Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO (UFMA) CENTRO DE CIENCIAS BIOLOGICAS DISCIPLINA: MICROBIOLOGIA DISCENTES: ADRIANO CARTAGENES, JÉSSICA CRISTINE, JÉSSICA PAIVA, LUANA, MARCELO, THALITA ARGIVAES E TALYTA LIMA. RELATÓRIO DE MICROBIOLOGIA Práticas laboratoriais realizadas entre 18/09 a 30/10 de 2013 São Luís (MA) 2013 UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO (UFMA) CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS MICROBIOLOGIA GRUPO 4: ADRIANO CARTAGENES,JÉSSICA CRISTINE, JÉSSICA PAIVA, LUANA, MARCELO, THALITA ARGIVAES E TALYTA LIMA. RELATÓRIO DE MICROBIOLOGIA Práticas laboratoriais realizadas entre 18/09 a 30/10 de 2013 Este relatório foi realizado com a finalidade de obtenção de nota parcial na disciplina de microbiologia do curso de ciências biológicas (ufma) sob a orientação do prof. Luís Carlos Figueira de Carvalho. São Luís (MA) 2013 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO GERAL 4 2 OBSERVAÇÕES DE MICROORGANISMOS 5 3 MEIOS DE CULTURA 10 4 SEMEADURA 19 5 MICROBIOTA NORMAL 24 6 CONTROLE DE MICRORGANISMOS 25 7 ANTIBIOGRAMA 25 8 CONCLUSÕES 28 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 29 1. INTRODUÇÃO GERAL Microbiologia consiste na ciência que estuda metabolismo, fisiologia, taxonomia e a atividade de microrganismos patogênicos ou não patogênicos. Estes microrganismos seguem as características básicas de todos os seres vivos. Apresentam a habilidade de se reproduzir, capacidade de ingerir ou assimilar nutrientes, habilidade de excreção de metabolitos, capacidade de reagir a alterações ambientais e susceptibilidade a mutações. Uma das primeiras hipóteses relacionada com a microbiologia, foi postulada por Roger Bacon no século XIII com a sugestão de que as doenças eram produzidas por seres vivos invisíveis. No entanto a primeira observação descrita e documentada foi realizado pelo naturalista Leeuwenhoek, com o auxilio de um microscópio simples de sua própria construção. Em 1840. Jacob Henle elaborou dois postulados que estabeleciam condições básicas para que um agente microscópio particular fosse considerado causador de uma doença infecciosa. Os postulados diziam: 1) o agente causador da infecção deve ser encontrado em constância no corpo do doente. 2) Deve ser possível isolá-lo e reproduzir experimentalmente a doença. Posteriormente os dois postulados foram aperfeiçoados pelos trabalhos de Robert Koch, que desenvolveu técnicas de fixação e coloração, ainda utilizadas atualmente. Em 1860 Louis Pasteur comprovou que as bactérias derivavam de outras bactérias, causando o declínio da hipótese da geração espontânea. Entre 1880 e 1890, houve a descoberta de varias bactérias patogênicas. 2. OBSERVAÇÃO DE MICRORGANISMOS A observação de microrganismos consistiu na preparação de materiais e técnicas gerais utilizadas na observação de espécimes microbiológicas por meio do microscópico luminoso. Aplicaram-se dois métodos principais utilizados para essa preparação: 1) EXAME A FRESCO: Objetivo: A observação de microrganismos vivos (bactérias, protozoários, fungos ou leveduras, etc.) em amostra de material biológico coletado, e posterior suspensão do material entre lâminas e lamínulas, para a análise de sua morfologia e movimentos. Material: 1- Amostra de material biológico coletado em suspensão. 2- Lâminas e lamínulas 3- Microscópio óptico luminoso. 4- Pipeta Pasteur (ou conta-gotas) Método: 1- Foi coletada uma gota do material biológico, colocada no centro da lâmina e sobreposta a uma lamínula atenciosamente, com o cuidado para que não se formassem bolhas. 2- A lâmina preparada foi levada ao microscópio óptico, e observada em objetiva de 40 vezes. 3- Após a observação, desprezou-se a lâmina e lamínula em um frasco contendo detergente. Resultados: Foram observadas bactérias em formas de bacilos e cocos, com (flageladas) e sem movimento. Desta mesma forma, foram identificados protozoários em forma de cistos, com movimento. QUESTÕES: 1. Porque as dimensões dos vários tipos morfológicos de microrganismos podem ser mais bem aferidas através de preparações a fresco? Porque esse método não produz modificações nem na forma nem na função do objeto examinado (ao contrário do método de coloração, por exemplo), servindo, portanto de contraprova para outros métodos. 