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Musculação adaptada DIABETES

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Prof. Eder Lima - diretor técnico – 3225-8185 / 9135-8657 e-mail: ederbrlima@terra.com.br 
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MUSCULAÇÃO ADAPTADA 2 
 
1) DIABÉTICOS 
 
1.1) DEFINIÇÃO 
O Diabetes Mellitus é uma disfunção do metabolismo dos carbohidratos, caracterizada pelo 
excesso de glicose (açúcar) no sangue (hiperglicemia), devido à falta ou ineficácia da insulina, 
hormônio produzido pelo pâncreas endócrino. 
 
1.2) FISIOLOGIA 
A insulina e o glucagon são hormônios de funções antagônicas, secretados pelo pâncreas, 
que exercem um importante papel na regulação da concentração plasmática da glicose. Quando 
em estado hiperglicêmico, o pâncreas é estimulado a liberar insulina no sistema circulatório, a fim 
de reduzir a glicose circulante. A insulina age: 
• Facilitando o transporte da glicose para dentro das células (principalmente as células do 
tecido muscular); 
• Promovendo a glicogênese (transformação de glicose em glicogênio, que será 
armazenado nos músculos esqueléticos e no fígado); 
• Inibindo a gliconeogênese (formação de glicose a partir de outros substratos). 
Quando os níveis plasmáticos de glicose estão abaixo do normal (hipoglicemia), o pâncreas 
secreta o glucagon que promoverá a glicogenólise (quebra das moléculas de glicogênio no fígado) 
e um aumento da gliconeogênese, fazendo a glicose circulante voltar a níveis normais. 
O diabetes afeta o modo pelo qual nosso organismo utiliza a glicose, pois durante a digestão 
normal, o corpo converte o açúcar, o amido e outros alimentos em açúcar simples – a glicose. 
Esta, por sua vez, é transportada pelo sangue até as células, sendo introduzida no seu interior 
através da insulina. Assim, a glicose é convertida em energia para utilização imediata ou 
armazenada para futuro uso. O diabetes interrompe tal processo, a glicose se acumula no sangue 
provocando a hiperglicemia, e parte é excretada via urina, caracterizando a glicosúria. O 
excesso de glicose no sangue ou a falta desta dentro das células, são as causas de todos os 
sintomas do diabetes. 
 
1.3) TIPOS E ETIOLOGIA DO DIABETES 
Há duas classificações principais de diabetes: 
 
1.3.1) DIABETES MELLITUS INSULINO-DEPENDENTE OU DIABETES TIPO 1. 
Neste tipo, é mais comum seu aparecimento quando jovem, onde as células beta (células 
que secretam insulina do pâncreas) são destruídas. Esta destruição pode ser causada pelo 
sistema imunológico, pelo aumento da suscetibilidade à viroses das células beta ou pela 
degeneração destas. Isto leva a uma deficiência acentuada na secreção de insulina, e portanto, 
injeções diárias são necessárias para controlar o nível de açúcar no sangue. 
 
1.3.2) DIABETES MELLITUS NÃO-INSULINO-DEPENDENTE OU DIABETES TIPO II. 
É o tipo mais comum de diabetes, seu aparecimento é gradual, costumando se manifestar 
na fase adulta. Normalmente, o indivíduo consegue controlar os níveis de açúcar plasmáticos com 
uma dieta específica, exercícios e, em certos casos, com medicamentos via oral. É causado por 
três principais anormalidades do metabolismo: 
• Uma secreção de insulina retardada ou prejudicada; 
• Uma ação prejudicada da insulina nos tecidos (resistência à insulina); 
• Uma produção excessiva de glicose pelo fígado. 
Embora a etiologia desta síndrome da resistência à insulina seja obscura, ela provavelmente 
envolve fatores genéticos bem como fatores ambientais e estilo de vida tais como obesidade, 
inatividade e dieta. 
 
Com a obesidade, as células beta do pâncreas ficam menos suscetíveis à estimulação do 
aumento das concentrações plasmáticas de glicose e as células-alvo (como as células 
 
 
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musculares, por exemplo) sofrem uma redução na ativação dos receptores da insulina. Desta 
maneira, a insulina, na corrente sanguínea, não efetua com eficiência o transporte da glicose para 
dentro da célula. 
 
1.4) SINTOMAS E PROBLEMAS DE SAÚDE DECORRENTES DO DIABETES 
Os sintomas podem ser específicos, tornando claro o quadro, e inespecíficos que 
precisariam de exames laboratoriais para confirmar o diagnóstico. 
SINTOMAS ESPECÍFICOS SINTOMAS INESPECÍFICOS 
Poliúria (urinar em excesso) Sonolência 
Polidipsia (beber água em excesso) Cansaço físico e mental 
Polifagia (comer muito) Dores generalizadas 
Hiperglicemia Desânimo 
Glicosúria Perda de peso 
Infecções cutâneas e genitais recidivantes Cãibras 
Impotência sexual Parestesia 
Alterações visuais, renais ou neurológicas 
 
O diabetes aumenta o risco do aparecimento de várias doenças como: 
• Doença arterial coronariana 
• Doenças cerebrovasculares 
• Hipertensão 
• Doença vascular periférica 
• Toxemia durante a gravidez (convulsões ou acessos e elevação aguda da pressão arterial, 
proteinúria, edema, retenção de sódio) 
• Hiperinsulinemia no recém-nascido (presença de alto nível de insulina endógena no 
sangue circulante) 
• Retinopatia diabética (doença progressiva que danifica a retina) 
• Nefropatia diabética (danificação dos pequenos vasos sanguíneos dos rins) 
• Neuropatia periférica (doença dos nervos responsáveis pela sensibilidade e que controlam 
o funcionamento muscular) 
• Neuropatia autonômica (doença que afeta os nervos autônomos que agem sobre órgãos 
internos importantes como o coração) 
 
1.5) CONDUTA GERAL DO DIABÉTICO 
O plano de tratamento do diabético envolve a administração de injeções de insulina (que 
pode ou não ser necessária) e/ou medicamentos administrados por via oral, uma dieta balanceada 
e exercício. 
A prescrição das injeções de insulina e do tipo de insulina utilizada deve ser feita pelo 
médico endocrinologista. A dosagem ideal varia entre os indivíduos e a correta prescrição ajudará 
o diabético a manter a homeostase do metabolismo não só dos carboidratos mas também das 
gorduras e proteínas. 
As insulinas são classificadas em relação ao seu tipo, início da ação, período máximo e 
duração da ação: 
 
TIPOS DE INSULINA AÇÃO INÍCIO DA AÇÃO PERÍODO MÁXIMO DURAÇÃO DA AÇÃO
Insulina regular Rápida 30 min 2 – 5 horas 5 – 8 horas 
Insulina NPH e lenta Intermediária 1 – 3 horas 6 – 12 horas 16 – 24 horas 
Insulina ultralenta Prolongada 4 – 6 horas 8 – 20 horas 24 – 28 horas 
Lispro Ultra-rápida 15 min. 1 hora 3 – 4 horas 
 
As principais funções da insulinas são: 
• Impedir que a glicemia ultrapasse 160 a 180 mg/dl após a alimentação; 
• Armazenar glicose no fígado e músculo da forma de glicogênio (reserva de glicose), que 
será utilizado em períodos interalimentares muito longos ou durante atividade física; 
• Intervir na fabricação de tecido adiposo (reserva de energia); 
• Participar no processo de crescimento ósseo, muscular e de vários órgãos. 
 
