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AÇAO RESCISÓRIA

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AÇAO RESCISÓRIA
Jose Raimundo dos Santos de Araújo
 6º período de Direito
O que é?
 Segundo Professor de Graduação e Especialização Guilherme Athaide Porto, Doutor e Mestre em Direito e advogado, é o procedimento jurídico (uma ação autônoma) que se utiliza para impugnar uma sentença transitada em julgado, e que tem sentido de desconstituir, pois o proposito é desfazer, reformar uma sentença transitada e está prevista no artigo 966 do CPC/2015.
 
 O processo traz como um de seus pilares exatamente a ideia de não permitir a eternização das demandas. Assim, ao prever a ação rescisória, meio pelo qual se alcança a reabertura de um debate judicial já decidido, a primeira vista pode parecer contraditório em certa medida, pois ao mesmo tempo em que busca solucionar os conflitos de forma definitiva, abre espaço para que este seja reaberto eventualmente, preenchidas determinadas hipóteses. 
 
 Ocorre que contradição não há, pois, é igualmente objetivo do processo, além da pacificação do conflito e do encerramento dos debates judiciais, a busca pela solução mais justa possível, dentro dos limites legais e daquilo que permite e prevê o ordenamento. 
 
 Desta forma, a única maneira de uma decisão se aproximar da justiça, é se o processo transcorreu de acordo com os princípios insculpidos dentro do sistema jurídico brasileiro. Ocorre que existem hipóteses em que, mesmo tendo sido aparentemente respeitado o devido processo legal e as “regras do jogo” terem sido acatadas pelas partes, isso nem sempre se confirma no mundo fático. 
 
 Assim, reserva para essas ocasiões especiais, mais especificamente previstas nos incisos I à VIII do art. 966 deste CPC, a possibilidade de superação da coisa julgada através do ajuizamento da ação rescisória.
 
 Como é possível perceber, trata-se de medida excepcional, cujo objetivo é claro: conceder ao jurisdicionado, durante determinado período de tempo (02 anos), a possibilidade de reabrir o debate, caso verificada a existência de alguma irregularidade no processo original.
 
 Não visa a anular sentença que, portadora de vício tal que a torne inexistente. Seu escopo é atingir sentenças consideradas anuláveis, as quais estarão definitivamente sanadas após o prazo decadencial para sua propositura.
 
 De acordo com o art.966 CPC/2015 primeiro verifica-se se a sentença foi proferida por força de prevaricação, concussão, ou corrupção do juiz, se isto acontece a sentença pode ser desconstituída.
 
 A ação rescisória só pode ser rescindida se for definitiva, pois a sentença terminativa não comporta este procedimento.
 No CPC/73 usava a definição de sentença e no CPC/2015 trocou-se o termo sentença por “decisão”. É possível perceber uma “correção de curso” do CPC. Há uma ampliação da ideia de sentença para decisão, de qualquer gênero, desde que de mérito e definitiva. Preenchidos estes requisitos básicos, a ação rescisória poderá ser ajuizada.
 
 A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
 I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;
 A respeito do inciso I do artigo comentado, alteração não houve. O texto permanece inalterado. Ainda, é de se destacar que não há a exigência de que o juiz já tenha sido condenado por qualquer dos crimes referidos no inciso comentado, já que a demonstração da existência do ilícito pode ocorrer dentro da própria rescisória. Assim, mesmo que o processo criminal ainda esteja em curso, é possível ajuizar a demanda rescisória.
 II – for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;
 O inciso II também repete aquilo que vinha prescrito no CPC de 1973. Naturalmente que a sentença proferida por juiz impedido ou absolutamente incompetente possui vício insanável, devendo a mesma ser rescindida. Quanto ao juiz impedido, trata-se de defeito passível de rescisão uma vez que há problema com a própria imparcialidade do juízo. Deve ainda ser destacado que a lei faz referência apenas ao impedimento e não a suspeição. Logo, a única decisão que dá ensejo à propositura de ação rescisória é a prolatada por juízo impedido. Isso se dá, efetivamente, porque os casos de impedimento estão expressamente previsto no CPC, enquanto que os de suspeição possuem um caráter altamente subjetivo.
