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-1000 questoes de direito constitucional - perguntas

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1 
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO - PRINCÍPIOS - GENERALIDADES 
 
I.1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA 
 
1) Em que sentidos pode ser entendido o vocábulo "Constituição"? 
R.: Constituição é vocábulo que pode ser entendido em sentido político, sociológico 
ou puramente jurídico. 
 
2) O que significa o vocábulo "Constituição", em sentido político? 
R.: Em sentido político, Constituição é um documento formal e solene, um conjunto de 
normas jurídicas, que dispõem sobre a organização fundamental do Estado e orientam 
seu funcionamento, além de estabelecer garantias aos direitos individuais e 
coletivos. 
 
3) O que significa o vocábulo "Constituição" em sentido sociológico? 
R.: Em sentido sociológico, Constituição é a soma dos fatores reais de poder que 
existem em determinado país, consistindo a lei escrita meramente em uma formalização 
desses poderes. 
 
4) O que significa o vocábulo "Constituição", em sentido puramente jurídico? 
R.: Em sentido puramente jurídico, Constituição é uma norma fundamental hipotética, 
que serve de fundamento lógico de validade da norma positiva suprema, dentro de um 
ordenamento jurídico, que regula a criação de outras normas. 
 
5) Como pode ser classificada a Constituição, quanto à forma das regras 
constitucionais? 
R.: A Constituição pode ser classificada, quanto à forma das regras constitucionais, 
em escrita (consiste em normas legislativas positivadas) e não escrita (também 
denominada consuetudinária ou inorgânica - consiste na observação dos usos e dos 
costumes). 
 
6) De que espécies pode ser a Constituição escrita? 
R.: A Constituição escrita pode ser codificada (quando todas as normas constam de um 
único diploma legal, a Constituição) ou não-codificada (quando as normas constam de 
diversos diplomas legais). 
 
7) Como pode ser classificada a Constituição, quanto ao conteúdo das regras 
constitucionais? 
R.: A Constituição pode ser classificada, quanto ao conteúdo das regras 
constitucionais, em material e formal. 
 
8) De que espécies pode ser a Constituição material? 
R.: A Constituição material pode ser material em sentido amplo (enquanto refletir e 
se identificar plenamente com o regime político ao qual o Estado está submetido) e 
material em sentido estrito (quando o conteúdo consiste em normas que tratam 
exclusivamente de matérias constitucionais). 
 
9) O que é Constituição formal? 
R.: Constituição formal é aquela solenemente promulgada, diploma orgânico que reflete 
a estrutura e o funcionamento do Estado, somente passível de modificações mediante 
processos e formalidades especiais, nela previstos. 
 
10) Como pode ser classificada a Constituição, quanto à origem? 
R.: A Constituição pode ser classificada, quanto à origem, em dogmática e histórica. 
 
11) O que é Constituição dogmática? 
R.: Constituição dogmática é a que resulta da aplicação de princípios (ou dogmas), de 
modo consciente, que fixam a organização fundamental do Estado. 
 
12) O que é Constituição histórica? 
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R.: Constituição histórica é aquela que provém de lenta evolução dos valores do povo, 
em determinada sociedade, resultando em regras escritas (leis) e não escritas (usos e 
costumes). 
 
13) Como pode ser classificada a Constituição, quanto à estabilidade das regras 
constitucionais? 
R.: A Constituição pode ser classificada, quanto à estabilidade das regras 
constitucionais, em rígida, semi-rígida e flexível. 
 
14) O que é Constituição rígida? 
R.: Constituição rígida é aquela em que as regras constitucionais somente podem ser 
alteradas mediante processo especial e qualificado, de infreqüente aplicação. 
 
15) O que é Constituição semi-rígida? 
R.: Constituição semi-rígida é aquela em que as regras constitucionais podem ser 
alteradas, em parte pelo processo legislativo comum e em parte, por processo 
especial. 
 
16) O que é Constituição flexível? 
R.: Constituição flexível é aquela em que as regras constitucionais são passíveis de 
modificações pelo processo legislativo comum. 
 
17) Em que consiste a chamada Constituição-garantia? 
R.: Constituição-garantia é a denominação que se dá à Constituição do tipo clássico, 
que assegura liberdades individuais e coletivas e limita o poder do Estado. 
 
18) Em que consiste a chamada Constituição-balanço? 
R.: Constituição-balanço é a denominação que se dá à Constituição que meramente 
descreve e sistematiza a organização política do Estado, refletindo um estágio nas 
relações de poder, sendo revisada a cada salto evolutivo significativo. Foi o tipo 
utilizado nos países socialistas, antes da queda do Muro de Berlim, em 1989. 
 
19) Em que consiste a chamada Constituição-dirigente? 
R.: Constituição-dirigente é a denominação que se dá à Constituição cujas normas 
estabelecem diretrizes para o exercício do poder, de forma a atingir objetivos 
políticos, sociais e econômicos, e que contém, para tal, normas constitucionais 
programáticas. 
 
20) Como pode ser classificada a Constituição, quanto ao modo de elaboração? 
R.: A Constituição pode ser classificada, quanto ao modo de elaboração, em dogmática 
(sempre escrita, elaborada por órgão constituinte, consagra os dogmas políticos e 
jurídicos dominantes na época da elaboração) e histórica (sempre não escrita, ou 
costumeira, quando resulta de longo processo de sedimentação política, social e 
jurídica, não se conseguindo determinar ao certo sua fonte). 
 
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21) Como pode ser classificada a Constituição, quanto à origem? 
R.: A Constituição pode ser classificada, quanto à origem, em popular (ou 
democrática), quando elaborada por uma Assembléia Constituinte, composta por 
representantes eleitos pelo povo, e outorgada (ou imposta), quando o governante ou 
interposta pessoa elabora o texto constitucional, sem participação do povo. 
 
22) Que são regras materialmente constitucionais? 
R.: Regras materialmente constitucionais são aquelas que dispõem sobre as formas de 
governo, do Estado, de aquisição e exercício do poder, da estrutura dos órgãos de 
poder do Estado e dos limites da ação estatal, contidas ou não na Constituição. 
 
23) Que são regras formalmente constitucionais? 
R.: Regras formalmente constitucionais são aquelas que, embora contidas na 
Constituição, não têm conteúdo constitucional. 
 3 
 
24) Qual a origem histórica das Constituições? 
R.: A origem histórica das Constituições costuma ser apontada como a Magna Carta, de 
1215, um documento escrito, outorgado pelo Rei João Sem Terra a seus nobres, 
celebrado na Inglaterra, garantindo-lhes determinados direitos e benefícios. 
 
25) A Magna Carta estabelecia limites à atuação do rei, relativamente aos direitos de 
todas as pessoas do povo? 
R.: Não. Era um pacto visando o respeito aos direitos dos senhores feudais, 
exclusivamente, por parte da Coroa, não incluindo garantias às pessoas do povo. 
 
26) Que outros diplomas legislativos são apontados como formadores do moderno 
conceito de Constituição? 
R.: Aponta-se: a) a Petition of Rights, de 1628, imposta pelo Parlamento inglês ao 
Rei Carlos I, da Inglaterra, para que a Coroa respeitasse os direitos de todos os 
cidadãos ingleses; e b) os contratos de colonização, celebrados na América do Norte 
pelos peregrinos ingleses (como o Compact, de 1620, celebrado a bordo do navio 
Mayflower e as Fundamental Orders of Connecticut, de 1639). 
 
27) Em que diferem esses diplomas legais do século XVII de diplomas legais 
anteriores, tais como a Magna Carta? 
R.: Embora a Magna Carta constitua inegável avanço no campo jurídico constitucional, 
tanto ela quanto os forais e as cartas de franquia eram destinadas a determinados 
grupos de pessoas, sendo sempre outorgadas pelo monarca; os diplomas legais do século 
XVII diferenciam-se destas porque refletem o estabelecimento e a organização do 
governo pelos próprios cidadãos, que a eles se submetem, consistindoem uma espécie 
de pacto (ou contrato) social, idéia desenvolvida pelos filósofos Locke, Hobbes, e 
Rousseau. 
 
28) Que avanços surgiram no século XVIII, em relação à organização social do Homem? 
R.: No século XVIII surge o Iluminismo, doutrina que individualiza os direitos do 
Homem, separando-os dos da sociedade; essa visão ideológica é fonte do liberalismo 
econômico, que privilegia a livre-concorrência em face do dirigismo estatal, sendo 
representada pela expressão laissez-faire. A ênfase nos direitos naturais do Homem 
impõe limites à atuação do Estado, prevendo remédios à violação de direitos dos 
cidadãos. Do ponto de vista organizacional, surge a doutrina da separação dos 
poderes, elaborada por John Locke no livro Segundo Tratado do Governo Civil e por 
Montesquieu, em seu livro O Espírito das Leis. Em 1789, eclode a Revolução Francesa, 
ocasião em que foi promulgada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão 
(26.08.1789), que a consagra no art. 16. 
 
