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Aula 9 - Macroeconomia e Política econômica

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AULA 9
Chegou o momento de nos atermos às questões fundamentais de que se trata a macroeconomia. Essas questões, definidas para o curto prazo (conjunturais) e para o longo prazo (estruturais), indicam que seu conhecimento é de real importância para o estudante na medida em que define as prioridades elementares de qualquer política econômica.
Além disso, você terá contato com os instrumentos (ferramentas) de política econômica que o governo dispõe para conduzir a economia de acordo com os objetivos que deseja alcançar.
Questões Fundamentais da Economia
Como vimos anteriormente, um sistema econômico (maneira como a economia é administrada) se depara com algumas questões fundamentais.  Essas questões denominam-se:
- Conjunturais (no curto prazo)
- Estruturais (no longo prazo)
1- Questões de curto prazo (conjunturais):
Definem-se questões conjunturais ou de curto prazo de uma economia o emprego (nível de emprego) e a inflação (combate à inflação).
A justificativa econômica para que a administração da economia se preocupe com essas duas variáveis tem por explicação o seguinte:
A importância do emprego dos fatores de produção.
A relevância do controle de preços e combate à inflação.
A) A importância do emprego dos fatores de produção
O emprego dos fatores de produção é de suma importância na economia, pois gera:
Produto: (resultado do processo produtivo)
Renda: Renda (pela remuneração desses fatores) que, por sua vez, permite o consumo daquilo que foi produzido.
Esse processo gera um fluxo virtuoso que deve ser perseguido por todos aqueles que têm a responsabilidade de conduzir os destinos da economia de uma sociedade.
Não é difícil perceber, entretanto, que o oposto é totalmente maléfico e indesejável, no sentido de que a falta de emprego gera diminuição de renda e, consequentemente,  queda no poder de compra e redução do consumo. Com isso, as empresas irão diminuir suas metas de produção e demissões deverão ocorrer, gerando menos renda, menos consumo, e assim por diante.
Esse fluxo virtuoso representado pelas setas externas (ou seu inverso) pode ser observado no fluxograma a seguir:
A observação desse fluxo permite a conclusão de que o foco no emprego é fundamental para se manter a economia no ritmo de atividade desejado.
A título de comentário, o Brasil, hoje, vem conseguindo obter as menores taxas de desemprego das últimas décadas.
Renda
Emprego
Consumo
Produto
	
B) A relevância do controle de preços e combate à inflação
Considera-se inflação a elevação constante nos níveis de preços de uma economia. Não é, portanto, algo pontual como a alta do preço do pescado na Semana Santa que, logo após o período religioso, regride aos valores anteriores.  A importância do combate à inflação prende-se ao fato de que uma moeda estável possibilita a manutenção do poder de compra do indivíduo, o que é de total importância, principalmente para os assalariados.
É importante notar que a ocorrência de um processo inflacionário pode ser comparado a um tipo de “imposto” que incide, principalmente, sobre as camadas menos favorecidas da população.
Tecnicamente são considerados dois tipos de inflação: de demanda e de custos.
Demanda: A primeira, como o próprio nome indica, ocorre quando a oferta agregada não é capaz de atender a um aumento na demanda agregada da economia. Sua origem, portanto situa-se no lado dos consumidores, e a escassez relativa que se instala pressiona os preços para cima, configurando a inflação.
Custos: Já Inflação de custos origina-se pelo lado da oferta, através do aumento nos custos de produção. Assim, para evitar prejuízos, os produtores são obrigados a repassar esses aumentos de custos aos preços dos produtos. A continuidade desse processo resulta na inflação de custos.
O Brasil passou por um processo inflacionário de cinco décadas, aproximadamente, onde vários planos mal sucedidos de combate à inflação foram testados. Finalmente, com o Plano Real a inflação foi eliminada conseguindo-se uma moeda estável e forte, possibilitando transformações sociais de peso no país.
2- Questões de longo prazo (estruturais):
São questões estruturais ou de longo prazo de uma economia o crescimento econômico e o desenvolvimento econômico. Isso porque:
A importância do crescimento econômico
O crescimento econômico de uma economia está relacionado ao aumento daquilo que ela é capaz de produzir. A preocupação com a necessidade de elevação do produto é explicada pelo fato de que, com o aumento populacional que se verifica a cada ano, as necessidades humanas se tornam cada vez maiores, mais sofisticadas e precisam ser satisfeitas. 