 A decisão proferida por juiz absolutamente incompetente também dá ensejo ao ajuizamento da ação rescisória. Isso se dá porque se verifica um malferimento de pressuposto de validade do processo. Ocorre apenas com a competência absoluta, pois improrrogável, estando a decisão eivada de um vício considerado pelo ordenamento como insuperável. É de fácil visualização, quando se pensa, por exemplo, em um juiz do trabalho proferindo uma sentença no juízo cível. Há, claramente, um problema insuperável de competência que não pode ser admitido no ordenamento. Sobre o tema, Sergio Gilberto Porto bem destaca que “acaso eventual decisão venha a ser proferida por juízo absolutamente incompetente – por ser a competência do juízo pressuposto de validade – torna-se anulável, eis que apresenta vício insanável”. Nessa medida, passível de rescisão, pois não há como convalidar a violação da ordem jurídica que previamente disciplina a partilha temática da jurisdição (PORTO, Sergio Gilberto. Ação Rescisória Atípica. 1ª ed., São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009. P. 113).
 III – resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;
 Art. 142.  Convencendo-se, pelas circunstâncias, de que autor e réu se serviram do processo para praticar ato simulado ou conseguir fim vedado por lei, o juiz proferirá decisão que impeça os objetivos das partes, aplicando, de ofício, as penalidades da litigância de má-fé.
 O inciso III possui a inclusão de duas novas hipóteses que podem dar ensejo à rescisão em relação ao seu predecessor. São elas a coação da parte vencedora ou a simulação entre as partes, a fim de fraudar a lei. Existe uma tentativa por parte do código de 2015 de frear qualquer tentativa que uma das partes ou ambas, em conluio, se utilize do processo para atingir seus objetivos inidôneos ou ilícitos. 
 É dever das partes agir sempre de acordo com a boa-fé, dever esse que vem ressaltado no novo CPC, uma vez que um de seus pilares é exatamente a ideia de colaboração. Assim, sempre que se verificar o agir doloso ou coativo de uma das partes em detrimento da outra e, especialmente, se esse agir tenha colaborado decisivamente para uma decisão favorável a parte infratora poderá o julgado ser rescindido. 
 Também é possível ver rescindida a decisão quando se verificar a existência de processo simulado ou de colusão entre as partes, com intuito de fraudar a lei. Há ligação direta com o art. 142, do CPC, pois lá consta que o juiz, uma vez verificado ato simulado pelas partes ou ato para lograr fim vedado pela lei, deve proferir decisão que impeça o objetivo dos integrantes do processo, bem como deve aplicar as penalidades da litigância de má-fé. Desta forma, importa em dizer que a relação existente entre as partes, a despeito de sua existência, é nula, porque decorrente da referida simulação ou colusão, o que é vedado pelo ordenamento.
 IV – ofender a coisa julgada;
 O inciso IV faz referência a possibilidade de ação rescisória quando existir ofensa à coisa julgada. Parece evidente referir que o juiz não pode julgar novamente causa que já obteve anterior solução no Poder Judiciário, sobre a qual incide a autoridade soberana da coisa julgada. A existência de duas coisas julgadas sobrea mesma questão é inaceitável no sistema vigente, razão pela qual a decisão mais antiga deve prevalecer sobre a mais recente, podendo esta última ser alvo de ação rescisória. A segunda coisa julgada foi produzida incorretamente e carrega, em seu âmago, vício insuperável e que, sob hipótese alguma, pode subsistir no ordenamento. Questão já decidida não pode ser alvo de nova decisão do Poder Judiciário, uma vez que aquele tema já se encontra estabilizado. A única forma legitima de se superar a coisa julgada é através da própria ação rescisória, e jamais através da repropositura de demanda já apreciada pelo Judiciário.
 V – violar manifestamente norma jurídica;
 No inciso V está presente uma das grandes alterações em comparação ao que antes era prescrito no Código de 1973. O que antes era previsto como “quando a sentença violar literal disposição de lei” passou a ser “violar manifestamente norma jurídica”. 
 Há uma ampliação do espectro de atuação da rescisória e ao mesmo tempo corrigiu impropriedade constante no CPC/73, pois deixou de mencionar como causa de rescisória a literal violação da lei, passando a consagrar a ideia de violação de norma jurídica. 