2. Para que serve uma preparação em gota pendente? Ela oferece alguma indicação sobre a viabilidade de uma cultura? Este método consiste na observação ao microscópio de células, pequenos organismos vivos ou fragmentos de tecidos vivos, num meio líquido o mais próximo possível do meio natural desses organismos. Sua finalidade é permitir a observação de estruturas “in vivo”, de modo a poder observar manifestações funcionais, podendo assim, ser útil em preparos de culturas. 3. Cite alguns cuidados a serem tomados para execução satisfatória do exame a fresco. 1. Colocar a gota coletada do material biológico no centro da lâmina e sobreposta a uma lamínula atenciosamente, com o cuidado para que não se formem bolhas. 2. Não confundir os movimentos celulares com os movimentos produzidos pela corrente de ar. 3. Não usar óleo de imersão, ou qualquer outro componente químico que altere a viabilidade da amostra do material coletado. 4. Quais as limitações do exame a fresco? O emprego do exame a fresco está restrito dentro de certos limites: só se aplica a objetos finos e transparentes, não permite observações prolongadas e mostra apenas uma pequena parte dos detalhes das estruturas. É, portanto, relativamente grosseiro e leva eventualmente à morte celular. Esta técnica também possui observações com duração limitada, pois as preparações não podem ser conservadas. 5. Em que circunstâncias, no diagnóstico laboratorial de doenças infecciosas, o exame a fresco deve ser aplicado? Pode ser utilizado no diagnóstico de doenças parasitárias, assim como nas técnicas de análises clínicas. 6. Qual a principal informação sobre o microrganismo que o exame a fresco pode fornecer? Analisa a vitalidade dos organismos, e é importante na contraprova de outros métodos de estudo de estrutura celular que utilizem o estudo de células mortas. OBSERVAÇÃO DE MICRORGANISMOS 2) TÉCNICAS DE COLORAÇÃO: Estas técnicas consistem em corar a camada fina do espécime seca. Assim os microrganismos ficam fixados à superfície e apresentam-se corados para facilitar a visualização. São usadas para mostrar as várias estruturas dos microrganismos, para identificar e separar suas estruturas internas e para ajudar a identificar e separar microrganismos similares. a) COLORAÇÃO SIMPLES: Objetivo: Observação de microrganismos em preparações coradas a fim de visualizar melhor algumas estruturas celulares, bem como forma e disposição. Material: 1- Material biológico em suspensão, como Saliva, Secreção nasal,Secreção do ouvido, suspensão de bactéria ou leveduras, etc. 2- Lâminas e lamínulas. 3- Microscópio óptico luminoso. 4- Pipeta Pasteur (ou conta-gotas) 5- Corante azul de metileno. Método: 1- Preparou-se uma camada fina do espécime sobre uma lâmina de vidro com o material biológico; 2- Foi dado um intervalo para a secagem do material; 3- O esfregaço foi fixado seco à lâmina, usualmente com o calor, para fazer aderir o microrganismo à lâmina; 4- Cobriu-se o esfregaço com o corante; 5- Foi dado um intervalo de 1 a 5 min; 6- Lavou-se a lâmina com água; 7- Depois de seco, foi observado ao microscópico com objetiva de imersão. Resultados: Foi identificada a presença de células, e observada a afinidade positiva pelo corante. Puderam ser observadas bactérias e protozoários, dentre eles flagelados ou ameboides, de vida livre, unicelulares, e de tamanhos e estruturas variáveis. QUESTÕES: 1. Os meios de cultivo e a idade da colônia exercem alguma influência na morfologia de células em coloração simples? Sim, permitem. A morfologia das bactérias depende das condições fisiológicas dentro de um certo limite de viabilidade celular. 2. A coloração simples se presta a identificação de uma cultura mista de microrganismos? Que observações poderiam ser obtidas? Neste método de coloração simples, são observadas apenas algumas formas e estruturas, invalidando a técnica assim, para identificar as bactérias, sendo necessárias outras informações. 3. Qual a aplicação da coloração simples no Diagnóstico Laboratorial de doenças infecciosas? Este método é utilizado no diagnóstico de vários tipos de doenças, como por exemplo, as causadas por fungos (micoses) ou por protozoários, tais como malária, doenças de chagas e leishmaniose. 