 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Direito Processual Penal 
 Professor: André Estefam 
Aulas: 04 e 05 | Data: 26/03/2015 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
Ação Penal Pública 
1. Princípios da Ação Penal Pública 
2. Denúncia 
3. Prazo 
 
Ação Privada 
1. Princípios 
2. Queixa- Crime 
3. Ação Penal Privada subsidiária da Pública 
 
Competência 
1. Etapas na fixação da competência 
2. Justiça Competente 
 
Ação Penal Pública 
 
1. Princípios da Ação Penal Pública 
 
(continuação) 
 
1) Da Indisponibilidade ou Indesistibilidade: artigo 42 e 576, CPP – é vedado ao MP desistir da ação ajuizada ou 
do recurso interposto. 
 
Se no curso da ação penal o MP requerer absolvição configura abandono ou desistência da ação? 
Não, não configura abandono ou desistência, afinal o MP possui independência funcional, mesmo o MP 
requerendo absolvição o juiz não está vinculado, ou seja, o juiz pode ainda assim condenar. 
 
O MP não pode recusar-se a se manifestar nos autos, sob pena de configuração de abandono. O juiz deve aplicar 
o artigo 28 do CPP (mecanismo de controle deste princípio). 
 
Exceção: lei 9099/95 – suspensão condicional do processo, o MP formula essa proposta e se todos os requisitos 
forem preenchidos extingue-se a punibilidade, adota-se o princípio da disponibilidade regrada. 
 
Se o MP não requerer a suspensão condicional do processo e o juiz entender que caberia, aplica-se o artigo 28 do 
CPP. 
 
2) Da Oficialidade: o órgão encarregado de exercer a ação penal pública pertence ao Estado. 
 
3) Da Intranscendência: a ação penal só pode ser movida em face dos supostos sujeitos ativos da infração, jamais 
contra seus sucessores. A pena não pode passar da pessoa do condenado. 
 
 
 
 
 
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4) Indivisibilidade ou Divisibilidade? 
 
O MP, em casos em que envolvam várias pessoas, é obrigado a denunciar todos (indivisível) ou não (divisível)? 
Sendo o exercício da ação pública um dever, não é dado ao MP escolher quem irá processar; presentes indícios 
em face de todos, nenhum deles poderá ser excluído da denúncia. A indivisibilidade é consequência do princípio 
da obrigatoriedade. 
 
2. Denúncia 
 
1) Requisitos: denúncia é a petição inicial dos crimes de ação penal pública. Os requisitos estão no artigo 41 do 
CPP + artigo 282 do CPC. 
 
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, 
com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou 
esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do 
crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. 
 
Art. 282. A petição inicial indicará: 
I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida; 
II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência 
do autor e do réu; 
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; 
IV - o pedido, com as suas especificações; 
V - o valor da causa; 
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos 
fatos alegados; 
VII - o requerimento para a citação do réu. 
 
 Exposição do fato criminoso e de suas circunstâncias: é a partir da descrição do fato criminoso que o 
acusado exercerá sua defesa, por isso é necessário que essa exposição seja clara e compreensiva (sem o uso de 
“juridiquês” e expressões em latim). 
 
“Narra mihi factum, debo tibi ius” – narra-me o fato que te dou o direito. Essa expressão demonstra a 
importância da narrativa dos fatos de maneira clara e objetiva. A partir dos fatos narrados na denúncia é que o 
judiciário fará suas decisões. 
 
Exposição do fato criminoso: a denúncia deve redigir todas as elementares do tipo penal, sob pena de inépcia da 
inicial. 
 
Circunstâncias: a denúncia deve obrigatoriamente descrever (caso contrário não poderão ser apreciadas na 
sentença) as qualificadoras, causas de aumento e agravantes ligadas ao fato (circunstâncias objetivas, artigo 61, II, 
CPP). O MP não precisa descrever obrigatoriamente a circunstância da reincidência (agravante ligada à pessoa do 
réu e não ligada ao fato), esta circunstância pode ser verificada nos autos pelo próprio juiz. 
 
Atenção: ler o Manual de atuação funcional do MP, segue link: 
http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/corregedoria_geral/Atos/Manual%20de%20Atuacao%20Funcional.p
df 
 
 
 
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Quando a denúncia é inepta? 
Inepta é a denúncia cuja descrição dos fatos prejudica ou inviabiliza o exercício do direito de defesa. 
 
