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Direio Processo Penal Aula 1 06 Material de Apoio Magistratura

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Magistratura e Ministério Público 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Direito Processual Penal 
 Professor: André Estefam 
Aula: 06 | Data: 30/03/2015 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
Competência 
1. Justiça Comum Federal 
2. Foro Competente 
3. Fixação do Juízo Competente 
 
Competência 
 
1. Justiça Comum Federal 
 
(continuação) 
 
- julgamento de crimes contra a organização coletiva do trabalho: CP, artigos 197 a 207. Se a conduta atingir a 
organização individual do trabalho será competente a justiça comum estadual. 
 
Esse entendimento surgiu no Tribunal Federal de Recursos (TFR – surgiu antes da CF/88, atualmente é extinto) 
que tinha a súmula 115 que dizia que a JF só julgará crimes contra a organização do trabalho quando atingir 
direitos coletivos. Esse entendimento foi mantido pelo STJ e foi confirmado pelo STF. 
 
- Crime que atinge de forma mais grave o direito dos trabalhadores encontra-se no artigo 149 do CP – plágio ou 
redução à condição análoga à de escravo. Esse crime era de competência comum estadual porque está fora dos 
artigos 197 a 207, CP. Porém, em 2007, o STF modificando jurisprudência passou a entender que trata-se de 
crime de competência federal. 
 
- crimes contra o sistema financeiro e contra a ordem econômica nos casos previstos em lei: 
 
a) crimes contra o sistema financeiro: lei 7942/86 – diploma que trata de crimes de competência da justiça 
comum federal; 
 
b) crimes contra a ordem econômica: somente será de competência da justiça comum federal quando houver 
expressa previsão legal, do contrário será de competência da justiça comum estadual. 
Exemplos de crimes contra a ordem econômica: 
- lei 8137/90: justiça estadual; 
- lei 8176/91 (venda de combustível adulterado): justiça estadual; 
- lei 9613/98 (lei de lavagem): a própria lei estipula que a competência pode ser tanto federal quanto estadual. A 
competência será federal quando: 1) a lavagem for praticada através do sistema financeiro (exemplo: lavou 
dinheiro investindo na bolsa de valores); 2) quando o crime antecedente for de competência federal. A 
competência será de competência estadual nos demais casos. 
 
- crimes praticados a bordo de navio ou aeronave, salvo competência da justiça militar: basta que a infração 
ocorra no interior (a bordo de) navio ou aeronave, não é necessário que esses veículos estejam em deslocamento. 
Navio não é o mesmo que embarcação, embarcação é gênero e navio é espécie. O STF entendeu que navio sujeito 
 
 
 
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à competência da justiça federal é a embarcação de médio ou grande porte, que tem autonomia para fazer a 
cabotagem internacional (navegação entre portos de países diferentes). 
 
Plataforma de exploração de petróleo: há uma lei que define plataforma como embarcação, a plataforma é fixa, é 
embarcação, mas não é navio, então a competência é da justiça estadual (STJ). O foro competente (comarca 
responsável pelo julgamento), o STJ utilizou um critério do CPP – crimes praticados à bordo de embarcações 
devem ser julgados no local do primeiro porto ou do último porto, porém a plataforma é fixa, não sai do lugar, 
então entende o STJ que a competência será firmada pela prevenção (artigo 91 do CPP). 
 
Demais embarcações: todas as pequenas embarcações a competência será da justiça comum estadual. 
 
- crimes de ingresso e permanência irregular de estrangeiro: artigo 338 do CP, lei 6815/80 (estatuto do 
estrangeiro). 
 
- federalização: EC 45/2004 – federalização é um incidente de deslocamento de competência, quem juga é o STJ e 
a iniciativa para requerer se dá exclusivamente ao Procurador Geral da República, se deferida, a competência será 
deslocada para a justiça comum federal. Essa medida é cabível quando (requisitos cumulativos): 
 
a) houver grave violação de direitos humanos; 
b) a medida seja necessária para assegurar o cumprimento de obrigações assumidas no Brasil pelo plano 
internacional, por meio de Tratados ou Convenções. 
 
Exemplo: caso Maria da Penha – foi levado à Comissão de Direitos Humanos pela inércia da Justiça brasileira. 
 
Não basta a violação de direitos humanos, é necessário que haja a inércia da justiça competente para que seja 
aplicada a federalização. 
 
A quem compete julgar crime praticado por ou contra indígena? 
O STJ na súmula140 diz: a competência é da justiça comum estadual. 
Exceção: será competência da justiça federal – se o crime tiver relação com a disputa sobre os direitos das 
comunidades indígenas (exemplo: fazendeiro que tentou matar o indígena por disputa de terra). 
 
Súmula 140 STJ: 
Compete à justiça comum estadual processar e julgar crime em que o 
indígena figure como autor ou vítima. 
 
2. Foro Competente 
 
Foro é o território dentro do qual determinado órgão exerce sua jurisdição. 
Foro de um juiz estadual é a Comarca, há também os foros regionais e distritais. 
Na justiça federal o foro é chamado de seção judiciário, às vezes dividido em subseção judiciária. 
 
Trata-se de competência territorial (rationi loci), a inobservância gera nulidade relativa. No CPP o juiz pode 
reconhecer de ofício a competência territorial. Qualquer violação às regras de competência pode ser conhecida 
de ofício, artigo 109 do CPP. 
 
