Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Infecções Fúngicas Profª Jane M. Costa Infectologia Medicina - 5º Semestre Introdução • Os fungos são organismos eucarióticos, desprovidos de clorofila e de celulose, uni ou pluricelulares sem a capacidade de formar tecido, imóveis na sua maioria. • Cada célula pode gerar, por si só, um novo organismo da mesma espécie. • São considerados os principais biodegradradores de matéria orgânica de nosso planeta. Classificação dos fungos de interesse clinico • De acordo com suas características de multiplicação em meios de cultivo específicos podemos classificar-los: • Fungos leveduriformes • Fungos dimórficos: tem características de filamentoso no ambiente e muda para levedura quando invade o ser humano. • Fungos filamentosos Características microbiológicas • As colônias de leveduras são, em geral, de consistência cremosa de cor branca a creme, brilhantes ou opacas podendo apresentar às vezes coloração escura ou alaranjada. • As leveduras produzem células simples, arredondadas, ovais ou alongadas que se reproduzem quase sempre por brotamento. Características microbiológicas • As colônias de fungos filamentosos podem ser granulares, cotonosas, aveludadas, pulverulentas, membranosas. • O seu talo consiste de hifas que podem ser contínuas ou interrompidas em intervalos irregulares por septos (septada) que dividem as hifas em células. INFECÇÕES FÚNGICAS São muito comuns Devem-se a 2 tipos de fungos: Dermatófitos • Fungos filamentosos (hifas) multicelulares Leveduras • Unicelulares e multiplicam-se por gemulação INFECÇÕES FÚNGICAS MICOSES SUPERFICIAIS • Estrato córneo ++ MICOSES PROFUNDAS • Raras • Invadem tecidos profundos INFECÇÕES FÚNGICAS DERMATÓFITOS • Dermatofitoses ou Dermatofitias LEVEDURAS • Candidíases • Pitiríase Versicolor Micoses superficiais • Os agentes de micoses superficiais, formam um grupo heterogêneo de fungos que não sensibilizam o indivíduo, não provocam reações alérgicas a distância como os agentes de micoses cutâneas. • Malassezia furfur, Hortae werneckii, Trichosporon spp., Piedraia hortae são os fungos envolvidos nessas micoses. Micoses superficiais • Malassezia furfur - Agente da pitiríase versicolor, afecção cutânea assintomática que se caracteriza por placas descamativas de diferentes cores: castanho-avermelhadas, marrons ou brancas. O papel do fungo em doenças de natureza seborreica como psoríase, dermatite seborreica, foliculite é discutível. • M. furfur tem sido isolada também de infecções sistêmicas, principalmente em neonatos. • Hortae werneckii - agente da Tinha negra, lesão que se caracteriza pela formação de manchas pouco descamativas de coloração castanha a preta, principalmente nas palmas das mãos. • Essas lesões vão aumentando de tamanho, durante meses ou anos. Micoses superficiais • Trichosporon spp - causa piedra branca, que consiste em nódulos castanho-claros e macios em torno de pêlos da região genital, axilar e do couro cabeludo. Os nódulos são menos aderentes que os da piedra negra. Nos pacientes com imunodeficiência, pode ocorrer invasão do sangue, dos rins, dos pulmões e da pele. • Piedraia hortae - produz piedra negra, que consiste em nódulos duros, pretos e firmes em torno dos cabelos. Micoses cutâneas • Agrupam as dermatofitoses e as candidíases cutâneas. • Os agentes das micoses cutâneas atacam a epiderme e as camadas mais profundas da camada córnea, chegando a produzir granulomas, se localizando na pele, pêlos, unhas e mucosas. • Os dermatófitos são fungos relacionados entre si que invadem