4. Cite exemplos de Doenças Infecciosas e seu agente infeccioso que são diagnosticados seguramente pela uma coloração simples? Podem ser citadas doenças como a Malária, Doença de Chagas, Leishmaniose, além de algumas micoses. 5. Cite alguns cuidados, a serem tomados para a execução satisfatória da coloração simples. Respeitar o tempo de intervalo adequado para secagem, fixação e coração do material, não permitindo ser insuficiente, ou até mesmo exagerado, pois isto interfere na qualidade da lâmina em sua observação. OBSERVAÇÃO DE MICRORGANISMOS 2) TÉCNICAS DE COLORAÇÃO: b) COLORAÇÃO DE GRAM: Objetivo: Observar formas, disposição e comportamento tintorial das bactérias. Distinguir bactérias Gram-positivas das Gram-negativas. Material: 1- Reagentes de Gram: - Solução cristal-violeta 2%; - Solução aquosa de iodo (Lugol); - Mistura álcool-acetona; - Solução alcoólica de safranina; 2- Lâminas (juntamente com suporte); 3- Alça de platina; 4- Bico de Bunsen; 5- Microscópio óptico luminoso; 6- Óleo de Imersão. Métodos: 1- Foi preparado o esfregaço e fixado ao calor 2- A área do esfregaço foi coberta com a solução de cristal-violeta por cerca de 1min; 3- O material foi lavado com água corrente e escorrido o excesso de água; 4- A área do esfregaço foi coberta com a solução de iodo durante cerca de 1 minuto; 5- A lâmina foi descorada com a mistura álcool-acetona, até que o solvente escorra incolor; 6- O esfregaço foi coberto com a solução de safranina por cerca de 30 segundos; 7- A lâmina foi lavada com água corrente, e deixada secar ao ar. Resultados: Após a coloração de Gram, foi possível classificar as bactérias em dois grupos: Gram-positivas, ou seja, as que retêm Violeta de genciana; e Gram-negativas, as que não retêm o violeta genciana. Foram observados cocos no material, sendo identificados como diplococos e estafilococos, além de bacilos. Em relação ao tamanho, encontraram-se organismos com dimensões variáveis. Em comparação aos dois tipos de bactérias, foram observadas mais espécimes Gram-negativas do que Gram-positivas. Figura 2.1: técnica de coloração de Gram Bactérias Gram-positivas e Gram-negativas 3. MEIOS DE CULTURA 3.1.Objetivo: Demonstrar aos graduandos do curso de ciências biológicas o preparo de meios de cultura mais utilizados na microbiologia, discutindo a aplicação de meios específicos para cultivo de microorganismos diferentes. 3.2 Princípios: Para que ocorra um crescimento adequado de microrganismos é necessário a presença de nutrientes e condições ambientais favoráveis. Fontes de carbono, nitrogênio, enxofre, fosfato e minerais constituem nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento de bactérias. 3.3. Material: a) Agar chocolate b) tubos contendo 10ml de ágar-base c) placas de Petri estéreis d) pipetas de 1ml estéril e) Balança f) Provetas g) Autoclave h) Cronômetro i) Banho-Maria a 55ºC 3.4. Procedimento: O Agar chocolate já tinha sido formado pela adição de sangue de carneiro desfibrinado no Agar nutriente. Para cada 10ml do Agar nutriente foi adicionado em 0,5ml de sangue.Posteriormente homogeneizado, de forma a lisar totalmente as hemácias e em seguida distribuído nas placas; Para a elaboração de um meio de cultura do tipo chocolate, pesou-se e hidratou o meio com água destilada. Colocou-se 3,6g de Agar em 1000ml de água destilada. Posteriormente foi aquecido até alcançar a fervura para uma completa dissolução do meio. Após o aquecimento, foi submetido a autoclavagem a 15 libras de pressão e 121ºC. Após a autoclavagem, o meio sólido em placa de petri foi guardado em uma estufa a 37ºC, objetivando testar sua esterilidade. 3.5. Resultados: Foi realizado a analise do meio de Agar chocolate. Sua coloração é castanho escuro, dando-lhe uma aparência de chocolate. Colônias de pequeno a médio tamanho, com pigmento amarelo sugerem espécies como Nesseria spp, Branhamella catarrhalis ou moraxella spp. Enquanto colônias pequenas e delicadas com pigmento creme claro sobre o Agar chocolate sugerem espécies como Haemophilus spp. 3.6. Comentários: A maioria das bactérias podem ser cultivadas em laboratório, utilizando meios de nutrientes que favorecem o crescimento e desenvolvimento bacteriano. Para que isso possa ser realizado é necessário o conhecimento de exigências físicas e nutritivas de cada bactéria especifica. O desenvolvimento de inúmeros meios de cultura resultou desses conhecimentos adquiridos ao longo do