Buscar

Resumo Abuso de Drogas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

2016 
E.L.O.L 
ABUSO DE DROGAS 
 
Definição: Conjunto de sintomas cognitivos, comportamentais e fisiológicos indicando o uso 
contínuo de substancia independentemente dos problemas significativos relacionados a ela. 
Epidemiologia: 10% dos jovens de 12 a 17 anos relataram o uso de uma droga ilícita (EUA). 
2% dos brasileiros adultos relatam ter usado cocaína ou crack ao menos uma vez na vida. 
Estima-se que um mi de pessoas usa ou já usou crack no Brasil. 
 
 
 
Fisiopatologia: Depende da substancia, do individuo e do ambiente. 
a) Fatores do individuo: histórico familiar, doenças psiquiátricas e transtornos de 
personalidade, transtornos de humor (causalidade questionada), ausência de 
filiação religiosa. 
b) Fatores da droga: Ha drogas estimulantes (cocaína, anfetamina) e drogas sedativas 
(maconha, hipnóticos sedativos). 
c) Fatores do ambiente: Estado legal do uso, disponibilidade, preço, percepção de 
periculosidade, desejo de enquadramento social, grupo de amigos, crenças 
religiosas, prestigio social ou falta dele. 
 
Complicações médicas decorrentes do uso de substâncias no geral: 
1) Parafernália: uso de agulhas não esterilizadas, às vezes partilhadas com outros 
usuários, pode levar a infecções como: celulite, endocardite infecciosa, HBV, HCV e 
HIV. (Endocardite: Aguda por staphylococcus, com sopro, febre, petéquias nas 
bases das unhas. Subaguda por streptococcus, com anemia e febre. Mais 
silenciosa. No usuário de drogas é comum do lado direito do coração) 
2) Adulterantes: adulteração das drogas com impurezas (talco, quinina, lidocaina, 
estricnina, vidro moído). 
2016 
E.L.O.L 
3) Questões do estilo de vida: exposição ao risco de intoxicação, atividades ilegais 
perigosas ou violentas. Maior taxa de lesão traumática e maior risco de assalto, 
homicídio ou suicídio. Maior envolvimento em acidentes de transito. 
 
Tratamento: 
Depende da droga, tempo de uso, freqüência de uso, gravidade das conseqüências 
medicas, comportamentais e sociais, presença de co-morbidades psiquiátricas, motivação 
para mudar. 
Síndromes de abstinência e de intoxicação devem ser tratadas de forma intensiva. 
Tratamento medicamentoso apenas para opióides. 
Tratamentos comportamentais: terapia cognitivo-comportamental, motivacional de melhoria, 
facilitação em 12 passos, comportamental de casais. Narcóticos anônimos, alcoólicos 
anônimos. 
 
Principais drogas de abuso 
1. Opióides 
 Epidemiologia: Aumento pelo uso indevido de prescrições médicas ou uso ilícito. 
 Fisiopatologia: Uso por via oral, intranasal, fumo ou injeção. Atuam em receptores 
específicos e produzem miose, depressão respiratória, analgesia, euforia, sonolência ou 
disforia (ansiedade e inquietação). 
 Clinica: o uso da heroína tem manifestação como um orgasmo com duração de 30 a 
60 segundos, em que o usuário encontra-se sonolento e em confusão mental. Há redução 
das secreções do TGI por redução de contratilidade dos músculos lisos, resultando em 
constipação e retenção urinária. Na intoxicação é comum o prurido. Tolerância comum e 
rápida para analgesia, depressão respiratória e euforia, mas relativamente pouca para a 
constipação e constrição pupilar. 
 Dependência: Abstinência em 6-12h com pico em 48-72h e dura até 7-10 dias em 
curta duração. Para os de longa duração os tempos são dobrados ou triplicados. 
 Outras complicações: Prolongamento do QT, arritmias, Torsades de Pointes. Maior 
propensão a sofrer acidentes e envolvimento com violência. 
 Tratamento da abstinência: 10mg de metadona a cada 2-4h que o paciente 
apresentar sintomas. Não exceder 40mg por dia. Reduzir 5mg por dia. 
 Tratamento a longo prazo: metadona (agonista total) para desintoxicação, reduzindo 
o efeito e promovendo a tolerância cruzada. Naltrexona (antagonista) bloqueia os efeitos, 
50mg/dia VO ou 380mg/mês IV. Buprenorfina (agonista parcial). 
 