Pode ser que a denúncia narre perfeitamente o fato, mas possua algum dado equivocado (exemplo: tipificação 
errada, data e hora erradas), nesse caso não ocorrerá a inépcia da denúncia. 
 
Obs: Crime tentado – a inicial deve descrever todos os requisitos da tentativa, em especial quais circunstâncias 
alheias à vontade do agente o impediram de consumar o crime, caso contrário poderá se confundir com a 
desistência voluntária. 
 
Obs: Crime culposo – a denúncia deve indicar e descrever em qual modalidade de culpa o agente incorreu 
(imprudência, negligência ou imperícia) e explicar em que consistiu. 
 
Obs: Concurso de pessoas – a denúncia deve descrever a conduta de cada um dos agentes, ainda que 
minimamente, para que todos, individualmente, tenham condições de se defender, como regra, não se admite a 
denúncia genérica, ou seja, aquela em que MP descreve o fato sem dizer o que cada agente fez. 
 
Em crimes societários e em crimes multitudinários é possível a denúncia genérica, mas durante a instrução (no 
curso do processo) é imprescindível descrever a conduta de cada agente, sob pena de absolvição por falta de 
prova. 
 
Obs: Responsabilidade penal da pessoa jurídica: aplicava-se a teoria da dupla imputação – com base nessa 
teoria, na denúncia o MP seria obrigado a denunciar em conjunto com a PJ alguma PF corresponsável. 
Exemplo: denúncia contra a Petrobrás PJ + uma PF envolvida (corresponsável). 
 
Para o STJ não era possível denunciar somente PJ. Porém para o STF o MP pode sim denunciar somente a pessoa 
jurídica, se não houver possibilidade de incluir PF e as investigações apontarem somente a PJ. 
 
Obs: Injúria (em regra a injúria é caso de ação penal privada, mas existem casos em que será através de ação 
pena pública, exemplo: injúria racial) e Desacato: a inicial deve transcrever literalmente as expressões ofensivas 
(o MP na denúncia deve transcrever as afirmações de injúria e desacato). 
 
Obs: “Denúncia alternativa” – discussão acerca da imputação alternativa na denúncia, pode ocorrer: 
 
a) no plano objetivo: ao mesmo réu dois ou mais fatos alternativamente (exemplo: é encontrado num carro 
roubado, ou é roubador ou receptador); 
b) no plano subjetivo: o MP denuncia dois ou mais acusados por fato cometido por um deles (exemplo: há dois 
homens dentro de um carro e a polícia encontra uma arma, um acusa o outro, como não se sabe ao certo de 
quem é a arma o MP denuncia os dois acusados). 
 
Prevalece entendimento de que não se admite imputação alternativa na denúncia porque inviabiliza o exercício 
do direito de defesa, já que representa uma acusação incerta. Este entendimento se valeu do princípio da ampla 
defesa (colocar essa posição na prova). 
Há entendimento minoritário: além de inexistir vedação legal acerca da denúncia alternativa, não torna inviável a 
defesa do acusado, apenas mais complexa (dá para se defender, mas dará mais trabalho). 
 
 
 
 
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 Identificação do Acusado: é imprescindível que a acusação individualize o acusado através da qualificação 
(colocar na denúncia referência à qualificação, exemplo: qualificado a fls. tal). Pode haver identificação através de 
outros elementos capazes de identificá-lo (exemplo: características físicas). 
 
Se na fase policial o denunciado apresentou dados falsos, o MP faz a denúncia, e posteriormenteo delegado 
descobre o nome verdadeiro, o delegado encaminha a informação ao fórum para ser encartado no processo, o 
juiz encaminha ao MP e este aditará a denúncia (artigo 259 do CPP permite a retificação do nome do acusado a 
qualquer tempo, basta o aditamento, isso pode ocorrer até na fase de execução penal). O MP poderá ainda no 
aditamento incluir o crime de uso de documento falso, dependendo do caso em concreto. 
 
Art. 259. A impossibilidade de identificação do acusado com o seu 
verdadeiro nome ou outros qualificativos não retardará a ação penal, 
quando certa a identidade física. A qualquer tempo, no curso do 
processo, do julgamento ou da execução da sentença, se for 
descoberta a sua qualificação, far-se-á a retificação, por termo, nos 
autos, sem prejuízo da validade dos atos precedentes. 
 