tempo. Quanto a presença de Agar, os meios de cultura podem ser divididos em meios sólidos e líquidos. De acordo com a composição química, os meios podem ser sintéticos e complexos. Quanto o objetivo da utilização podem ser básicos, enriquecidos, seletivos, diferenciais, de dosagem, para contagem, de estocagem ou para transporte. Existem vários tipos de meios, dentre os principais estão o Agar simples, Agar sangue, Agar chocolate, Agar Muller hinton e caldo BHI. Cada grupo utilizou determinado meio de cultura. O grupo 4 realizou o experimento com Agar chocolate. Este tipo de Agar é um meio complexo não seletivo resultante da combinação de Agar nutriente com sangue de carneiro aquecido, cujas as hemácias estão lisadas, dando-lhe uma coloração castanho escuro.3.7.Questões: 1) O que são meios de cultura e qual a sua aplicação na prática médica? Meios de cultura consistem em um complexo de substâncias necessárias para que colônias de microrganismos se desenvolvam externamente ao meio natural. Diferentemente da condição natural ,os meios de cultura permitem o isolamento de microrganismos, com a finalidade de pesquisa e estudo. Esse complexo de nutrientes deve conter fontes de energia, substrato doador de elétrons, fontes de carbono e todos os elementos necessários para a vida microbiana. Apresentam aplicabilidade na industria médica e farmacêutica, inibindo a liquefação presente na ação enzimática de microrganismos. Também pode ser utilizado como laxativo ou agente terapêutico no tratamento de disfunções digestivas; agente retardador e carregador na administração de remédios, antibióticos e vitaminas; agente de suspensão de sulfato de bário em radiologia; estabilizador de soluções de colesterol; agente gelificante de próteses dentárias, emulsões fotográficas, diferenciação de proteínas por eletroforese, cromatografia por exclusão de tamanho e moldagem de materiais. 2) Alguns microrganismos, como Micobacterium leprae, ainda não se conseguiu cultivar em meios de cultura. Quais as possíveis dificuldades e qual a importância desta técnica? Uma das principais dificuldades encontrada nas técnicas de meios de cultivo está na ausência de conhecimento relacionado ao requerimento nutricional de determinadas bactérias, dificultando a elaboração de uma formulação apropriada. A micobacterium leprae , também conhecido como bacilo de hansen, é considerado como um parasita restrito que precisa de células hospedeiras para se reproduzir. Em culturas feitas com tecido leproso, os bacilos de hansen persistem durante algum tempo, desaparecendo depois. Não apresentam modificações tintoriais ou morfológicas. O meio de cultura tornou-se importante para isolamento e identificação das bactérias, além de fornecer o diagnostico, desvendando os mecanismos de patogenicidade e ação de agentes antimicrobianos. 3) O que são macronutrientes e micronutrientes ? Cite os principais exemplos Macronutrientes consistem em nutrientes requeridos em grandes quantidades no organismo por serem considerados principais elementos constituintes de compostos orgânicos celulares ou funcionarem como combustível gerador de energia. Ex: C (carbono), O (oxigênio), H (hidrogênio), S ( enxofre) e P ( Fosforo). Enquanto os Micronutrientes são nutrientes requeridos em pequenas quantidades, necessários para o desenvolvimento microbiano. Apesar de se encontrar em pequenas quantidades, os micronutrientes são importantes na osmorregulação, na ação de cofator enzimático e composição estrutural. Ex: os minerais = Fe ( ferro), Mg ( magnésio), Ca ( cálcio), Zn ( zinco), Cu ( cobre), K ( potássio), Na ( sódio), Cl (cloro), Co ( cobalto), Se (selênio) e Ni ( níquel). 4) Qual a função do ágar-ágar na formulação dos meios de cultura? Agar-agar consiste em um hidrocoloide extraído de diversos gêneros e espécies de algas marinhas vermelhas, contendo uma mistura heterogênea de dois polissacarídeos ( agarose e agaropectina). Insolúvel em água fria expande-se e absorve uma quantidade de água de cerca de 20vezes o seu próprio peso. Sua função relaciona-se com manutenção da cultura em estado sólido numa temperatura de 37ºC, necessário para o desenvolvimento bacteriano. As culturas em meio sólido permitem a identificação e isolamento de culturas puras, ou seja, que contém apenas um microorganismo. 