História Média Ocidental Aula 6

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HISTÓRIA DA IDADE MÉDIA OCIDENTAL
Aula 6 – O Feudalismo
HISTÓRIA DA IDADE MÉDIA OCIDENTAL
Aula 6 – O Feudalismo
Conteúdo Programático desta aula
Conhecer o que é o Feudalismo 
Entender a organização institucional da Igreja
Discutir sobre a formação dos processos culturais nos séculos XI e XII do mundo feudal
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O que foi o feudalismo?
 CONCEITO: 
 Modo de Produção que vigorou na Europa Ocidental durante a Idade Média e que se caracteriza pelas relações servis de produção. 
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Antecedentes do Feudalismo:
O comitatus = a relação de fidelidade entre um guerreiro germano e seu senhor
O colonato romano = submissão a um grande proprietário de terras em troca de proteção 
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Tempos de violência
A chegada dos Vikings 
(normandos)
Magiares (húngros)
Árabes (sarracenos)
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Economicamente, o Feudalismo estava centrado na produção do setor primário (agricultura), hegemônico em relação ao secundário (indústria) e ao terciário (comércio e serviços). Era claramente uma 
 sociedade agrícola pelo fato de essa atividade envolver a grande maioria da população e por quase todos, direta ou indiretamente, viverem em função dela.
(FRANCO JR. H. O Feudalismo. )
Características do Feudalismo
 Predominância do aspecto agrícola
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 A relação de suserania e vassalagem
Relação estabelecida entre nobres, que marcava os direitos e deveres assumidos publicamente pelos integrantes desta relação. Esta relação era marcada pelo caráter pessoal de homem a homem.
“[...] A fidelidade é um problema pessoal do homem a homem. Assim, o rei manterá relações de fidelidade com cada um de seus grandes nobres [...]. O caminho escolhido pelo rei é a compra da fidelidade através da doação de terras, que além disso, impunha deveres aos que as recebiam em face de quem as dava.
(SILVA, F. C. T. Sociedade Feudal: guerreiros, sacerdotes e trabalhadores. São Paulo: Brasiliense, 1982, p. 34-35)
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 Relações servis de produção
Os servos eram aqueles que se ocupavam do trabalho na terra. A preponderância do senhor feudal sobre estes, demarcava-se também pela divisão clássica das terras do feudo: 
Manso senhorial (corvéia)
 
 Manso servil (talha)
 
Terras comunias (“banalidade”)
No feudo também há: vilões (camponeses livres) e jornaleiros (artesãos)
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Feudalismo – Funcionamento clássico
Juramento de Fidelidade
Modelo clássico de Feudalismo
Jurídico
Comercial
Político
Servidão
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Consequência política do feudalismo:
A constituição do poder político na época feudal teve suas origens em meio à decadência da autoridade central, ou seja, constituiu-se uma fragmentação do poder político do rei 
As relações políticas não se baseavam na institucionalização do Estado, mas na pessoalidade dos nobres e na simbologia das cerimônias
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Contudo, o rei não desapareceu daquele contexto
" função das transformações que ocorriam, o rei passava a ter um duplo e contraditório caráter. Por um lado, continuava a ser o soberano, a ter teoricamente poderes bastante extensos sobre seus súditos [...] A relação com estes era unilateral, pois o soberano tinha caráter sagrado que originário do Antigo Oriente passara para o Império Romano e fora reforçado pelo cristianismo. Ele era Rex Dei Gratia, "rei por graça de Deus" . Como ocorria no Antigo Testamento, sua sacralidade era confirmada pela unção, pelo rito do bispo passar-lhe óleos santos. Assim, ele podia curar certas doenças apenas pelo contato de suas mãos.
(Franco JÚNIOR, H. O feudalismo. São Paulo: Brasiliense, p. 39)
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O historiador Hilário Franco Júnior desmitifica a ideia bastante difundida de que o feudo possuía auto-suficiência (pois havia produção de alimentos e utensílios necessários)
“Devemos abandonar a imagem, exagerada, de uma agricultura medieval fechada, isolada e auto-suficiente. É verdade que a pequena produtividade fazia com que qualquer acidente natural (chuvas em excesso ou em falta) ou humano (guerras, trabalho inadequado ou insuficiente) provocasse períodos de escassez [...] Mas quando era preciso recorrer à produção de outras regiões , havia circuitos comerciais para isso. Em suma, a agricultura era apenas tendente à subsistência.”
(Franco JÚNIOR, H. O feudalismo. São Paulo: Brasiliense, p. 31)
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O comércio medieval dinamiza-se a partir do século XI
O historiador Jacques Heers defende e combate a ideia de que o feudalismo fez desaparecer o comércio.
Antes o fortalecimento das práticas comerciais deveu-se à:
 - Novas atividades artesanais e urbanas
 - Aumento demográfico
 - Maior intercâmbio comercial entre Oriente e Ocidente
 - Novo grupo social vinculado ao comércio
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A lógica da sociedade tripartida
O modelo de sociedade tripartida fora pensado por aqueles que detinham naquele contexto o monopólio do saber. A intenção era legitimar uma dada ordem social, apresentando-a como “natural”, legítima e divina. Vejamos a definição do bispo Adalbéron de Laon no séc. XI:
“A casa de Deus, que cremos ser uma, está pois, dividida em três: uns oram, outros combatem, e outros, enfim, trabalham. [...] Ao serviços prestados por uma das partes são a condição da obra das outras duas; e cada uma, por sua vez, se encarrega de aliviar o todo. [...] É assim que a lei tem podido triunfar e que o mundo tem podido gozar de paz.”
(Apud: LE GOFF, J. A Civilização do Ocidente medieval. Lisboa: Editorial Estampa, 1984, p. 45-46)
Os oratores
Os bellatores
Os laboratores
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Mas, será a sociedade tripartida uma realidade incontestável?
Os oratores – inapropriações à investidura (guerras e faltas)
Os bellatores – mito do herói (brancaleone)
Os laboratores – o encastelamento gera novos profissionais (pedreiros e arquitetos)
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Interrelações entre a Igreja e a sociedade:
Ano 1000 - Tempo de medo?
Alguns estudiosos falam que neste momento o mundo entrou em depressão, homens se suicidaram, cidades invadidas, estupros, incêndios, assassinatos a fase de uma histeria coletiva. 
Mas, será?
A Igreja é uma instituição daquele contexto e se relaciona com a sociedade.
Alguns sequer sabiam que era o ano 1000. 
Calendários distintos – A Igreja medieval luta por unificar as festas religiosas
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O riso
A negação do riso relacionava-se à negação do prazer (do riso alto, das festas profanas) – era a forma de a Igreja se relacionar com o cotidiano na perspectiva de promover uma identidade religiosa
Os fantasmas
Será que as almas penadas são uma invenção cristã? 
Não! É uma adaptação a uma velha questão, o diálogo entre vivos e mortos presentes em uma sociedade... As noites são longas... 
O sexo
Torna-se o Pecado Capital, o pecado de Adão e Eva, o que é uma alteração de sentido pois o pecado original é relacionado ao conhecimento, não ao sexo. Uma preservação do status quo