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Resumo Etilismo/Alcoolismo

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2016 
E.L.O.L 
 
Etilismo 
 
Definição: Doença primária crônica com fatores genéticos, psicossociais e ambientais, 
freqüentemente progressiva e fatal, caracterizada por dificuldade em controlar o consumo 
de bebida, preocupação com o álcool, uso de álcool apesar das conseqüências futuras e 
distorções do pensamento, especialmente negação. 
● Abstinentes = indivíduos que não consomem álcool. 
● Beber com moderação = número médio de doses consumidas diariamente que 
caracterizam baixo risco para problemas com o álcool. 
● Benefícios = há evidencias epidemiológicas, mas a faixa de consumo é inferior a 
uma dose por dia. 
● Beber em níveis de risco = consumo de álcool com prejuízos para a saúde. 
● Beber compulsivamente (binge) = episódios de consumo de grande quantidade por 
ocasião (cerca de 5+ doses por homem e 4+ por mulher). 
● Abuso de álcool = uso com disfunção social ou uso de situações de risco. 
● Dependência de álcool = conseqüências sociais com aspectos fisiológicos de 
dependência (tolerância, perda de controle) e uso apesar de problemas físicos ou 
psicológicos. 
 
Dose: 12g de álcool = 150ml de vinho; 350ml de cerveja; 45ml de destilados. 
 
 
 
Epidemiologia no Brasil: 
 
 Homens Mulheres Total 
Dependência de 
álcool 
19,5% 6,9% 12,3% 
2016 
E.L.O.L 
 
Beberam uma vez 
na vida 
 75% 
Procura por 
tratamento 
 2,9% 
Abstinência 35% 59% 48% 
Consumo freqüente 
entre os que usam 
11% 2% 
Bebedores pesados 
freqüentes 
14% 3% 9% 
Adolescentes (14 a 
17 anos) abstinentes 
64% 68% 66% 
Adolescentes que 
bebem ao menos 1x 
por mês 
 24% 
Adolescentes em 
Binge drinking 
21% 12% 
 
Fisiopatologia: 
Etanol é uma droga sedativo-hipnótica absorvida no TGI. Mulheres absorvem mais por 
terem menos alcool-desidrogenase, mas a absorção é afetada por alimentos no estomago e 
velocidade de consumo. É metabolizado no fígado em acetaldeido e acetato, proporcional 
ao peso corporal. Asiáticos podem ter rubor facial, sensação de calor, taquicardia e 
hipotensão. Atua em receptores GABA, NMDA, Opioides, glicinúricos e serotoninérgicos. 
Age na via de recompensa. Há tolerância, dano hepático com liberação de toxinas e 
radicais livres, dano miocardico, fator para HAS. 
 
Efeitos agudos: 
1) Intoxicação alcoólica: 
a) Álcool sérico entre 20 e 100mg/dL = euforia, discreta falta de coordenação 
muscular, leve disfunção cognitiva. 
b) Entre 100 e 200mg/dL = comprometimento mental, ataxia, aumento do tempo 
de reação, fala arrastada, perda de coordenação. 
c) +300 e 400mg/dL = torpor, coma e óbito; depressão respiratória e 
hipotensão. 
2) Síndrome da abstinência: resulta de hiperexcitabilidade por adaptação. 
Hiperatividade, taquicardia, diaforese, tremores (inicio em até 8h), ansiedade, 
insônia, náuseas, vômitos e distúrbios metabólicos; anormalidades da percepção 
(inicio em 24 a 36h; alucinações visuais, auditivas), agitação psicomotora, crises 
convulsivas tonico-clonicas generalizadas com inicio em 12 a 24h. Pico entre 24 a 
48h. Delirium tremens: complexo de desorientação, confusão, alucinação, diaforese, 
febre, taquicardia. Inicia em 2 a 4 dias e pode levar a óbito. 
2016 
E.L.O.L 
 
 
 