5) Quais as influências da temperatura e tempo de incubação no crescimento bacteriano Para que ocorra o crescimento bacteriano adequado, é necessário uma temperatura considerada ótima. Se a temperatura ótima ultrapasse o seu valor, ocorre desnaturação do material celular com consequente morte celular. Caso o contrario, ou seja, a temperatura seja inferior a temperatura ótima, a célula bacteriana sofre uma desaceleração das atividades metabólicas, também levando a morte após um longo período de tempo. 6) Como se classificam os microrganismos quanto ao D.B.O (Demanda Bioquimica de Oxigênio)? DBO corresponde a quantidade de oxigênio necessária para que ocorra oxidação da matéria orgânica biodegradável por decomposição microbiana para uma forma inorgânica estável.. Quanto a demanda de oxigênio DBO os microrganismos podem ser classificados em facultativos, anaeróbios, aeróbios, microaerófilos ou aerotolerantes. As bactérias aeróbias utilizam oxigênio como aceptor final de elétrons na cadeia respiratória, ou seja, necessitam de oxigênio e não sobrevivem na ausência de oxigênio. É o caso da M. turberculosi. Diferentemente das bactérias aeróbias, as anaeróbias realizam fermentação e não sobrevivem na presença de oxigênio, como o Clostridium tetani. As bactérias facultativas podem ou não utilizar oxigênio para o seu desenvolvimento. Este caso pode ser simplificado por Staphylococcus spp. As microaerófilas crescem em baixas concentrações de oxigênio, mas não sobrevivem em altas concentrações. É o caso de Campylobacter jejuni e Neisseria meningitidis. Enquanto os aerotolerantes respiram anaerobicamente, mas sobrevivem na presença de oxigênio. Pode ser exemplificada por Enterococcus faecalis. 7) O que significa “crescimento”, quando aplicado a organismos celulares como as bactérias, e qual o processo de reprodução comumente encontrado nas mesmas? Neste contexto, crescimento refere-se a proliferação de indivíduos em uma colônia, ou seja, um aumento do numero de indivíduos ocasionando consequentemente um aumento populacional. Este conceito se distingue do conceito de crescimento aplicado a organismos mais complexos, em que consiste no aumento do tamanho da célula, ocasionando um aumento do volume celular. 8) Descreva as fases do crescimento de uma célula bacteriana ao se desenvolver em um meio de cultura adequado As fases de crescimento de uma célula bacteriana implica em 4 momentos essenciais: 1. Fase LAG (Latência): Período inicial em que micro- organismos se adaptam ao meio. Nesta fase, não há ainda multiplicação celular. No entanto, ocorre uma intensa síntese metabólica, em que são formadas novas enzimas, necessárias para a hidrólise ou metabolização posterior de compostos. Geralmente, apresenta uma duração extensa. 2. Fase EXP (Exponencial) : O inicio dessa fase caracteriza-se pela aceleração da taxa de crescimento. Após o período curto de aceleração, a taxa de crescimento passa a ser constante e exponencial. Os nutrientes estão presentes em excesso e os microorganismos dividem-se em uma taxa especifica que depende do potencial genético , da composição do meio de cultura e das condições de crescimento. Ao final do processo, ocorre uma desaceleração, resultante do declínio da taxa especifica máxima de crescimento. Ocorre um declínio da taxa de crescimento devido, principalmente à redução de nutrientes essências ao metabolismo bacteriano ou aumento de subprodutos tóxicos. 3. Fase Estacionária: O crescimento chega ao limite máximo, devido ao esgotamento de nutrientes essenciais ou acumulo de produtos inibidores de metabolismo. 4. Fase de declínio ( morte) : Nesta fase, ocorre a morte da forma vegetativa bacteriana. A população de microorganismos reduz drasticamente, pois a taxa de mortalidade supera a taxa de crescimento da colônia. 