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Página 1 de 13 RELAÇÃO DE EMPREGO A relação de emprego é uma das modalidades da relação de trabalho (gênero). Para que o vínculo empregatício exista, são necessários alguns requisitos, isto é, pressupostos fáticos primordiais. São eles: 1. Pessoa Física: Só a pessoa natural pode ser empregada, ou seja, para que se caracterize a relação de emprego é necessária a exploração da energia do trabalho humano, sendo assim, a pessoa jurídica não será em nenhuma ocasião, empregada. 2. Pessoalidade: A Relação de Emprego possui a denominada natureza intuito personae, isto é, uma vez pactuado o contrato de emprego, o empregado deve prestar seus serviços pessoalmente, não podendo em regra, se fazer substituir por outrem. 3. Onerosidade: A relação de emprego é essencialmente contra prestativa, isto é, de um lado, temos o emprego, que fornece sua força de trabalho, e do outro o empregador, cuja sua principal obrigação será remunerar o empregador pelos serviços prestados. Importante destacar ainda que essa contraprestação poderá ser paga em pecúnia (dinheiro) ou em utilidades. 4. Habitualidade (ou não eventualidade): Na relação de emprego, a prestação de serviço é habitual, repetitiva e rotineira, existindo assim, uma certeza na prestação dos serviços. Sendo assim, o empregado deve executar seus serviços de forma habitual, bem como o empregado deve cumprir com suas obrigações trabalhistas enquanto durar o pacto laboral. 5. Subordinação Jurídica: É pacífico na doutrina que este é o principal requisito da relação de emprego e se caracteriza como sendo a sujeição de uma das partes contratantes (empregado) em relação a outra (empregador). Importantíssimo esclarecer que essa subordinação deverá ser jurídica, isto é, em decorrência do contrato, o qual deverá ser respeitado o poder de direção que o empregador possui, todavia, é vedada ordens excessivas ou ilegais. 6. Alteridade: Significa que o empregado trabalha por conta alheia, isto é, seu trabalho é explorado por outrem. O empregador não corre o risco do negócio, sendo que este será assumido pelo empregador. Página 2 de 13 MAPAS MENTAIS Página 3 de 13 Página 4 de 13 Página 5 de 13 Página 6 de 13 Página 7 de 13 Página 8 de 13 Página 9 de 13 LEGISLAÇÃO Art. 2.º Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. Art. 3.º Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. JURISPRUDÊNCIA RECURSO DE REVISTA. VÍNCULO DE EMPREGO - CARACTERIZAÇÃO. O TRT consignou que a empresa não demonstrou o alegado trabalho autônomo do autor e que a prova sopesada pelo juízo de primeiro grau apontou para a presença dos requisitos caracterizadores da relação jurídica de emprego. Eventual reforma da decisão regional no particular importaria o inevitável revolvimento de fatos e provas dos autos, expediente vedado nesta instância extraordinária pela Súmula/TST nº 126. Recurso de revista não conhecido. INTERVALO INTRAJORNADA - CONCESSÃO PARCIAL - PAGAMENTO TOTAL DO PERÍODO. O TRT emitiu tese no sentido de que o empregado que não frui integralmente o intervalo intrajornada faz jus ao pagamento, como hora extra, da remuneração equivalente à totalidade do lapso mínimo legal, nos termos do § 4º do artigo 71 da CLT. Assim, a decisão recorrida encontra-se em plena sintonia com o item I da Súmula/TST nº 437. Recurso de revista não conhecido. MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT - VÍNCULO DE EMPREGO RECONHECIDO EM JUÍZO. Após o cancelamento da Orientação Jurisprudencial da SBDI-1 nº 351, a jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que a decisão judicial que reconhece a existência de vínculo de emprego apenas declara situação fática preexistente, o que impõe a incidência da penalidade do artigo 477, § 8º, da CLT, não mais prevalecendo a tese de que a existência de fundada controvérsia é óbice ao deferimento da multa. Precedentes da SBDI-1. No mesmo sentido a novel Súmula nº 462 desta Corte. Recurso de revista não conhecido. LIMITAÇÃO DA CONDENAÇÃO AO PERÍODO COMPREENDIDO ENTRE JANEIRO DE 2009 E 23/10/2009 - AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. O TRT não firmou tese quanto à pertinência, ou não, de limitação da condenação ao período apontado pela reclamada. A Corte Regional sequer foi instada a fazê-lo por intermédio de embargos de declaração. Assim, o