29) Em que consiste a doutrina da separação dos poderes? 
R.: A doutrina da separação dos poderes baseia-se na idéia de que todo homem 
investido de poder é tentado a abusar desse poder, e que a divisão de poderes e 
funções do Estado é necessária para impedir a arbitrariedade; constitui a base da 
organização liberal e das democracias modernas, o instrumento da "segurança dos 
cidadãos". 
 
30) O que é constitucionalismo? 
R.: Constitucionalismo é o movimento de caráter político e jurídico, de cunho 
liberal, em voga entre o final do século XVIII e o término da Primeira Guerra 
Mundial, cujo objetivo é o estabelecimento de Estados de direito baseados em regimes 
constitucionais, isto é, fundados numa Constituição democrática, que delimita 
claramente a atuação do Poder Público, mediante a separação dos poderes, e assegura 
ampla proteção aos direitos dos cidadãos, impondo o exercício, no plano político, do 
chamado "governo das leis e não dos homens". 
 
31) Que transformações sofreu o constitucionalismo, após o término da Primeira Guerra 
Mundial? 
R.: Ao término da Primeira Guerra Mundial, surgiram novos países na Europa, que 
adotaram Constituições escritas; outras correntes políticas, como as defendidas pelos 
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partidos socialistas e democratas-cristãos, passaram a ter influência junto à opinião 
pública, e dissociaram o constitucionalismo do movimento liberal, acrescendo dimensão 
social e econômica às Constituições, contrabalançando a anterior supremacia dos 
direitos individuais. 
 
32) O que se entende por racionalização do poder? 
R.: Entende-se por racionalização do poder uma forma extremada de constitucionalismo, 
que consiste na tentativa de utilizar mecanismos jurídicos, elaborados pelos teóricos 
do Direito, no sentido de incorporá-los às Constituições, enquadrando completamente a 
vida política da nação nessa espécie de documento legal. 
 
33) Que críticas são dirigidas à corrente doutrinária da racionalização do poder? 
R.: As principais críticas são as seguintes: a) a vida política de uma nação é por 
demais variada para ser completamente regulada por uma Constituição rígida; e b) 
nenhuma regra jurídica, por si só, logrará êxito, à falta de um adequado substrato 
sócio-econômico, com o qual se harmonize. 
 
34) Pode o constitucionalismo ser considerado tendência em completo desuso? 
R.: Não. Embora bastante modificado em relação à forma original, ressurge o 
constitucionalismo, com maior ou menor intensidade, sempre que um Estado decide 
elaborar nova Constituição ou emendar a existente; ainda que suas virtudes já sejam 
menos evidentes, há aqueles que continuam a acreditar na possibilidade de 
racionalizar o poder, insculpindo na Constituição todas as leis fundamentais 
reguladoras da vida política da nação. 
 
I.2. CONSTITUIÇÕES NO BRASIL 
 
35) Que Constituições já teve e tem o Brasil? 
R.: O Brasil, independente de Portugal desde 1822, teve oito Constituições, a 
primeira promulgada no Império, em 1824; a segunda, e as seguintes foram promulgadas 
durante o período republicano, nos anos de: 1891, 1934, 1937 (denominada "polaca", 
pois se inspirou na Constituição polonesa), 1946, 1967 (regime militar), 1969 
(verdadeira Constituição, embora formalmente outorgada pela Emenda Constitucional n.º 
1) e, finalmente, a de 1988. 
 
36) Como foi elaborada e quais as mais marcantes características da Constituição do 
Império, a primeira Constituição do Brasil, de 1824? 
R.: Para elaborar a Constituição do Império foi criada uma Assembléia Constituinte, 
formada de delegados das Províncias, cujo primeiro cuidado foi o de elaborar uma 
compilação das leis existentes; dissolvida a Assembléia pelo Imperador, devido aos 
incidentes entre brasileiros e portugueses "adotivos", foi criado o Conselho de 
Estado, que apresentou o Novo Projeto de Constituição, aprovado na íntegra pelo 
Imperador D. Pedro I. Suas mais importantes características são: a) influência das 
quatro Declarações Revolucionárias Francesas e do filósofo positivista e jurista 
francês Benjamin Constant; b) proteção aos direitos civis e políticos do cidadão; c) 
abolição de privilégios não essenciais e inteiramente ligados aos cargos por 
utilidade pública; e d) abolidas, as penas de açoite, tortura, marcas de ferro quente 
e todas as penas cruéis. 
 
37) Como foi elaborada e quais as mais marcantes características da segunda 
Constituição do Brasil e primeira da República, de 1891, e da reforma que a ela se 
seguiu, em 1926? 
R.: Por orientação de Rui Barbosa, a primeira Constituição da República dos Estados 
Unidos do Brasil tomou por modelo a Constituição Norte-Americana, dela extraindo seus 
princípios fundamentais e sendo promulgada em 24.02.1890, com 90 artigos; 
posteriormente, em 1926, foi profundamente reformada, passando a apresentar as 
seguintes características: a) seus princípios foram enumerados; b) foi instituído o 
veto parcial; c) adequação do habeas corpus somente para garantir a liberdade de 
locomoção; d) determinação de que nenhum emprego seria criado, nem vencimento algum, 
civil ou militar, seria alterado, senão por lei ordinária especial; e e) outorgada 
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competência ao Chefe do Poder Executivo para poder expulsar do território nacional os 
estrangeiros perigosos à ordem pública ou aos interesses da República. 
 
38) Como foi elaborada e quais as mais marcantes características da terceira 
Constituição do Brasil, e segunda da República, de 1934? 
R.: Vitoriosa a Revolução de 1930 e deposto o Presidente Washington Luís, assume o 
Governo uma Junta Governativa composta por dois Generais (Tasso Fragoso e Menna 
Barreto) e um Contra-Almirante (Isaías de Noronha), que, a seguir, transmitem o 
Governo ao chefe supremo da revolução, Getúlio Vargas; promulgada em 16.07.1934, 
continha 187 artigos e apresentava as seguintes características: a) mantinha a forma 
federativa de Governo; b) declarava independentes e harmônicos os Poderes Executivo, 
Legislativo e Judiciário; c) discriminava os impostos federais e estaduais e 
assegurava autonomia municipal, em tudo o que se referisse ao peculiar interesse da 
Comuna; d) a Câmara dos Deputados compunha-se, além de representantes do povo, 
eleitos mediante sistema proporcional e sufrágio direto, também de representantes de 
associações profissionais, no total de um quinto da representação popular; e e) O 
Senado não tomava parte na votação de todas as leis. Em 12.12.1935 foram promulgadas 
as Emendas n.ºs 1, 2 e 3. 
 
39) Como foi elaborada e quais as mais marcantes características da quarta 
Constituição do Brasil, e terceira da República, de 1937? 
R.: Em 10.11.1937, Getúlio Vargas comanda um golpe de Estado, alegando riscos à paz 
política e social, comameaças de guerra civil e de infiltração comunista; fecha o 
Congresso e passa a governar por Decretos-leis; promulga nova Constituição, contendo, 
também, 187 artigos, elaborada pelo jurista Francisco Campos, que apresenta as 
seguintes características: a) o Parlamento pode autorizar o Presidente da República a 
expedir Decretos-leis, mediante ressalvas (art. 12); no art. 180, permite que o 
Presidente expeça Decretos-leis enquanto não se reunir o Parlamento Nacional (nunca 
se reuniu durante o governo ditatorial de Getúlio Vargas); b) transforma a Federação 
em Estado unitário, revogando as Constituições estaduais; e c) institui o 
Departamento de Imprensa e Propaganda-DIP e, em cada Estado o DEIP, com radioescutas, 
tudo ouvindo e controlando. Na verdade, a CF de 1937 (denominada "Polaca", pelo 
modelo seguido e por seu caráter absolutista, precedida de justificação), legalizava 
uma ditadura de caráter populista, que somente foi afastada a partir do final da 2.ª 
Guerra Mundial. 
 
40) Como foi elaborada e quais as mais marcantes características da quinta 
Constituição do Brasil, e quarta da República, de 1946? 
R.: Afastado Getúlio Vargas do poder, foi reunida, em 02.02.1946, a Assembléia 
Nacional Constituinte; a nova Constituição foi promulgada em 18.09.1946, e refletia, 
de modo preciso, todo o quadro social e Político do mundo e do Brasil, após a 2.ª 
Guerra Mundial, entrando o mundo numa fase em que predominava o espírito democrático, 
e o social se sobrepunha ao individual. Apresentava como principais características, 
algumas delas inovadoras: a) o Poder Judiciário tinha como ápice o STF e cada Estado 
tinha um Tribunal de Justiça; b) controle constitucional de qualquer lesão de 
direito; c) restabelecimento do cargo de Vice-Presidente da República; d) criação do 
Tribunal Federal de Recursos-TFR e do Conselho Nacional de Economia; e) integração da 
Justiça do trabalho ao âmbito do Judiciário; e f) reconhecimento do direito de greve. 
 