a queratina morta. Pertencem aos gêneros Microsporum, Epidermophyton e Trichophyton. • As espécies geofílicas vivem principalmente no solo; • as zoofílicas, em animais; • as antropofílicas, nos seres humanos. • Esses fungos infectam locais específicos do corpo, que servem de base para o diagnóstico clínico. • A localização da dermatofitose pode ajudar na identificação preliminar do fungo. DERMATOFITOSES • Microsporum canis - causa dermatofitose do corpo e do couro cabeludo, geralmente encontrado em crianças adquirido de animais infectados como cães e gatos. • Microsporum gypseum - causa dermatofitose inflamatória do corpo ou do couro cabeludo, contraído por contato com solo contaminado. • Epidermophyton floccosum - dermatofitose epidêmica (pé de atleta) em locais de veraneio, bem como dematofitose inguinal. • Trichophyton rubrum - dermatofitose do corpo, dos pés, da virilha e das unhas. Em pacientes imunodeprimidos, pode causar nódulos ou abscessos subcutâneos. DERMATOFITOSES • Trichophyton mentagrophytes - dermatofitose inflamatória nos pés, no corpo, nas unhas, na barba e no couro cabeludo. É causa comum de pé de atleta, apresenta as variedades granular e cotonosa. • Trichophyton tonsurans - causa tinha do couro cabeludo, tinha capilar com pontos pretos e às vezes dermatofitose do corpo, dos pés e das unhas. • Trichophyton verrucosum - dermatofitose do couro cabeludo, da barba ou do corpo, geralmente adquirida por contato com o gado infectado. • Trichophyton shoenleinii: dermatofitose do couro cabeludo chamado FAVO (tinha favosa) com alopécia definitiva, raramente compromete o corpo ou das unhas. 3. Patogenia: Mecanismos de defesa - Integridade da pele, descamação normal da pele, presença de ácidos graxos, transferrina insaturada, macroglobulina alfa 2, imunidade celular e imunidade humoral. DERMATOFITOSES DERMATOFITOSES Locais de acometimento AGENTE PELE UNHAS PÊLO: INVASÃO ECTÓTRICA PÊLO: INVASÃO ENDÓTRICA Microsporum + + (raro) + - Epidermophyton + - - - T.mentagrophytes + + + - T.rubrum + + + (raro) - T. verrucosum + + + - T.tonsurans + + - + T.shoenleinii + + - + T.violaceum + + - + INFECÇÕES FÚNGICAS DERMATOFITOSES OU DERMATOFITIAS São micoses superficiais por dermatófitos • Multiplicação por esporos • Infectam as estruturas queratinizadas • Estrato córneo/ cabelos e unhas • Produzem inflamação por hiperssensibilidade retardada ou por efeitos metabólicos INFECÇÕES FÚNGICAS DERMATOFITOSES 3 géneros • Microsporum – cabelo / pele / unhas • Tricophytum – cabelo / pele / unhas • Epidermophyton – pele / unhas INFECÇÕES FÚNGICAS DERMATOFITOSES Antropofílicas • Transmissão humana Zoofílicas • Transmissão animal/ homem Geofílicas • Transmissão terra/ homem As antropofílicas são as menos inflamatórias INFECÇÕES FÚNGICAS DERMATOFITOSES • Sinônimo - Tinhas • Lesão clínica típica • Anular com crescimento centrífugo • Prurido ++ INFECÇÕES FÚNGICAS DERMATOFITOSES Consoante apresentação clínica • tinea corporis • tinea cruris • tinea incógnito • tinea mannum • tinea capitis • tinea unguium • tinea pedis INFECÇÕES FÚNGICAS DERMATOFITOSES Tinea corporis - Tinea Corporis - Trichophyton rubrum - Microsporum canis - T. mentagrophytes Diagnóstico diferencial Eritema anular, eczemas, psoríase, MHT DERMATOFITOSES TINHA DO CORPO EM PLACA, ANULAR OU VESICULOSA COMUM PESQUISAR PATOLOGIAS ASSOCIADAS NOS CASOS EXTENSOS DERMATÓFITOS – Tinha corporis Exame direto – Vida Parasitária ARTROCONÍDEOS e filamentos micelianos (sempre p/ pele) INFECÇÕES FÚNGICAS Única Múltiplas Tinea corporis INFECÇÕES