Efeitos crônicos ou Complicações relacionadas ao álcool: 
1. Sistema nervoso 
a. Comprometimento cognitivo: déficits de memória, as vezes relacionados a 
hipovitaminoses (tiamina: Korsakoff) 
b. Degeneração da linha media cerebelar: instabilidade da marcha. 
c. Neuropatia periférica: parestesia, fraqueza, dor crônica. 
2. Sistema cardiovascular 
a. Arritmias cardíacas supraventriculares = fibrilação atrial e taquicardia 
supraventricular, comuns em intoxicação aguda e abstinência. 
b. Miocardiopatia crônica 
c. Hipertensão 
3. Fígado 
a. Esteatose hepática = pode ser assintomática ou cursar com desconforto 
abdominal inespecífico. Melhora com a abstinência. 
b. Hepatite alcoólica = pode ser assintomática ou com dor abdominal, náuseas, 
vômitos e febre. Tem altas GGT, AST e ALT. Melhora com abstinência. 
c. Cirrose = icterícia, ascite (por hipertensão porta), coagulopatia, sangramento 
no TGI por varizes esofágicas. 
4. Esôfago 
a. Inflamação crônica 
b. Neoplasias malignas = CCE. Aumenta se houver tabagismo também. 
Disfagia, dor torácica, perda de peso e de sangue no TGI. 
c. Laceração de Mallory-Weiss = sangramento devido a lacerações na junção 
do estômago com o esôfago (cárdia) induzidos por ataques de tosse ou 
vômito. 
d. Varizes esofágicas 
5. Estômago 
a. Gastrite = desconforto abdominal, náuseas e vômitos. 
b. Doença ulcerosa péptica 
6. Pâncreas 
a. Pancreatite aguda = dor abdominal intensa, náuseas, vômitos, febre e 
hipotensão; pode ser fatal. Hemorragia nos flancos e periumbilical (Sinal de 
Grey-Turner e de Cullen). 
2016 
E.L.O.L 
 
b. Pancreatite crônica = dor abdominal crônica, má absorção, perda de peso e 
desnutrição. 
7. Outros problemas médicos 
a. Câncer: boca, orofaringe, esôfago, mama, próstata, pâncreas, colo do útero, 
pulmão, colo = mecanismos hormonais e efeitos carcinogênicos do álcool. 
b. Hepatoma e CHC. 
c. Pneumonia e Tuberculose = deficiência imunológica. 
d. Anemia multifatorial = perda sanguínea, deficiência de nutrientes, secundária 
à hepatopatia e ao hiperesplenismo. 
e. Gota, cetoacidose alcoólica, anormalidades da tireóide, infertilidade, 
irregularidade menstrual, doenças odontológicas e peridontal, angiomas 
aracniformes, Infecção hospitalar, sepse e morte. 
8. Psiquiátrico 
a. Depressão 30% 
b. Ansiedade 40% 
c. Suicídio 
9. Comportamentais e psicossociais: Lesões externas, Violência, Crime, Abuso de 
crianças ou do parceiro, Tabaco, abuso de outras drogas, Desemprego, Problemas 
legais. 
 
Diagnóstico de problemas com álcool 
Anamnese 
1. HISTÓRICO 
● Passo 1: Questionar qualquer paciente sobre o uso atual ou pregresso de 
álcool 
○ Você consome álcool (em algum momento ou atualmente)? 
○ Você tem um histórico familiar de problemas com o álcool? 
● Passo 2: Colher história detalhada sobre a quantidade e a freqüência do 
consumo de álcool. 
○ Quais tipos de bebidas alcoólicas você consome? 
○ Qual é a freqüência com que você bebe? 
○ Quanto você costuma beber? 
○ Você sempre bebe a mais, e em caso afirmativo, quanto? 
● Passo 3: Questionário padronizado (Perguntas CAGE): 
○ Alguma vez o(a) senhor(a) já sentiu que deveria diminuir a quantidade 
de bebida alcoólica ou parar de beber? (Cut down) 
○ As pessoas o(a) aborrecem porque criticam o seu modo de tomar 
bebida alcoólica? (Annoyed) 
○ O(a) senhor(a) se sente chateado consigo mesmo(a) pela maneira 
como costuma tomar bebidas alcoólicas? (Guilty) 
○ O(a) senhor(a) costuma tomar bebidas alcoólicas pela manhã para 
diminuir o nervosismo ou ressaca? (Eye-opener). 
2016 
E.L.O.L 
 