41) Como foi elaborada e quais as mais marcantes características da sexta 
Constituição do Brasil, e quinta da República, de 1967? 
R.: Jânio Quadros, democraticamente eleito em 1960, renunciou sete meses depois, em 
25.08.1961, sendo sucedido pelo Vice-Presidente eleito (pelo sistema vigente então, 
não precisavam, os candidatos a presidente e Vice, pertencer à mesma chapa), João 
("Jango") Goulart. Visando transformar o Brasil em uma República Sindicalista, de 
feição socialista, embora admirador do peronismo argentino e do caudilhismo de 
Getúlio Vargas (seu "pai político"), chocou-se Jango com o forte sentimento e 
orientação nacionalista das Forças Armadas, que o depuseram em 31.03.1964, assumindo 
o Governo o Marechal Humberto de Alencar Castello Branco; seu sucessor, eleito 
indiretamente pelo Congresso, Gen. Arthur da Costa e Silva, incumbiu um corpo de 
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juristas da elaboração do projeto de nova Constituição, que entrou em vigor em 
15.03.1967, contendo 189 artigos e reflete o caráter autoritário do Governo Militar. 
 
42) Como foi elaborada e quais as mais marcantes características da sétima 
Constituição do Brasil, e sexta da República, de 1969? 
R.: Resultado da conturbação política da época, que culminou com discurso injurioso 
às Forças Armadas, proferido no Plenário da Câmara Federal por um Deputado, em 
setembro de 1968, foi editado o Ato Institucional n.º 5, em 13.12.1968, que implantou 
nítido regime de força no país, abolindo as garantias para o cidadão e para a 
Magistratura. Falecendo o Presidente Costa e Silva, após enfermidade que o afastou do 
poder, a Junta Militar que governava em seu lugar editou a Emenda Constitucional n.º 
1, em 17.10.1969, que reiterava o caráter autoritário da CF de 1967, alterando-a. A 
nova Constituição, com 217 artigos (embora denominada "Emenda", deve ser considerada 
verdadeira Carta Constitucional), e os Atos Institucionais editados, consagraram o 
mais autoritário regime da História do Brasil, dispondo, por exemplo que: a) seria 
autorizado o banimento do brasileiro que se tornasse inconveniente, nocivo ou 
perigoso à segurança nacional; b) passavam a existir as penas de prisão perpétua e 
pena de morte, em hipóteses de guerra externa, psicológica, adversa, revolucionária 
ou subversiva; c) era vedado o emprego de mandado de segurança e de habeas corpus, 
relativamente a atos do Estado; d) ficava suspensa a vitaliciedade e a 
inamovibilidade dos magistrados; e e) era permitida a cassação de mandatos eletivos, 
nas três esferas de Poder. 
 
43) Como foi elaborada e quais as mais marcantes características da oitava 
Constituição do Brasil, e sétima da República, de 1988? 
R.: O Governo Militar, após a enfermidade de Costa e Silva (que culminou com seu 
falecimento, em dezembro de 1969), substituído por uma Junta, passou para as mãos do 
Gen. Emílio Garrastazu Médici, precisamente na data da entrada em vigor da EC n.º 
1/69, 17.10.1969; foram reabertas as Assembléias Legislativas dos Estados e prometida 
gradativa abertura do regime; sucedeu-o, em 1974, o Gen. Ernesto Geisel, que também 
passou a promover um programa de abertura política, "lenta, gradual e segura", 
segundo o critério alardeado pelo governo, na época; sucedeu-o, por sua vez, por meio 
de nova eleição indireta, o Gen. João Baptista Figueiredo, durante cujo mandato 
ocorreram amplas manifestações populares, que visavam à redemocratização do país e a 
realização de eleições diretas (movimento "Diretas Já !"). Ainda uma vez, foram 
realizadas eleições indiretas, ganhando o candidato Tancredo Neves, que deveria tomar 
posse em 15.03.1985; acometido de grave moléstia, assumiu a Presidência, de forma 
irregular, José Sarney, seu Více (a rigor, deveria assumir o Presidente da Câmara dos 
Deputados, pois o Vice somente sucede o Presidente, quando afastado; como não chegou 
a tomar posse, Tancredo não era, ainda, Presidente), dando início à era chamada de 
"Nova República". Convocada para se reunir unicameralmente a Assembléia Nacional 
Constituinte, em 01.02.1987, culminaram os trabalhos com a promulgação da Nova 
Constituição, a 05.10.1988, com 245 artigos e mais 70 artigos constantes do Ato das 
Disposições Constitucionais Transitórias - ADCT, cuja mais significativa 
característica é seu cunho democrático, que firma o Brasil como Estado de Direito; 
algumas inovações merecem destaque: a) mandado de segurança coletivo; b) mandado de 
injunção; c) habeas data; d) proteção a direitos difusos e coletivos; e e) 
consagração do STF como Corte predominantemente constitucional, criação do Superior 
Tribunal de Justiça - STJ e extinção do Tribunal Federal de Recursos - TFR. 
 
44) Qual a estrutura da atual Constituição do Brasil, de 1988? 
R.: A Constituição brasileira abre com um Preâmbulo, que consiste em declaração 
solene dos membros da Assembléia Nacional Constituinte, sintetizando o pensamento que 
norteou o trabalho de elaboração, e afirmando que, reunidos para instituir um Estado 
Democrático, a promulgam; os 245 artigos e centenas de incisos da Lei Magna 
distribuem-se em 10 capítulos, denominados Títulos, que são: I - Dos Princípios 
Fundamentais (arts. 1.º a 4.º); II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais (arts. 5.º 
a 17); III - Da Organização do Estado (arts. 18 a 43); IV - Da Organização dos 
Poderes (arts. 44 a 135); V - Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas 
(arts. 136 a 144); VI - Da Tributação e do Orçamento; VII - Da Ordem Econômica e 
Financeira (arts. 170 a 192); VIII - Da Ordem Social (arts. 193 a 232); IX - Das 
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Nota
 PreâmbulonullI- Título I - Dos princípios fundamentaisnullII- Título II - Dos Direitos e garantias fundamentais.nullIII- Da organização do Estado.nullIV- Da organização dos Poderes.nullV- Da defesa do Estado e das Instituições Democráticas.nullVI- Da tributação e do Orçamento.nullVII- Da Ordem econômica e financeira.nullVIII- Da Ordem social.nullIX-Das disposições constitucionais gerais.nullX- ADCT= Atos das disposições constitucionais transitórias.null
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Disposições Constitucionais Gerais (arts. 233 a 245). Além disso, ao final, 70 
artigos (numerados de 1.º a 70), compõem o ADCT - Ato das Disposições Constitucionais 
Transitórias. 
 
45) Como pode ser classificada a atual Constituição brasileira? 
R.: A atual Constituição brasileira pode ser classificada como formal, escrita, 
dogmática, popular e rígida. 
 
46) Qual o importante princípio político consagrado no art. 1.º da CF de 1988? 
R.: O art. 1.º consagra o princípio da democracia direta, isto é, o poder político 
pode ser exercido não apenas por meio dos representantes do povo (democracia 
indireta), mas também por qualquer cidadão que, por meio de mecanismos previstos, 
poderá submeter projeto de lei ao Congresso. 
 
47) Quais os fundamentos democráticos do poder, constitucionalmente assegurados? 
R.: Os fundamentos democráticos do poder, estabelecidos no art. 1.º da CF são: a) a 
soberania; b) a cidadania; c) a dignidade da pessoa humana; e d) os valores sociais 
do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político. 
 
48) Quais os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, estabelecidos 
na CF? 
R.: Os objetivos fundamentais, estabelecidos pelo art. 3.º da CF, são: a) construir 
uma sociedade livre, justa e solidária; b) garantir o desenvolvimento nacional; c) 
erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e 
regionais; e d) promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, 
idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
 
49) Que espécies de direitos e garantias fundamentais constam da CF de 1988? 
R.: A atual CF estabelece garantias e direitos fundamentais que podem ser agrupados 
em quatro espécies: a) direitos individuais e coletivos (art. 5.º, contendo 77 
incisos; b) direitos sociais (arts. 6.º a 12); c) nacionalidade (art. 12); e d) 
direitos políticos (arts. 14 a 17). 
 
50) As regras constitucionais informais significam a dissolução das Constituições 
tradicionais? 
R.: Não. O acolhimento de regras constitucionais informais, pelos sistemas jurídicos, 
somente ocorre quando essas regras obedecem a determinados requisitos, tais como se 
constituírem em expectativas regulares de comportamentos e decisões, terem conexão 
imediata com as normas jurídico-constitucionais (como regras complementares), terem 
um fundamento de validade jurídica e se situarem dentro dos limites dos princípios e 
das normas do Direito Constitucional formal. As Constituições tradicionais não perdem 
seu papel fundamental, apenas incorporam essas normas, o que lhes confere nova ótica 
legal. 
 
51) Que são normas constitucionais auto-executáveis? 
R.: Normas constitucionais auto-executáveis são aquelas que devem ser aplicadas 
imediatamente, a partir da entrada em vigor da Constituição, sem a necessidade de 
regra jurídica infraconstitucional posterior. 
 