9) Descreva sobre os principais fatoresque interferem no crescimento bacteriano. Dentre os principais fatores que influenciam no crescimento bacteriano, estão a acidez (PH), atividade da água (Aw), composição química (nutrientes), substancias antimicrobianas, estrutura biológica, temperatura e umidade. O meio cujo o PH seja maior que 4,5, torna-se suscetível a predominância de crescimento bacteriano, no PH que varia de 4 a 4,5 o crescimento de bolores e leveduras predomina sobre o crescimento de poucas bactérias, geralmente as láticas e algumas espécies de bacillus. Enquanto o PH abaixo de 4,0, torna a condição inadequada para microrganismos e favorável para fungos. Quanto maior for a disponibilidade de água e a quantidade de nutrientes, maior será a presença de microrganismos. Vitaminas, aminoácidos, nucleotídeos não são sintetizados pela atividade metabólica dos microrganismos. No entanto precisam ser obtidos em meio natural ou artificial em que vivem, funcionando como fatores significantes de crescimento. Nos alimentos, estruturas como cascas de frutas e ovos, impede contato direto com o ambiente, dificultando a passagem de microrganismos no interior destes. A temperatura também é necessário para o crescimento. Cada tipo bacteriano apresenta determinada temperatura ótima, podendo ser psicrofilos,mesófilos e termófilos. 10) Qual a relação que existe entre o requerimento nutricional de um microrganismo e a formulação de meios de cultura? Os nutrientes do meio de cultura suprem o requerimento nutricional especifico de cada microrganismo. Figura 3: esquematiza um método simples de identificação de estirpes bacterianas mutantes. O «meio mínimo» corresponde a um meio simples, contendo um único composto como fonte de carbono e poucos sais inorgânicos. Só os organismos sem qualquer deficiência no seu metabolismo conseguem sobreviver neste tipo de meios. Fonte: Banco de itens Figura 4: Agar chocolate 4. SEMEADURA Semeadura em placas 4.1. Introdução Na maioria dos casos, o microrganismo a ser isolado faz parte de uma população mista, sendo indispensável o seu isolamento no sentido de obtenção de cultura pura. Uma das maneiras de se obter uma cultura pura consiste no emprego da técnica de semeadura, em que são obtidas colônias isoladas de microrganismos. As colônias são caracterizadas por suas características morfológicas e, dependendo do objetivo, são cultivadas separadamente em meios sólidos ou líquidos para a posterior identificação. A técnica de semeadura também pode ser aplicada em determinados estudos com o objetivo apenas de cultivo ou para quantificar a população microbiana. 4.2. Objetivo: Desenvolver as técnicas básicas de semeadura de material para isolamento de germes. Técnica de Esgotamento: A mais utilizada para isolamento de germes em meio sólido (ágar sangue, ágar EMB) onde se utiliza uma alça de platina, previamente flambada e esfriada 4.3. Método: Tanto a alça quanto o fio de platina devem ser flambados antes e depois de qualquer operação de semeadura ou inoculação de microrganismos. Para tanto, devem ser aquecidos ao rubro e a parte inferior do cabo deve ser passada na chama 2 a 3 vezes. Deve ser utilizado o cone interno da chama do bico de Bunsen. Para retirar o material, seja para fazer um esfregaço ou para uma semeadura, esfriar previamente a alça. Deixar esfriar nas proximidades da chama. Com a alça de platina, tocar suavemente na amostra. Passar a alça sobre o meio de cultura em movimento de ziguezague sem sobrepor as linha e sem recarregar a Alça. Incubar as placas a 37ºC por 24 a 48 horas. Estrias simples esgotamento por estrias Material Biológico: água do sapário. Inoculação por estrias ou esgotamento em placas de ágar A técnica de semeadura por estrias múltiplas consiste em espalhar o material com o auxílio de uma alça bacteriológica, fazendo estrias sucessivas até o esgotamento do material, de modo a obter-se um perfeito isolamento das bactérias existentes na amostra, que após a incubação, formarão as colônias isoladas sobre a superfície do ágar. A execução é simples e devem ser tomados alguns cuidados para que realmente consiga o isolamento das bactérias. Primeiramente, deve-se flambar a alça de platina e introduzi-la no meio contendo as bactérias. Fazer então o estriamento na superfície do ágar da placa de Petri Após a primeira estria, flambar novamente a alça, girar a placa e puxar nova estria. Repetir esse passo pelo menos mais 2 vezes. 4.4. RESULTADOS: Obtivemos como resultado, 55 colonias. 12 grandes sem pigmentos, 4 grandes com pigmento. 