 
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As dietas com baixa ingestão de carboidratos, no intuito de melhor controlar a glicemia 
(normalidade = 70 a 109 mg/dl), não são recomendadas, pois uma dieta pobre em carboidratos 
causa um aumento na ingestão de gorduras, o que pode ter um efeito muito negativo nos níveis 
de lipídeos sanguíneos. Como os diabéticos já têm um grande risco de desenvolver doenças 
cardiovasculares, o aumento dos lipídios sanguíneos aumentaria ainda mais este risco. 
Os obesos que possuem diabetes necessitam de uma dieta com restrição calórica para 
diminuir sua porcentagem de gordura, o que pode até fazer com que os indivíduos com Diabetes 
Tipo II consigam restabelecer seus níveis normais de glicose sanguínea. 
Outra preocupação do diabético é com relação ao índice glicêmico dos alimentos da dieta. O 
índice glicêmico é uma classificação dos alimentos baseada no seu imediato efeito nos níveis de 
glicose sanguínea.Ele representa o quanto a glicose sanguínea do indivíduo se altera depois da 
ingestão de determinado alimento. Os alimentos que são quebrados rapidamente durante a 
digestão e podem alterar os níveis de insulina e de glicose sanguínea são os alimentos de alto 
índice glicêmico. Os alimentos que são quebrados mais lentamente, liberando glicose 
gradualmente na corrente sanguínea e que não elevam os níveis de insulina são chamados de 
alimentos de baixo índice glicêmico. A maioria dos alimentos cujos índices glicêmicos já foram 
testados e catalogados está enquadrada numa escala que vai de 0 a 100, mostrando se o 
alimento aumentará a glicose sanguínea apenas um pouco, moderadamente ou dramaticamente. 
Quanto menor o número, mais devagar a ação. Portanto, um profundo conhecimento do índice 
glicêmico dos alimentos é de extrema importância para os diabéticos. A ingestão de alimentos 
com índice glicêmico médio/baixo não afeta os níveis de glicose sanguínea, diminuindo assim a 
probabilidade da hiperglicemia que sucede as refeições. Além disso a manutenção dos níveis de 
insulina estáveis resulta em: 
• Redução do excesso de tecido adiposo 
• Aumento e manutenção dos níveis de energia 
• Aumento da vivacidade mental 
• Redução nos níveis de colesterol e triglicerídeos 
• Redução na incidência de hipertensão 
• Aumento do condicionamento cardiovascular 
O controle dos níveis de glicose sanguínea permite a regulação da lipoproteina lipase (LPL). 
A LPL é uma importante enzima, responsável pela regulação do metabolismo de lipoproteinas e 
gorduras. A lipoproteina lipase do tecido adiposo permite a absorção dos triglicerídeos 
plasmáticos pela célula adiposa. Assim, o aumento da atividade desta enzima está intimamente 
ligado ao aumento da gordura armazenada. 
A insulina é um importante regulador da atividade da lipoproteína lipase, sendo que quanto 
maior a liberação de insulina na corrente sanguínea, maior a atividade desta enzima e maior 
também a probabilidade de armazenamento de gordura nas células adiposas. 
A dieta com alimentos de médio/baixo índice glicêmico é uma importante arma que deve ser 
utilizada pelo diabético, tanto na preservação dos níveis normais de glicemia quanto na 
manutenção ou até mesmo diminuição da porcentagem de gordura corporal, sendo que ambas 
situações favorecem a diminuição dos riscos das doenças relacionadas ao diabetes. 
 
1.6) RESPOSTAS DO DIABÉTICO AO EXERCÍCIO FÍSICO 
Qualquer diabético envolvido em um programa de exercício deveria estar atento à 
possibilidade de hipoglicemia tanto na hora do exercício quanto nas vinte e quatro horas após o 
exercício. 
 
Hipoglicemia - caracteriza-se quando a glicemia está abaixo de 50 mg/dl, e com um quadro 
clínico incluindo sintomas relativos à alterações comportamentais, sensoriais, coma, convulsões 
locais ou generalizadas e à reação neurovegetativa decorrente, como sudorese, tremores, 
taquicardia, sensação de fome intensa. Tal quadro, quando prolongado ou repetido por várias 
vezes, pode causar danos irreversíveis ao cérebro e ao sistema nervoso. 
 
As diferenças nas características e respostas dos dois tipos principais de diabetes ao 
exercício são: 
 
 
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1.6.1) DIABÉTICO TIPO 1 
- Apresenta baixos níveis de insulina sanguínea devido à incapacidade ou capacidade reduzida 
do pâncreas em produzir insulina. 
- Propensos à hipoglicemia durante ou imediatamente depois do exercício, pois o fígado falha 
em liberar glicose na mesma proporção que a sua utilização. 
Para estes indivíduos o exercício pode causar excessivas alterações nos níveis de glicose 
plasmáticos, que são inaceitáveis no controle da doença. Uma diminuição da insulina plasmática e 
a presença do glucagon parecem ser necessárias para o aumento precoce na produção hepática 
de glicose durante o exercício. Esta adaptação hormonal praticamente não acontece no diabético 
tipo 1. Como consequência, quando os indivíduos têm baixa quantidade de insulina no sistema 
circulatório devido à terapia inadequada, os hormônios contrários a insulina são excessivamente 
liberados durante o exercício e aumentam os já altos níveis de glicose e corpos cetônicos, 
podendo precipitar a cetoacidose diabética (descompensação diabética extrema, cujo quadro 
clínico consiste em náuseas, vômito, dor abdominal, rubor facial, poliúria, polidipsia intensa, de 
evolução rápida levando o indivíduo a apresentar-se desidratado, taquicárdico, frequentemente 
hipotenso e com hálito cetônico). Reciprocamente, a presença de altos níveis de insulina, devido a 
administração exógena, pode atenuar ou até impedir a mobilização de glicose e outros substratos 
induzida pelo exercício, resultando em hipoglicemia. 
Apesar do exercício provocar nenhuma ou quase nenhuma melhora da glicemia nestes 
indivíduos, outros grandes benefícios ao diabético tipo 1 são observados, como: 
• Redução dos riscos de doenças cardiovasculares, por este apresentar de duas a três 
vezes o risco de desenvolvimento destas doenças. 
• Redução do risco em relação às outras doenças como a cerebrovascular e arterial 
periférica. 
• Alteração do perfil lipoproteico e consequente redução do risco de aterosclerose. 
• Redução da pressão arterial. 
 
1.6.2) DIABÉTICO TIPO II 
- O problema aqui não está relacionado à falta de secreção de insulina, mas à falta de reposta 
das células alvo à ação da insulina (resistência à insulina), ou seja, a insulina não consegue 
desempenhar com eficiência o papel de facilitar o transporte da glicose para dentro da 
membrana da célula. 
- Cerca de 80-90% dos diabéticos tipo II são obesos. 
O exercício tem uma função maior para este tipo de diabético. A contração muscular tem um 
efeito análogo à insulina, pois aumenta a permeabilidade da membrana celular. Assim, o exercício 
diminui a resistência e aumenta a sensibilidade à insulina. Isto acarreta: 
• Redução na necessidade celular de insulina e, consequentemente, das dosagens 
exógenas via injeções ou medicamento por via oral. 
• Melhoria na ação da insulina depois do exercício moderado/intenso pode ser mantida por 
várias horas, o que estende o risco de hipoglicemia bem além da hora do exercício. 
• Redução dos níveis de colesterol LDL e VLDL. 
• A redução da pressão arterial induzida pelo exercício físico é mais consistente para estes 
indivíduos com hiperinsulinemia. 
• Redução da gordura corporal através do exercício e dieta, com consequente redução nos 
níveis de obesidade e seus fatores de risco. 
 