52) Que são normas constitucionais não auto-executáveis? 
R.: Normas constitucionais não auto-executáveis são aquelas que não podem ser 
imediatamente aplicadas, a partir da entrada em vigor da Constituição, porque 
necessitam de regra jurídica infraconstitucional posterior, que estabeleça a forma e 
as condições de aplicabilidade da norma. 
 
53) Que modelos de Constituição vigoraram no Mundo, no século XX? 
R.: No século XX, os principais modelos de Constituição seguidos no Mundo foram: a) 
do Estado de direito liberal; b) do Estado social; e c) do Estado socialista. 
 
54) Quais os elementos constitutivos da Constituição do Estado de direito liberal? 
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Nota
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R.: Os principais elementos constitutivos desse modelo constitucional são: a) o único 
referencial da Constituição é o Estado; b) observação dos princípios fundamentais da 
concepção de Estado liberal: autonomia privada, economia de mercado, garantias à 
propriedade privada, ingerência mínima do Estado, apenas de forma subsidiária e 
secundária; c) racionalização e limitação do poder do Estado, e consagração de 
garantias do indivíduo contra sua atuação; d) dualismo Estado-sociedade, expresso na 
força normativa da Constituição, que regula juridicamente a organização dos órgãos do 
Estado, em separado da sociedade; e e) a interpretação da vontade constitucional é 
feita com base no texto escrito, expresso, e no contexto jurídico amplo, oculto. 
 
55) Quais os elementos constitutivos da Constituição do Estado social? 
R.: Os principais elementos constitutivos desse modelo constitucional são: a) os 
referenciais da Constituição são o Estado e a sociedade; b) observação dos princípios 
fundamentais da concepção de Estado social: intervenção do Estado nos planos social, 
econômico e político, de forma a assegurar as formas de existência social, a 
igualdade econômica e restringir a liberdade do indivíduo em face do interesse 
social; c) imposição de fins e tarefas ao Poder Público, de modo que os direitos das 
pessoas sejam atingidos mediante participação direta do Estado; e d) a interpretação 
da vontade constitucional é feita por meio da análise do texto e do contexto, 
descodificados, isto é, a mensagem social, econômica e cultural é inequivocamente 
enunciada. 
 
56) Quais os elementos constitutivos da Constituição do Estado socialista? 
R.: Os principais elementos constitutivos desse modelo constitucional são: a) os 
referenciais da Constituição são, pretensamente, o Estado e a sociedade; b) 
observação dos princípios fundamentais da concepção de Estado socialista, que tem 
caráter classista, controla ao máximo a propriedade e os meios de produção e é 
centralizador de decisões em todas as esferas da vida social e econômica; c) as 
tarefas do Estado são enunciadas de forma programática; d) preponderância extremada 
dos objetivos do Estado em face dos direitos individuais, restando ao indivíduo 
poucas defesas contra as pretensões estatais; e e) a Constituição contém forte matiz 
ideológico, servindo ao mesmo tempo de programa de ação e de balanço das conquistas 
consideradas revolucionárias. 
 
57) De que espécies podem ser os elementos constitutivos da Constituição, segundo o 
conteúdo das normas? 
R.: Os elementos constitutivos da Constituição, segundo o conteúdo das normas, podem 
ser das seguintes espécies: a) orgânicos - normas sobre a estrutura e o funcionamento 
do Estado e o exercício do poder; b) limitativos - normas que delimitam a atuação do 
Estado e asseguram proteção aos direitos fundamentais dos cidadãos; c) sócio-
ideológicos - normas que equilibram a extensão dos direitos individuais com os 
direitos da coletividade, por meio da ação intervencionista do Estado, assegurando 
proteção a grupos minoritários; d) de estabilização constitucional - normas que 
prevêem a solução de conflitos constitucionais, a defesa do Estado, das instituições 
e da própria Constituição; e e)formais de aplicabilidade - normas que prescrevem 
regras de aplicação da Constituição. 
 
58) Indicar, no texto da atual Constituição brasileira, normas que exemplificam cada 
uma das espécies de elementos constitucionais. 
R.: a) elementos orgânicos: Título IV - Da Oganização dos Poderes e do Sistema de 
Governo; b) elementos limitativos: Título II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais; 
c) elementos sócio-ideológicos: Título VIII - Da Ordem Social; d) elementos de 
estabilização constitucional - art. 102, I, a - ação direta de inconstitucionalidade 
de lei ou ato normativo federal ou estadual; e e) elementos formais de aplicabilidade 
- ADCT - Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. 
 
I.3. O DIREITO CONSTITUCIONAL E SUAS RELAÇÕES COM OUTROS RAMOSAFINS 
 
59) Em que consiste o Direito Constitucional? 
R.: Direito Constitucional é o ramo do direito público interno que tem como objeto a 
forma e a estrutura do Estado, dos sistemas de governo, a organização, o 
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funcionamento, as atribuições e as relações entre seus órgãos superiores, o Poder 
Legislativo e o Poder Executivo e, por fim, a participação ativa do povo, no governo, 
cuja importância é cada vez mais acentuada, nos modernos Estados de direito. 
 
60) Qual a relação entre o Direito Constitucional e a Ciência Política? 
R.: O Direito Constitucional tem por objeto o estudo do estatuto jurídico do poder; a 
Ciência Política tem por objeto o estudo do poder, no plano político. 
 
61) Qual a relação entre o Direito Constitucional e o Direito Administrativo? 
R.: O Direito Administrativo estuda e regula a estrutura e a ação da Administração 
Pública, buscando seus princípios e orientação na Constituição. 
 
62) Qual a relação entre o Direito Constitucional e o Direito Processual? 
R.: O Direito Processual estuda e regula a atuação do Poder Judiciário, cuja 
estrutura é determinada pela Constituição; os princípios fundamentais do Direito 
Processual são expressamente determinados, ou se inspiram, no texto constitucional. 
 
63) Qual a relação entre o Direito Constitucional e o Direito Tributário? 
R.: O Direito Tributário estuda e regula o poder de tributar das pessoas jurídicas de 
direito público político interno (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) e 
suas relações com os contribuintes ou responsáveis tributários; os princípios 
fundamentais do Direito Tributário aparecem expressamente determinados, ou se 
inspiram, no texto constitucional. 
 
64) Qual a relação entre o Direito Constitucional e o Direito Penal? 
R.: O Direito Penal orienta-se por princípios constitucionais, fundados nos direitos 
e liberdades garantidos aos cidadãos pela Constituição. 
 
65) Qual a relação entre o Direito Constitucional e o Direito Civil? 
R.: As regras de Direito Civil devem obedecer às normas constitucionais gerais sobre 
família e propriedade. 
 
66) Qual a relação entre o Direito Constitucional e o Direito Comercial? 
R.: As regras de Direito Comercial sofrem restrições impostas pelas normas 
constitucionais, que dispõem sobre o controle acionário de empresas que exploram 
determinadas atividades, ou determinam a existência de monopólios estatais, isto é, 
vedam a participação da iniciativa privada em alguns segmentos da economia do país. 
 
67) Qual a relação entre o Direito Constitucional e o Direito Trabalhista? 
R.: O Direito do Trabalho tem por objeto o estudo e a regulamentação das relações 
jurídicas individuais e coletivas entre empregados e empregadores, e suas normas 
devem obedecer aos preceitos constitucionais que dispõem sobre as garantias, os 
direitos e os deveres de ambos. 
 
68) Qual a relação entre o Direito Constitucional e a Teoria Geral do Estado? 
R.: A Teoria Geral do Estado fornece elementos essenciais ao Direito Constitucional, 
quanto à estrutura do Estado e à atuação dos regimes de governo inspirados por 
diversas correntes políticas. 
 
69) Qual a relação entre o Direito Constitucional e a Economia? 
R.: A Economia fornece os conhecimentos necessários para adequar as normas 
constitucionais que têm influência na vida econômica do país. 
 
70) Qual a relação entre o Direito Constitucional e a Filosofia? 
R.: A Filosofia fornece valores morais e éticos, orientativos do funcionamento das 
organizações políticas. 
 
71) Qual a relação entre o Direito Constitucional e a Sociologia? 
R.: A Sociologia explica o funcionamento e o inter-relacionamento entre os diversos 
fenômenos sociais, fornecendo o contexto necessário para a elaboração normativa. 
 
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CAPÍTULO II - CONSTITUIÇÃO 
 
II.1. PODER CONSTITUINTE. REFORMA 
 
72) Em que consiste o Poder Constituinte? 
R.: Poder Constituinte é o órgão legislativo do Estado, dotado de autoridade 
política, cuja finalidade é criar ou rever a Constituição, e do qual derivam todos os 
outros poderes do Estado, não sendo instituído por nenhum anterior a ele. 
 
73) Em que época surge a noção de Poder Constituinte? 
R.: A noção de Poder Constituinte surge com o panfleto de Sièyès, do início da 
chamada Idade Moderna, sendo contemporânea da noção de Constituição escrita. 
 