3 denteadas e 1 com nervuras. As outras são pequenas com as mesmas caracteristicas das grandes. TECNICA DE SEMEADURA POR PLATE 4.5. INTRODUÇÃO As técnicas de semeadura são o método pelo qual se transfere inóculos bacterianos de um meio de cultura ou material a ser analisado (secreções, alimentos) para um outro meio de cultura. Para garantir que apenas o microrganismo desejado seja semeado, são utilizadas as técnicas assépticas: procedimentos que devem ser adotados visando a não contaminação de materiais, meios e culturas. (SANT'ANA & CERQUEIRA, 2007) O método de semeadura por derramamento, ou também denominado de pour plate é muito utilizado para bactérias e fungos. Um pequeno volume da melhor diluição é então derramado em uma placa de Petri sem ágar. Em seguida, derrama-se ágar fundido na temperatura de 45ºC e mistura-se os dois com uma agitação leve da placa e deixa-se o meio solidificar 4.6. OBJETIVO O objetivo da técnica de semeadura em pour plate é de obter colônias isoladas (Qualitativo) ou para realizar contagem de colônias em placas (quantitativo). Nesta técnica deve-se tomar cuidado para não adicionar o meio em temperatura elevada sobre o inoculo, o que poderá matar as bactérias (principalmente aquelas sensíveis ao calor. . 4.7. PARTE EXPERIMENTAL Materiais e Regentes Alça de Platina Bico de Bunsen Placa de petri estéreis Meio sólido em placa (ágar Mueller-hinton) Tubos de ensaio contendo 10 ml de meio Pipetas de 1ml Tubos com 4,5 ml de salina estéril (salina tamponada) Mueller-hiton Becker de 100ml com álcool Estufa a 37ºC Material biólogico (que no nosso caso foi saliva de rato) Procedimento Experimental Foi feita uma diluição seriada da amostra pesou-se 25 gramas de amostra de silagem em um béquer, transferiu-se a amostra um erlenmeyer contendo 225 ml de água destilada, misturando-a bem, colocou-se 9 ml de água destilada em 4 tubos de ensaio com auxilio de pipeta volumétrica retirou- se 1 ml do liquido do erlenmeyer e transferiu-o ao primeiro tubo de ensaio denominado 10-2 ou segunda diluição, Com essa mesma pipeta, retirou-se 0,1mL da solução diluída de 10-2 e colocou-se em uma Placa de Petri anteriormente esterilizada. Retirou-se 1 ml do tubo de ensaio com a segunda diluição e transferiu-o ao segundo tudo de ensaio denominado 10³ ou terceira diluição. Pegou-se uma pipeta graduada e retirou-se, também 0,1mL, da solução diluída de 10-3 e colocou-se em outra Placa de Petri, anteriormente esterilizada e assim sucessivamente até a quinta diluição. Após ter posto nas placas as culturas bacterianas diluídas, colocou- se sobre ele o àgar nutriente em seu estado líquido (o ágar deve estar em uma temperatura ideal para que não mate a cultura bacteriana).Com o auxílio de uma Alça de Drigalsky, anteriormente flambada, espalhou-se a solução contendo a cultura microbiana homogeneamente sobre a superfície do ágar. Incubaram-se as Placas de Petri em estufa a temperatura de 36-37ºC por um período de 24 horas, após esse período, levou-se as placas para a geladeira. 4.8. RESULTADOS E DISCUSSÃO Tanto na placa de concentração 10-1 quanto na placa de concentração 10-2, não foi possível contar o numero de colônias, pois estavam acima do limite (entre 30 e 300 colônias). Pode-se perceber que para uma contagem efetiva seria necessário, mais diluições. 4.9. CONCLUSÃO Podemos concluir que a finalidade das técnicas de semeadura é permitir a transferência (inoculação) de bactérias ou de uma cultura bacteriana de um material (secreção, alimento, etc) ou de um meio de cultura para outro garantindo que apenas os micro-organismos em questão sejam semeados. 5. MICROBIOTA NORMAL : 5.1. Objetivo: Observar a presença de bactérias em diversas partes do organismo animal. 5.2. Princípio: Cultivo dos microrganismos isolados das diversas partes do organismo animal, por meio da semeadura em meios de cultura enriquecido e seletivo para bactérias Gram-positivas (ágar sangue), Gram- negativas ( ágar Mac Conkey) e para fungos ( ágar sabourand). 5.2. Método: Foi escolhido um camundongo e coletou-se uma amostra advinda da sua boca. 5.3. Resultado: Foi observado a presença de vários tipos bacterianos, dentre os quais estão as gram-positivas, gram-negativas, cocos e bacilos. 