FÚNGICAS Anéis concêntricos Aparente cura centralTinea corporis INFECÇÕES FÚNGICAS DERMATOFITOSES Tinea cruris • Frequente no sexo masculino • Uni ou bilateral • Quase sempre tinha pés simultânea INFECÇÕES FÚNGICAS DERMATOFITOSES Tinea cruris • Bordo visivelmente mais activo TINEA CRURIS (ECZEMA MARGINADO DE HEBRA) Agentes etiológicos : • várias espécies de Trichophyton • Epidermophyton floccosum • Região ingüinocrural : lesões descamativas, eritema, prurido, sensação de queimação. • Mais freqüente em homens, no verão. Uso de sungas apertadas de material sintético. - Tinea cruris - Trichophyton rubrum - E. floccosum - T. mentagrophytes Diagnóstico diferencial - eczema seborréico - eczema de contato - eritrasma - candidíase DERMATOFITOSES INFECÇÕES FÚNGICAS DERMATOFITOSES Tinea cruris • Bilateral Tinea cruris – Possíveis agentes Trichophyton mentagrophytes – Trichophyton rubrum – Epidermophyton floccosum INFECÇÕES FÚNGICAS DERMATOFITOSES Tinea cruris • Bilateral com extensão simétrica às nádegas TINHA CRURAL FREQUENTE EM HOMENS, BILATERAL ‡: D. SEBORREICA, D. CONTATO INFECÇÕES FÚNGICAS DERMATOFITOSES Tinea incógnito • Aspecto clínico atípico com extensão periférica pela ação anti- inflamatória de corticosteróide tópico INFECÇÕES FÚNGICAS DERMATOFITOSES Tinea mannum • Tipicamente unilateral • Se muito arrastada e crônica – mão seca TINHA DA MÃO POUCO FREQUENTE ‡: D. CONTATO, PSORÍASE INFECÇÕES FÚNGICAS DERMATOFITOSES Tinea capitis • Crianças +++ • Áreas de alopécia, superfície descamativa e côtos de cabelo - TINEA CAPITIS (TINHA TONSURANTE) “Pelada” Agentes etiológicos : Microsporum canis Várias espécies de Trichophyton Lesão de pelo e de pele : Pelo cortado pelo fungo – áreas de tonsura. Pele –Lesões secas e escamosas não eritematosas Lesões inflamatórias com exsudato purulento Mais freqüente em crianças do sexo masculino, em creches e orfanatos. TINHA DO COURO CABELUDO TONSURANTE M. canis, T. tonsurans, T. mentagrophytes FREQUENTE EM CRIANÇAS RARA EM ADULTOS ALOPÉCIA REVERSÍVEL ectotrix endotrix Manifestações Clínicas - Tinea capitis a) Tinea tonsurante - Microsporum canis - Trichophyton tonsurans DERMATOFITOSES Tinea capitis – Tinha tonsurante Trichophyton tonsurans (comum) Parasitismo tipo Endothrix Tricophyton tonsurans INFECÇÕES FÚNGICAS Tinea capitis – Parasitismo tipo Ectothrix Tinea capitis – Favo - Trichophyton schoenleinii Micose rara – EUA – África - Oriente Médio Parasitismo tipo Fávico Exame direto KOH Candelabro fávico TINHA DO COURO CABELUDO FAVOSA Trichophyton schoenlein MICROEPIDEMIAS RURAIS NÃO INVOLUI ESPONTANEAMENTE ALOPÉCIA DEFINITIVA b) Tinea Favosa - Trichophyton schoenleinii DERMATOFITOSES Kerion - nódulos sensíveis, alopecia, escamo-crostas, exsudação e adenite satélite Diagnóstico diferencial - eczema seborréico, eczema atópico, psoríase, alopecia areata, sífilis secundária DERMATOFITOSES TINHA DO COURO CABELUDO KERION CELSI AGUDO, PURULENTO, DOLOROSO (+): ZOO OU GEOFÍLICOS INFECÇÕES FÚNGICAS DERMATOFITOSES Tinea capitis • Quérion Forma inflamatória INFECÇÕES FÚNGICAS DERMATOFITOSES Tinea unguium = Onicomicose • Adultos • Pés >>> mãos • Início extremidade distal e progressão proximal • Uma ou várias unhas envolvidas INFECÇÕES FÚNGICAS DERMATOFITOSES Tinea unguium • Onicomicose bilateral primeiras unhas pés - Tinea unguium - T. rubrum - T. mentagrophytes - E. floccosum Diagnóstico diferencial - psoríase - líquen plano - onicopatias congênitas - traumáticas DERMATOFITOSES TINHA DA UNHA TINHA DA UNHA INFECÇÕES FÚNGICAS DERMATOFITOSES Tinea unguium • Envolvimento