 A diferença é grande e importa no momento em que se reconhece que o ordenamento jurídico é composto por uma gama de elementos muito mais ampla que a simples letra fria da lei. O conceito de norma, ainda que se adote esta ou aquela orientação, cada qual com suas variações, é sem dúvida mais amplo do que o conceito de lei. Esta, em verdade, está contida naquele. É sabido que faz parte do ordenamento, por exemplo, diversos princípios, que podem estar explícitos ou implícitos no sistema e não por isso são menos importantes que a lei em si. Os princípios, juntamente com a lei, compõem todo o sistema jurídico e, destarte, são merecedores de proteção e também passíveis a dar ensejo a ação rescisória quando forem violados por decisão que enfrente o mérito.
 Segundo a doutrina de Marinoni, Arenhart e Mitidiero: “Se a decisão passada em julgado viola ‘manifestamente norma jurídica’, cabe ação rescisória (art. 966, V, CPC). O art. 966, V, CPC fala em manifesta violação de norma jurídica: com isso, autoriza a rescisão da coisa julgada em que há violação de princípio, regra ou postulado normativo”.
 Desta forma, hoje, caso haja violação de princípio implícito do ordenamento, está aberta a porta para o ajuizamento de ação rescisória, o que, anteriormente, não era possível. A doutrina e a jurisprudência já vinham tratando como insuficiente o conceito de “literal disposição de lei”, mas agora consagra de forma definitiva a possibilidade de propositura de demanda rescisória quando houver a violação de qualquer norma jurídica (no seu mais amplo conceito) sempre que a decisão enfrente o mérito.
 VI – for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria rescisória;
 O inciso VI trata sobre a possibilidade do ajuizamento de ação rescisória pela existência de prova falsa. Além da interpretação da norma, para que se chegue à solução adequada para o conflito, é preciso, no mais das vezes, que se analisem as provas produzidas. Assim, quando o magistrado é levado a criar sua convicção em elementos que não são verdadeiros, seu discernimento encontra-se viciado em razão da impropriedade das evidências. Uma vez maculadas as evidências que deram suporte à decisão, e se estas forem essenciais para o desfecho do feito, será cabível ação rescisória. O resultado do julgamento tem de estar estreitamente ligado à prova falsa. Disso se extrai a conclusão de que quando existirem outros elementos nos autos que levem a mesma conclusão não caberá ação rescisória. 
Importa referir que a prova da falsidade pode ser feita na própria ação rescisória ou ainda pode ser declarada como falsa em processo criminal.
 VII – obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável;
 O inciso VII traz mudança também na expressão utilizada em relação ao seu predecessor. No CPC/73, a expressão empregada era “documento novo”. Contudo, agora se trata de “prova nova”. Adota, desta forma, a ideia de ampliar a abrangência do inciso, uma vez que prova nova, não há dúvidas, vai além de mero documento. Claramente há uma evolução, já que documento é apenas um das espécies de prova possíveis no processo.
 Contudo, a compreensão sobre prova nova se alterou muito em relação ao entendimento do que era documento novo. Efetivamente, entende-se por prova nova toda aquela que já existia, mas não estava ao alcance da parte ou que por ela era ignorada sua existência. Por essa razão, não se admite como prova nova a realização de perícia posterior à decisão que se pretende rescindir, salvo na hipótese de nova técnica científica que a parte não pode ao tempo da discussão dispor.
 A prova nova deve ser por si só suficiente para alterar o julgamento anterior, pois só assim será admitida a ação rescisória. Não há razão para reabrir um debate oneroso em todos os sentidos se não há possibilidade de alteração no julgamento original. Naturalmente que permanece aberta a críticas tal concepção, uma vez que há um grau de discricionariedade muito alto sobre o que é e o que não é passível de alterar o julgamento.
 VIII – for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.
 § 1º Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir o fato inexistente ou quando considerar inexistente fato efetivamente ocorrido, sendo indispensável, em ambos os casos, que o fato não represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter pronunciado.
 § 2º Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a decisão transitada em julgado que, embora não seja de mérito, impeça:
 I – nova propositura da demanda; ou 
 II – admissibilidade do recurso correspondente.
 § 3º A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão.
 § 4º Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes do processo e homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no curso da execução, estão sujeitos à anulação, nos termos da lei.