 Classificação Jurídica do fato: exato enquadramento legal do fato, afinal o enquadramento interfere na 
competência, no rito, nos benefícios etc. 
 
O juiz deve sempre se basear na descrição da denúncia, não deve alterar a denúncia, mas o juiz levará em conta a 
essência da narrativa do fato. 
Pode o juiz, por exemplo, discordar da tipificação da denúncia e proferir despacho para que os autos voltem para 
o MP de modo que ele, por exemplo, com a mudança da tipificação faça proposta de suspensão do processo (já 
que o juiz entende tratar-se de crime mais brando que possua pena de 1 ano), se o MP não concordar aplica-se a 
regra do artigo 28 do CPP. 
Caso o juiz discorde da tipificação da denúncia e com a mudança da tipificação se tornar incompetente, haverá 
rejeição da denúncia. 
 
 Rol de testemunhas, se houver: pode haver denúncia sem rol de testemunhas, o momento processual 
oportuno para a apresentação de rol de testemunhas será na denúncia. Se o MP não arrolar as testemunhas na 
denúncia, as testemunhas poderão ser ouvidas posteriormente como testemunhas do juízo. O juiz não pode 
indeferir o rol de testemunhas arroladas na denúncia. Arroladas em momento diverso, torna-se liberalidade do 
magistrado, ou seja, ele pode deferir ou não o depoimento das testemunhas do juízo, testemunhas do juízo não 
são incluídas no número legal. 
 
3. Prazo 
 
Prazo para o oferecimento da denúncia: artigo 46 do CPP, dependerá se o indiciado está preso ou solto: 
 
- Solto: 15 dias (prazo processual) 
- Preso: 5 dias (prazo penal). 
 
Consequências do não cumprimento do prazo: 
 
- configuração de excesso de prazo; 
- relaxamento da prisão; 
 
 
 
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- Início do prazo para a propositura da queixa subsidiária; 
- caracterização de falta funcional, se o excesso foi injustificado. 
 
Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu 
preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério 
Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu 
estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver devolução do 
inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data 
em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos. 
 
 
Ação Privada 
 
Tem como titular o ofendido; na falta dele pode ingressar com a ação o cônjuge, o ascendente, descendente ou 
irmão (“ius perserquendi in judicio” – não é transferida à essas pessoas a titularidade do direito de punir, o “ius 
puniendi” pertence ao Estado. Ocorre a substituição processual). Exemplo de que quem ingressa com a ação não 
é o titular do direito: HC o impetrante (advogado) e o paciente (réu) são pessoas diferentes. 
 
1. Princípios 
 
1) Da Oportunidade: o querelante não é obrigado a exercer o direito de ação, pois se trata de uma faculdade. 
Caso o querelante opte por ingressar com ação o prazo será de 6 meses contados do conhecimento da autoria 
delitiva. 
 
2) Da Disponibilidade: o querelante pode dispor da ação a qualquer tempo. Existem dois dispositivos em que se 
aplicam esse princípio: 
a) perempção: artigo 60 do CPP; 
b) perdão aceito: ato bilateral, depende de aceitação do querelado. 
 
Ambos possuem natureza jurídica de causa de extinção da punibilidade. 
 
3) Intranscendência: idem à ação pública. 
 
4) Da Indivisibilidade: artigo 48, CPP – “ou processa todos, ou não processa ninguém”. A queixa deve ser 
proposta em face de todos os agentes conhecidos. Se porventura o querelante omitir algum dos agentes 
conhecidos, o autor do fato não processado quanto a ele haverá renúncia tácita, e a renúncia em favor de um dos 
agentes estende-se aos demais. 
 
 
Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao 
processo de todos, e o Ministério Público velará pela sua 
indivisibilidade. 
 
O MP é o fiscal do princípio da indivisibilidade, o MP intervém nos processos de ação privada como fiscal da lei. 
Existe entendimento de que o MP, verificando o desrespeito a esse princípio, deve aditar a queixa e incluir os 
acusados que o querelante omitiu (artigo 45, CPP), porém esse entendimento foi rebatido, afinal haveria violação 
 
 
 
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à legitimidade, o MP não possui legitimidade ativa para acusar em ação penal privada. A solução então será que o 
MP deve requerer ao juiz a notificação do querelante para que ele (querelante) faça o aditamento. 
 