74) Quem detém a titularidade do Poder Constituinte? 
R.: O detentor da titularidade do Poder constituinte é o povo. 
 
75) O que é Poder Constituinte originário? 
R.: Poder Constituinte originário (também chamado próprio) é o órgão legislativo 
incondicionado, dotado de autoridade política máxima, e que promove a criação de nova 
Constituição (em Estado que acabou de nascer), ou a substituição de uma Constituição 
por outra ou, ainda, dá origem a novo Estado. 
 
76) Quais os atributos do Poder Constituinte originário? 
R.: O Poder Constituinte originário apresenta os seguintes atributos: a) é causa de 
si, porque não se fundamenta em nenhum outro; b) é autônomo, porque não vinculado a 
nenhum outro poder, que o circunscreva, c) é incondicionado, porque não existe, em 
texto anterior, nenhum conjunto de normas que lhe dite o modo de agir; e d) é 
limitado, porque disciplinado por princípios de direito natural. 
 
77) O que é Poder Constituinte derivado? 
R.: Poder Constituinte derivado (também chamado impróprio, ou instituído) é aquele 
que, fundado e previsto no Poder Constituinte originário, pode modificar ou completar 
a Constituição, ou ainda, institucionalizar os Estados federados que dela derivem, 
sem qualquer tipo de ruptura com a situação jurídica e política anterior. 
 
78) Qual a natureza do Poder Constituinte? 
R.: A natureza do Poder Constituinte é a de poder de direito, anterior ao Direito 
Positivo do Estado, e superior a este, que é o Direito Natural, que é a base da 
liberdade humana para estabelecer as instituições que governarão a sociedade. 
 
79) De que fator decorre a legitimidade do governo estabelecido? 
R.: A legitimidade do governo estabelecido é amparada pelo desejo da opinião 
predominante (consensus), na sociedade. 
 
80) Qual a diferença entre legitimidade e legalidade de um governo estabelecido? 
R.: A legitimidade deriva do consenso (vontade da maioria); a legalidade tem origem 
na lei, justa ou injustamente promulgada. 
 
81) De que espécies pode ser o poder governamental? 
R.: O poder governamental pode ser: a) de fato, quando não têm legitimidade, mesmo 
que apoiado na legalidade; e b) de direito, quando fundado na legitimidade. 
 
82) Quem é agente do Poder Constituinte? 
R.: Agente do Poder Constituinte é o indivíduo ou grupo de indivíduos que elabora a 
Constituição do Estado, com fundamento nesse Poder, exercendo-o em nome do povo. 
 
83) Qual o veículo do Poder Constituinte originário? 
R.: Veículo do Poder Constituinte originário é, em geral, uma revolução (em sentido 
jurídico), que ocasiona a perda de eficácia da Constituição anterior, e permite a 
entrada em vigor de uma nova Constituição. 
 
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84) Somente uma revolução em sentido jurídico (isto é, o rompimento da Constituição 
vigente) possibilita o surgimento de nova Constituição? 
R.: Não. É possível o surgimento de nova Constituição a partir de profunda reforma na 
anterior, de acordo com normas nela própria previstas, resultando em Carta Magnabastante diversa da existente; é, também, possível, que seja outorgada por um país 
colonizador ao colonizado, à época da independência nacional. 
 
85) Quais as características do Poder Constituinte originário? 
R.: O Poder Constituinte originário apresenta as seguintes características: a) é 
inicial, pois todos os poderes dele derivam; b) é ilimitado, dentro de um ordenamento 
jurídico positivo; e c) é incondicionado, pois as formas para sua manifestação não 
são previamente fixadas. 
 
86) De que formas pode uma nova Constituição ser editada? 
R.: Uma nova Constituição pode ser editada por meio de: a) outorga; b) convocação de 
Assembléia Constituinte; e c) plebiscito. 
 
87) Em que consiste a outorga da Constituição? Dar exemplo. 
R.: Outorga da Constituição é a imposição de um texto constitucional, elaborado sem 
consulta popular, e promulgado por um Poder Constituinte que age dentro da 
legalidade, mas não sempre com legitimidade. Ex.: Constituição brasileira de 1937 
("polaca"), elaborada por Ministro de Estado. 
 
88) Em que consiste a convocação de uma Assembléia Constituinte para estabelecer nova 
Constituição? Dar exemplos em que essa situação efetivamente ocorreu, no Brasil. 
R.: Consiste na eleição ou indicação de um grupo de indivíduos que discutem e 
elaboram um texto (projeto) constitucional, o qual pretendem ser representativo das 
aspirações populares, podendo ou não submetê-lo à votação popular. Ex.: Constituições 
de 1946 e de 1988. 
 
89) Em que consiste o estabelecimento de uma Constituição por meio de plebiscito? 
R.: O estabelecimento de uma Constituição por meio de plebiscito (método 
bonapartista) consiste em submeter à aprovação do povo o nome de determinado 
indivíduo para que, em seu nome, elabore e promulgue novo texto constitucional. 
 
90) Quais as características do Poder Constituinte derivado? 
R.: O Poder Constituinte derivado apresenta as seguintes características: a) provém 
do Poder Constituinte originário; b) é subordinado ao originário, sendo por ele 
limitado; e c) é condicionado, na medida em que somente se manifesta segundo formas 
preestabelecidas e fixadas. 
 
91) Quais as espécies de Poder Constituinte derivado? 
R.: O Poder Constituinte derivado pode ser: a) de revisão; e b) dos Estados-Membros, 
no caso de Estado Federal. 
 
92) Como a doutrina distingue os termos "reforma", "emenda" e "revisão", aplicados ao 
procedimento de alteração da Constituição? 
R.: A melhor doutrina considera que reforma é gênero, de que emenda e revisão são 
espécies. 
 
93) Como se diferencia a emenda da revisão constitucional? 
R.: Emenda consiste em modificação de norma contida na Constituição, considerada não 
estabilizada pelo legislador constitucional, por meio de procedimento formal; revisão 
consiste em alteração anexável ao texto constitucional, efetuada por meio de 
procedimento que exige maiores formalidades do que a emenda, para garantir maior 
estabilidade às normas alteradas. 
 
94) Em que consiste o poder de revisão? 
R.: Poder de revisão, a mais importante espécie de Poder Constituinte derivado, é o 
poder, constitucionalmente previsto, de promover alterações no texto da Constituição 
vigente, de forma a adaptá-la a novas exigências políticas, sociais ou econômicas. 
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Nota
Adaptação da Constituição a novas exigências políticas, sociais ou econômicas.
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95) Em que consiste o Poder Constituinte dos Estados-Membros? 
R.: Consiste no poder, constitucionalmente estabelecido, de institucionalizar pessoas 
jurídicas políticas de Direito Público interno previstas na Constituição Federal, na 
forma estabelecida. 
 
96) O poder de revisão da Constituição é ilimitado? 
R.: Não. As limitações ao poder de revisão devem ser estabelecidas no próprio texto 
constitucional, que pode, até mesmo, prever a revisão completa da Constituição; à 
falta de previsão constitucional, considera-se que a Constituição não pode ser 
completamente revista. 
 
97) Que espécies de limitações existem ao poder de revisão da Constituição? 
R.: As limitações ao poder de revisão da Constituição podem ser temporais, 
circunstanciais ou materiais. 
 
98) Em que consistem as limitações temporais ao poder de revisão? 
R.: As limitações temporais consistem na imposição de datas determinadas para que se 
proceda à revisão da Constituição, não permitindo que sejam efetuadas em outras 
épocas. 
 
99) Em que consistem as limitações circunstanciais ao poder de revisão? 
R.: As limitações circunstanciais consistem na vedação a que se proceda à revisão da 
Constituição durante a ocorrência de determinados eventos, como estado de sítio, 
intervenção federal, guerra, ou ocupação estrangeira, situações que influem de modo 
negativo na vontade dos membros do órgão revisor. 
 
100) Em que consistem as limitações materiais ao poder de revisão? 
R.: As limitações materiais ao poder de revisão consistem em vedação a que 
determinadas matérias sejam objeto de alteração, como a forma de Estado, os direitos 
e as garantias individuais ou a separação dos Poderes. 
 
101) Que espécies de limitações prevê a Constituição Federal de 1988 ao poder de 
revisão da Constituição, e em que artigos se encontram? 
R.: A CF de 1988 prevê limitações temporais (art. 3.º do ADCT - Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias, após cinco anos de sua promulgação, pelo voto da 
maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral), 
circunstanciais (art. 60, § 1.º, durante a vigência de intervenção federal, estado de 
defesa ou estado de sítio) e materiais (art. 60, § 4.º, quanto à abolição da forma 
federativa do Estado, do voto direto, secreto, universal e periódico, da separação 
dos Poderes e dos direitos e garantias individuais). 
 
102) De que forma pode a CF brasileira ser reformada? 
R.: A revisão constitucional, prevista pela CF de 1988 no art. 3.º do ADCT, já foi 
realizada; doravante, somente se poderá reformar a CF por meio de emenda 
constitucional. 
 
