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E-book
DEFESA DE DÍVIDAS BANCÁRIAS E DE AÇÃO DE BUSCA E DEFESA DE DÍVIDAS BANCÁRIAS E DE AÇÃO DE BUSCA E 
APREENSÃO DE VEÍCULOSAPREENSÃO DE VEÍCULOS
Autor: Alberto Araújo
Índice
1. A flexibilização do principio “pacta sunt servanda.”
2. Limitação dos juros de acordo com a taxa média do
mercado. Revisão da taxa de juros do contrato –
posição do STJ
3. Da ilegalidade da capitalização dos juros
remuneratórios - ausência de cláusula expressa no
contrato.contrato.
4. Da inconstitucionalidade, incidenter tantum, do art. 5º
da MP 2.170-36/01 por violação ao artigo 192 da
constituição da república, na redação dada pela EC
nº 40/2003.
5. A posição do STJ a respeito da ilegalidade da
cobrança de Taxas e tarifas abusivas.
6. Da ilegalidade da cumulação de juros
remuneratórios, e comissão de permanência com
juros moratórios e multa no período de
inadimplência.
7. Adimplemento Substancial – Tese do STJ.
8. Da inconstitucionalidade do artigo 28, § 1°, inciso i,8. Da inconstitucionalidade do artigo 28, § 1°, inciso i,
da lei n° 10.931/04 (cédula de crédito bancário)
8. Adimplemento Substancial – STJ
Title of the book2
1. A flexibilização do Principio “Pacta Sunt Servanda.”
Por longo tempo, entendeu-se que os pactos deviam ser respeitados religiosamente (pacta sunt
servanda), pois refletiam um ato de liberdade individual. O contrato, pela sua própria natureza, por
decorrer de um acordo de vontades, devia ser considerado justo e, consequentemente, era intangível,
devendo ser executado, custasse o que custasse, de acordo com a intenção das partes, ressalvados
tão somente o caso excepcional da força maior e do caso fortuito.
Surgiram, aos poucos, as limitações tanto à liberdade de contratar, ou de não contratar, quanto à
liberdade contratual, ou seja, à fixação do conteúdo do contrato. Embora se mantivesse, como regra
geral, a onipotência da vontade individual, com a possibilidade de criação dos mais variados
contratos inominados, atípicos e mistos, o legislador, ampliando a área da ordem pública econômica,
foi restringindo o conteúdo da autonomia da vontade.
Em tese, a liberdade contratual só sofre restrições em virtude da ordem pública, que representa a
projeção do interesse social nas relações interindividuais. O jus cogens, o direito imperativo,
defende os bons costumes e a estrutura social, econômica e política da comunidade. Hoje, o contrato
perdeu essa perenidade, mas ganhou flexibilidade, sacrificando-se alguns benefícios eventuais ao
interesse comum das partes e ao interesse social.
Assim em vez do contrato irrevogável, fixo, cristalizado de ontem, conhecemos um contrato
dinâmico e flexível, que as partes devem adaptar para que ele possa sobreviver, superando, pelo
eventual sacrifício de alguns dos seus interesses, as dificuldades encontradas no decorrer da sua
existência.
O entendimento majoritário reconhece a flexibilização do princípio pacta sunt servanda (o pacto
entre as partes deve ser cumprido) diante da aplicação do Código de Defesa do Consumidor.
Assim, a conclusão é pela possibilidade de revisão de cláusulas abusivas em contratos de adesão,
visando a proteção do consumidor, ainda que em detrimento do princípio pacta sunt servanda, já
tendo se posicionado os Tribunais pátrios no sentido da possibilidade de rescisão contratual, mesmo
3
DEFESA DE DÍVIDAS BANCÁRIAS E DE AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO DE VEÍCULOS
.
caracterizada a inadimplência do contrato, prescindindo, no caso concreto, da averiguação dos
motivos que teriam determinado a impossibilidade de cumprimento do avençado em conformidade
com os ditames insculpidos no Código de Defesa do Consumidor.