 Finalmente, está presente o inciso VIII, no qual consta a possibilidade de ajuizamento de ação rescisória quando a decisão for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos. Há existência de tal circunstância quando a decisão deixar de reconhecer fato existente ou considerar inexistente fato que efetivamente existiu. Ou seja, há equívoco quanto à percepção dos acontecimentos do feito. Contudo, para que seja possibilitada a propositura da ação rescisória, o erro tem de estar fundamentalmente ligado ao resultado da demanda. Se o reconhecimento de evento inexistente ou o deixar de reconhecer acontecimento que existiu não tiver sido decisivo para o resultado final do julgamento, ou seja, tiver sido utilizado como obter dictum, não haverá espaço para ajuizamento da demanda rescisória.
 O §1º do art. 966 está diretamente relacionado ao inciso VIII. Para que o erro de fato dê ensejo à rescisória, além de necessariamente estar ligado à decisão, também não pode ter pronunciamento judicial sobre este, nem ocorrido controvérsia entre as partes sobre o acontecido. Ou seja, se sobre o fato realizou-se qualquer tipo de cognição, não há falar em rescisória. Por outro lado, se o evento sobre o qual se alega erro tiver sido utilizado pelo juiz como forma de construir seu raciocínio para a conclusão final, então, nesta hipótese, poderá se ajuizar a ação rescisória. Ademais, o erro tem de ser passível de verificação através das provas já produzidas na ação original, não se admitindo a produção de novas provas parademonstração do erro de fato.
 No §2º, que vem agregado de dois incisos, percebe-se mais uma vez a ampliação do espectro de incidência da rescisória. No texto do parágrafo em comento, como em seus incisos, se destacam hipóteses em que mesmo a decisão não sendo propriamente de mérito, ainda assim será possível a propositura da ação rescisória. Trata-se de uma exceção à regra do cabimento da rescisória. 
 Assim, sempre que determinada decisão, mesmo não sendo de mérito, impedir a propositura de nova demanda ou impedir a admissibilidade de recurso correspondente, será possível ingressar-se com pleito rescisório. No que se refere à decisão que, mesmo não sendo de mérito, impede a propositura de nova demanda, é possível visualizar a existência de algumas hipóteses, quais sejam: a – (I) litispendência; (II) – coisa julgada; (III) – perempção; (IV) – homologação de desistência, entre outras. Nestas hipóteses, está autorizado à parte interessada ingressar com a demanda rescisória, a fim de retirar o obstáculo existente à propositura de nova demanda.
 O §3º, por seu turno, trata da possibilidade do ajuizamento de ação rescisória apenas sobre capítulo da sentença. Mais uma vez há mudança importante, já que anteriormente, pelo menos na leitura do Código, embora parcela da jurisprudência aceitasse não se cogitava a possibilidade de parcial rescisão da decisão. Há uma clara evolução no sistema ao admitir a parcial rescisão, pois, se possível preservar parte do que já foi decidido, assim deve ser feito. Focar unicamente na parte em que há supostamente problemas colabora para manutenção da segurança jurídica, economia processual, dentre outros princípios processuais e constitucionais. 
 Por fim, o §4º escapa ao conceito de decisão, dirigindo-se especificamente aos atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou participantes do processo e homologados pelo juízo. Ocorre que, nessas hipóteses, não há falar em ajuizamento de ação rescisória, pois esta está reservada unicamente para as hipóteses em que se discuta uma decisão que enfrenta o mérito, mesmo que parcialmente. Os atos de disposição de direitos estão afastados do conceito de decisão, e por essa razão, o legislador vislumbrou a possibilidade de que tais atos sejam atacados através de ação anulatória e não rescisória, que, como comentado anteriormente, está reservada, como regra, para as hipóteses de existência de decisão de mérito. Os atos podem ser anulados, desde que estejam eivados de algum vício de ordem material ou processual. 
 A questão da legitimidade para propositura da ação rescisória é clara no novo CPC. Todos aqueles legitimados estão descritos no art. 967. Tanto quem foi parte no processo, como aqueles juridicamente interessados, aquele que deixou de ser ouvido quando era obrigatória sua intervenção e o Ministério Público, todos estão legitimados a ingressar com a demanda rescisória na hipótese de cabimento da mesma.
 Há especial destaque para a legitimidade ativa do Ministério Público, o qual possui diversas hipóteses em que aparece como legitimado ativo para propositura da ação rescisória. Nas ocasiões em que tiver sido parte na ação originária, naturalmente poderá ajuizar rescisória, pois fez parte da relação jurídica primeiramente estabelecida. Ocorre que não apenas quando foi parte tem poder para buscar a rescisão da decisão que entender ser rescindível. Nas hipóteses em que sua intervenção era obrigatória, ainda que unicamente como fiscal da ordem jurídica, poderá o Ministério Público buscar a rescisão, pois, verdadeiramente, a decisão proferida é nula. Sendo nula, é passível de ser rescindida.