103) De quem poderá ser a iniciativa para propor emenda constitucional? 
R.: De acordo com o art. 60, I, II e III, da CF, emenda constitucional poderá ser 
proposta por iniciativa de: a) um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos 
Deputados; b) um terço, no mínimo, dos membros do Senado Federal; c) do Presidente da 
República; e d) de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da 
Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. 
 
104) Como deverá ser discutida e votada a proposta de emenda constitucional, no 
Brasil? 
R.: Segundo dispõe o art. 60, § 2.º da CF, a proposta de emenda constitucional será 
discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-
se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. 
 
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II.2. SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE. AÇÃO DECLARATÓRIA 
DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
105) Em que consiste a denominada "supremacia constitucional"? 
R.: Entende-se por supremacia constitucional o fato de que a constituição é 
considerada a pedra angular do sistema jurídico-político do país, conferindo validade 
e legitimidade aos poderes do Estado, dentro dos limites por ela impostos, não 
podendo ser contrariada por qualquer texto ou dispositivo legal do ordenamento 
jurídico, sob pena de ser considerado inconstitucional. 
 
106) Quais aspossíveis espécies de inconstitucionalidade previstas em nossa 
Constituição Federal? 
R.: Nossa Constituição Federal prevê duas espécies de inconstitucionalidade: a) por 
ação, prevista no art. 102, I, a e III, a, b, e c; b) por omissão, prevista no art. 
103, §§ 1.º, 2.º e 3.º. 
 
107) Quando ocorre a inconstitucionalidade por ação? 
R.: Ocorre inconstitucionalidade por ação quando atos legislativos ou administrativos 
contrariam normas ou princípios contidos na Constituição. 
 
108) Quando ocorre inconstitucionalidade por omissão? 
R.: Ocorre inconstitucionalidade por omissão quando deixam de ser praticados atos 
legislativos ou administrativos, exigidos pela Constituição, para permitir a plena 
aplicação da norma constitucional. 
 
109) Qual a técnica constitucional prevista para defender a supremacia 
constitucional, isto é, evitar que ocorram inconstitucionalidades? 
R.: A técnica prevista para defender a supremacia constitucional é denominada 
controle de constitucionalidade das leis. 
 
110) Que sistemas são utilizados para exercer o controle de constitucionalidade? 
R.: O controle de constitucionalidade pode ser exercido segundo os sistemas político 
(quando órgãos políticos verificam a ocorrência de inconstitucionalidades), 
jurisdicional (quando o controle é feito por intermédio do Poder Judiciário) ou misto 
(quando tanto órgãos políticos quanto o Poder Judiciário têm competência para coibir 
a ocorrência de inconstitucionalidades, sendo a competência de cada um determinada 
pela categoria do ato legislativo ou administrativo). 
 
111) Quais os critérios de controle de constitucionalidade utilizados pelos sistemas 
constitucionais existentes? 
R.: Existem sistemas de controle concentrado da constitucionalidade (quando somente o 
órgão máximo do Poder Judiciário ou uma Corte Constitucional têm competência para 
exercê-lo) e sistemas de controle difuso da constitucionalidade (quando diversos 
órgãos e instâncias do Poder Judiciário têm competência para exercê-lo). 
 
112) Quais os modos de exercer o controle de constitucionalidade, no sistema de 
controle difuso? 
R.: No sistema de controle difuso da constitucionalidade, pode-se exercê-lo: a) por 
via incidental, dentro de um processo judicial, em que a parte argüi, por meio de 
exceção, a inconstitucionalidade de determinada norma; b) por meio de ação direta de 
inconstitucionalidade, que pode ser proposta pelas partes legitimadas pelo 
ordenamento jurídico; e c) por iniciativa do juiz, de ofício, dentro de um processo 
judicial. 
 
113) Qual o sistema de controle de constitucionalidade previsto pela atual CF? 
R.: O sistema brasileiro atual é jurisdicional, combinando os sistemas de controle 
concentrado e difuso. A CF de 1891 instituiu exclusivamente o controle difuso, à 
semelhança do judicial review norte-americano; as Constituições posteriores agregaram 
novos elementos, que permitiram exercer o controle concentrado da 
constitucionalidade. 
 
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Nota
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: nullI - processar e julgar, originariamente: nulla) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual; nulla) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) nullIII - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: nulla) contrariar dispositivo desta Constituição; nullb) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; nullc) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição. 
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Nota
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) nullI - o Presidente da República; nullII - a Mesa do Senado Federal; nullIII - a Mesa da Câmara dos Deputados; nullIV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) nullV - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) nullVI - o Procurador-Geral da República; nullVII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; nullVIII - partido político com representação no Congresso Nacional; nullIX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. null§ 1º - O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal. null§ 2º - Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias. null§ 3º - Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado. null§ 4.º A ação declaratória de constitucionalidade poderá ser proposta pelo Presidente da República, pela Mesa do Senado Federal, pela Mesa da Câmara dos Deputados ou pelo Procurador-Geral da República. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)(Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) nullArt. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Vide Lei nº 11.417, de 2006). null§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. null§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade. null§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso." 
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114) Quem tem capacidade processual para propor ação direta de inconstitucionalidade? 
R.: Segundo o art. 103 da CF, podem propor ação direta de inconstitucionalidade: o 
Presidente da República, a Mesa do Senado Federal, a Mesa da Câmara dos Deputados, a 
Mesa da Assembléia Legislativa, o Governador de Estado, o Procurador-Geral da 
República, o Conselho Federal da OAB, partido político com representação no Congresso 
Nacional e confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. 
 
115) De que espécies pode ser a ação direta de inconstitucionalidade? 
R.: A ação direta de inconstitucionalidade pode ser interventiva, genérica ousupridora de omissão. 
 
116) Quando cabe ação direta de inconstitucionalidade interventiva? 
R.: Cabe ação direta de inconstitucionalidade interventiva quando se destina a 
promover intervenção: a) da União em algum Estado da Federação; ou b) de algum 
Estado, em Município situado dentro de seus limites territoriais. 
 
117) Quando cabe ação direta de inconstitucionalidade genérica? 
R.: Cabe ação direta de inconstitucionalidade genérica quando o autor deseja obter 
declaração judicial de inconstitucionalidade, em tese, de: a) lei ou ato normativo, 
federal ou estadual, em face da CF, ou b) lei ou ato normativo, estadual ou 
municipal, em face da Constituição Estadual. 
 
118) Quando cabe ação direta de inconstitucionalidade supridora de omissão? 
R.: Cabe ação direta de inconstitucionalidade supridora de omissão quando a 
responsabilidade pela edição da norma faltante prevista ou pela adoção das 
necessárias providências for, respectivamente: a) do legislador, ou b) do 
administrador. 
 
119) Qual o efeito jurídico da decisão judicial sobre ação de controle de 
constitucionalidade, exercida por via incidental, e acolhida pelo Poder Judiciário? 
R.: A decisão judicial fará coisa julgada e terá efeito somente entre as partes 
(incluindo, eventualmente, terceiros, que tenham interesse jurídico), não se 
projetando para fora do processo. 
 
120) A partir de que momento passa a surtir efeito a decisão judicial, no caso de 
ação de controle de constitucionalidade, exercida por via incidental? 
R.: A decisão judicial, no caso concreto, terá efeito retroativo (ex tunc), 
invalidando qualquer relação jurídica fundada no ato reconhecido como 
inconstitucional, mas somente inter partes. A lei ou o ato permanecerão válidos até 
que sua executoriedade seja suspensa pelo Senado. 
 
121) Qual o efeito da suspensão de lei ou ato pelo Senado? 
R.: A lei ou ato passarão a não mais produzir efeitos somente a partir da data da 
suspensão de sua executoriedade (efeito ex nunc), permanecendo válidas as relações 
jurídicas neles fundadas, estabelecidas antes da suspensão. 
 
122) Qual o efeito jurídico da decisão judicial sobre a ação direta de 
inconstitucionalidade genérica? 
R.: A decisão judicial que acolhe a pretensão de ter declarada a 
inconstitucionalidade de qualquer lei ou ato, objeto de ação direta de 
inconstitucionalidade genérica, faz coisa julgada material, e se projeta para fora do 
processo, tendo efeito erga omnes, isto é, elimina do mundo jurídico o ato declarado 
inconstitucional e obriga as autoridades a não mais estabelecerem quaisquer relações 
jurídicas com fundamento na lei ou ato reconhecido como inconstitucional. 
 