1.6.3) RISCOS DO EXERCÍCIOS FÍSICO PARA O DIABÉTICO 
O diabético que não estiver bem controlado, com seus níveis glicêmicos adequados, 
apresentarão um risco à complicações muito maiores do que qualquer possível benefício 
resultante do exercício. Podemos citar: 
• Hipoglicemia, para pessoas que estejam tomando insulina ou agentes hipoglicemiantes via 
oral 
• Hiperglicemia e, para diabéticos tipo 1, cetoacidose 
• Complicações cardíacas, inclusive morte súbita 
• Sangramento da retina 
 
 
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• Perda de proteínas na urina 
• Oscilação excessiva, para cima e para baixo, da pressão arterial sistólica 
• Aparecimento de úlceras nos pés e danos ortopédicos, especialmente em indivíduos com 
neuropatias periféricas 
• Queda acentuada da pressão arterial sistólica intra-esforço em indivíduos com neuropatia 
autonômica grave 
 
Encontramos ainda fatores de interrupção e/ou de não início de uma prática física: 
• Para diabéticos com neuropatia autonômica: 
• uma frequência cardíaca de repouso maior que 100 batimentos é um risco e 
pode ser também indicativo de uma hipoglicemia• propensão a hipertermia e super aquecimento corporal durante a prática física, 
o que prejudica a performance física predispondo o organismo a uma insolação 
(estado potencialmente fatal) 
• são suscetíveis a variações bruscas de frequência cardíaca, assim sendo, o 
aquecimento e o desaquecimento são mais necessários 
• Hipertensão arterial não controlada, com pressão arterial sistólica de repouso superior a 
180 mmHg ou pressão diástólica acima de 105 mmHg 
• Diabéticos com neuropatias periféricas ou doenças cardíacas devem evitar o exercício sob 
frio intenso 
 
1.7) TREINANDO O DIABÉTICO 
O Diabetes Mellitus é mais difícil de ser tratado, do que outras condições crônicas, como: 
hipertensão, hiperlipidemia, angina, artrite, problemas cardíacos. Isso acontece porque sua 
evolução ideal está diretamente relacionada a uma maior extensão na mudança do estilo de vida, 
que está fora do controle do profissional. 
O professor de Educação Física, que vá treinar um diabético, deve passar informações 
sobre um estilo de vida ativa, em que o exercício físico estaria obrigatoriamente incluído e que 
seria adotado por toda a vida do indivíduo, contribuindo para uma melhor qualidade de sua vida. 
Contudo, outras variáveis, além do exercício regular, também são de grande importância e 
interferem no processo. A dieta é considerada a principal variável, de difícil controle, pois a 
maioria dos diabéticos não possui noções do que seja uma dieta adequada, balanceada, e 
acabam por adquirir hábitos alimentares errados, influenciando no aumento da glicose sanguínea, 
dificultando o controle do Diabetes. Mas como exemplo de determinação e disciplina, temos o 
fisiculturista campeão nacional americano Tim Belknap, diabético insulino-dependente. 
Outro fator importante é a personalidade do diabético, ou seja, ele pode estar fazendo a 
dieta corretamente, tomando a medicação certa, fazendo exercícios físicos regulares, mas ser 
uma pessoa agitada, nervosa ou depressiva; sabe-se que tanto o stress emocional positivo como 
o negativo aumentam os níveis glicêmicos, alterando o controle do Diabetes. 
Recentemente, inúmeras pesquisas têm descrito respostas ao exercício resistido, que 
poderiam melhorar a homeostase de glicose, incluindo mudanças nos tipos de fibras musculares, 
hipertrofia muscular, aumento da densidade capilar muscular, incrementos no sistema enzimático 
associados com o armazenamento e oxidação da glicose, melhoria da oxidação de lipídeos, além 
de modificações favoráveis com relação à hiperinsulinemia, nas proteínas plasmáticas, em alguns 
parâmetros da coagulação sanguínea (que é precária no diabético) e na pressão arterial. Mas, o 
fato que realmente pesa para o diabético é o teste de glicemia capilar antes e depois do 
exercício, onde este constata que o exercício contribuiu para a diminuição de seu nível glicêmico, 
controlando o seu diabetes. 
 
1.7.1) INFORMAÇÕES INICIAS AO DIABÉTICO ANTES DE ENGAJAR NA MUSCULAÇÃO 
O profissional de Educação Física precisa passar ao futuro trainee diabético, uma série de 
informações e recomendações antes deste se engajar num programa de musculação. A literatura 
especializada nos traz: 
1. Checar seu nível de glicose sanguínea antes do exercício (mais ou menos trinta minutos 
antes). 
 
 
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• Glicemia entre 130 - 200 mg/dl – não há necessidade de suplementar a ingesta de 
carbohidratos. 
• Glicemia menor que 130 mg/dl – ingerir 20g de carbohidratos 
2. Os riscos com relação à hipoglicemia durante e após o exercício e as alterações que podem 
ser feitas na dosagem da insulina injetada previamente ao exercício: 
• Diretrizes gerais para evitar a hipoglicemia durante e pós exercício para o diabético tipo 1: 
- Consuma carbohidratos (15-30g) a cada trinta minutos de exercício de intensidade 
moderada. 
- Consuma um carbohidrato de índice glicêmico médio/baixo antes de exercícios 
prolongados. 
- Diminua a dosagem de insulina: 
- Insulina de ação intermediária: diminua a dose em 30-35%, no dia do exercício. 
- Insulina de ação curta e intermediária: retire a dose da insulina de ação curta 
que precede o exercício. 
- Várias doses de insulina de ação curta: diminua a dose que precede o exercício 
em 30-50% e suplemente com carbohidratos. 
- Não aplicar insulina nas regiões de músculos que participarão ativamente do 
exercício, para evitar a entrada súbita de grande quantidade de insulina na 
circulação. 
- Evite o exercício tarde da noite. 
3. A importância de se realizar uma avaliação médica para verificar se há complicações 
vasculares (micro ou macrovasculares) e/ou neurológicas; 
4. A importância de um exame da retina periódico (a cada ano). 
5. A importância de levar consigo uma bolsa com carbohidratos. 
6. A importância de evitar o álcool bem como o uso de beta bloqueadores (quando possível). 
7. Os meticulosos cuidados com os pés (principalmente nos diabéticos que já apresentam uma 
neuropatia periférica) para evitar úlceras e outras lesões ortopédicas. 
8. Uso de meia e tênis apropriado, que não aperte os pés (a meia ajuda a prevenir bolhas e 
manter os pés secos). 
9. A possibilidade de hipotensão ortostática pós-exercício. 
10. A importância da reposição hídrica (o suor significa que você está perdendo água). 
11. Vestir roupas compatíveis com a temperatura (lembre-se de que suar mais não aumenta a 
perda de peso de gordura e sim, de água). 
12. Saber quando é melhor não se exercitar (se o nível de glicose em jejum estiver maior que 300 
mg/dl, independente do tipo de diabetes). 
13. Quando checar a quantidade de corpos cetônicos (se o nível de glicose estiver por volta de 
250 mg/dl antes do exercício, no Diabetes Tipo 1. Caso a quantidade de corpos cetônicos 
esteja alta, é melhor não praticar exercícios, pois a alteração nos níveis de corpos cetônicos é 
uma indicação de que o nível de insulina está muito baixo e o exercício poderia produzir mais 
corpos cetônicos, causando uma acidose e um desequilíbrio químico do corpo). 
14. A importância do aquecimento prévio e da volta à calma no final do exercício, especialmente 
no caso de neuropatias autonômicas. 
15. Se o diabético for hipertenso é aconselhável uma maior atenção nos exercícios de 
alongamento que precedem e sucedem o exercício, pois os alongamentos ajudam, através da 
vasodilatação, a restabelecer a pressão arterial. Neste caso, é importante evitar os exercícios 
isométricos por causarem vasoconstrição continua e, em alguns, casos aumentarem ainda 
mais a pressão arterial. 
16. Atenção no momento da execução do exercício para que ele não faça respiração bloqueada 
ou manobra de valsava (que aumentam a pressão ocular e podem também aumentar a 
pressão arterial sistêmica). 
17. Para o diabético com neuropatia periférica, os exercícios que exigem sobrecarga sobre os 
pés, como por exemplo a corrida, não são recomendados. 
 