 Outro ponto de interesse é a questão da legitimidade ativa quando há a presença de litisconsorte necessário. Em princípio o autor da ação rescisória deve atuar em conjunto com o litisconsorte com quem litigou na ação originária. 
 Entretanto, é possível que aquele que litigou em litisconsórcio na ação originária não tenha interesse em prosseguir com a discussão ajuizando a ação rescisória. Nesta hipótese, há um conflito de interesses entre as partes que anteriormente estiveram em um mesmo polo da demanda.
 Não pode a outra parte ser obrigada a litigar novamente no polo ativo se assim não o deseja. Da mesma forma, não pode a parte que possui interesse e legitimidade para propor ação rescisória estar à mercê da disposição alheia de litigar ou não, uma vez que o direito de ação faz parte do rol dos direitos fundamentais. 
 Assim, quando há a necessidade do litisconsórcio, porém existe o conflito de vontades, aquele que esteve no polo ativo da ação originária, mas não possui interesse, em um primeiro momento, em litigar novamente na ação rescisória, deve ser citado como integrante do polo passivo da demanda. Uma vez perfectibilizada a citação, é possível que este assuma, então, a posição ativa na relação processual, caso queira.
 Art. 968. A petição inicial será elaborada com observância dos requisitos essenciais do art. 319, devendo o autor:
 I – cumular ao pedido de rescisão, se for o caso, o de novo julgamento do processo;
 II – depositar a importância de cinco por cento sobre o valor da causa, que se converterá em multa caso a ação seja por unanimidade de votos, declarada inadmissível ou improcedente. 
 § 1º Não se aplica o disposto no inciso II à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios, às suas respectivas autarquias e fundações de direito público, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e aos que tenham obtido o benefício da gratuidade da justiça.
 § 2º O depósito previsto no inciso II do caput deste artigo não será superior a 1.000 (mil) salários mínimos. 
 § 3º Além dos casos previstos no art. 330, a petição inicial será indeferida quando não efetuado o depósito exigido pelo inciso II do caput deste artigo.
 § 4º Aplica-se à ação rescisória o disposto no art. 332.
 § 5º Reconhecida a incompetência do tribunal para julgar a ação rescisória, o autor será intimado para emendar a petição inicial, a fim de adequar o objeto da ação rescisória, quando a decisão apontada como rescindenda:
 I – não tiver apreciado o mérito e não se enquadrar na situação prevista no §2º do art. 966;
 II – tiver sido substituída por decisão posterior.
 § 6º Na hipótese do § 5º, após a emenda da petição inicial será permitido ao réu complementar os fundamentos de defesa e em seguida, serão os autos remetidos ao tribunal competente.
 Art. 319.  A petição inicial indicará:
 I - o juízo a que é dirigida;
 II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;
 III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
 IV - o pedido com as suas especificações;
 V - o valor da causa;
 VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
 VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação.
 § 1o Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção.
 § 2o A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu.
 § 3o A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça.
 Art. 320.  A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveisà propositura da ação.
 O art. 968 vem tratar das exigências da petição inicial da ação rescisória que, além de respeitar os requisitos do art. 319 e 320, deve ainda cuidar de alguns pressupostos adicionais. 
 Primeiramente deve a parte, se for o caso, cumular o pedido de rescisão com o de novo julgamento. Como regra, aliás, deve ser o pedido de rescisão cumulado sucessivamente ao pedido de novo julgamento. Diz-se como regra, pois há hipóteses em que não é necessário novo julgamento, por exemplo, na eventualidade de se ajuizar ação rescisória sob o fundamento de violação à coisa julgada. Neste caso, a toda evidência, não há imperativo de novo julgamento, já que aquilo que se busca é efetivamente a rescisão de um julgamento que violou coisa julgada existente previamente. 
 No entanto, no mais das vezes é necessária a cumulação de pedidos, pois cabe ao tribunal apreciar a questão e não devolver ao primeiro grau ou ao juízo hierarquicamente inferior para que este julgue novamente a matéria. Assim, em suma, deve ser cumulado o pedido de rescisão com o de novo julgamento quando apenas o primeiro for insuficiente para satisfazer a pretensão dos demandantes. 
