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Resumo Penal II

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DIREITO PENAL II
Thaís Bandeira
RESUMO
TEORIA DO CRIME: Para que um fato seja considerado crime, precisa reunir a tipicidade, ilicitude e a culpabilidade. Tipicidade: é a conduta, o comportamento humano. Ação, omissão. Se a pessoa jurídica tem capacidade para praticar uma conduta. Tipo penal: a previsão em lei do crime. Dolosos e culposos. Resultado: se os crimes são consumados ou tentados. ‘Intinerario do crime’: todas as fases do crime até chegar ao resultado. Nexo causal ou causalidade: ligação existente entre conduta e resultado. Ilicitude: Quando estamos estudando a tipicidade e ilicitude, é um estudo do fato. A partir do momento que se passa para a culpabilidade, é a hora de estudar o sujeito. Culpabilidade: estudo feito sobre o sujeito que praticou um ato típico e ilícito. 
Partes do CP: O código penal é dividido em duas partes, a Geral (art. 1 ao art. 120) e a Especial (art. 121 ao art. 359). Na parte geral não encontramos crime, e sim regras, de aplicação etc. Os crimes se concentram na parte especial. 
Espécies de tipos penais: Não incriminadores: trazem regras e não crimes (parte geral). Um tipo penal não incriminador pode versar sobre vários assuntos. Existem os que são chamados de explicativos, explanando conceitos. Encontram-se também artigos sobre a aplicação da lei penal. Encontramos também as normas permissivas, que são as excludentes da ilicitude. As normas exculpantes retiram a culpabilidade da conduta. Por fim, encontramos normas complementares, que são direcionadas ao aplicador do direito. Incriminadores: são os que trazem crimes e não regras. Estão somente na parte especial. Temos duas partes: o preceito primário, que é onde o legislador descreve a conduta, e o preceito secundário, traz a pena, a conseqüência.
Partes do tipo incriminador: Elementos Objetivos\Descritivos são expressões usadas no sentido da língua portuguesa para explicar a conduta criminosa, tem ao menos uma palavra que é descritiva, que é o seu verbo, chamado de núcleo. Elementos Normativos é a expressão com o conteúdo aberto, variável. Elementos Subjetivos: Dolo e culpa. Em alguns tipos penais aparece o “elemento subjetivo especifico ou especial” que seria o mesmo que “dolo específico”. Esse elemento subjetivo especifico aparece quando o legislador além de descrever a conduta criminosa, descreve também a finalidade do agente. Elementos específicos: Trabalha com duas situações: o núcleo do tipo e os sujeitos do crime. O núcleo do tipo é o verbo que descreve a conduta criminosa. Pode indicar uma ação ou uma omissão. Quando o tipo penal possui mais de um núcleo, ele é chamado de pluri\polinuclear. Eles se subdividem em: Misto-alternativos: o sujeito, se praticar mais de um núcleo, cometerá crime único. Misto-cumulativos: se o sujeito praticar mais de um núcleo, ele estará incorrendo mais de uma vez no mesmo tipo penal. Percebe-se pelo titulo que existe mais de um crime. A segunda forma de perceber é avaliar como o legislador separou as condutas. Vai estar separado por ponto e vírgula. 
SUJEITOS DO CRIME: Nos tipos penais encontramos um sujeito ativo e um passivo. O sujeito ativo é aquele ou que executa o núcleo do tipo ou aquele que tem domínio sobre essa infração. Sujeito passivo é a vítima do crime. Crime vago: aquele que tem como sujeito passivo toda a coletividade, o Estado. Não conseguimos identificar um sujeito passivo específico
TIPICIDADE (primeiro elemento do conceito analítico do crime)
Elementos: conduta, tipo penal, (doloso ou culposo) resultado (consumação e tentativa) e nexo causal. Se algum desses elementos não existir, o fato será considerado atípico.
Conceito: em primeiro momento, era entendida apenas no seu aspecto formal. Bastava que a conduta estivesse descrita em lei. O conceito moderno vai estar apoiado sobre dois pilares. Entende-se sob seu enfoque formal e material. A tipicidade material é a análise da relevância da lesão ao bem jurídico. A lesividade da conduta. Uma ofensa intolerável ao bem jurídico. O conceito proposto por Zaffaroni propõe uma tipicidade conglobante. A tipicidade formal e a chamada tipicidade conglobante, ou conglobada. Esta se define por ser mais uma divisão. Representa a atividade material somada à antinormatividade. Na verdade, ele propõe uma tipicidade analisada sob um aspecto triplo (formal, material, antinormatividade). O conceito de antinormatividade significa conduta contrária a norma, não só ao direito penal, mas a todos os ramos do ordenamento. Essa antinormatividade é pra trazer o máximo possível para dentro da tipicidade. Quando um fato é atípico, o caso não entra nem em inquérito. 