2. Queixa- Crime 
 
Requisitos: artigo 41 do CPP + 282 do CPC + artigo 44 do CPP - É requisito específico da queixa que seu subscritor 
tenha capacidade postulatória. 
 
Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes 
especiais, devendo constar do instrumento do mandato o nome do 
querelante (“lê-se querelado”) e a menção do fato criminoso, salvo 
quando tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem 
ser previamente requeridas no juízo criminal. 
 
A procuração deverá conter: 
 
- outorga de poderes especiais; 
- descrição do fato, ainda que breve; 
- nome do querelado (quem será acusado). Ocorre que o artigo está dizendo que a procuração deverá conter o 
nome do “querelante”, mas foi erro, lê-se “querelado”. 
 
Esses requisitos da procuração são requisitos que visam proteger o advogado, defendendo-o de fatos mentirosos. 
Falha na procuração é causa suficiente para a rejeição da queixa (salvo se for corrigida no prazo dos 6 meses). 
 
3. Ação Penal Privada subsidiária da Pública 
 
Consiste no direito da vítima propor queixa em delito de ação pública quando houver inércia do MP. Artigo 100 
do CP, artigo 29 do CPP, artigo 5º, LIX, CF. 
 
Passados os 6 meses ocorre a decadência da ação penal privada subsidiária, o MP porém, ainda pode oferecer 
denúncia, nessa caso a decadência não extingue a punibilidade, apenas retira do querelante o direito de ingressar 
com a ação subsidiária. 
 
Poderes do MP em ações subsidiárias: 
 
1) repudiar a queixa e oferecer denúncia substitutiva (em casos de inépcia da queixa); 
 
2) aditar a queixa (exemplo: o querelante esqueceu de incluir um dos acusados), o crime aqui é de ação pública, 
deste modo o MP possui amplos poderes de aditamento sem haver violação de legitimidade; 
 
3) requerer meios de prova: o MP pode arrolar testemunhas, desde que obedeça o número legal; 
 
4) interpor recursos; 
 
5) reassumir a ação, se houver inércia por parte do querelante. 
 
 
 
 
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A natureza jurídica da posição do MP nesses casos é de assistente litisconsorcial. 
 
Competência 
 
Parcela de jurisdição que o órgão judicial por ela se tornou responsável. A competência organiza a justiça. Artigos 
69 a 91 do CPP. 
 
1. Etapas na fixação da competência 
 
a) preliminar: foro especial ou foro por prerrogativa de função; se não houver: 
 
b) definição da justiça competente; 
c) foro competente; 
d) juízo competente que normalmente se dá por meio de regras de organização judiciária. 
 
2. Justiça Competente 
 
a) Justiça comum ou ordinária: 
- estadual: competência residual, julga as demais matériasque não forem de competência dos outros ramos. 
- federal: crimes federais e comuns conexos. 
 
b) Justiça especial ou especializada: 
- militar: julgamento dos crimes militares, em caso de conexão haverá separação de processos. 
- eleitoral: responsável pelo julgamento dos crimes eleitorais e conexos. 
 
A violação às regras constitucionais de competência acarreta a inexistência dos atos praticados. 
 
1) Justiça Eleitoral 
 
Artigo 121, CF. O código eleitoral, com o apoio do CPP dispõe que essa justiça julgará crimes eleitorais e comuns 
conexos. É formada pelos juízos e juntas eleitorais. 
 
Promotor eleitoral é função e não cargo. 
 
2) Justiça Militar 
 
Artigos 124 e 125, §§ 3º a 5º, CF. 
 
a) Justiça militar federal: se encarrega de crimes militares que atinjam interesses das forças armadas. É formado 
por: 
- Auditorias militares federais (primeira instância); 
- Superior Tribunal Militar (segunda instância). 
Quem atua é o MP militar. 
 
b) Justiça militar estadual: se encarrega de crimes militares que atinjam interesses das instituições militares 
estaduais (PM e bombeiros). É formado por: 
- Auditorias militares estaduais (primeira instância); 
 
 
 
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- Tribunal da Justiça Militar (existe nos Estados de SP, RJ e RS) ou Tribunal de Justiça na falta do TJM (segunda 
instância). 
Quem atua é o MP Estadual, trata-se de um cargo, durante a evolução da carreira pode chegar a esse cargo. 
 