 O juízo competente para apreciar a ação rescisória será sempre um tribunal. Caso seja rescisória de uma sentença de primeiro grau, o colegiado (Câmara no tribunal estadual ou Turma no Federal) será competente para julgar a questão. Se for rescisória de acórdão, o órgão imediatamente superior será o apto a apreciar o debate (por exemplo, o grupo do tribunal estadual que possui hierarquia superior à câmara).
 Ainda, é de se destacar o seguinte aspecto: quando a ação originária foi alvo de recurso para os tribunais superiores, duas hipóteses se verificam. No caso de não conhecimento do recurso, o acórdão proferido pelo tribunal estadual/federal permanece intacto, pois não existiu pronunciamento do tribunal superior sobre o mérito. Contudo, se conhecido for o recurso, mas desprovido, ai a competência para análise da rescisória passará a ser do tribunal superior (STJ/STF).
 No que tange o depósito prévio de 5% (cinco por cento) do valor da causa, este é exigido para que se dê processamento à demanda. Contudo, existem aqueles que estão isentos de efetuar tal depósito. Como importante mudança, aparece a aceitação do Código, da tendência que já existia na própria jurisprudência, qual seja, a de isentar do depósito prévio aquele que litiga sob a assistência judiciária gratuita. 
 Há também uma limitação no valor do depósito, o qual jamais ultrapassará o valor equivalente a 1.000 (mil) salários-mínimos, a fim de evitar que o acesso à justiça se torne economicamente inviável. O valor entabulado busca estabelecer um equilíbrio entre a não vulgarização do instituto da rescisória, que deve ser reservada para aquelas hipóteses em que efetivamente há um vício que não pode permanecer no mundo jurídico com o balanceamento da necessidade de permitir o efetivo acesso à justiça por parte do jurisdicionado. Ainda é de se destacar que na eventualidade da demanda rescisória ser considerada inadmissível ou improcedente por unanimidade de votos, o valor depositado previamente será revertido em multa. Mais uma vez, fica bem clara a vontade do legislador de inibir a utilização indevida da ação rescisória. 
 Igualmente, em atenção aos princípios de aproveitamento dos atos processuais, economia processual, instrumentalidade, dentre outros, sempre que na petição inicial, existir equívoco sanável, deverá o magistrado determinar que o autor emende a inicial, sanando o vício. Como destacam Marinoni, Arenhart e Mitidiero, “se a petição inicial se ressente de vício sanável, a parte tem direito subjetivo à emenda da petição inicial, sendo vedado ao juiz indeferi-la sem prévio diálogo com o demandante”. 
 Se voltar a petição inicial viciada, ai em tal circunstância estará autorizado o juiz a indeferir a inicial. Mesmo na hipótese de endereçamento para tribunal absolutamente incompetente, poderá o autor ser intimado a emendar a inicial, podendo, ainda, o próprio tribunal que se declarou absolutamente incompetente, encaminhar os autos para a corte adequada. 
 Art. 969.  A propositura da ação rescisória não impede o cumprimento da decisão rescindenda, ressalvada a concessão de tutela provisória.
 O art. 969 refere que a propositura da ação rescisória não impede o cumprimento da decisão alvo do juízo rescisório. No entanto, ressalva aqueles casos em que for concedida tutela provisória. 
 Efetivamente, não está dentre os efeitos primários da ação rescisória a suspensão dos efeitos da decisão impugnada. Isso, contudo, não impede que o autor, demonstrado a existência de efetivo perigo na demora e mostrando ser imprescindível a suspensão, poderá ser concedido efeito suspensivo, o qual pode ser pleiteado na própria petição inicial da ação rescisória ou ainda em sede de tutela cautelar antecedente. Neste sentido está a lição de Nery e Nery: “Em casos excepcionais, admite-se o requerimento de concessão de tutela provisória para suspensão da execução do julgado rescindendo, pois a presunção decorrente da coisa julgada é relativa (iuris tantum), até que seja ultrapassado o prazo do art. 975 CPC”. 
 Art. 970.  O relator ordenará a citação do réu, designando-lhe prazo nunca inferior a 15 (quinze) dias nem superior a 30 (trinta) dias para, querendo, apresentar resposta, ao fim do qual, com ou sem contestação, observar-se-á, no que couber, o procedimento comum.