várias unhas pés ONICOMICOSE – Possíveis agentes Trichophyton rubrum– E. flocosum Filamentos Micelianos e Artroconídeos Exame Direto - KOH • Para haver o surgimento dos fungos, causadores da onicomicose basta que exista um local úmido, escuro e quente. • Os sapatos e os tênis são locais ideais para surgimento desses microrganismos. Ocorre proliferação, escurecendo, espessando e descolando as unhas. Ocorre a putrefação da queratina e liberação de toxinas que exalam odor forte característico. • ONICOMICOSE (MICOSE DE UNHAS) • Agentes etiológicos : várias espécies de Trichophyton • Unhas corroídas, escamosas, numerosas estrias longitudinais. • “Massinha branca” células das unhas destruídas + fungo • Inicia-se na borda livre da unha, progredindo pela tábua Interna, e mais tarde também a tábua externa. • Os pés - parte do corpo mais atingida por fungos, tanto nas unhas quanto no tecido ao redor da unha paroníquia = unheiro. • O contorno ungueal fica inflamado, dolorido, inchado e avermelhado e como conseqüência, altera a formação da lâmina ungueal. Onicomicoses Descolamento da borda livre Leuconíquea (manchas brancas) Destruição e deformidades Espessamento (“unhas em telha”) Onicomicoses PARONÍQUIA (unheiro) • contorno ungueal inflamado • unha cresce ondulada ANTES e DEPOIS Onicomicoses Fatores predisponentes para micoses de pés e unhas: Há doenças como líquen plano ungueal, psoríase ungueal e onicólises traumáticas que podem enganar até mesmo a médicos menos experimentados. • uso exagerado de meias finas acrílicas e sapatos fechados com sola de borracha; • longos períodos usando calçados fechados; • excesso de cuidados com as unhas removendo as cutículas e limpando-as com espátulas • traumatismos crônicos por calçados justos e pela prática de esporte ( futebol, "jogging", corredores, tênis); • traumatismos agudos: acidentes onde ocorre descolamento das unhas; • doenças debilitantes como diabetes, anemias, doenças da tireóide, câncer e SIDA; • alterações circulatórias; · imunodeficiência congênita; • imunossupressão por uso medicamentos ( cortisona entre outras) • Após praticar esporte - a transpiração dos pés cria condições perfeitas para que os fungos se desenvolvam dentro do tênis, (principalmente quando este acaba ficando úmido e fechado no armário após os exercícios diários ou finais de semanas) - resultando mau cheiro • “Na verdade o suor decompõe bactérias presentes em nossa pele, no caso, em nossos pés, ocasionando essa decomposição do mau cheiro (bromidrose)”. • "pé de atleta", também conhecido como "frieira" e tem muita relação com o uso constante de sapatos fechados, sem meias, ou com meias finas ou de helanca e, com hábito de não enxugar bem entre os pododáctilos. • A ingestão de alimentos como cebola, alho, pimenta, etc., e o alcoolismo podem causar bromidrose devido a eliminação de seus resíduos através do suor. • A pessoa diabética, devido a baixa resistência imunológica também é mais susceptível a contrair micoses. Prevenção: • Uso de meias de algodão, pois absorvem melhor a umidade dos pés do que as de nylon. • A meia evita o contato dos pés diretamente com o solado interno do calçado que fica contaminado também pêlos microrganismos; . • a exposição do calçado ao sol,pois a ação dos raios ultravioleta impede desenvolvimento do bolor (fungos) e da umidade, auxiliando assim, no combate à micose; • lavagem do tênis freqüente, com água e sabão; • Não cortar ou remover a cutícula, pois esta é proteção da unha Evitar usar esmalte por período prolongado. • Às vezes a melhora