Ambas julgam crimes militares definidos no código penal militar. 
Juiz auditor militar presta concurso, trata-se de cargo concursado e nas auditorias os julgamentos são feitos por 
órgãos colegiados. 
 
Súmulas STJ: 6, 53, 75, 78, 90 e 172. 
Súmula STJ: 47 – não se aplica mais, foi revogada há 19 anos pela lei 9299/96. 
 
Súmula 6 do STJ 
Compete a justiça comum estadual processar e julgar delito 
decorrente de acidente de trânsito envolvendo viatura de polícia 
militar, salvo se autor e vítima forem policiais militares em situação 
de atividade. 
 
Súmula 53 STJ 
Compete a justiça comum estadual processar e julgar civil acusado de 
prática de crime contra instituições militares estaduais. 
 
Súmula: 75 
Compete a justiça comum estadual processar e julgar o policial 
militar por crime de promover ou facilitar a fuga de preso de 
estabelecimento penal. 
 
Súmula: 78 
Compete a justiça militar processar e julgar policial de corporação 
estadual, ainda que o delito tenha sido praticado em outra unidade 
federativa. 
 
Súmula: 90 
Compete a justiça estadual militar processar e julgar o policial militar 
pela pratica do crime militar, e a comum pela pratica do crime 
comum simultâneo aquele. 
 
Súmula: 172 
Compete a justiça comum processar e julgar militar por crime de 
abuso de autoridade, ainda que praticado em serviço. 
 
3) Justiça Comum Federal: artigo 109, CF – julgamento de crimes federais e comuns conexos. Súmula 122 do STJ. 
 
Súmula: 122 
Compete a justiça federal o processo e julgamento unificado dos 
crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando 
a regra do art. 78, II, "a", do código de processo penal. 
 
 
 
 
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São crimes federais: 
 
a) crimes políticos: prevalece entendimento de que crime político é aquele praticado contra a ordem 
constitucional ou contra o regime democrático. No Brasil seriam os crimes tipificados na lei 7170/83. Da sentença 
relativa à crime político cabe ROC dirigido ao STF. 
 
b) infrações praticadas em detrimento de bens, serviços, interesses da União, suas empresas públicas ou suas 
autarquias. Ressalvadas as contravenções penais e competência da justiça eleitoral e militar. Súmula 38 do STJ. 
Contravenções penais serão julgadas pela justiça estadual. 
 
Súmula: 38 
Compete a justiça estadual comum, na vigência da constituição de 
1988, o processo por contravenção penal, ainda que praticada em 
detrimento de bens, serviços ou interesse da união ou de suas 
entidades. 
 
Infrações praticadas em detrimento de bens, serviços, interesses de Sociedade de Economia Mista: a justiça 
competente será a justiça estadual – súmula 42 STJ 
Infrações praticadas em detrimento de bens, serviços, interesses de Fundação: a justiça competente será da 
justiça federal. 
 
Súmula: 42 
Compete a justiça comum estadual processar e julgar as causas civeis 
em que e parte sociedade de economia mista e os crimes praticados 
em seu detrimento. 
 
Interesses da União: não se trata de interesse econômico. Compete à justiça federal julgar crimes praticados por e 
contra servidores federais em razão da função, isso prova que não há qualquer interesse econômico (exemplo: 
desacato). Súmula 147, STJ. 
 
Súmula: 147 
Compete a justiça federal processar e julgar os crimes praticados 
contra funcionário publico federal, quando relacionados com o 
exercício da função. 
 
Súmula 91, STJ foi cancelada! Competia à justiça federal julgar crimes contra a fauna. Foi revogada pela lei 
9605/98, na época de vigor desta lei, fauna era bem da União, com a lei atual a fauna deixou de ser um bem da 
União, então, à princípio, crime contra a fauna será da Justiça Estadual. 
 
c) crimes à distância quando previstos em Tratado ou Convenção Internacional (do contrário a competência será 
estadual): crimes à distância são crimes em que o iter criminis atinge países diferentes (a conduta ocorre num 
país e o resultado em outro país). 
 
Exemplos de crimes à distância: 
- tráfico internacional de seres humanos; 
- tráfico transnacional de drogas; 
- corrupção ativa e tráfico de influência nas transações comerciais internacionais.

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