Para que uma economia consiga obter crescimento econômico, terá que aumentar em quantidade e qualidade o seu estoque de fatores de produção, além de criar uma infra estrutura que seja capaz de absorver esse aumento de fatores.  
De que adiantaria, por exemplo, muitas carteiras universitárias ocupadas se no final do curso os alunos não fossem absorvidos pelo mercado de trabalho?Um exemplo  da necessidade de crescimento de um país pode ser mostrado comparando-se o Brasil de 1970 com o Brasil de hoje. Na época em que fomos tri campeões do mundo, no México, a população era de 90 milhões de brasileiros e, atualmente, somos um país com 180 milhões de habitantes. Ou seja, em apenas 40 anos um novo Brasil teve que ser produzido.
Comentário: Você certamente não esqueceu do que leu em aula passada onde ficou claro que a produção total de um país é representada em valor (moeda). Não se esqueça disso. Assim, utilizando-se uma mesma moeda, pode-se até comparar produtos de diversos países.
A relevância do desenvolvimento econômico
O desenvolvimento econômico pressupõe a melhoria de vida da população como um todo. Esse ganho social precisará ser mais atuante nas camadas menos favorecidas da população.  Assim, se as faixas mais pobres obtiverem uma taxa de melhora maior do que a dos mais ricos, a diferença entre elas diminuirá, configurando, desta forma, uma melhor distribuição de renda, e esse deve ser o objetivo de uma política voltada para o social.
Para se atingir o tão desejado (e pouco obtido) desenvolvimento econômico, a economia  deverá promover medidas que impactem numa melhor distribuição de renda tais como a redução da mortalidade infantil e do analfabetismo, a pulverização do saneamento básico, a elevação no nível de renda per capita, e tantos outros, indicadas em índices como o IDH – Índice de Desenvolvimento Humano.
Além disso, faz-se necessária a eliminação dos bolsões de pobreza absoluta (famílias que vivem em condições sub humanas)  e inserção social gradativa dos excluídos (mendigos, moradores de rua, etc.).
Os instrumentos de política econômica
Após a abordagem dessas questões fundamentais de que deve tratar qualquer sistema econômico, cabe indagar de que ferramentas dispõe o governo para atingir seus principais objetivos. A essas ferramentas dá-se o nome de instrumentos de política econômica e são definidas como: política fiscal, política monetária, política de juros e crédito e política cambial e comercial.
É preciso entender que esses instrumentos de política econômica não são excludentes, ou seja, podem e devem ser usados ao mesmo tempo. A utilização com maior ênfase em um ou outro dependerá de cada objetivo do governo.
Veremos, agora, como o governo, através da utilização combinada dessas ferramentas procura alcançar seus objetivos.
Política Fiscal
 - Receita: A ótica da receita diz respeito aos impostos que os governos, municipal, estadual e federal cobram das famílias e das empresas. O que deve ser taxado e suas respectivas alíquotas é fruto de uma decisão de política econômica (IPTU IPVA, etc).
- Despesa: Da mesma forma as despesas públicas, financiadas pelos impostos cobrados, serão definidas mediante escolha daquilo que deva ser prioritário para a economia.
Dois exemplos ilustram como o governo brasileiro, através da política fiscal, pôde influir, recentemente, na economia: o primeiro deles diz respeitoà renúncia de receita, via redução de imposto, utilizada logo após o surgimento da crise econômica internacional de 2008. Na ocasião, o governo, para que o setor de autopeças (setor que emprega um grande contingente de mão de obra) não sofresse queda nas vendas, promoveu a redução do IPI (imposto sobre produtos industrializados) dos automóveis em 10%, com a condição de que essa redução fosse repassada ao consumidor, via redução no preço dos veículo. Foi um sucesso. O governo perdeu receita, mas as vendas continuaram aquecidas e não houve desemprego. Provavelmente a queda de receita do IPI foi compensada pelos impostos cobrados nos produtos cujo consumo só foi possível pela renda oriunda da manutenção do emprego.  
 
Outro exemplo refere-se à redução de impostos dos materiais de construção, cujo setor emprega grande contingente de trabalhadores de baixa renda. A medida possibilitou redução de preços, garantindo os níveis de emprego e o setor em pleno funcionamento.
Política Monetária
Como o próprio nome indica, a política monetária auxilia o governo no dimensionamento adequado do volume de moeda que deve circular na economia.
Isso porque, moeda em demasia gera aquecimento da atividade econômica com o consequente aumento nos níveis de preço, ou seja, inflação.
Já moeda de menos faz com que o mercado fique desaquecido, com a realização de menos negócios, o que também não é desejável.  