aparente da unha não significa sua cura. É necessária confirmação da cura, após raspagem de material subungueal e realização de uma cultura em laboratório, se negativa, poderá confirmar o sucesso do tratamento. Método de coleta de escamas para exame micológico direto e/ou cultura • As unhas apresentam alteração da cor e tornam-se espessas. • É considerada a mais resistente das infecções superficiais por fungos e não mostra tendência à cura espontânea. • O seu tratamento necessita de antifúngico sistêmico por tempo prolongado, o que o torna muito dispendioso devido ao preço elevado desses medicamentos. • De acordo com tais dados, a instituição dessa terapêutica deve ser baseada em um preciso diagnóstico clínico, além do laboratorial feito por meio do exame micológico direto. Como evitar micoses • seque-se sempre bem, principalmente nas dobras • não ande descalço em pisos sempre úmidos • observe a pele e o pêlo de seus animais de estimação • não use objetos pessoais dos outros • use somente o seu material de manicure EVITE • ficar com roupas molhadas • contato prolongado com água e sabão • mexer com a terra sem usar luvas • usar calçados fechados o máximo possível • roupas quentes e justas --> prefira algodão INFECÇÕES FÚNGICAS DERMATOFITOSES Tinea pedis • É a mais comum no adulto = Pé de Atleta • Calor / calçado oclusivo / frequência de piscinas e ginásios… • Pregas interdigitais +++ - Tinea pedis e Tinea manuum - T. rubrum - T. mentagrophytes - E. floccosum Diagnóstico diferencial - psoríase pustulosa, pustulose palmo-plantar, psoríase, queratodermia palmo-plantar, pitiriase rubra pilar, Síndrome de Reiter DERMATOFITOSES DERMATOFITOSE DOS PÉS ( pé - de - atleta) Agentes etiológicos : várias espécies de Trichophyton Nos espaços interdigitais dos pés, fissuras, prurido, pele macerada, predisposição à infecção piogênica. Mãos: ides ou mícides “ácido úrico” vesículas – lesão SEM o fungo. reação alérgica ao fungo nos pés. Tinea pedis – Possíveis agentes Trichophyton mentagrophytes – Trichophyon rubrum - E. flocosum (+comuns) T. rubrum E. floccosum T. mentagrophytes TINEA dos PÉS Descamação e coceira na planta dos pés que sobe pelas laterais para a pele mais fina TINEA INTERDIGITAL (frieira) Descamação e coceira na planta dos pés que sobe pelas laterais para a pele mais fina Lesões interdigito plantar/palmar Tinha pedis…(3) – Trichophyton rubrum Aleurioconídeos TINHA DO PÉ (PÉ DE ATLETA) INTERDIGITAL ‡: CALO INTERDIGITAL VESICULOSA IMPETIGINIZAÇÃO FREQUENTE TINHA DO PÉ (PÉ DE ATLETA) QUERATÓSICA FREQUENTEMENTE ASSOCIADA À T. UNGUEAL INFECÇÕES FÚNGICAS DERMATOFITOSES Tinea pedis • Envolvimento bilateral pregas interdigitais dos pés • Componente inflamatório INFECÇÕES FÚNGICAS DERMATOFITOSES Tinea pedis • Envolvimento plantar INFECÇÕES FÚNGICAS TINEA PEDIS INFECÇÕES FÚNGICAS TINHA FACE Tinha da Face 1. Mais comum em crianças 2. Sintomas cutâneos: geralmente assintomática, prurido leve com fotossensibilidade 3. Exame Físico: mácula ou pápula bem circunscrita com dimensões variáveis, bordo elevado e regressão central, em geral mínima descamação, pode ser acentuada, rosadas ou vermelhas, geralmente não é simétrica 4. Diagnóstico Diferencial: dermatite seborréica, dermatite de contato, eritema migratório, LES, farmacodermia 5. Etiologia: T. rubrum, T. tonsurans, T. mentagrophytes, M. canis 6. Fatores predisponentes: exposição a animais, corticóide tópico 7. Transmissão: auto-inoculação, contato com animais ou solo contaminados, mais comum nas regiões tropicais e subtropicais 4.5 Tinea faciei