Conduta: comportamento humano, e este comportamento pode ser positivo (ação - comissivos) ou negativo (omissão - omissivos). Existem omissivos próprios\puros (o tipo penal vai narrar um deixar de agir) e os omissivos impróprios\impuros (é o que se chama de omissão qualificada, das pessoas que figuram como garantidoras). O garantidor é uma pessoa que tem o dever de agir para impedir o resultado. É uma pessoa cuja omissão é penalmente relevante, ou seja, não pode se omitir. É sinônimo de crime comissivo por omissão, que é o crime que o sujeito tem a obrigação de evitar na modalidade omissão. 
Exclusão da conduta: quando acontece no mundo real, mas não provoca efeitos no mundo jurídico. Estado de inconsciência: quando o que acontece é de forma involuntária. Não há conduta, pois para esta existir é necessário que haja um comportamento destinado a um fim. Ato reflexo: é um comportamento humano involuntário mesmo quando existe consciência. Coação física irresistível: exclui a conduta. A pessoa é usada como instrumento. Não existe tipicidade.
Tipo doloso: Espécies de dolo (direto e indireto): Aberratio causae: ocorre quando o sujeito ativo do crime desconhece a causa produtora do resultado. Ainda assim, o sujeito responde pelo seu dolo geral, ou seja, pelo crime consumado. Dolo tem duas espécies: O dolo DIRETO é quando o sujeito quer o resultado. É aplicada a teoria da vontade. Tem as subdivisões: DOLO DIRETO DE 1º e 2º GRAU. No dolo de 1º grau, não existe produção dos efeitos colaterais. No dolo de 2º grau, o sujeito para atingir seu objetivo, produz necessariamente efeitos colaterais. Normalmente, é mais de um crime. Colocam em risco uma quantidade maior de pessoas. O dolo INDIRETO é quando o sujeito assume o risco. É aplicada a teoria da aceitação: o sujeito sabe do risco e o aceita. As subdivisões são DOLO INDIRETO ALTERNATIVO E EVENTUAL. No dolo alternativo, o sujeito tem uma dupla intenção e qualquer um dos resultados que ele atinja, será um resultado satisfatório. No dolo eventual, o sujeito prevê o resultado, sabe da possibilidade da ocorrência desse resultado e mesmo assim ele não deixa de agir. Ou seja, ele aceita as conseqüências. Ex: no caso do menino João Hélio, se os bandidos quisessem matá-lo, atirariam.
Tipo Culposo: Espécies de culpa: Culpa consciente- com previsão. Trata de pessoas que tem habilidade, o sujeito sabe da possibilidade da ocorrência do resultado, conhece o risco, mas afasta essa possibilidade confiando em sua técnica, habilidade. A diferença entre esta e o dolo eventual é que no último o sujeito aceita o resultado e mesmo assim continua agindo. Na primeira o sujeito acredita no seu potencial e por isso continua agindo. Culpa inconsciente- sem previsão, acontece quando há uma inobservância com o dever de cuidado.
FORMAS DE CULPA INCONSCIENTE: Existem três formas: imprudência, negligência e imperícia. Imprudente é o sujeito que age quando o dever de cuidado impõe que ele não aja. A negligência ocorre quando o sujeito deixa de observar as regras de cuidado. Imperícia é a falta de habilidade técnica para a prática do ato. 
ELEMENTOS DO CRIME CULPOSO: Inobservância de uma regra de cuidado, O crime culposo só acontece quando há a produção de um resultado, O resultado não pode ser nem querido e nem assumido pelo agente, O resultado precisa ser previsível, que significa possível de acontecer, Pra o crime ser considerado culposo, é precisoprevisão legal. Nem todo crime admite forma culposa.