E como o governo consegue realizar essa interferência?  Basicamente através de três artifícios.
O primeiro deles é a emissão de moeda pela Casa da Moeda. Nesse caso, só é possível a manutenção (não emissão) ou a expansão de moeda (emissão). A redução não se consegue por esse meio por motivos óbvios.
A segunda alternativa diz respeito à taxa do depósito compulsório (obrigatório), que vem a ser a taxa percentual que define a parte dos depósitos a vista que os bancos comerciais têm que recolher compulsoriamente ao Banco Central.
O terceiro artifício refere-se à venda e recompra de títulos do governo, garantidos pelo Tesouro Nacional, através do mercado aberto (“open market”). Através do mercado financeiro o governo poderá, com a emissão e venda de títulos públicos, reduzir o volume de moeda em circulação, uma vez que ao comprá-los, o público troca moeda por papel. O oposto (aumento de moeda em circulação) ocorrerá quando o governo resgatar esses títulos ou recomprá-los antes do vencimento. 
Política de taxa de juros e de crédito
Em primeiro lugar precisamos entender que a taxa de juros vem a ser o preço do dinheiro, cujo mercado, como qualquer bem, possui naturalmente forças de demanda (procura) e oferta. Desta forma, relembrando o que vimos anteriormente, é fácil concluir que se o preço do dinheiro (taxa de juros) estiver baixo haverá muita procura e pouca oferta. Por outro lado, caso a taxa de juros estiver em patamares elevados a oferta de moeda será maior que a procura. 
A partir desse entendimento pode-se  determinar as consequências de medidas que venham a ser adotadas pelo governo, quando intervém  na economia através da taxa de juros e do crédito. Imagine, por exemplo, que o interesse seja o de estimular a atividade econômica. Nesse caso, a decisão recomendada para gerar aumento da produção e do consumo será reduzir os juros e/ou aumentar o crédito. Por outro lado, altas taxas de juros farão com que os empresários adiem decisões de investimento evitando, momentaneamente, aumentos na produção. Da mesma forma, a redução do crédito (redução do prazo de financiamento, por exemplo) inibirá o consumo. 
 - Exemplo: Hoje em dia, por exemplo, os prazos do crédito direto ao consumidor são bastante amplos, chegando a 72 meses, bem diferentes de épocas passadas em que não ultrapassavam 24 meses.
Política cambial e comercial
Toda economia, em maior ou menor grau, mantém relações comerciais com os demais países. Uma dessas relações são as compras (importações) e vendas (exportações) de produtos (bens  e serviços) através de uma moeda forte de aceitação internacional. Ao longo de décadas, a mais utilizada nas transações entre países tem sido o dólar norte americano (US$).
Por definição, a taxa de câmbio vem a ser o preço da moeda estrangeira em termos da moeda nacional. Considerando o Brasil, a taxa de câmbio do dólar será, portanto, o preço da moeda americana em termos do real. Assim, se a relação for de 1,75, por exemplo, significará que será necessário R$ 1,75 para adquirir US$ 1,00.
Do que já foi exposto, conclui-se que taxas de câmbio elevadas representam fator de inibição das importações e estimulam as exportações. No caso inverso, as reações serão opostas.
A política comercial tem a ver com medidas adotadas pelo governo no objetivo de intervir nas transações com o exterior. As tarifas alfandegárias cobradas sobre os produtos importados retratam bem essa interferência. Quanto maior a tarifa mais dificultadas se tornarão as importações e mais protegida da concorrência externa estará a indústria nacional e, consequentemente, seus empregados.  
A taxação que incide sobre os veículos importados é um bom exemplo da intervenção do governo através da política comercial que, em última análise, preserva o emprego de milhares de trabalhadores brasileiros.
Comentário
1- É comum que empresas exportadoras solicitem ao governo medidas que resultem na elevação da taxa de câmbio. O objetivo seria tornar seus produtos mais competitivos no exterior, uma vez que o preço em dólar poderia ser reduzido, mantendo a mesma receita em reais.
2- Proteções alfandegárias costumam ser questionadas internacionalmente pelos países exportadores que encontram dificuldades de colocação para seus produtos.
Marque Verdadeiro ou Falso nas afirmativas que se seguem. Em seguida, justifique a sua resposta.
A macroeconomia considera como questões estruturais o nivel de emprego e o combate à inflação.
R: A afirmativa é FALSA. A macroeconomia considera como questões estruturais o crescimento e o desenvolvimento econômico.

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