DERMATOFITOSES Tinha da Barba 1. Idade de início: adultos homens 2. Sintomas cutâneos: prurido, hiperestesia, dor 3. Exame físico: foliculite pustulosa, pelos frouxos, ou quebram rentes à raiz, pápulas podem coalescer e formar placas inflamatórias cobertas por pústulas. Quérion: placas e nódulos purulentos pastosos semelhantes aos do couro cabeludo. Áreas da barba ou bigode, raramente cílios e sobrancelhas, linfadenopatia regional se infecção bacteriana secundária 4. Diagnóstico Diferencial: foliculite por estafilo, furúnculo, antraz, acne vulgar, rosácea, pseudofoliculite 5. Etiologia: T. verrucosum, T. mentagrophytes(mentagrophytes), T. rubrum é raro, pode ser adquirida por contato com animais 6. Fatores predisponentes: exposição a animais, agricultores TINHA DA BARBA • POUCO FREQUENTE • INFLAMATÓRIA, HERPES CIRCINADO OU SICOSIFORME TINEA BARBAE – Trichophyton verrucosum ou T. mentagrophytes Parasitismo tipo ectothrix T. verrucosum INFECÇÕES FÚNGICAS DERMATOFITOSES Diagnóstico • Exame micológico direto e cultura • Pele / cabelos / unhas INFECÇÕES FÚNGICAS DERMATOFITOSES Tratamento • Minimização de condições favoráveis • Antifúngicos tópicos – Imidazóis / amorolfina • Antifúngicos orais – Tinea capitis / unguium / formas extensas e crônicas – Terbinafina, Itraconazol, Fluconazol DERMATOFITOSES 5. Diagnóstico Exame direto Cultura Luz de Wood Histopatológico DIAGNÓSTICO CLÍNICO LÂMINA KOH LAMÍNULA AQUECIMENTO • RASPADO DA LESÃO • PÊLOS TONSURADOS + + + MICOLÓGICO DIRETO DIAGNÓSTICO CULTURA - M. canis, M. audouini: verde-azulada - T. schoenleini: verde-palha - M. furfur: róseo-dourada LÂMPADA DE WOOD TESTES INTRADÉRMICOS: TRICOFITINA, CANDIDINA • IMIDAZÓLICOS: MICONAZOLE, CLOTRIMAZOL, TIOCONAZOL, ECONAZOL, CETOCONAZOL • TERBINAFINA , OUTROS TRATAMENTO TÓPICOS •EM UNHAS: •ESMALTE DE AMOROLFINA, CICLOPIROX, TIOCONAZOL •EM PTIRÍASE VERSICOLOR: •SULFETO DE SELÊNIO, TERBINAFINA - Sistêmicos Itraconazol: 5 a 10mg/Kg/d ou 100mg/d Fluconazol: 5 a 10mg/Kg/d ou 150mg/sem Terbinafina: 62,5mg/d (20Kg) 125mg/d (20-40Kg) 250mg/d (>40Kg) Tinea corporis: 4 semanas Tinea capitis: 8 semanas Onicomicoses: 3 a 8 meses DERMATOFITOSES Pulsoterapia Itraconazol: 400mg/d por semana/3m Fluconazol: 150mg/semana por 4 - 6 meses Infecção crônica da pele (camada córnea) pelo fungo Malassezia furfur/globosa PITIRÍASE VERSICOLOR 1. Conceito Ocorrência universal 40% da população de clima tropical e menor 1% em clima frio H = M Final da adolescência e adultos jovens (levedura lipofílica) Menos freqüente em crianças e idosos 2. Epidemiologia INFECÇÕES FÚNGICAS PITIRÍASE VERSICOLOR • Infecção causada pela forma micelar de levedura comensal Malassezia • Muito comum • “Fungo das praias” INFECÇÕES FÚNGICAS PITIRÍASE VERSICOLOR • Adultos jovens ++ • Frequentemente assintomática • Surtos de ativação no verão • Tronco / pescoço / raiz membros superiores Forma saprofítica leveduriforme (flora normal) - Pityrosporum ovale (levedura ovóide) - Pityrosporum orbiculare (levedura esférica) Forma parasitária - Malassezia furfur (pseudo-hifas e esporos)PITIRÍASE VERSICOLOR 3. Etiologia Pityrosporum ovale/orbiculare Malassezia furfur Fatores precipitantes Genéticos Hiperidrose Imunológicos Aumento na oleosidade da pele Clima quente e úmido Síndrome de Cushing (endo ou exógena) Imunossupressão Desnutrição Gravidez Não é mais freqüente em pacientes com SIDA PITIRÍASE VERSICOLOR 4. Etiopatogenia Máculas descamativas bem delimitadas, de formato e cor variáveis, isoladas ou coalescentes Acastanhadas, café-com-leite ou hipocrômicas (pele