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REMADE Revista da Madeira condutividade termica na madeira

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12/06/2016 REMADE: Revista da Madeira
http://www.remade.com.br/br/revistadamadeira_materia.php?num=1238&subject=E%20mais&title=A%20condutividade%20t%E9rmica%20na%20madeira 1/3
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  REVISTA DA MADEIRA ­ EDIÇÃO N°112 ­ ABRIL DE 2008
E mais
A condutividade térmica na madeira
A madeira é um dos mais bem elaborados materiais de origem orgânica, apresentando
um conjunto de características  físicas e mecânicas dificilmente encontradas em outros
materiais,  além  de  uma  inumerável  variação  de  padrões  estéticos.  Uma  das
características físicas da madeira é apresentar baixa capacidade para conduzir calor. 
Há  três  mecanismos  essenciais  de  transporte  do  calor:  a  radiação,  a  convecção  e  a
condução. A  transmissão de  calor por  condução é  característica do  transporte através
dos  sólidos. Basicamente a madeira é um mau condutor  térmico em conseqüência de
sua  estrutura  celular  (numerosas  pequenas  massas  de  ar  aprisionadas)  e  de  sua
constituição por membranas celulósicas. 
A madeira é um mau condutor térmico. Mesmo sem conhecimento técnico a respeito da
condutividade térmica da madeira, esta é uma característica presente no cotidiano das
pessoas: aprende­se desde cedo que a madeira age melhor como isolante que condutor
de calor. 
Esta característica física, de baixa condutividade, deve­se principalmente à constituição
e organização do tecido xilemático. As células que compõem a madeira contêm elevada
proporção  de  celulose,  que  é  caracterizada  como  um  mau  condutor.  Além  disso,  a
estrutura do xilema permite o aprisionamento de inúmeras massas de ar em seu interior,
funcionando como um conjunto isolante. 
A condutividade térmica para qualquer espécie depende do peso específico e do teor de
umidade contido na peça de madeira. Quanto mais alto o peso específico e a umidade
maior  será  a  capacidade  da madeira  em  conduzir  calor. Madeiras  secas  a  um  teor  de
umidade constante apresentam melhor desempenho como isolante. 
Diversas aplicações da madeira estão relacionadas à sua baixa condutividade. Entre elas
é possível destacar: a) conforto térmico em habitações e em barcos; b) função isolante
protetora:  implementos  que  entrarão  em  contato  com  temperaturas  adversas,  como
espetos para churrasco, colher de pau e até mesmo palitos de fósforo. 
12/06/2016 REMADE: Revista da Madeira
http://www.remade.com.br/br/revistadamadeira_materia.php?num=1238&subject=E%20mais&title=A%20condutividade%20t%E9rmica%20na%20madeira 2/3
 
Além destes usos, muito se busca a madeira quando há a necessidade de uma sensação
térmica  agradável,  principalmente  em  projetos  de  arquitetura  e  design.  Assentos  e
braços de cadeiras, assim como assoalhos confeccionados em madeira causariam uma
sensação  real  de  bem  estar  superior  a  materiais  como  metal  e  cerâmica,
respectivamente. 
A  respeito  do  posicionamento  geográfico  em  que  a  madeira  será  utilizada  como
elemento  estrutural  visando  conforto  bioclimático,  o  seu  uso  em  regiões  frias  está
associado  à  retenção  de  calor  no  ambiente  e  em  regiões  de  clima  quente,  o  seu  uso
visa uma menor absorção de calor para o interior das construções. 
No  caso  das  regiões  com  clima  temperado,  o  uso  de  madeira  como  material  de
construção  tem  uma  implicação  ecológica  direta  na  utilização  dos  recursos  naturais
renováveis,  uma  vez  que  o  emprego  de  um  material  com  maior  capacidade  isolante
pode resultar numa menor demanda por recursos energéticos (lenha, carvão, gás, etc.).
Construção de habitações
O  Brasil  possui  uma  forte  tradição  construtiva  em  alvenaria  de  tijolos.  Este  sistema
construtivo foi trazido pelos portugueses na época da colonização, utilizando a mão­de­
obra  escrava  para  carregar  pedras,  fabricar  tijolos  e  telhas.  O  uso  da  madeira  na
construção  de  habitações  se  deu  fundamentalmente  na  região  Sul  e  Sudeste,  onde  a
matéria prima, a Araucária (Araucaria angustifolia, Araucariaceae) era abundante. 
Na  região Norte, a  tradição  indígena das palafitas, a baixa concentração de  renda e a
abundante  disponibilidade  de  recursos  florestais  também  fez  florescer  o  hábito  de  se
construir  habitações  em  madeira.  O  preconceito  em  relação  à  madeira  está
fundamentado  no  uso  inadequado,  problemas  de  secagem,  tratamento,  projeto,
especificações  e  outros,  aliado  ao  meio  ambiente  tropical  que  acelera  a  sua
deterioração. 
Infelizmente, em países em desenvolvimento ainda há a tendência cultural de creditar à
madeira um status de produto inferior e temporário quando é empregada na construção
de casas. É comum associar pobreza à casas de madeira e bem estar e alto padrão de
vida a construções de alvenaria. 
A  propagação  do  calor  na madeira  é maior  no  sentido  paralelo  às  fibras  e menor  no
12/06/2016 REMADE: Revista da Madeira
http://www.remade.com.br/br/revistadamadeira_materia.php?num=1238&subject=E%20mais&title=A%20condutividade%20t%E9rmica%20na%20madeira 3/3
sentido  perpendicular.  Este  é  um  fator  adicional  e  favorável  à  confecção  de
revestimentos  de madeira  em  construções  visando melhorar  o  conforto  térmico,  uma
vez que o calor ou frio tenderá a se propagar para o interior ou para fora do ambiente
atravessando  a  madeira.  Havendo  uma  resistência  natural  das  fibras,  haverá
consequentemente um incremento de sua capacidade isolante. 
Apesar de a madeira constituir­se de um isolante térmico de boa qualidade, é necessário
ter  um  especial  cuidado  com  a  orientação  da  casa  em  relação  ao  sol,  a  ventilação  a
vedação das portas e janelas, e principalmente o isolamento térmico das coberturas. Se
estas medidas não forem observadas corre­se o risco de se criar verdadeiras estufas ou
congeladores. 
O uso em habitações é uma das principais aplicações do conhecimento existente sobre
a capacidade isolante da madeira. Apesar da importância que representa na construção
civil,  a  condutividade  térmica  da  madeira  é  assunto  abordado  de  modo  bastante
sintético  nas  publicações  especializadas.  Além  disso,  há  poucos  exemplos  claros
utilizando  normas  brasileiras  e/ou  espécies  nativas.  Como  está  relacionada  muito  à
construção  de  habitações,  há  mais  conteúdo  disponível  em  livros  que  tratam  de
resistência de materiais, ainda assim de maneira superficial. 
Fonte:  Francisco  Tarcísio  Moraes  Mady  ­  Engenheiro  Florestal  /  Graduado  na
Universidade Federal do Amazonas

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