 
Uso para triagem de pacientes com problema de uso de álcool. Positivo quando 
Homens >4 e mulheres > 3. 
● Passo 4: Avaliar áreas específicas nas pessoas com suspeita ou problema 
comprovado com álcool: 
i. Critérios para abuso e dependência de álcool 
ii. A constatação de problemas médicos e psiquiátricos 
iii. A constatação de problemas comportamentais ou sociais 
iv. A utilização de outras substâncias 
1. Tabaco 
2. Medicamentos moduladores do humor 
3. Drogas ilícitas (p. ex., heroína, cocaína) 
v. Tratamento prévio para abuso de álcool ou outras substâncias 
Exame físico 
2. Avaliação completa. 
a. Sistemas nervosos central e periférico 
b. Sistema cardiovascular 
c. Fígado 
d. Trato gastrointestinal 
Estudos laboratoriais 
2016 
E.L.O.L 
 
3. Enzimas hepáticas = menos efetivas que CAGE ou AUDIT 
a. Estudos de coagulação. 
b. Hemograma completo. 
c. Transferrina carboidrato deficiente = Variação da transferrina, que carreia o 
ferro no sangue, mas está deficientede um carboidrato (ácido siálico). 
Pesquisas recentes apontam para uma inabilidade de ligação na transferrina 
quando há consumo de álcool. Portanto, o consumo de álcool leva a um 
aumento desta transferrina no sangue. (VR até 1,3%) 
d. FA e GGT: aumentam por problemas de excreção. Mais a ggt. 
e. Bilirrubinas direta e depois indireta aumentadas. 
f. Hemograma. 
 
Prognóstico: melhor em pacientes que procuram tratamento e o recebem de forma 
sistemática. 
 
Prevenção e tratamento: 
 
Tratamento do consumo de risco: orientações breves (5-20min) e focadas (intervenções 
breves). Técnicas motivacionais, feedback sobre problemas com uso de alcool, discussão 
dos efeitos adversos e definição de limites recomendados (abaixo do consumo de risco). 
Tratamento da dependência: Podem necessitar de tratamento de internação, programas de 
aconselhamento e fármacos. 
● Abstinência leve a moderada = pode ser tratada em regime ambulatorial. 
● Abstinência moderada a grave = pode necessitar de internação devido aos 
sintomas. 
2016 
E.L.O.L 
 
● Histórico de delirium tremens ou convulsões devem ser internados. 
 
● Internação: minimizar sintomas, prevenir complicações, garantir tratamento de 
prevenção da recaída. 
● Fármacos: 
○ Benzodiazepínicos de longa duração (geral) ou de curta duração 
(hepatopatas graves). Administrar uma dose padrão e outras conforme 
necessário. 
○ Beta-blocks, alfa-agonistas e anticonvulsivantes podem ser adjuvantes. 
2016 
E.L.O.L 
 
 
2016 
E.L.O.L 
 
 
Programas de tratamento: 
1. Terapia para aumento da motivação: identificar motivos para se manter afastados do 
álcool. 
2. Facilitação em 12 passos: princípios do AA para ajudar a concentrar a atenção na 
abstinência. 
3. Desenvolvimento de habilidades cognitivo-comportamentais: identificar os gatilhos 
para o uso evitá-los. 
Grupos de Autoajuda: AA: Evidências indiretas de eficácia, sem estudos controlados 
amplos. 
 
Farmacoterapia para prevenir recaída: 
2016 
E.L.O.L 
 
 
Dissulfiram: inibe a alcool-desidrogenase e afeta o metabolismo das monoaminas. Uso 
melhor em pacientes que fizeram uso leve. Tratamento aversivo. 
Naltrexona: diminui os efeitos de euforia e desejo de consumo por antagonismo de opioides. 
Há uma forma injetável administrada 1x/mês IM. Contra indicada em dependência de 
opioides. Caro e usado raramente. 
Acamprosato: efeito no sistema GABA. Não disponível no Brasil. 
Eficazes: topiramato, ondansetrona, bromocriptina, valproato de sódio. 
 
Fonte: Goldman, Lee, et al. Cecil tratado de medicina interna. No. 616. Elsevier, 2009. 
Black Book de Clínica Médica.

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