 No que toca o art. 970, modificação maior não há. O CPC mantém o quanto já estabelecido anteriormente ao estabelecer que o prazo será judicial, ou seja, fixado pelo magistrado, não podendo ser inferior a 15 (quinze) dias nem superior a 30 (trinta) dias. O relator, sob hipótese alguma pode deixar de fixar o prazo de contestação. 
 Caso deixe o demandado de contestar, ele será considerado revel. Contudo, ainda que seja considerado revel, os efeitos do instituto não serão levadas às mesmas consequências que usualmente possui, qual seja, presunção de veracidade dos fatos narrados. Isso se dá porque há um conflito com o juízo de certeza e estabilidade que emana da autoridade da coisa julgada, existente na decisão que se busca rescindir.
 Art. 971.  Na ação rescisória, devolvidos os autos pelo relator, a secretaria do tribunal expedirá cópias do relatório e as distribuirá entre os juízes que compuserem o órgão competente para o julgamento.
 Parágrafo único.  A escolha de relator recairá, sempre que possível, em juiz que não haja participado do julgamento rescindendo.
 Este artigo por sua vez, busca dar preferência para aquele juiz que não participou do julgamento rescindendo, buscando evitar uma pré-compreensão do tema. Contudo, aqueles que participaram do julgamento rescindendo, não estão impedidos de participar do novo julgamento.
 Art. 972.  Se os fatos alegados pelas partes dependerem de prova, o relator poderá delegar a competência ao órgão que proferiu a decisão rescindenda, fixando prazo de 1 (um) a 3 (três) meses para a devolução dos autos.
 O texto do art. 972 expressa a possibilidade de instrução, quando necessária, para a ação rescisória. Podem as partes produzir prova do fato constitutivo do seu direito. A prova deve demonstrar a adequação das afirmações, tanto para o juízo rescindendo (aquele que rescinde a decisão), quando para o juízo rescisório (aquele que julga novamente a causa). Isso se dá porque, salvo exceções, o julgamento ocorrerá simultaneamente. Não é admissível, de acordo com o novo sistema processual, rescindir a decisão para depois determinar a instrução para o rejulgamento da causa. 
 Art. 973.  Concluída a instrução, será aberta vista ao autor e ao réu para razões finais, sucessivamente, pelo prazo de 10 (dez) dias.
 Parágrafo único.Em seguida, os autos serão conclusos ao relator, procedendo-se ao julgamento pelo órgão competente.
 Este artigo passa a tratar das razões finais, as quais serão oportunizadas sucessivamente, primeiro ao autor, depois ao réu. Ainda, cabe ao Ministério Público se manifestar após apresentadas as razões finais das partes.
 Art. 974.  Julgando procedente o pedido, o tribunal rescindirá a decisão, proferirá, se for o caso, novo julgamento e determinará a restituição do depósito a que se refere o inciso II do art. 968.
 Parágrafo único. Considerando, por unanimidade, inadmissível ou improcedente o pedido, o tribunal determinará a reversão, em favor do réu, da importância do depósito, sem prejuízo do disposto no § 2o do art. 82.
 O art. 974 aponta aspectos de grande relevo para a ação rescisória. Como já destacado, o juízo da ação rescisória é dividido em dois momentos, um imediatamente após o outro. Primeiro decidirá o tribunal se é caso de rescindir a decisão (juízo rescindendo), e, sendo caso de rescisão, proferirá novo julgamento (juízo rescisório). 
 Uma vez julgado procedente a ação rescisória, será devolvido ao autor o depósito prévio de 5% (cinco por cento) efetuado como pressuposto para ingresso da demanda rescisória. Na hipótese de ser improcedente ou inadmissível, por unanimidade, o valor do depósito reverterá em favor do(s) réu(s), sem prejuízo das despesas processuais, previstas no art. 82, § 2º, como já destacado anteriormente. 
 Art. 975.  O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo.
 § 1o Prorroga-se até o primeiro dia útil imediatamente subsequente o prazo a que se refere o caput, quando expirar durante férias forenses, recesso, feriados ou em dia em que não houver expediente forense.
 § 2o Se fundada a ação no inciso VII do art. 966, o termo inicial do prazo será a data de descoberta da prova nova, observado o prazo máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo.