clara) Hipocrômicas (pele escura) Eritematosas Lesões gotadas: folicular e perifolicular 5. Quadro clínico PITIRÍASE VERSICOLOR Topografia Tórax, pescoço, porções proximais dos MMSS e abdome Couro cabeludo (despercebido) Palma das mãos, plantas dos pés e mucosas não são afetadas Pitiríase versicolor inversa – predomínio de lesões em flexuras Assintomáticas ou discreto prurido PITIRÍASE VERSICOLOR INFECÇÕES FÚNGICAS PITIRÍASE VERSICOLOR • Máculas / manchas e placas pouco infiltradas • Cor rosada / acastanhada / branca • Descamação furfurácea PITIRÍASE VERSICOLOR 6. Outras condições associadas à Malassezia furfur 6.1 Foliculite pitirospórica Colonização do folículo pilossebáceo Pápulas eritematosas ou pústulas perifoliculares de 2-3 mm Tronco e em menor freqüência nas extremidades Prurido mais comum que na pitiríase versicolor Diabetes mellitus, antibiótico terapia e glicocorticóide prévios 6.2 Infecções sistêmicas Recém-nascidos prematuros e imunocomprometidos recebendo suplementação de lipídeos IV PITIRÍASE VERSICOLOR 7.1 Dacriocistite obstrutiva 7.2 Dermatite seborréica x Malassezia furfur - Ação efetivas dos antimicóticos - Grande quantidade de Malassezia furfur nas escama - Recolonização nas recidivas 7.3 Psoríase x Malassezia furfur? - Lesões do couro cabeludo, face e pavilhão auricular (eventual eficácia dos antimicóticos) 7.4 Dermatite atópica x Malassezia furfur - Antígenos da Malassezia furfur - Lesões do couro cabeludo, face e pescoço - Melhora com cetoconazol (estudos duplo-cegos) PITIRÍASE VERSICOLOR 7. Outras condições relacionadas à Malassezia furfur 8. Diagnóstico diferencial Vitiligo MHI Eczemátide Pitiríase rósea Melasma Dermatite seborréica, psoríase, eritrasma, candidíase e dermatofitose (inversa) Foliculite por candida e bacteriana (foliculite pitirospórica) PITIRÍASE VERSICOLOR 9. Diagnóstico Luz de Wood: fluorescências amarelo-ouro ou rosa-dourada características Exame micológico do raspado da lesão: hifas curtas e largas, elementos leveduriforme arredondados, isolados ou agrupados em cachos de uva (método de Jarbas Porto ou - KOH 10%-20%) Só Pityrosporum orbiculare tem pouco valor diagnóstico PITIRÍASE VERSICOLOR 9. Diagnóstico Culturas (não necessárias): colônias branco-amareladas Exame histopatológico Abundantes esporos e pseudo-hifas na camada córnea, basófilas pela HE e PAS positivas Leve infiltrado inflamatório na derme superior Hiperceratose - paraceratose PITIRÍASE VERSICOLOR INFECÇÕES FÚNGICAS PITIRÍASE VERSICOLOR • Antifúngicos tópicos – Imidazóis – produtos de lavagem e soluções • Antifúngicos orais – Formas mais resistentes ou extensas • Recorrências como norma 10. Tratamento Uso tópico: Sulfeto de selênio (xampu a 2,5%) diariamente por 3 semanas deixando por 15 min. antes do banho Hipossulfito de sódio a 20% - 40% em solução aquosa Piritionato de zinco Ácido salicílico Propilenoglicol em solução aquosa a 50% Cetoconazol shampu Derivados azólicos: tioconazol loção a 1%, isoconazol solução a 1%, clotrimazol a 1%, miconazol, outros – 1vez ao dia após o banho por 4 semanas PITIRÍASE VERSICOLOR 10. Tratamento Uso sistêmico (Acometimento extenso da pele ou recorrente (cura em 90% - 95%) Cetoconazol 200mg/dia por 10 dias Fluconazol 150mg/semana, por 3 semanas/400mg (d. única) Itraconazol 200mg/dia por 5 dias, após o café Prevenção de recorrências Aplicação quinzenal ou mensal de agente tópico Administração mensal de itraconazol Hipopigmentação residual por meses até a recuperação dos melanócitos lesados PITIRÍASE VERSICOLOR 1. Conceito Infecção da haste