1.7.2) AVALIAÇÃO FÍSICA DO DIABÉTICO CANDIDATO A MUSCULAÇÃO 
É de suma importância que o diabético seja submetido a uma criteriosa avaliação 
multidisciplinar de seu estado geral. Isto é fator determinante para a segurança, não só do 
 
 
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diabético, bem como do profissional de Educação Física que irá conduzir o programa de 
treinamento deste. Esta deverá conter: 
• Histórico e exame físico 
- Revisão de todos os sistemas (especialmente o músculo-esquelético) 
- Identificação de problemas médicos (asma, artrite, etc.) 
- Composição corporal 
• Evolução do diabetes 
- Hemoglobina glicosilada 
- Exame oftalmológico 
- Exame neurológico 
- Evolução nefrológica 
• Evolução cardiovascular- Teste de esforço, quando 
- Idade >35 
- Diabetes tipo 2 a mais de 10 anos 
- Diabetes tipo 1 a mais de 15 anos 
- Presença de qualquer fator de risco adicional para doença coronariana 
(hipertensão, colesterol, etc) 
- Presença de doença microvascular (retinopatia ou nefropatia, inclusive 
microalbuminúria) 
- Doença vascular periférica 
- Neuropatia autonômica 
- Exames laboratoriais (triglicerídeos e colesterol) 
Somente a partir destes dados o professor de Educação Física poderá elaborar um 
programa realmente individualizado, que atenda aos objetivos e respeite os limites de seu trainee 
diabético. 
 
1.7.3) O PROGRAMA DE MUSCULAÇÃO DO DIABÉTICO 
Do mesmo modo que qualquer iniciante na musculação, o programa de exercícios do 
diabético, depende do seu estado inicial de aptidão. Daí a importância da avaliação inicial para 
que professor de Educação Física tenha os parâmetros necessários a individualização do 
treinamento. O mais importante é que o diabético mantenha sua glicose sob controle 
Depois de tudo que já foi exposto aqui, creio sermos capazes de responder as seguintes 
questões: 
• Qual a frequência semanal ideal? 
Tanto para o diabetes tipo 1 quanto o tipo 2, o Colégio Americano de Medicina Esportiva 
recomenda um mínimo de 3x e o ideal de 5x/semana. Isto em razão do exercício poder 
aumentar a sensibilidade à insulina em até 40%. Contudo, tal mudança parece ser um 
efeito agudo associado ao exercício recente, e é perdido em 2 a 3 dias de inatividade. 
Assim sendo, o diabético também pode iniciar com uma rotina de corpo inteiro e à 
medida de sua evolução passar à rotinas divididas (o que seria o ideal). 
 
• Qual a interrrelação volume/intensidade? 
Para o diabético tipo 1 
• a princípio manter suas repetições altas em torno de 20 e gradativamente a cada 
novo programa reduzi-las para 10 –15, mas sempre sem atingir o ponto de fadiga 
muscular momentânea; 
• como este tipo é o mais propenso a hipoglicemia, é aconselhável manter um volume 
total de séries por grupo muscular baixo/moderado, para que a sessão de treino não 
se estenda demais (30 – 40 min. máximo); 
• intervalo de recuperação normal, evitando uma alta intensidade relativa; 
 
 
 
 
 
 
 
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Para o diabético tipo 2 
• como é bastante comum este tipo ser obeso e hipertenso, manter altas as 
repetições, entre 15 – 20, mas também sem atingir o ponto de fadiga muscular 
momentânea; 
• especialmente no caso da obesidade, manter um volume total de séries por grupo 
muscular moderado (40 – 60 min. máx). 
• neste tipo como a intensidade absoluta de carga é baixa, pode-se buscar intervalos 
de recuperação um pouco mais baixo que o do tipo 1. 
 
• Qual a duração? 
Tanto para o diabético tipo 1 quanto do tipo 2, como a evolução de treinamento é lenta, 
ideal é que cada programa tenha 8 semanas de duração, de modo a permitir que as 
adaptações orgânicas sejam pronunciadas. 
 
• Que hora do dia? 
Como já visto, deve-se evitar o exercício tarde da noite pois uma possível hipoglicemia 
poderia acontecer durante o sono, dificultando as contramedidas necessárias. O ideal, 
portanto, é que fosse feita na parte da manhã, não muito tempo após o café e com a 
dose ajustada de insulina. Segue abaixo uma tabela adaptada do Boletim Médico do 
Centro B-D de Educação em Diabetes (1994) 
 
HORÁRIO DOS EXERCÍCIOS FÍSICOS INSULINA A AJUSTAR 
Das 6 às 11 horas Regular matutina 
Das 11 às 16 horas NPH matutina 
Das 17 às 20 horas Regular noturna 
Das 20 às 23 horas NPH noturna 
 
 
 
1.7.4) A DIETA PARA O DIABÉTICO 
Não existe uma dieta para diabéticos. Existe a dieta para o diabético. Cada diabético tem 
que ter a alimentação ajustada às suas necessidades, tipo de vida, massa corporal, exercício 
físico e a resposta do seu organismo aos medicamentos de que faz uso. 
O ato de comer, em nossa sociedade, tem um significado muito além do preenchimento das 
necessidades calóricas, nutricionais e vitamínicas do nosso organismo. Comemos para 
comemorar, para nos consolar, para suprir carências afetivas, para agredir aos outros ou a nós 
mesmos e como atividade social. Assim sendo, o diabético, em algumas situações sociais pode 
sentir dificuldades em manter seu padrão dietético. É, então, importante que seja orientado quanto 
ao seu comportamento alimentar nestas situações especiais, e aí que a reeducação alimentar 
apresenta mudanças positivas nos hábitos alimentares, que colaboram no controle do Diabetes. 
 
DICAS PARA A REEDUCAÇAO ALIMENTAR (Labrunie, Mattos, Braga e Labrunie, 1997) 
 
• Enfatizar, na incorporação de novos hábitos alimentares, o fracionamento da dieta (5 a 6 
refeições/dia com intervalos de 2 a 4 horas) de acordo com o esquema de insulina (dose, 
horário de aplicação);. 
• Manter a ingestão total de gordura entre 25% a 30%, no máximo das calorias totais do dia. 
• Reduzir a ingestão de ácidos graxos saturados a menos de 10% das calorias e a ingestão 
de colesterol a menos de 300 mg/dia. 
• Usar métodos de preparo do alimento com pouca ou nenhuma gordura, dando preferência 
a óleo de origem vegetal (girassol, canola, milho, oliva, etc). 
• Reduzir o consumo de carnes vermelhas, substituindo-as, pelo menos três vezes por 
semana, por aves (frango, peru) e peixes, cuja pele deve ser retirada antes do preparo. 
• Dar preferência às halvarinas (cremes vegetais) e margarinas vegetais cremosas ou 
líquidas, em substituição à manteiga e às margarinas duras. 
 