 § 3o Nas hipóteses de simulação ou de colusão das partes, o prazo começa a contar, para o terceiro prejudicado e para o Ministério Público, que não interveio no processo, a partir do momento em que têm ciência da simulação ou da colusão.
 Trata o art. 975 a respeito do prazo para ajuizamento da ação rescisória. 
 Quanto ao tempo geral para aforamento da rescisória, não houve alteração, permanecendo em 2 (dois) anos. Da mesma forma, importante referir que se trata de prazo decadencial, o qual não se interrompe nem suspende, salvo determinação legal. Ventilou-se a possibilidade de redução para 1 (um) ano, no entanto, ao final, decidiu-se pela manutenção do prazo já tradicional, o que parece acertado, uma vez que um ano revela-se prazo exíguo. O prazo de 2 (dois) anos permite, sem ferir a segurança jurídica, que haja tempo suficiente para verificação da incidência de alguma das hipóteses previstas nos incisos do art. 966. Uma vez ultrapassado o prazo de 2 (dois) anos, há o que a doutrina usualmente costuma denominar de coisa soberanamente julgada, pois a partir deste momento, mesmo que existam vícios na decisão, estes estarão absorvidos pelo ordenamento e não mais poderão ser expurgados, nem mesmo por meio da ação rescisória.
 
 O parágrafo 1º do art. 975, que não possui correspondente no antigo CPC (aliás, nenhum dos parágrafos do artigo aqui comentado possui correspondência legislativa anterior) destaca apenas o óbvio, o que não torna o realce menos importante. Com efeito, é pertinente esse destaque a fim de livrar o operador de dúvidas posteriores. Quando o dia final do prazo de propositura da ação rescisória cair durante férias forenses, recesso, feriados ou em dia que não houver expediente, restará automaticamente prorrogado até o primeiro dia útil. Tal dispositivo, inclusive, está de acordo com o que preceitua o art. 219, de que apenas os dias úteis se prestarão para a contagem de prazos. Não há razão para que a contagem do prazo decadencial da rescisória não siga a mesma regra.
 
 O parágrafo 2º, de seu turno, confere uma extensão de prazo indireta para a propositura da ação rescisória na hipótese de incidência do inciso VII do art. 966 (existência de prova nova). Diz-se indireta porque não altera o prazo para propositura da ação em si, mas prescreve que o termo inicial do prazo se dá quando descoberta a prova nova, desde que não seja ultrapassado o prazo máximo de 5 (cinco) anos do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo. Assim, é possível dizer que o parágrafo 2º constitui-se em exceção à regra do prazo de 2 (dois) anos para ajuizamento da ação rescisória, uma vez que há a possibilidade de se descobrir prova nova em até 5 (cinco) anos do trânsito em julgado da última decisão do feito.
 
 Já o § 3º também excepciona o termo inicial para contagem do prazo da rescisória nas hipóteses de simulação ou colusão. Excepciona em favor do Ministério Público, que não interveio no processo e também para terceiro prejudicado. Inicia-se o prazo para estas partes quando se tem ciência da simulação ou da colusão. O parágrafo 3º não impõe o mesmo limite que o parágrafo 2º impõe (em até cinco anos do trânsito em julgado da última decisão proferida), tampouco remete à regra prevista no parágrafo anterior. Desta forma, tendo por princípio que a lei diz apenas aquilo que ela quis dizer, é de se entender que não há limite de prazo para descobrir a existência de simulação ou conluio. Contudo, uma vez descoberta, o prazo de 2 (dois) anos se mantém inalterado.
Bibliografia
PORTO, Sergio Gilberto. Ação Rescisória Atípica. 1ª ed., São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009. P. 113).
Guilherme ATHAIDE PORTO, Professor de Graduação e Especialização Doutor e Mestre em Direito e advogado 
Anotações aos artigos 960 a 965 CPC 2015; Odilon MARQUES GARCIA JUNIOR Mestrando em Direito Processual Civil, Especialista em Direito Empresarial e Direito Processual Civil e Advogado
Novo CPC Anotado – OAB- RS
SEC. 10.043/EX, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, CORTE ESPECIAL, julgado em 04/06/2014, DJe 10/06/2014).
SEC 7.139/EX, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, CORTE ESPECIAL, julgado em 02/10/2013, DJe 10/10/2013.

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