recurso de revista não ultrapassa a barreira da Súmula/TST nº 297. Recurso de revista não conhecido. HONORÁRIOS DE ADVOGADO - ENQUADRAMENTO SINDICAL. O TRT consignou que é inovatório o recurso ordinário da reclamada quanto ao enquadramento sindical do autor. Assim, encontra-se preclusa a discussão nesse aspecto. Por outro lado, o Colegiado sublinhou que a condenação da reclamada ao pagamento dos honorários de advogado justifica-se pelo preenchimento dos requisitos da Lei nº 5.584/70, uma vez que o reclamante encontra-se patrocinado Página 10 de 13 por advogado credenciado pelo sindicato de sua categoria profissional. Dessa forma, estando preenchidos os requisitos legais, são devidos os honorários advocatícios, conforme Súmula nº 219, I, do TST. Recurso de revista não conhecido. CONCLUSÃO: Recurso de revista integralmente não conhecido. (TST - RR: 1808920105040402, Relator: Alexandre de Souza Agra Belmonte, Data de Julgamento: 08/06/2016, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 10/06/2016) Página 11 de 13 QUESTÕES 1 – (OAB-2014) A empresa Infohoje Ltda. firmou contrato com Paulo, pelo qual ele prestaria consultoria e suporte de serviços técnicos de informática a clientes da empresa. Para tanto, Paulo receberia 20% do valor de cada atendimento, sendo certo que trabalharia em sua própria residência, realizando os contatos e trabalhos por via remota ou telefônica. Paulo deveria estar conectado durante o horário comercial de segunda a sexta- feira, sendo exigida sua assinatura digital pessoal e intransferível para cada trabalho, bem como exclusividade na área de informática.Sobre o caso sugerido, assinale a afirmativa correta. a) Paulo é prestador de serviços autônomo, não tendo vínculo de emprego, pois ausente a subordinação, já que inexistente fiscalização efetiva física. b) Paulo é prestador de serviços autônomo, não tendo vínculo de emprego, pois ausente o pagamento de salário fixo. c) Paulo é prestador de serviços autônomo, não tendo vínculo de emprego, pois ausente o requisito da pessoalidade, já que impossível saber se era Paulo quem efetivamente estaria trabalhando. d) Paulo é empregado da empresa, pois presentes todos os requisitos caracterizadores da relação de emprego. RESPOSTA: Letra D. O art. 6° da CLT eliminou, com sua nova redação, quaisquer controvérsias porventura ainda existentes no tocante à possibilidade de enquadramento do teletrabalhador como empregado, desde que configurados os requisitos da relação de emprego (Direito do trabalho esquematizado/Ricardo Resende. – 5. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2015). Art. 6º: Não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado a distância, desdeque estejam caracterizados os pressupostos da relação de emprego. Parágrafo único: Os meios telemáticos e informatizados de comando, controle e supervisão se equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos meios pessoais e diretos de comando, controle e supervisão do trabalho alheio Página 12 de 13 2 - (OAB-2010) Os requisitos necessários à caracterização do vínculo de emprego abrangem a) onerosidade, exclusividade, subordinação jurídica e alteridade. b) eventualidade, pessoalidade, onerosidade e subordinação jurídica. c) subordinação, não eventualidade, onerosidade e pessoalidade. d) dependência econômica, continuidade, subordinação e alteridade. RESPOSTA: Letra C. Alguns autores, entretanto, não relacionam a alteridade como requisito caracterizador da relação de emprego, pelo que seriam cinco os requisitos, a saber: trabalho prestado por pessoa física, de forma pessoal, onerosa, não eventual e subordinada. Para resolver questão de prova, a solução é simples: se aparecer nas alternativas a alteridade, não tenha dúvidas de que é um dos requisitos; caso contrário, e aparecendo os demais, está correto também (Direito do trabalho esquematizado/Ricardo Resende. – 5. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2015). Página 13 de 13 BIBLIOGRAFIA Direito do trabalho esquematizado / Ricardo Resende. – 5. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2015. Direito do trabalho esquematizado / Carla Teresa Martins Romar; coordenador Pedro Lenza. – 2. ed. rev. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2014. – (Coleção esquematizado)
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