 
 
 
 
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Critérios: 
 
a) lugar da infração; 
b) domicílio ou residência do réu. 
 
1) Lugar da Infração: artigos 70, 71 e 88 a 91 do CPP. 
 
- Regra: lugar da consumação do crime, a Teoria do Resultado prevaleceu, o crime deve ser punido no local em 
que produziu seus feitos. Em caso de tentativa será no local do último ato executório. 
 
- Crimes plurilocais: 
 
Exemplo: sujeito passa cheque numa loja e compra mercadorias. A loja estava na capital e a conta bancária no 
interior. O cheque era do próprio sujeito, mas não tinha fundo. Foro competente: trata-se do crime de estelionato 
mediante emissão de cheque sem fundo, o crime se consuma no momento da recusa do pagamento do cheque 
pelo banco sacado, que foi no interior, logo, será competente a comarca do interior – Súmulas 521 do STF e 244 
do STJ. 
 
Súmula 521 
O foro competente para o processo e julgamento dos crimes de 
estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de cheque sem 
provisão de fundos, é o do local onde se deu a recusa do pagamento 
pelo sacado. 
 
Súmula 244 STJ. 
Compete ao foro do local da recusa processar e julgar o crime de 
estelionato mediante cheque sem provisão de fundos. 
 
Exemplo: o cheque não era do comprador, era de terceira pessoa. Trata-se de crime de estelionato na 
modalidade fundamental (artigo 171, “caput”), na obtenção da vantagem indevida consuma-se o crime, a 
obtenção se deu na capital que será o foro competente – súmula 48 do STJ. 
 
Súmula 48, STJ. 
Compete ao juízo do local da obtenção da vantagem ilícita 
Processar e julgar crime de estelionato cometido mediante 
Falsificação de cheque. 
 
Exemplo: fraude de conta bancária pela internet – retira dinheiro da conta da vítima que fica na capital e 
transfere para uma conta no interior e faz o saque. O STF entende que trata-se de furto mediante fraude. Sendo a 
conduta furto, o momento consumativo é o momento da consumação, o foro competente será a capital, local 
onde se situa a agência da vítima. 
 
- infração consumada em lugar incerto na divisa de dois ou mais foros: (exemplo: divisa entre SP e SBC) A 
competência será firmada pela prevenção. 
 
 
 
 
 
 
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- crimes à distância: 
 
a) se a conduta se inicia no exterior será no local em que ocorreu ou deveria ocorrer o resultado no Brasil; 
b) se a conduta foi cometida no Brasil: local do ultimo ato executório em território nacional. 
 
- crime permanente e crime continuado quando atingirem mais de um território: 
 
Crime permanente éo delito único cuja consumação se prolonga no tempo (exemplo: tráfico de drogas em que a 
guarda da droga se prolonga por anos). O foro competente se dá por prevenção. 
 
Crime continuado: o foro competente também se dá por prevenção. Modalidade de concurso de crimes, podem 
ser cometidos em comarcas distintas. 
 
- crime ocorrido integralmente no exterior: artigo 7º, CP – extraterritorialidade da lei penal. O foro competente é 
a capital do Estado do último domicílio ou residência do réu no Brasil, se nunca teve domicílio ou residência será 
na capital da República (DF). 
 
- crime praticado a bordo de embarcação: o foro competente será o primeiro porto que a embarcação tocar após 
o crime ou no caso de embarcação indo para o exterior será no local do último porto antes do crime. 
 
- crimes praticados a bordo de aeronave: o foro competente será tanto o local da decolagem antes do crime 
quanto o local do pouso depois do delito. 
 
Obs: Há determinados casos em que não são usadas as regras do CPP: 
 
1- lei 9099/095, artigo 63: local em que a infração for praticada. A infração de pequeno potencial ofensivo será 
praticada no local da conduta (STF); 
2- crimes dolosos contra a vida e em homicídio culposo, a competência se dá no local da conduta e não no local 
do resultado. Teoria da aparência do resultado, por esta teoria o reflexo da infração se dá no local em que foi 
praticada. 
 
2) Domicílio ou residência do réu: artigos 72 a 73 do CPP. 
 
Quando se utiliza domicílio ou residência do réu? 
a) em crimes de ação pública o domicílio ou residência atua como critério subsidiário. Somente é utilizado quando 
for desconhecido o local da infração. Exemplo: viagem de ônibus que percorre vários Estados, durante a viagem 
um passageiro furta uma carteira de outro passageiro, este é descoberto e é preso em flagrante. Não dá para 
saber exatamente em que comarca o crime ocorreu. A competência será firmada com base na residência ou 
domicílio do réu, se desconhecido, será no local em que a subtração foi oficialmente conhecida (no local de 
destino do ônibus em que foi preso em flagrante). 
 
Numa queixa subsidiária se aplicará o foro subsidiário, tem natureza de ação pública. 
 
b) em crimes de ação privada atua como critério optativo. O querelante escolhe. 
 
 
 
 
 
 
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3. Fixação do Juízo Competente 
 
Essa regra de competência nem sempre é utilizada, somente é aplicada quando houver mais de uma vara na 
mesma comarca. 
 
a) juízos com competência distinta: com base em normas de organização judiciária. 
 
b) juízos com a mesma competência: com base no CPP: 
- prevenção 
- distribuição

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