 
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• Controlar o consumo de gema, substituindo, sempre que possível, o ovo inteiro por clara, 
devido ao alto teor de colesterol. 
• Adequar a ingestão de amidos e outros carbohidratos complexos (pães, cereais, massas) 
50% a 60% do valor calórico total do dia, minimizando o uso dos cabriolarmos simples 
(mel, açúcar) e, em substituição, adotando-se o uso de edulcorantes (adoçantes) como 
aspartame, sacarina, sucralose ou acessulfame, quando indicado. 
• Ingerir, diariamente, cinco ou mais porções de uma combinação de vegetais e frutas, 
especialmente vegetais verdes (couve, espinafre, etc), amarelos (cenoura, abóbora, etc) e 
frutas cítricas (goiaba, acerola, etc). 
• Manter a ingestão de proteínas em níveis moderados (não exceder 1,2 g/Kg peso 
corporal/dia), em geral não mais que 15% do valor calórico total. Obs.: a nefropatia requer 
dieta hipoproteica (não inferior a 0,8g/Kg). 
• Evitar o consumo de álcool, embora seu uso possa ser limitado, salvo indicações clínicas. 
• Limitar a ingestão de cafeína, no máximo, 2 xícaras de café (50 ml cada) ao dia, podendo 
o mesmo ser substituído por infusão de ervas naturais, tais como cidreira, erva-doce, etc. 
• Eliminar o hábito de fumar. 
• Limitar a ingestão diária de sal a 6 g ou menos; em pacientes hipertensos, restringir o 
consumo a 4 g/dia (l,5g a 2,5g de sódio), ou ajustá-lo ao grau de hipertensão. Se 
necessário, deve haver maior rigor. Evitar adicionar sal ao alimento à mesa, substituindo-o 
por condimentos naturais, ervas aromáticas, etc. 
• Consumir moderadamente alimentos salgados, processados e preservados com sal 
(enlatados e embutidos em geral, como mortadela, salame, presunto, etc.). 
• E aconselhável que as refeições suplementares (lanches) sejam compostas, 
preferencialmente, de frutas e derivados lácteos desnatados. 
 
1.8) CONCLUSÃO 
¾ Todos os níveis de exercícios, incluindo a musculação, atividades de lazer, esportes 
recreacionais e de alta performance, podem ser feitos por diabéticos isentos de complicações 
e que tenham um bom controle da glicose sanguínea. 
¾ A habilidade em ajustar o regimeterapêutico (insulina, medicamento e dieta) ao exercício, 
permite uma segura participação do diabético em atividades de alta performance. Mas esta 
deverá ser aprendida pelo diabético, onde o papel do professor de Educação Física será 
decisivo, já que será com este que o diabético terá mais contato dentre todos profissionais que 
cuidarão dele. 
 
 
2) ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES 
A partir do século XIX, o desenvolvimento tecnológico acelerado impôs ao Homem moderno 
o sedentarismo exagerado, levando-o a um estilo de vida bem diferente de seus antepassados. 
Aliado a isto, erros e vícios alimentares, como o excesso de sal, açúcares e gorduras saturadas 
somados a diversas situações de tensão e stress. Tal quadro é o principal responsável pelo 
aumento do número de indivíduos apresentando hipertensão arterial ou alguma da doença arterial 
coronariana, elevando a taxa de mortalidade em função destas. 
No fim dos anos 60, iniciou-se quase que no mundo todo a chamada “febre do exercício”, 
visando principalmente à obtenção de um nível físico ideal para manter e preservar a saúde. Esse 
estímulo à prática física teve sua origem nas constatações de diversos estudos de que exercitar-
se regularmente reduzia a mortalidade por doenças cardiovasculares. 
Mais uma vez o professor de Educação Física, não só como preparador físico mas 
especialmente como educador para a saúde, tem um papel decisivo na mudança comportamental, 
em relação a melhores hábitos de vida e alimentares, não só daqueles que buscam a prevenção 
bem como daqueles em recondicionamento após um evento cardiovascular. 
 
 
 
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2.1) A DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA (DAC) 
2.1.1) DEFINIÇÃO 
Causada principalmente pela aterosclerose, que se caracteriza pela deposição de placas de 
lipídios (ateromas) nas paredes das artérias. Tal processo evolui progressivamente, iniciando-se 
geralmente na infância, na dependência dos chamados “fatores de risco”. 
 
2.1.2) FATORES DE RISCO CORONARIANO 
São os fatores que aumentam o risco de uma pessoa desenvolver a doença arterial 
coronariana, sendo que esta, na maioria das vezes, é desencadeada por mais de um agente.. 
Felizmente, a maioria dos fatores de risco coronariano podem ser controlados, seja através 
de mudanças no estilo de vida e/ou por ação farmacológica (os não controláveis são idade, 
hereditariedade e sexo). Uma vez minimizados podem auxiliar, e muito, na prevenção do 
aparecimento da doença coronariana 
 
Idade Quanto maior for o número de anos vividos, maior será o risco. Assim, para 
uma taxa de morte por infarto agudo do miocárdio, de 10/100.000 homens 
entre 25 e 35 anos, passamos a 1.000/10.000 dos 55 aos 65 anos, ou seja, 
100 vezes mais. 
 
Hereditariedade O seu papel na gênese da aterosclerose ainda não está totalmente 
esclarecido, porém, verifica-se sempre um maior número de casos de 
doenças cardiovasculares em famílias com história rica em hipertensão e 
doença coronariana. Acreditamos que maior importância será dada à medida 
que formos obtendo melhor desenvolvimento na área da engenharia genética. 
 
Sexo Pelo menos até a fase de menopausa a mortalidade por doença arterial 
coronariana é menor na mulher em relação ao homem. Nas idades entre 35 e 
45 anos, a mortalidade é cerca de seis vezes maior em homens da raça 
branca. Após esse período a diferença se torna muito pequena. Existe a 
possibilidade de um efeito protetor dos estrogênios, que declina após a 
menopausa. 
Dislipidemia Níveis sanguíneos elevados de gorduras saturadas (colesterol e 
triglicerídeos) estão relacionados a uma maior incidência de coronariopatias. 
Os lipídios plasmáticos são principalmente derivados dos alimentos que 
ingerimos. Níveis ideais de colesterol são geralmente abaixo de 200 mg0/o. 
Níveis acima de 360 mg0/o apresentam quase cinco vezes mais a incidência 
de doença coronariana. Os depósitos lipídicos são formados por frações 
lipoproteicas de baixa densidade (LDL) e de muito baixa densidade (VLDL). A 
fração lipoproteica de alta densidade (HDL) atua como elemento protetor. O 
exercício físico e uma dieta balanceada podem reduzir os níveis de gorduras 
saturadas, diminuindo principalmente os níveis de triglicerídeos e 
aumentando a fração HDL. 
Segundo Fredrickson, níveis de colesterol acima de 220 mg/dl em qualquer 
idade devem ser considerados anormais, devendo ser indicados esforços 
para o seu controle. 
 
Hipertensão A hipertensão arterial constitui um dos maiores fatores de risco coronariano 
segundo a observação da maioria dos autores. Estudos da American Heart 
Association de 1978 demonstraram que níveis sistólicos acima de 150 mmHg 
possuem um risco médio duas vezes maior que indivíduos normotensos. 
 
Fumo O tabagismo excessivo, ou o uso de 20 ou mais cigarros por dia, apresenta-
se com o risco aumentado de desenvolver coronariopatia, sendo duas vezes 
maior o risco de infarto agudo do miocárdio). A ligação fisiopatológica entre o 
fumo e a doença aterosclerótica ainda não está totalmente esclarecida. 
Alguns autores admitem a possibilidade de lesão endotelial pelo monóxido de 
 
 
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carbono, com consequente facilitação do processo de aterogênese. Para 
outros é mais importante a ação estimulante da nicotina, provocando 
vasoconstrição e taquicardia, conjuntamente com outras substâncias do fumo. 
 