PRETERDOLO: ocorre quando a intenção inicial do sujeito é ultrapassada, ou seja, ocorre um resultado além daquele que pretendia o agente. Também pode ser chamado de preterintencional. Possui dois momentos. No primeiro momento existe uma conduta dolosa e num segundo momento existe um resultado culposo. 
iter criminis: Possui duas fases, a primeira sendo interna e composta apenas pela cogitação. A segunda é a fase externa, com as demais fases (preparação, execução e consumação.). Cogitação (não há punição, é a fase interna. Ninguém pode ser punido pelo que pensa, mas pelo que faz. Nullum crimen sine actio. Não confundir cogitação com premeditação.); Preparação (começa a reunir os meios de preparação do crime, inicia a fase externa. Em alguns casos, nessa fase já há crime, mas em regra são impuníveis); Execução (a partir daí, a regra é que o fato já vai ser punido). Existem teorias que buscam diferenciar a preparação da execução. Duas Teorias diferenciam a preparação da Execução. Há a Teoria Objetiva, que é mais utilizada no Brasil, na qual o sujeito começa a praticar o núcleo do tipo, e responde por elas e não pela intenção; Teoria Subjetiva, embora não tenha alcançado o mal pretendido, responde como se tivesse alcançado. Não se considera a transição entre preparação e execução, apenas a intenção do agente. A Execução pode originar a Consumação ou a Tentativa. Tudo que acontece depois da consumação, chama-se Exaurimento (quando o sujeito esgota a conduta criminosa. Não faz parte do iter criminis). A partir dos atos executórios, já há o crime, no entanto, há a exceção que é o Crime Impossível (tentativa não punível também chamada de tentativa Inidônea. É quando há um meio absolutamente ineficaz, por exemplo, um revolver sem munição ou de brinquedo para homicídio. O meio é relativamente ineficaz quando o revolver de brinquedo é usado para um roubo). O Flagrante Preparado é quando há a indução do sujeito ao cometimento do crime (a súmula 145 não admite, o policial não pode induzir o sujeito ao crime, considerando-o crime impossível). Já o Flagrante Esperado é quando a polícia sabe o que vai acontecer e aguarda a situação, não influenciando o cometimento do crime. 
Consumação: classificações de acordo com o momento de consumação do crime. Um crime Material é aquele que vai produzir um resultado no mundo exterior, perceptível pelo homem, no mundo natural e, por isso, diz-se que o crime material produz um resultado naturalístico. Quase todos os crimes são materiais (estupro, roubo, homicídio). O crime Formal possui dois momentos descritos pelo legislador, mas se consuma de forma antecipada com a prática da primeira conduta. Exige-se a conduta, porém o resultado naturalístico é prescindível. O crime de Mera Conduta não produz resultado no mundo exterior e se consuma com a simples prática do núcleo do tipo, por isso o nome. Ex: invasão de domicílio e a maioria dos crimes omissivos próprios. Depois dos crimes Formais, Materiais e de Mera conduta, inicia-se uma nova chave de classificação de crimes, que, por sua vez, podem se relacionar com os primeiros. São eles: Crime Instantâneo produz o resultado imediatamente após a prática da conduta. Existe um ponto na linha do tempo determinando a produção de resultado. São os Crimes Permanentes, prolongados no tempo. Todos os crimes que tenham privação de liberdade configuram crime permanente. Manter drogas em depósito, ocultar cadáver são exemplos de crimes permanentes. Crime Habitual é aquele que só se consuma quando há repetição de condutas. Ex: curandeirismo, prescrevendo, administrando qualquer substância. Manter uma casa onde ocorre exploração sexual com fins onerosos ou não. 
Tentativa: O primeiro elemento da tentativa é o início da fase de execução. O segundo elemento é o dolo de produzir o resultado. Terceiro elemento é a não ocorrência do crime por conta de fatos alheios à tentativa do agente. 
Adequação Típica: A tentativa de um crime é sempre uma combinação de artigos penais. c/c = combinado com. É sempre feita de forma indireta, mediata, através da conjugação dos artigos porque vai na parte especial mas tem que voltar para uma regra da parte geral (crime + regra). 
Punição: A punição se trabalha com a pena prevista pelo artigo do crime na parte especial, mas com redução prevista no artigo da parte geral. A tentativa é causa de diminuição de pena. Existem situações em que a pena da tentativa já está prevista no próprio tipo penal. Não sendo necessário conjugar o tipo penal da parte especial com a regra da parte geral. Existem crimes que a punição da tentativa será a mesma da consumação, são os crimes de Atentado ou Empreendimento. Situações que não admitem tentativa: contravenção penal, crime culposo, Preterdolo, crimes unisubsistentes, omissão própria, Crimes de atentado/crime de empreendimento, crimes habituais 
Classificação: Temos duas classificações. Uma delas diz respeito ao iter criminis, isto é, até onde o sujeito percorreu nas fases do crime. Nessa situação a tentativa vai ser PERFEITA (pode ser chamado também de crime falho. Ocorre quando o sujeito completa toda a fase de execução, o sujeito esgota tudo que ele havia planejado para a consumação do crime) ou IMPERFEITA (o sujeito não consegue completar a fase de execução por causa de circunstâncias alheias). A segunda classificação trabalha com a produção ou não de lesão à vítima. Dividindo-se em tentativa CRUENTA (também chamado de tentativa vermelha ou negra. Existe, na tentativa, produção de lesão ao bem jurídico) e tentativa INCRUENTA (também chamada de tentativa branca, não há produção de lesão ao bem jurídico). 