Segundo a jurisprudência
do Superior Tribunal de
Justiça, os juros
remuneratórios cobrados
nos empréstimos bancários
são devidos à taxa
contratada; salvo se
comprovado, in concreto,
2. Limitação dos juros de acordo com a Taxa
média do Mercado. Revisão da Taxa de
Juros do Contrato – Posição do STJ
Quanto à abusividade da taxa de juros
remuneratórios, o STJ concluiu ser admissível a
revisão da taxa de juros contratuais em situações
excepcionais, se verificado, no caso concreto,
que a taxa de juros praticada mostra-se abusiva
4Title of the book
comprovado, in concreto,
que são abusivos, assim
entendidos aqueles que
discrepem
significativamente da
média praticada no
mercado (REsp 407.097,
RS; REsp 1.061.530, RS
Title of the book
que a taxa de juros praticada mostra-se abusiva
quando comparada com a taxa média de mercado
divulgada pelo Banco Central. Não se trata de
impor referida taxa média como taxa fixa a ser
necessariamente adotada – o que desnaturaria o
próprio conceito estatístico de média –, mas
apenas de utilizá-la como mais um elemento de
comparação pelo juiz na sua avaliação acerca da
abusividade ou não da taxa.
3. DA ILEGALIDADE DA CAPITALIZAÇÃO
DOS JUROS REMUNERATÓRIOS -
AUSÊNCIA DE CLÁUSULA EXPRESSA NO
CONTRATO
admite-se a incidência de capitalização de juros
após 31 de março de 2000, quando foi editada a
mp. Nº 1963-17/2000, atual mp. Nº 2170-36/2001,
desde que haja previsão contratual expressa.
IV - não havendo previsão expressa permitindo a 
capitalização de juros no contrato entabulado entre 
as partes, deve esta ser substituída pela forma 
5. A posição do STJ a respeito
da ilegalidade da cobrança de
Taxas e tarifas abusivas:
Segundo o STJ, a cobrança daas partes, deve esta ser substituída pela forma 
simples
4. DA INCONSTITUCIONALIDADE,
INCIDENTER TANTUM, DO ART. 5º DA MP
2.170-36/01 POR VIOLAÇÃO AO ARTIGO
192 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA,
NA REDAÇÃO DADA PELA EC Nº 40/2003
Nos Tribunais, a matéria ainda é controversa e
gera muitas discussões doutrinárias e
jurisprudenciais, principalmente, após a edição
da MP 2.170-36/201
Não se pode justificar a cobrança de juros
calculados segundo a forma da capitalização
composta a regra do Artigo 5º da MP 2.170-
Segundo o STJ, a cobrança da
Tarifa de Abertura de Crédito (TAC)
e da Tarifa de Emissão de Carnê/boleto
(TEC) é permitida apenas nos contratos
celebrados até 30 de abril de 2008,
ressalvado o exame de abusividade em
cada caso concreto. Para contratos
pactuados a partir dessa data, não pode
haver cobrança das tarifas. Com essa
decisão unânime, a 2ª Seção do
Superior Tribunal de Justiça (STJ)
fixou EM AGOSTO DE 2013 as teses
que devem orientar as instâncias
ordinárias da Justiça brasileira no que
se refere às cobranças de TAC e TEC.
A cobrança da Taxa de Abertura de
Cadastro OU Tarifa de Cadastro
5
composta a regra do Artigo 5º da MP 2.170-
36/2001:
Assim se dá porque a aludida norma é
manifestamente inconstitucional, por contrariar
o disposto no Artigo 192, caput, da Constituição
da República, segundo o qual a regulação de
questões atinentes ao Sistema Financeiro
Nacional exige a edição de lei complementar,
matéria cuja regulamentação não pode ser
veiculada por medida provisória (Artigos 68 e
62, §1º, inciso III, Constituição da República).
Cadastro OU Tarifa de Cadastro
todavia, foi declarada válida, mas
somente no início do relacionamento
entre o consumidor e a instituição
financeira.
É abusiva a estipulação contratual de
ressarcimento de serviço prestado
por terceiro, tais como as despesas
relativas a registro do contrato,
gravame e avaliação de bens, diante
da vedação estabelecida na Resolução
3954/2011 do CMN, considerando que
se trata de repasse de custo inerente à
atividade principal da instituição
bancária, além de violar os princípios
da publicidade e da transparência
previstos no CDC.