Diabetes mellitus O paciente diabético apresenta um risco aumentado de desenvolver doença 
arterial coronariana em face de diversos fatores inerentes à própria doença, 
principalmente a maior atividade das catecolaminas circulantes e o aumento 
da viscosidade e da adesividade plaquetária. Contudo, é difícil isolar o 
diabetes como um único fator, tendo em vista sua frequente associação com 
obesidade, hipertensão arterial e dislipidemias. 
 
Sedentarismo Há fortes evidências a cerca do papel dos exercícios na redução da 
mortalidade cardiovascular. Um dos primeiros estudos realizados comparando 
a prevalência de Doença Arterial Coronariana (DAC) entre pessoas ativas e 
sedentárias foi realizado por Morris e cols. em 1953, na Inglaterra. Esses 
autores verificaram a mortalidade cardiovascular entre cobradores e 
motoristas de ônibus, concluindo que os cobradores ativos apresentaram 
duas vezes menos infarto do miocárdio. Dessa época até nossos dias, 
dezenas de trabalhos foram publicados, mostrando uma relação estatística 
significativa entre aptidão física e DAC. Para Leon58 não é possível ainda 
obter-se prova absoluta da contribuição da inatividade física para a DAC 
devido à complexidade do problema, contudo os atuais estudos 
epidemiológicos indicam que a atividade física habitual oferece uma proteção 
parcial contra os eventos primários e secundários da doença coronariana. 
 
Obesidade Esta se torna importante na medida em que é maior a associação com o 
diabetes e a hipertensão arterial. A obesidade está caracterizada quando 
temos um índice de massa corporal (IMC) maior que 30, e/ou um percentual 
de gordura (%G) acima de 25% para homens e 30% para mulheres. Estudos 
mostraram que pessoas com excesso de peso (acima de 20%) apresentam 
uma taxa de mortalidade, em relação à DAC, duas vezes e meia maior, 
comparada com pessoas de peso normal. 
 
 
2.1.3) VARIEDADE DE APRESENTAÇÃO DA DAC 
 
Cardiopatia Isquêmica 
Silenciosa Consiste na manifestação de isquemia pelas alterações do ECG 
sem a presença de angor. 
 
Angina de Peito 
Estável Caracteriza-se pela presença da dor precordial de curta duração, 
geralmente 1 a 3 minutos, cedendo com repouso ou com uso de 
vasodilatadores.Angina de Peito 
Instável Caracteriza-se pela exacerbação ou progressão dos sintomas de 
angor da forma estável, com acentuação dos achados dos dois 
últimos meses (angina progressiva), podendo aparecer pela 
primeira vez (angina de recente começo), ou após um episódio de 
infarto do miocárdio (angina pós-infarto). 
 
Angina Vasoespática Também conhecida como Variante de Prinzmetal. Caracteriza-se 
pelo relato de crises de angor recorrentes que acontecem após 
esforços leves ou mesmo em situações de completo repouso ou 
emoções. São verificadas alterações significativas de ST que 
 
 
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desaparecem quando a dor cede. O quadro enzimático é 
geralmente normal ou levemente tocado. Nessa entidade há geral-
mente associação de lesão univascular em vaso coronariano 
principal, podendo também as coronárias ser normais (mecanismo 
vasoespático). 
 
Síndrome Intermediária Caracteriza-se por uma isquemia miocárdica prolongada, quadro 
representativo de um estado de transição entre isquemia e a 
necrose. Para alguns autores, na realidade acontecem pequenas 
áreas de necrose. 
 
Infarto Agudo do Miocárdio Caracteriza-se pela presença de quadro anginoso prolongado, 
geralmente com duração superior a 30 minutos, havendo 
alterações eletrocardiográficas específicas, como infra ou 
principalmente supradesnível de ST e ondas Q em derivações que 
exploram a região infartada. A causa principal é a aterosclerose 
dos vasos coronários; porém, outras causas podem ser 
responsáveis, como dissecção de artéria coronária, espasmo, 
embolia, arterite e outras. 
 
 
2.1.4) FISIOPATOLOGIA DA INSUFICIÊNCIA CORONARIANA 
O coração depende quase que exclusivamente do oxigênio que extrai. Nas artérias 
coronárias a saturação de O2 > é de 95%. Durante o exercício o aumento do trabalho cardíaco 
deve ser compensado com um aumento proporcional do fluxo sanguíneo coronariano. Num 
coração normal, em repouso, esse fluxo é da ordem de 0,8 ml por grama de tecido ventricular e 
por minuto, podendo chegar a 5 a 6 vezes mais durante o exercício. Obstruções coronarianas 
acima de 50% já ocasionam transtornos, principalmente quando há aumentos das demandas de 
oxigênio. Mais de 70% das alterações decorrentes da redução do fluxo coronário já se fazem 
sentir mesmo em repouso. O que se estabelece na realidade é uma desproporção entre a oferta e 
o consumo de oxigênio para as células miocárdicas, gerando hipóxia. Normalmente, mesmo em 
repouso o músculo cardíaco tem extração de oxigênio elevada, próxima a seu nível máximo, ou 
seja, as células miocárdicas extraem cerca de 75% do oxigênio que lhe é disponível, uma taxa 
bem acima dos demais tecidos do corpo. Portanto, durante uma maior solicitação, como por 
exemplo exercício físico, o consequente aumento das demandas metabólicas deve-se às artérias 
coronárias. A oferta de oxigênio é, portanto, um dependente primário do fluxo coronariano, que 
depende, por sua vez, da pressão de perfusão de forma direta e indiretamente da resistência dos 
vasos coronarianos. 
 
2.1.5) A REABILITAÇÃO CARDÍACA 
Esta visa o restabelecimento e manutenção de um nível adequado de função fisiológica, 
psicológica, recreativa, profissional e social, possibilitando a normalização das rotinas de vida do 
indivíduo cardiopata. Aqui inclui-se os indivíduos com os seguintes diagnósticos ou intervenções 
terapêuticas: cardiopatia isquêmica, infarto do miocárdio recente, cirurgia de derivação da artéria 
coronária, angioplastia coronariana transluminar percutânea, transplante cardíaco, substituição de 
válvula cardíaca e insuficiência cardíaca congestiva. 
Tipicamente a reabilitação cardíaca é dividida em três fase: 
• Fase I – Doença aguda 
• Fase II – Convalescença 
• Fase III – Manutenção 
 
• Fase 1 — Doença Aguda 
Etapa 1 - É a fase crítica da doença que se passa normalmente em unidades de terapia intensiva 
(UTI) durando nos casos de boa evolução cerca de 3 a 5 dias. Após as primeiras 12 a 24 horas de 
observação, havendo estabilização do quadro clínico, inicia-se um programa de exercícios de 
baixa intensidade (1,2 a 2,0 METS) que inclui movimentos passivos e ativos de membros, 
 
 
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exercícios respiratórios e de relaxamento e cuidados pessoais. A frequência cardíaca não deve 
ultrapassar os valores de FC de repouso + 20 bpm. As sessões devem ser repetidas 2 a 3 vezes 
por dia e são suspensas em casos de ocorrência de dor anginosa, dispnéia, queda ou elevação 
excessiva da Passada, elevação da PAD em mais de 10 mmHg, arritmias e/ou alterações de ST 
significativas. O trabalho de apoio psicológico começa já nesta fase. 
 