Desistência voluntária e Arrependimento eficaz: Desistência é quando o sujeito, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução do crime mesmo quando ele ainda tem margem para ação, é quando o sujeito inicia e interrompe o ato de execução por vontade própria. Desistência voluntária não é a mesma coisa que tentativa, uma vez que a tentativa envolve circunstancias alheia à vontade e a desistência o crime não acontece por vontade do agente. Arrependimento eficaz ocorre quando o sujeito impede que o resultado se produza. Se o crime se consuma, não se pode falar em desistência nem em arrependimento. A punição para arrependimento e desistência é o mesmo. No arrependimento o sujeito completa toda a execução, mas antes da consumação do crime há o arrependimento e o sujeito corre atrás para impedir a consumação. Não se pode falar em crime formal ou de mera conduta no Arrependimento eficaz, uma vez que a consumação está no esgotamento dos atos executórios. 
Arrependimento posterior: Ocorre quando há devolução da coisa ou reparação do dano após a consumação do crime. Só cabe para crimes sem violência ou grave ameaça. Só é cabível até o recebimento da denúncia. Há diminuição de pena em um a dois terços, assim como a tentativa. Para o STF, ou havia a reparação total ou não haveria arrependimento posterior, hoje em dia a reparação parcial já gera arrependimento posterior. 
NEXO DE CAUSALIDADE: é um elo, uma ligação existente entre conduta e resultado para em situações limites saber qual das condutas produziu um resultado. Para ter responsabilidade penal, aquela pessoa deve realizar uma conduta que gerou um resultado. A importância do nexo de causalidade está na responsabilidade penal. Só pode responder pelo crime aquele que lhe deu causa. O perito vai trabalhar com todas as condutas possíveis para analisar o resultado. O perito vai buscar a conditio sine qua non que é a condição sem a qual não haveria o resultado. Essa condição é achada através do juízo hipotético de eliminação, onde são formuladas determinadas hipóteses desconsiderando algumas causas. A teoria adotada é a teoria da equivalência dos antecedentes causais, isto é, todas as causas são avaliadas com a mesma probabilidade de ter causado o resultado. Um problema é o regresso ao infinito (culpar o carpinteiro que fez a cama pela conduta adúltera), devendo haver um limiteao nexo de causalidade pra que isso não aconteça. Mais um problema são as concausas. Tem-se que avaliar várias coisas para estabelecer o limite ao nexo de causalidade: a responsabilidade deve ser subjetiva, só podendo responder pelo crime quem atuou com dolo ou com culpa; punição limitada (no caso das concausas).
Concausas: acontece quando mais de uma causa pode ter provocado o resultado. O problema das concausas decorrera da impossibilidade de identificar qual delas produziu o resultado. Dentro do ordenamento, identificam-se duas espécies de concausa. Existem as concausas Absolutamente independentes (duas causas completamente distintas entre si com origens completamente diversas e as duas concorrem para a provocação do resultado); Concausas Relativamente independentes (são causas com origens distintas mas que, somadas, provocam o resultado, ex: uma pessoa coloca duas gotas de veneno no café de outra e uma outra pessoa coloca mais gotas de veneno. O veneno de uma delas sozinho não seria capaz de matar, mas as duas quantidades juntas causam o resultado, matar) 
ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTES: Nas absolutamente independentes, se identificar a causa 1 como a causa do resultado, C¹ responde pelo crime e C² responde por tentativa, mas se não for identificada a causa que consumou o resultado, ambas as condutas respondem por tentativa. 
RELATIVAMENTE INDEPENDENTES: Se for suprimida uma causa, o resultado ainda se consuma. Por isso, mesmo com um agravante de uma causa relativamente independente, responde-se pelo crime consumado. 
ILICITUDE: é também sinônimo de antijuridicidade, que é a contrariedade do comportamento ao direito. O código Penal trabalha com as situações em que não há ilicitude, antijuridicidade, isto é, as exceções. As excludentes de ilicitude são: estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento de dever legal, exercício regular de direito. As duas últimas é o que Zaffaroni propõe que venha para a Tipicidade. 