123) Qual o efeito jurídico da decisão judicial sobre a ação direta de 
inconstitucionalidade interventiva? 
R.: A decisão judicial que acolhe a pretensão de ter declarada a 
inconstitucionalidade de qualquer lei ou ato, objeto de ação direta de 
inconstitucionalidade interventiva proposta pelo Procurador-Geral da República (ou 
pelo Procurador-Geral do Estado, conforme o caso) tem por efeito restabelecer a 
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Nota
EFEITO "erga omnes"= elimina do mundo jurídico o ato declaradonullinconstitucional e obriga as autoridades a não mais estabelecerem quaisquer relações jurídicas com fundamento na lei ou ato reconhecido como inconstitucional.
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Nota
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) nullI - o Presidente da República; nullII - a Mesa do Senado Federal; nullIII - a Mesa da Câmara dos Deputados; nullIV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) nullV - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) nullVI - o Procurador-Geral da República; nullVII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; nullVIII - partido político com representação no Congresso Nacional; nullIX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. null§ 1º - O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal. null§ 2º - Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias. null§ 3º - Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado. 
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normalidade jurídica quanto aos atos praticados pelo órgão político público (União, 
Estados, Distrito Federal, Municípios) que estão descumprindo a Constituição. 
Declarada a inconstitucionalidade, será também decretada intervenção se não ocorrer 
imediata suspensão da lei ou ato reconhecido como inconstitucional. 
 
124) Qual o efeito jurídico da decisão judicial sobre a ação direta de 
inconstitucionalidade por omissão? 
R.: A decisão judicial que acolhe a pretensão de ter declarada a 
inconstitucionalidade por omissão tem por efeito produzir um comando, dirigido ao 
Poder Legislativo ou a órgão administrativo, para que elabore a lei ou o ato faltante 
no ordenamento jurídico (no caso de órgão administrativo, concede-se o prazo de 
trinta dias). 
 
125) Qual a conseqüência do não-cumprimento da decisão judicial, por parte do Poder 
Legislativo ou do órgão administrativo? 
R.: Em tese, a nova omissão caracterizará grave infração à ordem jurídica. Na 
prática, por não ter sido prevista na Constituição o suprimento, por parte do Poder 
Judiciário, da norma faltante, a declaração judicial de inconstitucionalidade, no 
caso de omissão, não ocorrerá qualquer tipo de sanção ao Poder Legislativo ou ao 
órgão administrativo omissos. 
 
126) Qual a natureza jurídica da decisão judicial sobre a constitucionalidade de 
determinado ato? 
R.: No caso de ação direta de inconstitucionalidade genérica, a decisão judicial terá 
natureza jurídica simultaneamente declaratória (porque o Poder Judiciário declara a 
inconstitucionalidade) e constitutiva-negativa (porque desfaz as relações jurídicas 
estabelecidas); no caso de ação de inconstitucionalidade interventiva, a natureza 
jurídica da decisão judicial é, também, declaratória, mas prepondera o efeito 
condenatório (o Poder Judiciário emite decreto de intervenção); e, no caso de 
inconstitucionalidade por omissão, além da natureza declaratória da decisão, tem ela, 
também, natureza mandamental (o Poder Judiciário emite uma ordem). 
 
127) O que é a ação declaratória de constitucionalidade? 
R.: A ação declaratória de constitucionalidade é inovação introduzida pela Emenda 
Constitucional n.º 3, de 17.03.1993, que a acrescentou ao texto do art. 102, I, a, da 
CF, e tem por objeto a rápida resolução de pendências judiciais, quando existe grande 
número de ações onde se argüi a inconstitucionalidade de determinada lei ou de ato 
normativo federal. 
 
128) Quem tem legitimidade para propor a ação declaratória de constitucionalidade? 
R.: A Emenda Constitucional n.º 3/93 legitimou como autores da ação declaratória de 
constitucionalidade: o Presidente da República, a Mesa do Senado Federal,a Mesa da 
Câmara dos Deputados e o Procurador-Geral da República, acrescentando o § 4.º ao art. 
103. 
 
129) Quem tem competência para processar e julgar a ação declaratória de 
constitucionalidade? 
R.: Tem competência originária e exclusiva para o julgamento da ação declaratória de 
inconstitucionalidade o Supremo Tribunal Federal, conforme o art. 102, I, a, 
modificado pela EC n.º 3/93. 
 
130) Qual o efeito da decisão definitiva de mérito, proferida pelo STF, nas ações 
declaratórias de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal? 
R.: Segundo o art. 102, § 2.º, da CF, introduzido ao texto constitucional pela EC n.º 
3/93, a decisão definitiva de mérito terá eficácia erga omnes e produzirá efeito 
vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e ao Poder Executivo. 
 
131) Poderá a ação declaratória de constitucionalidade ser utilizada de forma 
inconstitucional? 
R.: Sim. A doutrina aponta o efeito de paralisação de inúmeros feitos, em que são 
discutidas questões de interesse coletivo; se a decisão judicial for a de rejeitar a 
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Nota
GENÉRICA= Declaratória/constitutiva-negativa.nullINTERVENTIVA=Declaratória/condenatório OMISSÃO=Declaratória/mandamental.
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Nota
podem propor ação direta de inconstitucionalidade: onullPresidente da República, a Mesa do Senado Federal, a Mesa da Câmara dos Deputados, anullMesa da Assembléia Legislativa, o Governador de Estado, o Procurador-Geral danullRepública, o Conselho Federal da OAB, partido político com representação no CongressonullNacional e confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
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pretensão do autor, não haverá inconstitucionalidade, mas se a decisão judicial 
acolher a pretensão, o efeito será o de evitar que se discutam questões jurídicas, 
objeto de grande número de ações em curso, ofendendo os princípios do contraditório e 
da ampla defesa. No último caso, a doutrina reconhece que, sem que se atenda a esses 
princípios constitucionais, poderá haver inconstitucionalidade. 
 
132) Qual a posição majoritária, no STF, acerca da finalidade da ação declaratória de 
constitucionalidade? 
R.: A posição majoritária no STF é a de considerar a ação declaratória de 
constitucionalidade como inserida no sistema de controle abstrato da 
constitucionalidade de normas, visando a defesa da ordem jurídica, e não se 
destinando diretamente à tutela de Direitos Subjetivos. 
 
133) Leis ou atos normativos estaduais ou municipais podem ser objeto de ação 
declaratória de constitucionalidade? 
R.: Não. A EC n.º 3 somente previu a possibilidade de ser objeto de ação declaratória 
de constitucionalidade, lei ou ato normativo federal. 
 
134) Qual a função do Advogado-Geral da União, no julgamento de ações envolvendo 
controle de constitucionalidade, processadas e julgadas pelo STF? 
R.: O Advogado-Geral da União deverá ser previamente citado quando o STF apreciar a 
inconstitucionalidade em tese, de norma legal ou ato normativo, devendo defender o 
ato ou o texto impugnado; no caso de ação declaratória de constitucionalidade, não 
atuará no processo, pois não estará exercendo defesa relativa a ataque à 
constitucionalidade de qualquer norma legal ou ato normativo. 
 
135) Qual a função do Procurador-Geral da República, no julgamento de ações 
envolvendo controle de constitucionalidade, processadas e julgadas pelo STF? 
R.: Segundo o que dispõe o art. 103, § 1.º, da CF, deverá o Procurador-Geral da 
República ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os 
processos de competência do STF. 
 
II.3. O ESTADO E SEUS TIPOS. O ESTADO BRASILEIRO 
 
136) O que é Estado, na concepção clássica? 
R.: Entende-se por Estado, na concepção clássica, um ordenamento jurídico geral e 
centralizado de poderes. É a síntese dos poderes soberanos. 
 
137) Quais os elementos constitutivos do Estado, na concepção clássica? 
R.: O Estado é constituído pelos seguintes elementos: a) território, porção 
geográfica onde exerce sua soberania; b) população, conjunto de seres humanos 
convivendo em comunidade historicamente estabelecida e definida; e c) poder, que 
consiste na capacidade, legalmente conferida à autoridade pública, para que cumpra e 
faça cumprir as normas estatais. 
 
138) Quais os fenômenos atuais, que desafiam a concepção clássica de Estado? 
R.: No mundo atual, a globalização e a transnacionalização econômicas, ambientais e 
dos Direitos Humanos, colocam em questão o Estado como centro de poder político; 
criam-se, por meio de empresas transnacionais e de Organizações Não-Governamentais - 
ONG's, mecanismos alternativos de auto-regulação e controle da sociedade, 
descentralizados e pouco ou nada dependentes do Estado. 
 
139) O que é o paradigma do Estado Constitucional informal? 
R.: O paradigma do Estado Constitucional informal reflete uma nova e moderna 
interpretação política jurídica e da função e atuação do Estado e da sociedade. 
 
140) Em que consiste essa nova e moderna interpretação jurídica e política da função 
e atuação do Estado e da sociedade? 
R.: A nova interpretação jurídica e política da sociedade e do Estado consiste em 
levar em consideração mecanismos alternativos de produção e aplicação das normas, 
tais como: a) desoficialização, que consiste na diminuição da importância das fontes 
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do direito formal, em especial do Estado; b) descodificação, que é o atenuamento da 
idéia de que o direito deve, obrigatoriamente, vir expresso em um código formal; e c) 
desregulamentação (ou deslegalização), que consiste na substituição progressiva do 
direito formal estatal pela autonomia dos sujeitos e das comunidades. 
 