6. DA ILEGALIDADE DA CUMULAÇÃO DE JUROS REMUNERATÓRIOS, 
E COMISSÃO DE PERMANÊNCIA COM JUROS MORATÓRIOS E MULTA 
NO PERÍODO DE INADIMPLÊNCIA.
Desde meados de 2005, o e. Superior Tribunal de Justiça passou à decisão 
de que a comissão de permanência é inacumulável não apenas com os 
juros remuneratórios (Súmula nº. 296) e com acorreção monetária 
(Súmula nº. 30), mas com quaisquer outros encargos, inclusive com juros 
de mora e multa moratória. 
É legal a cobrança da comissão de permanência na fase de inadimplência,
desde que não cumulada com correção monetária, juros remuneratórios,
multa contratual e juros moratórios (Súmulas 30, 294 e 472 do STJ).
7. A COBRANÇA DE ENCARGOS ABUSIVOS COMO CIRCUNSTÂNCIA
DESQUALIFICADORA DA MORA DEBITORIS
O Artigo 3º, caput, do Decreto-lei nº 911/69 dispõe que "o Proprietário
Fiduciário ou credor, poderá requerer contra o devedor ou terceiro a
busca e apreensão do bem alienado fiduciariamente, a qual será
concedida liminarmente, desde que comprovada a mora ou o
inadimplemento do devedor.“
A exigência de encargos abusivos durante o período da normalidade
contratual descaracteriza a mora do devedor e, por consequência, não é
possível a busca e apreensão do bem dado em garantia de alienação
fiduciária
6
8. Adimplemento Substancial –
STJ
Segunda essa tese, o Banco Credor
pode valer-se de meios menos
gravosos e proporcionalmente mais
adequados à persecução do crédito
.9. DA INCONSTITUCIONALIDADE DO
ARTIGO 28, § 1°, Inciso I, DA LEI N°
10.931/04 (CÉDULA DE CRÉDITO
BANCÁRIO)
A Cédula de Crédito Bancário é título de
crédito emitido, por pessoa física ou jurídica,
em favor de instituição financeira ou de
entidade a esta equiparada, representando
promessa de pagamento em dinheiro,
decorrente de operação de crédito, deremanescente, como, por exemplo,
a execução do título, ao invés de
ajuizar a ação de busca e apreensão e
reintegração de posse.
Diante do substancial adimplemento
do contrato, mostra-se
desproporcional a pretendida
reintegração de posse e contraria
princípios basilares do Direito Civil,
como a função social do contrato
e a boa-fé-objetiva. A regra que
permite a reintegração de posse em
decorrente de operação de crédito, de
qualquer modalidade.
O art. 28, § 1º, inciso I, da Lei nº 10.931/04,
que regulamenta os contratos de
financiamento por meio de cédula de crédito
bancário, permite a capitalização de juros,
desde que expressamente pactuada.
Não obstante, a lei acima referida não se
coaduna com as normas constitucionais, eis
que, possuindo o status de lei ordinária, não
pode regular matéria afeta ao sistema
financeiro nacional, reservada à lei
complementar, conforme dispõe o art. 192 da
Constituição Federal, com redação conferida
pela Emenda Constitucional nº 40/2003
Dessa forma, por não atender a norma
7
permite a reintegração de posse em
caso de mora do devedor - e
consequentemente a resolução do
contrato deve sucumbir diante dos
aludidos princípios.
Dessa forma, por não atender a norma
contida no art. 192 da Constituição
Federal, afasto a aplicação da Lei nº
10.931/04 sem a qual não existe
suporte legal para a incidência de juros
capitalizados mensalmente.
!
ALBERTO ARAÚJO
Advogado, professor. Fundador do blog 
“Mentoring na Advocacia” e do Instituto de 
Direitos Fundamentais – IDF.
E-mail: alberto@araujoadvogado.com.br
Tel: (61) 9213-5011
Brasília-DF
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