2. Cocaína e anfetaminas (Cocaina + bicarbonato de sodio = crack). 
 Epidemiologia: 0,7% relataram uso. 28% dos atendimentos associados ao abuso. 
 Fisiopatologia: Aumentam o nível de dopamina na fenda sináptica e promovem 
maior excitação no núcleo accumbens. 
 Clinica: Euforia, insônia, autoconfiança, estimulo sexual, iniciativa. Ansiedade, 
irritabilidade, paranóia. Ação vasoconstritora que leva a ulceração da mucosa nasal e 
perfuração do septo, baixa capacidade de difusão pulmonar. IAM, hemorragia intracraniana, 
convulsões (na intoxicação), taquiarritmias. 
 Tratamento: Terapias individuais e de grupo. 
 
3. Sedativo-hipnoticas e ansiolíticas (Benzodiazepínicos, barbitúricos e zolpidem). 
2016 
E.L.O.L 
Tratamento: depende do padrão de abuso. Para os que usam regularmente pode-se 
reduzir a dose gradativamente e associar antidepressivo e terapia cognitivo 
comportamental. Não associar com buprenorfina. 
 
4. Maconha 
 Epidemiologia: ilícita mais usada no mundo. 
 Fisiopatologia: ligação ao receptor CB1 no SNC com efeitos psicoativos. 
Clinica: efeitos imediatos com pico em 30min e duram até 3h. Administração oral é 
possível, mas com efeitos mais lentos e duradouros. Intoxicação leva a hiperemia da 
conjuntiva, alta FC, euforia, bem estar, aumento de apetite, prejuízo da memória de curto 
prazo, sensação de pânico em doses elevadas. Pode induzir tolerância e propiciar o 
desenvolvimento de transtornos psicóticos. 
Tratamento: Abordagens psicossociais. 
 
5. Alucinógenos 
LSD, mescalina, psilocibina, MDMA ou ecstasy. 
 Epidemiologia:1,3mi nos EUA. LSD é o mais usado. 
 Fisiopatologia: Agonista de serotonina. 
 Clinica: efeitos visuais e auditivos, simpaticomiméticos (taquicardia, alta PA, 
aumento da temperatura corporal, dilatação pupilar). Hiperreflexia, fraqueza muscular, 
hipertermia. Sensação de panico ou de perda de controle. Sintomas psicóticos que duram 
além da droga e podem ser persistentes. Retorno espontâneo aos sintomas (flashback). 
 Tratamento: sintomático. 
 
6. Fenciclina 
 Semelhante ao álcool. Intoxicação: hipertonia, hiperreflexia, nistagmo, ataxia. Pode 
levar a psicose, catatonia, violência. As seqüelas da intoxicação por PCP podem incluir 
rigidez muscular, convulsões, hipertermia, coma, morte. 
 
7. Esteróides 
 Efeitos físicos e não comportamentais. Uso para tratar deficiência de testosterona. 
Clinica: hipertensão, colesterol de lipoproteína de baixa densidade elevado, 
cardiomiopatia, hepatotoxicidade, acne, feminização (ginecomastia e tamanho testicular 
reduzido) em homens e masculinização (hirsutismo, redução do tecido mamário, voz mais 
grave) em mulheres. Os efeitos comportamentais incluem agressividade (às vezes levando 
à violência) e um aumento da prevalência de transtornos de humor. 
Tratamento: não há tratamento específico. 
 
Fonte: Goldman, Lee, et al. Cecil tratado de medicina interna. No. 616. Elsevier,, 2009.

Outros materiais