141) Em que consiste a soberania do Estado? 
R.: A Soberania do Estado consiste em que não se sujeita a nenhum outro ordenamento 
jurídico que não seja o seu próprio. Significa que, por exemplo, uma ordem judicial 
prolatada em país estrangeiro não vincula qualquer outro Estado a seu cumprimento. 
Soberano é, assim, o Estado que pode editar seu direito, no mais alto grau, ou seja, 
editar sua Constituição. 
 
142) Não se sujeitam os Estados a nenhuma ordem jurídica que não as internas? 
R.: Os Estados não se sujeitam a normas jurídicas de outros Estados, seguindo a 
máxima "pars in parem non habet jurisdictionem". No entanto, devem submeter-se à 
chamada ordem internacional, estabelecida por meio de organizações internacionais 
(como a ONU, por exemplo) ou pelos tratados internacionais de que são signatários. 
 
143) Em que consiste a descentralização das atividades do Estado? 
R.: O Estado, para poder atuar nas diversas áreas de sua competência, descentraliza 
administrativa e politicamente seu poder de governar. A descentralização serve para 
aumentar a eficácia governamental, e também para limitar o poder do Estado. 
 
144) Quais as formas de Estado, segundo o critério do grau de descentralização da 
atividade governamental? 
R.: Segundo o critério do grau de descentralização da atividade governamental, o 
Estado pode ser unitário ou constitucionalmente descentralizado. 
 
145) Quando se diz que o Estado é unitário? 
R.: Diz-se que o Estado é unitário quando a descentralização de seus poderes está 
submetida ao controle de um Poder Central, que pode ampliar ou reduzir o grau de 
descentralização, podendo até mesmo suprimi-lo; é unitário o Estado que tem um só 
impulso governamental, do centro para a periferia, como a França.146) O Estado pode ser considerado como unitário e descentralizado? 
R.: Sim. Exemplo dessa forma de Estado é o sistema existente no Brasil, entre 1822 e 
1889, que tinha características de Estado unitário (havia um Poder Central, o 
Imperador) e descentralizado (a descentralização era política). 
 
147) Quando se diz que um Estado é constitucionalmente descentralizado? 
R.: Diz-se que um Estado é constitucionalmente descentralizado quando a 
descentralização política consta expressamente da Constituição desse Estado, não 
estando o grau de descentralização sujeito à atuação de um Poder Central. 
 
148) Em que consiste o Estado Federal? 
R.: Estado Federal é o constituído por coletividades públicas (Estados federados), 
dotadas de autonomia político-constitucional, sendo representados por um órgão 
cameral (Senado), que assegura sua participação junto ao Poder Central. A estrutura 
federativa é constitucionalmente garantida, como norma absolutamente estável 
(cláusula pétrea). 
 
149) O Brasil é um Estado Federal? 
R.: Sim. Desde o Decreto n.º 1, de 15.11.1889, data da Proclamação da República, 
passou o Brasil a ser uma Federação, com a transformação das Províncias em Estados, 
que gozavam de autonomia; a CF de 1891 adotou o modelo de federalismo dualista. As 
Constituições posteriores deram ênfase ao papel da União, pela adoção do modelo 
federalista cooperativo, que foi levado a seu ápice pela CF de 1967, que adotou o 
chamado federalismo de integração. A CF de 1988, art. 1.º, dispõe que o Brasil é uma 
República Federativa. 
 
150) Qual o modelo de federalismo adotado pela atual Constituição? 
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R.: A CF de 1988 substituiu o federalismo de integração da Carta anterior, 
restabelecendo o federalismo cooperativo, mediante um sistema de repartição de 
competências, que visa ao restabelecimento do equilíbrio das relações políticas entre 
o Poder Central e os Estados federados. Essa mudança de modelo permite afirmar que a 
CF atual conferiu feição mais nitidamente federalista ao Brasil. 
 
151) Qual a forma do governo brasileiro? 
R.: O governo brasileiro tem a forma de República, conforme dispõe o art. 1.º da CF 
("A República Federativa do Brasil constitui-se em Estado Democrático de 
Direito..."). 
 
152) De que forma é descentralizado o poder, no Estado brasileiro? 
R.: O poder é partilhado (descentralizado) entre a União, os Estados-Membros, o 
Distrito Federal e os Municípios, por meio da atribuição de competências, exclusivas, 
complementares, suplementares ou concorrentes. Assim, por exemplo, a arrecadação de 
tributos e a repartição de rendas são atividades delegadas a todas essas pessoas 
políticas de Direito Público, que exercem poder dentro dos limites de suas 
respectivas competências. 
 
153) Em que difere, historicamente, a formação dos Estados Unidos da América da do 
Brasil, como Estados Federais? 
R.: Nos EUA, o Estado Federal foi formado por 13 Estados que já anteriormente 
existiam, processo denominado federalismo por agregação; no Brasil, o Estado era 
unitário, tendo sido desmembrado (descentralização política) em Estados-Membros, que 
não existiam anteriormente, num processo denominado federalismo por segregação. 
 
154) Qual a distinção entre Estado Federal e União Federal? 
R.: O Estado Federal é uma unidade nas relações políticas e jurídicas internacionais, 
ou seja, é dotado de personalidade jurídica de Direito Público internacional, 
detentor exclusivo da soberania nacional, que é o poder de autodeterminação; a União 
Federal é pessoa jurídica de Direito Público interno, formada pela reunião dos 
Estados-Membros. 
 
155) Em que sentido goza o Estado-Membro de autonomia, no Estado Federal? 
R.: A autonomia significa que o Estado exercita poder político dentro dos limites de 
competência fixados pela Constituição. Exemplos de suas atividades são: instituição 
de tributos, criação de órgãos administrativos estaduais, e descentralização de seus 
próprios poderes, para os Municípios situados dentro de seu território. 
 
156) Quais os princípios que regem as relações internacionais do Estado brasileiro? 
R.: Segundo a CF, art. 4.º, o Estado brasileiro rege-se, nas suas relações 
internacionais pelos seguintes princípios: a) independência nacional; b) prevalência 
dos direitos humanos; c) autodeterminação dos povos; c) não-intervenção; d) igualdade 
entre os Estados; e) defesa da paz; f) solução pacífica dos conflitos; g) repúdio ao 
terrorismo e ao racismo; h) cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; 
e i) concessão de asilo político. 
 
157) Qual a fundamental diferença entre o modelo de Estado Federal adotado no Brasil 
e os modelos de outros Estados Federais? 
R.: A principal diferença reside na existência de três ordens de competência (União, 
Estados-Membros e Municípios), enquanto que os Estados Federais normalmente adotam 
somente duas ordens (União e Estados-Membros). 
 
158) Em que consiste a intervenção federal? 
R.: A intervenção federal é ato de natureza política, excepcional, praticado pela 
União Federal, que consiste em assumir, temporariamente, as competências do Estado-
Membro ou do Distrito Federal. 
 
159) A União tem poderes para intervir nos Estados-Membros e no Distrito Federal? 
R.: Sim, porém somente em casos extremamente graves de ameaça à desagregação do 
Estado-Membro ou do Distrito Federal e, ainda assim, de forma temporária. A CF de 
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1988 previu nos arts. 34 e 36, a intervenção da União nos Estados-Membros e no 
Distrito Federal. 
 
160) A União tem poderes para intervir nos Municípios? 
R.: Não. A CF não prevê intervenção da União nos Municípios, nos quais a intervenção 
somente pode ocorrer por parte dos Estados-Membros. 
 
161) De que modo se processa a intervenção da União nos Estados-Membros? 
R.: O Presidente da República submeterá o decreto de intervenção ao Congresso 
Nacional, extraordinariamente convocado para tal, para que em 24 horas o aprecie, 
aprovando-o ou rejeitando-o. Em outros casos, a decisão sobre a intervenção será de 
competência do STF, do STJ ou do TSE. 
 
162) Qual a natureza jurídica do decreto da intervenção? 
R.: O decreto de intervenção tem natureza jurídica de ato administrativo complexo. 
Para Manoel Gonçalves Ferreira Filho trata-se de "competência vinculada", pois pode 
originar-se de decisão ou requisição judicial, de requisição do Procurador-Geral da 
República, de requisição do Poder Legislativo ou do Poder Executivo ao Presidente da 
República, que simplesmente formalizará o decreto. Pode constituir-se, ainda, em ato 
administrativo discricionário, quando, a juízo do Presidente, ocorrer ameaça à 
integridade nacional, intervenção estrangeira ou de Estado em outro, perturbação 
grave à ordem, coação ao Legislativo ou ao Executivo estaduais e reorganização 
financeira do Estado-Membro. 
 
163) Em que casos pode ocorrer intervenção dos Estados-Membros em Município situado 
em seu território? 
R.: Conforme dispõe o art. 35 da CF, pode o Estado-Membro intervir em município 
situado em seu território nos seguintes casos: a) falta de pagamento, por dois anos 
consecutivos, da dívida fundada; b) falta de prestação de contas devidas, na forma da 
lei; c) não tiver sido aplicado o percentual mínimo exigido da receita municipal na 
manutenção e desenvolvimento do ensino, atualmente

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