6. CONTROLE DE MICRORGANISMOS: Objetivo: Observar a eficiência de agentes físicos e químicos sobre os microrganismos, discutindo os mecanismos de ação dos agentes bactericidas e bacteriostáticos. Procedimento experimental: 1) A mão não lavada de um dos membros da equipe foi colocada sobre o lado direito do Agar presente na placa de petri. Em seguida a mão suja foi submetida a uma lavagem com detergente. Esperou-se secar e colocou-se novamente a mão sobre a superfície do Agar. 2) Coletou-se uma amostra de bactérias presente na bancada e colocou na placa de petri contendo Agar. Em seguida a bancada foi submetida a uma lavagem com detergente, sob o auxilio de um papel toalha. O procedimento de coleta foi repetido, obtendo um amostra de bactérias da bancada submetida a ação do detergente. Resultados: Observou-se que a quantidade de microrganismos antes da desinfecção foi maior que a quantidade depois da desinfecção. Isso significa que a ação de desinfetantes tornaram-se de certa forma eficientes na redução da população de microrganismos. 7. ANTIBIOGRAMA 7.1. Introdução: Do ponto de vista clinico, as bactérias resistentes a agentes antimicrobianos tornaram-se de significante relevância para a abordagem das causas do quadro clinico de pacientes. O antibiograma define-se pela avaliação do perfil de susceptibilidade das bactérias isoladas a drogas antimicrobianas, ou seja, consiste na determinação da sensibilidade bacteriana in vitro. Esta técnica também é conhecida como TSA ( Teste de sensibilidade a antimicrobianos). 7.2. Objetivo: Determinar o perfil de susceptibilidade de cocos e gram- positivos a diferentes antibióticos em meio sólido, além de detectar a presença de mutantes naturalmente resistentes a ação dos antibióticos. 7.3. Materiais: - Estufa bacteriológica - Alças de platina - solução salina estéril ( Nacl) - Bico de bunsen - Agar Muller Hinton - Monodiscos 7.4. Procedimento experimental: As placas com discos são retirados da geladeira cerca de 20min antes de iniciar o procedimento para que atinja a temperatura ambiente. A alça de platina é devidamente flambada e resfriada. Após a flambagem, a colônia de bactéria foi tocada com a alça de platina. As colônias foram suspensas em solução salina estéril até se obter uma turvação compatível. O swab estéril foi embebido na suspensão bacteriana e posteriormente comprimido contra as paredes do tubo, objetivando retirar o excesso de suspensão. Em seguida foi realizado uma semeadura de forma suave em todas as direções da placa, procurando abranger toda a superfície. Com o auxilio de uma pinça flambada e resfriada, colocou-se monodiscos ou multidiscos sobre a superfície do meio inoculado, exercendo uma leve pressão com a ponta da pinça para uma boa adesão dos discos. Ao final do procedimento a placa foi incubada em uma estufa com uma temperatura de 37ºC. 7.5. Resultados e discussão: Com o auxilio de uma régua, foi medido o diâmetro dos halos inibitórios de cada disco. Após a medição, as colônias bacterianas foram analisadas para determinar se houve sensibilidade ou resistência a cada antimicrobiano testado. Antibiótico Halo de inibição Susceptibilidade NT300 80 mm ? Ox5 Não Resistente ® CRO30 42mm Suscetível (S) NOR10 37mm Suscetível (S) TB10 20mm Suscetível (S) Foi observado o crescimento bacteriano, principalmente nas áreas ao redor dos discos de antimicrobianos. O antibiótico presente nos discos difunde-se no meio de cultura sólido, atingindo concentrações decrescentes em torno do disco. A presença de crescimento em torno dos discos indica a resistência do microrganismo ao antibiótico, ou seja, as colônias presentes no halo de inibição representam bactérias mutantes resistentes a ação de antibiótico. Enquanto a ausência de crescimento indica a susceptibilidade ao antibiótico. Figura 7.5.1 CONCLUSÃO: Por meio dessas seis praticas foram observadas, identificadas e classificadas as diversas bactérias quanto sua afinidade ao corante, sua morfologia, sua capacidade de adquirir resistência e as diversas reações que pode apresentar diante de fatores ambientais, biológicos e químicos. Em cada placa de petri obteve varias colônias. E cada grupo de colônias estavam relacionadas a fatores de crescimento distintos. Foram observadas o crescimento de bactérias em um dos tipos de cultura, o Agar chocolate, no ambiente antes e depois de uma desinfecção, as bactérias encontradas na boca de um camundongo de laboratório e bactérias que sofreram a ação de antibióticos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS SANT'ANA, R. S, & CERQUEIRA, A. M. Bacteriologia . Niterói: (Apostila)., 2007 JORGE, O.C. Microbiologia: Atividades práticas. 2. Ed. São Paulo: Santos, 2008
Compartilhar