Excessos: no art. 23, parágrafo único existe a previsão de punição para todas as formas de excesso nas excludentes de ilicitude. Havendo excesso passa a existir punição. 
Elemento subjetivo: é preciso um elemento subjetivo, isto é, além dos requisitos previstos na lei para a excludência de ilicitude, é necessário o sujeito conhecer a situação de fato em que se encontra em perigo, o sujeito precisa saber que está agindo em legitima defesa/estado de necessidade. 
ESTADO DE NECESSIDADE: O primeiro requisito do estado de necessidade é a situação de perigo, que é uma ameaça de lesão ao bem jurídico. Pode ser causado por vários fatores, como fatores naturais, comportamento de animais, também pode o homem criar situação de perigo, mas para um número indeterminado de pessoas, não havendo uma vítima certa ou determinada. (perigo agressão). A agressão se configura quando há uma pessoa certa, diferenciando-se do estado de necessidade pela abrangência do objetivo. O segundo requisito é que a situação de perigo seja atual, em que não haja tempo de outra reação. Deve também haver perigo iminente, apesar de não haver uma previsão expressa no código. O terceiro requisito é a inevitabilidade da situação de outro modo. Quando há a possibilidade de evitar outro modo, o perigo não é considerado estado de necessidade e, se alguém agir de forma desnecessária quando poderia ser de outra forma, esta responderá por excesso. O quarto requisito é a situação de perigo que o sujeito não provocou por sua vontade, isto é, não pode ser criada pelo sujeito que alega estado de necessidade (dolo). Só não vai poder alegar estado de necessidade quem criou a situação dolosamente. O quinto requisito é a proteção do próprio direito ou direito de terceiros. O sexto requisito é a não razoabilidade da exigência do sacrifício nas circunstâncias. O estado de necessidade, basicamente é lesar um bem jurídico para salvar outro. O sexto requisito diz respeito à ponderação se o bem jurídico é ou não razoável. 
Garantidores: O garantidor legal não pode alegar estado de necessidade. 
Teoria diferenciadora: o código penal adota uma única espécie de estado de necessidade, que é quando o bem jurídico é maior ou igual ao lesionado. Quando o bem jurídico é menor que o lesionado, não é estado de necessidade, implica somente em diminuição de pena ou inexigibilidade de conduta diversa. Existem outros ordenamentos que adotam a teoria diferenciadora. 
OBS.: Estado de Necessidade defensivo/protetivo: é atingido o bem jurídico do próprio agente envolvido na situação de perigo. Não há responsabilidade civil na lesão do patrimônio durante o estado de necessidade. Estado de Necessidade agressivo: é aquele que atinge o bem jurídico de terceiros não envolvidos na situação de perigo e que não deram causa a este perigo. No art. 188 II, CC não considera ato ilícito o estado de perigo agressivo e no art. 929 CC define a responsabilidade civil.
LEGÍTIMA DEFESA: Meios necessários: o sujeito deve estar se utilizando de meios necessários. Estes são os meios suficientes para afastar a agressão e ainda os meios disponíveis no momento. Uso moderado: o uso dos meios tem que ser moderado. Injusta agressão: a agressão necessita ser injusta. Agressão é um comportamento humano que pode ser uma ação ou omissão. Significa que a agressão não é amparada pelo ordenamento. Injusta agressão atual ou iminente: atual é aquela que está acontecendo, a agressão presente. Já a iminente é aquela que está muito próxima de acontecer, não há tempo de reagir através do Estado. Próprio ou de terceiros: pode agir a favor de si ou de outrem.
ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL: abrange tanto o setor público quanto o setor privado, no entanto a maioria das provas vai abordar o setor público. Quando se fala em cumprimento estrito isso quer dizer que o cumprimento deve estar dentro dos limites permitidos por lei. 
EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO: conceito doutrinário. Para caracterizar o exercício regular de direito é necessário que o sujeito exerça um direito permitido pelo ordenamento. Exemplos: Lesão desportiva: boxe, MMA. Lesões inerentes ao esporte. Ofendículas/os: também chamadas de legitima defesa preordenada, são meios pré dispostos e gravosos para defesa da propriedade, como cerca elétrica, cacos de vidro no muro, cachorros etc.), Consentimento do ofendido: supralegal, não está positivado. Em alguns crimes, o consentimento exclui a própria tipicidade, isso acontece quando o dissenso é elementar ao crime.

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