Etapa 2 - Esta se inicia a partir da alta da UTI, estendendo-se até a alta hospitalar. A duração 
dessa etapa geralmente é de 5 a 10 dias da alta da UCI, sendo mantidos inicialmente os mesmos 
cuidados e conselhos da etapa anterior, incluindo agora o sentar em poltrona alguns minutos por 
dia. Um programa de deambulação precoce deve começar a partir do segundo dia, em geral pelas 
dependências do próprio hospital. A intensidade do trabalho para essa etapa não deve ser 
superior a 3 METs ou elevar a FC de repouso acima de 20 bpm. A frequência das sessões é de 2 
a 3 vezes por dia. Serão observadas as mesmas razões apresentadas na Etapa 1 para 
interrupção do exercício. 
 
sUGESTÃO PARA UM PROGRAMA DE DEAMBULAÇÃO PRECOCE NA ETAPA 2 DA FASE 1 DA REABILITAÇÃO CARDÍACA 
DIA DISTÂNCIA (m) VELOCIDADE DA MARCHA MANHÃ TARDE 
2º 400 confortável X X 
3º 400 confortável X X 
4º 600 confortável X X 
5º 600 confortável X X 
6º 800 confortável X X 
7º 800 confortável X X 
8º 1.000 confortável X X 
Setor de cardiologia do Hospital Naval Marcílio Dias, RJ 
 
• Fase II — Convalescença 
Começa a partir da alta hospitalar e termina geralmente quando o paciente pode voltar ao 
trabalho. Tem duração média de 1 a 2 meses. Um dos objetivos principais é a volta ao trabalho 
com retorno à sua vida útil e produtiva. 
 
Etapa 1 - O paciente mantém os exercícios ensinados por ocasião da fase hospitalar, inclusive 
continuando o seu programa de marcha. 
 
Etapa 2 - compõe-se de exercícios em centros especializados ou mesmo no próprio hospital, 
onde o paciente realiza 2 a 4 sessões por semana. A intensidade de trabalho para essa fase é de 
3 a 5 METs, ou uma FC entre 45 - 60% FCmax. 
 
Componentes de uma sessão de treinamento na fase II da reabilitação cardíaca: 
1. Aquecimento 
Exercício de alongamento e calistenia leves 
2. Atividade aeróbica contínua 
Sessões de 15 a 30 minutos de bicicleta estacionária e/ou marcha lenta em esteira rolante 
3. Resfriamento 
Alongamento e exercícios de relaxamento por 5 minutos 
 
Obs.: A ergometria realizada por ocasião da alta hospitalar no infartado possibilita uma melhor 
avaliação do caso e ajuda na prescrição do exercício. São determinadas por essa ocasião a 
capacidade funcional limite e a capacidade funcional útil. 
 
• Fase III — Manutenção ou Treinamento recondicionante 
Após a fase de convalescença, que termina por volta de 2 a 3 meses do episódio agudo, 
inicia-se a fase de manutenção, com duração sem limite e fora do ambiente hospitalar em 
ambiente comunitário ou outro local que sinta-se seguro. O paciente é submetido a um novo teste 
ergométrico com o objetivo de complementação da avaliação clínica e programação de exercícios. 
A intensidade de treinamento será função da potência aeróbica máxima determinada no teste. Um 
exame normal permite uma volta ao trabalho com mais confiança. 
 
 
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Aqui o professor de Educação Física entra dando continuidade ao trabalho da equipe de 
reabilitação cardíaca (médico, fisioterapeuta, nutricionista, psicólogo, etc), controlando o 
treinamento. 
 
Nos primeiros 4 – 6 meses de exercícios na fase III - manutenção da reabilitação cardíaca 
1. Intensidade 
VO2 treino = 50 a 65 % do VO2máx 
FC treino = 60 a 80 % da FC alcançada na ergometria 
 
2. Duração de cada sessão 
20 a 60 minutos de atividade aeróbica contínua 
 
3. Atividades recomendadas 
Caminhadas, ciclismo, natação 
 
Após 6 meses 
Já podemos considerar o indivíduo não mais como um paciente, mas como um trainee, 
onde para este o trabalho de musculação já começaria a apresentar mais pontos positivos do que 
contra, em função da alterações bioquímicas e sistêmicas geradas por este. 
1. Intensidade 
VO2 treino = 60 a 80 % do VO2máx 
FC treino = 70 a 85 % da FC alcançada na ergometria 
 
2. Duração de cada sessão 
60 – 75 minutos de atividade mista (alongamento + aeróbico + musculação) 
 
 
2.2) A HIPERTENSÃO ARTERIAL 
2.2.1) DEFINIÇÃO 
Aumento da resistência do sistema arterial ao fluxo sanguíneo, em decorrência do 
endurecimento dos vasos seja por deposição de lipídeos nas paredes ou por espessamento da 
camada de tecido conjuntivo dos vasos, ou por uma maior resistência periférica por descarga 
nervosa ou disfunção renal. Esta impõe um esforço crônico excessivo ao funcionamento normal 
do sistema cardiovascular. 
 
CLASSIFICAÇÃO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL 
COMPORTAMENTO P. A. SISTÓLICA mmHg P. A. DIASTÓLICA mmHg 
Normal < 140 < 90 
Hipertensão leve 140 – 159 90 – 104 
Hipertensão moderada 140 – 159 105 – 114 
Hipertensão severa > 160 > 115 
 
 
2.2.2) MUSCULAÇÃO X HIPERTENSÃO ARTERIAL 
É consensual que a musculação pode causar maior elevação na pressão arterial em 
comparação com o movimento dinâmico de menor intensidade, porém não foram achados indícios 
que essa forma de treinamento seja capaz de causar qualquer aumento a longo prazo na pressão 
arterial de repouso. Pelo contrário, estudos têm revelado que o treinamento regular na 
musculação também é capaz de reduzir os níveis pressóricos. E os mecanismo pelo qual esta 
também consegue tal efeito é tão obscuro quanto os mesmos para os exercícios aeróbicos. Mas 
isto também não quer dizer que o hipertenso poderá fazer uma mesma rotina de trabalho em 
musculação que um normotenso. Cuidados precisam ser tomados com o hipertenso na 
musculação para que este não sofra com picos hipertensivos severos que sobrecarregariam mais 
seu sistema cardiovascular, trazendo malefícios e não permitindo colher os benefícios da 
atividade. 
 
 
 
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2.2.3) TREINANDO O HIPERTENSO NA MUSCULAÇÃO 
No universo de uma academia, a musculação pela facilidade de controle de suas variáveis 
de treino, é a modalidade que mais se adaptaria ao hipertenso. Desde que seja observado: 
• Medir a PA antes da sessão - não iniciar uma sessão de musculação caso o hipertenso não 
esteja controlado via medicamento específico (PAS > 150 e/ou PAD > 105) 
• Utilizar a montagem alternada por segmento - evoluindo desde a forma mais simples de 
circuito, passando pelos mini-circuitos até as formas mais avançadas de PHA. 
• Utilizar uma intensidade baixa de carga - mantendo as repetições ente 18 – 20. 
• Manter um volume de séries por grupo muscular de baixo a moderado 
• Treinar não muito próximo do ponto de fadiga muscular momentânea – o treinamento limite 
imporia picos exagerados de pressão. 
• Selecionar exercícios que facilitem o retorno venoso. 
• Observar a respiração – manter uma respiração continuada evitando a Manobra de Valsalva 
durante não apenas os exercícios de musculação bem como nos alongamentos. 
• Reduzir o tempo de execução dos alongamentos – saindo dos tradicionais 2x 20” para, por 
exemplo, 3x 10”, evita-se sustentar posturas isométricas durante estes. 
• Para um mesmo percentual do VO2máx., exercícios com membros superiores provocam maior 
elevação da PA do que os com membros inferiores, então: 
- evitar movimentos com membros superiores acima da linha dos ombros 
- utilizar menos exercícios para MMSS em relação aos MMII 
 
 
3) A OSTEOPOROSE 
 
3.1) DEFINIÇÃO 
A osteoporose é uma síndrome caracterizada por uma alteração do esqueleto, que consiste 
na diminuição da massa óssea, produzida pelo desequilíbrio entre a formação e a reabsorção 
óssea, favorecendo o aparecimento de fraturas expontâneas ou mesmo consequentes a traumas 
mínimos, notadamente ao nível das vértebras, mas também, em menor escala, nos ossos longos. 
A osteoporose é a mais frequente alteração do tecido ósseo, e sua característica 
predominante é a diminuição do número e espessura das partes calcificadas das trabéculas 
ósseas (microarquitetura óssea) e da massa óssea. 
 