do pêlo causado por um fungo leveduriforme denominado Trichosporum beigelli PIEDRA BRANCA 2. Epidemiologia Regiões tropicais e temperada Encontrado em pêlo de animais (cavalo e macaco), parte da microbiota cutânea humana (região anogenital, boca, garganta e reto) Pode haver transmissão sexual PIEDRA BRANCA 3. Quadro clínico Nódulos brancos ou castanhos-claros, amolecidos e facilmente destacados do pêlo Variam de microscópicos a 1mm Pêlos da barba, bigode, região genital e axilas. Menos frequente no couro cabeludo Crescimento dentro e fora do pêlo pode levar à fratura Tricosporonose (piedra branca genital) - lesões eritemato-escamosas de aspecto lustroso Infecção sistêmica - pacientes neutropênicos 4. Diagnóstico diferencial Pediculose Tricomicose axilar (nódulos menores e podem ser fluorescentes à luz de Wood) PIEDRA BRANCA 5. Diagnóstico Exame direto (com KOH) • Hifas perpendiculares, desorganizadas, presença de blastoconídios delicados e artroconídios em torno das hastes pilosas Cultura Colônias leveduriformes brancas lisas cerebriformes Microscopia: pseudomicélios, micélios verdadeiros, artroconídios e blastoconídios PIEDRA BRANCA PIEDRA BRANCA: Trichosporum beigelli 6. Tratamento Remoção dos pêlos Antifúngico tópico Recidiva é alta (associar à tratamento oral) PIEDRA BRANCA 1. Conceito Infecção da haste do pêlo causada por um fungo filamentoso demáceo, denominado Piedraia hortae PIEDRA NEGRA 2. Epidemiologia América do Sul (Brasil- Amazônia) e Sudeste Asiático Encontrado em pêlos de animais (macaco), solo e água estagnada H = M 3. Quadro clínico Nódulos pretos de consistência endurecida, aderidos firmemente ao pêlo, podendo o envolver totalmente Ovais ou alongados Variam de microscópicos a 1mm Geralmente múltiplos Ásperos ao toque Som metálico ao pentear Localização: pêlos do couro cabeludo, barba e bigode Enfraquece do pêlo podendo levar à fratura PIEDRA NEGRA PIEDRA PRETA: Piedraea hortae 4. Diagnóstico Exame micológico(KOH): nódulos no interior da haste do pêlo Periferia: hifas pigmentadas compactas,alinhadas Centro: céls de parede espessada (ascos), contendo os ascosporos Cultura: Crescimento lento, enegrecida Microscopia: filamentos de paredes espessadas com qrande quantidade de ascos contendo ascosporos PIEDRA NEGRA 5. Tratamento Remoção dos pêlos Antifúngicos tópicos Alta taxa de recidiva PIEDRA NEGRA TINHA NEGRA ETIOLOGIA: Cladosporium werneckii RARA MÁCULAS ACASTANHADAS OU NEGRAS PALMA DA MÃO, DEDOS, PLANTA DO PÉ ASSINTOMÁTICA ‡: MELANOMA 1. Conceito Infecção fúngica superficial rara causada por um fungo demáceo denominado Exophiala werneckii TINHA NEGRA 2. Epidemiologia Encontrado no solo com alto teor de salinidade (praia), água de esgoto, vegetação deteriorada e madeira em ambientes muito úmidos Transmissão interpessoal raramente Áreas tropicais e subtropicais Crianças do sexo feminino Indivíduos com hiperidrose 3. Quadro clínico Mácula acastanhada ou preta, bem delimitada, sem descamação, geralmente única em palma das mãos e bordas do dedos ou planta dos pés Excepcionalmente múltiplas ou localizadas em outras áreas TINHA NEGRA 4. Diagnóstico diferencial Doença de Addison Sífilis Pinta Nevo melanocítico Melanoma Pigmentação exógena TINHA NEGRA 4. Diagnóstico Exame direto (escamas clarificadas pelo KOH ou fita gomada): hifas septadas demáceas Cultura desnecessária: inicialmente leveduriformes de cor esverdeada e depois enegrecida TINHA NEGRA 5. Tratamento Antifúngicos tópicos - Tiabendazol a 10% - Tintura de iodo - Miconazol Ceratolíticos TINHA NEGRA
Compartilhar