3.2) CONSIDERAÇÕES GERAIS 
A massa óssea máxima (MOM - maior nível de massa óssea atingido em virtude do 
crescimento normal), ocorre, geralmente, entre a adolescência e os 30 anos, com variação em 
determinados pontos do esqueleto. Por exemplo, a MOM do colo femoral é atingida aos 17 anos, 
mas a das vértebras lombares ocorre entre os 18 e os 24. As demais massas ósseas de interesse 
não apresentam diferenças em mulheres entre os 18 anos e a menopausa, ou só atingem seu 
máximo nas mulheres de 50 anos, indicando, em alguns locais, uma lenta mas continua 
acumulação óssea até a menopausa. 
É bom lembrar que o osso representa um papel de grande importância no organismo, pois 
constitui o maior depósito de cálcio que possuímos no organismo. Representa um depósito 
mineral de substância inorgânica, e entra na regulação do metabolismo entre o cálcio e o fósforo. 
Esse equilíbrio é muito influenciado por determinados hormônios na parte relacionada aos 
fenômenos de ossificação e desossificação (ou seja, formação e reabsorção), e dentre esses 
hormônios, citaremos os ovarianos (femininos), testiculares, e também a córtex suprarrenal, 
estimulando a formação do osso (osteogênese), enquanto outros, da suprarrenal e paratormônio 
principalmente, reprimem a ação das células formadoras de osso, aumentando assim, a 
reabsorção óssea, pelos osteoclastos. 
 
 
 
 
 
 
 
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Durante a maturidade sexual, esses hormônios se mantêm em equilíbrio constante, e 
controlam a atividade dos dois tipos de células, e assim, a ação de construção e de destruição 
ósseas se mantém contínua. Porém, com o passar dos anos, ocorrerá a diminuição da produção 
de determinados hormônios, reduzindo o seus estímulos sobre a formação óssea. Entretanto, a 
ação de reabsorção do osso continua, mas agora, sem contrapartida. Isto levará a já referida 
diminuição do numero e espessura das trabéculas ósseas. O declínio da massa óssea começa ao 
redor da quarta ou da quinta década de vida, a taxas de 0,3 – 0,5 % ao ano. Depois da 
menopausa, essas perdas aceleram, atingido taxas 10 vezes maiores do que as iniciais, durante 
um período de 5 -7 anos. 
 
3.3) FATORES PREDISPONENTES 
 
Vários são os fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da osteoporose. E tais 
fatores se apresentam diferentemente entre homens e mulheres. 
 
FATORES DE RISCO QUE 
PODEM SER MODIFICADOS 
MULHERES HOMENS 
Alimentação pouco nutritiva X X 
Deficiência de estrogênio X - 
Dieta muito ácida X X 
Distúrbios alimentares (bulimia, anorexia) X - 
Excesso de cafeína X X 
Excesso de fibra na alimentação X X 
Excesso de proteína animal X X 
Excesso de sal X X 
Falta de laticínios na alimentação X X 
Fumo X X 
Imobilizaçãoprolongada X X 
Sedentarismo X X 
Vegetarianismo X X 
 
 
FATORES DE RISCO QUE 
NÃO PODEM SER MODIFICADOS 
MULHERES HOMENS 
Alergia a laticínios X X 
Amamentação X - 
Hereditariedade X X 
Hipogonadismo - X 
Idade superior a 40 anos X - 
Idade superior a 70 anos X X 
Menopausa precoce X - 
Pele clara X X 
Retirada dos ovários X X 
 
 
 
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3.4) PREVENÇÃO DA OSTEOPOROSE 
A osteoporose é uma doença insidiosa que de repente se mostra através de uma fratura e 
quadro de dor aguda. Portanto, a melhor maneira de lidar com a osteoporose é não tê-la, assim 
sendo, prevenção é palavra chave. Podemos citar como práticas preventivas: 
• Após os 20 a 25 anos de idade, mesmo aparentemente saudável, procure manter um 
padrão alimentar rico em vitamina D e cálcio via alimentação. 
• Expor-se a luz solar (com as devidas cautelas evidentemente) ajuda na fixação e absorção 
de vitaminas e minerais. 
• Caso necessário, suplementar o cálcio de forma a atingir a cota ideal diária. 
• Em mulheres através da reposição de estrogênio. 
• Evitar o fumo, o álcool e as dietas radicais que invariavelmente são pobres em cálcio. 
• Praticar exercícios físicos. 
 
 
NECESSIDADES ÓTIMAS DE CÁLCIO RECOMENDADAS PELO NATIONAL INSTITUTE OF HEALTH CONSENSUS PANEL 
FAIXA ETÁRIA INGESTA ÓTIMA DIÁRIA DE CÁLCIO (mg) 
Nascimento-6 meses 400 
6 meses - 1 ano 600 
1 – 5 anos 800 
6 – 10 anos 800 – 1.200 
1 – 24 anos 1.200 – 1.500 
Homens: 25 – 65 anos 1.000 
Mulheres: 25 – 50 anos 1.000 
Mulheres pós-menopáusicas com estrógenos: 50-65 anos 1.000 
Mulheres pós-menopáusicas sem estrôgenos: 50-65 anos 1.500 
Homens e mulheres > 65 anos 1.500 
Gestantes e nutrizes 1.200 – 1.500 
 
3.5) MUSCULAÇÃO X OSTEOPOROSE 
O exercício regular ajuda a reduzir o ritmo de envelhecimento do esqueleto, por auxiliar na 
fixação do cálcio. Em qualquer idade, as pessoas que adotam um estilo de vida mais ativo 
possuem maior massa óssea em comparação aos congêneres sedentários. 
A teoria mais aceita é de que o osso se comporta como um cristal piezoelétrico, que 
transforma o stress mecânico em energia elétrica. As alterações elétricas criadas quando o osso é 
submetido a um stress mecânico estimulam a atividade das células formadoras de osso 
(osteoblastos), o que resulta em acúmulo de cálcio. 
É especialmente benéfico o exercício onde haja sustentação de peso (provocando uma 
compressão óssea intermitente), os quais aumentam a densidade mineral óssea, incluindo-se 
aqui: caminhar, dançar e exercícios contra-resistência (a musculação, por exemplo). Pesquisas 
têm confirmado que o treinamento de força de alta intensidade além de o mais vantajoso na 
preservação da densidade óssea, também proporciona o aumento da massa e força musculares 
resultando num melhor equilíbrio, coordenação, flexibilidade, agilidade e consequentemente 
menos quedas. 
Houve-se falar muito na natação, mas embora seja improvável que esta aumente a 
densidade mineral óssea, ela proporciona expansão torácica, extensão da coluna vertebral e 
condicionamento cardiopulmonar de baixo impacto, tendo, portanto, seu lugar nos regimes de 
osteoporose. 
 
 
 
 
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