Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Técnico Judiciário – Área Administrativa Direito Administrativo Prof. Cristiano de Souza www.acasadoconcurseiro.com.br Direito Administrativo Professor Cristiano de Souza www.acasadoconcurseiro.com.br CONTEÚDO DIREITO ADMINISTRATIVO: Constituição Federal: Administração pública: disposições gerais, servidores públicos e princípios básicos. Ato administrativo: conceito, requisitos e atributos; anulação, revogação e convalidação; discricionariedade e vinculação. Poderes administrativos: poder hierárquico e poder disciplinar. Lei nº 8.429/92: das disposições gerais; dos atos de improbidade administrativa. Processo administrativo (Lei nº 9.784/99): das disposições gerais; dos direitos e deveres dos administrados. Responsabilidade civil do Estado. Lei nº 11.416/2006 (Carreiras do Poder Judiciário da União). www.acasadoconcurseiro.com.br SUMÁRIO Princípios Gerais do Direito Administrativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 Constituição Federal de 1988 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 Improbidade Administrativa: Lei nº 8.429 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85 Poderes e Deveres dos Administradores Públicos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123 Teoria dos Atos Administrativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145 Responsabilidade Civil do Estado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 181 Lei nº 11.416 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 205 www.acasadoconcurseiro.com.br INTRODUÇÃO Olá pessoal! É com muito prazer que iniciaremos o nosso módulo de Direito Administrativo direcionado para a carreira trabalhista. O objetivo do nosso curso é alinhar vocês com o perfil das principais bancas de concursos. Para isso, elaborei um material focado conforme as tendências das bancas, inclusive com análise de jurisprudência e súmulas dos tribunais superiores, mesmo que seja para o cargo de técnico, pois será imprescindível o conhecimento da posição já consolidada pelas Cortes Brasileiras. Nossas aulas serão ministradas num ciclo de quatro etapas: a) conhecimento geral do tema; b) aprofundamento com teorias, súmulas e jurisprudências; c) exercício em sala de aula; e d) revisão final de cada ponto. Os objetivos desse método de ensino são aprender, compreender, expandir, exercitar e memorizar. Com o intuito de mantê-los sempre atualizados, postarei, semanalmente, diversas informações importantes sobre concursos públicos na minha rede social e no meu canal no YouTube, inclusive com comentários do perfil das bancas e dos bastidores do seu concurso, então fiquem de #olhoaberto. Fiquem informados constantemente pelas redes: Prof. Cristiano de Souza no Facebook: https://www.facebook.com/professorcristianodesouza Prof. Cristiano de Souza no Twitter: https://twitter.com/prof_cris_souza Prof. Cristiano de Souza no Instagram: https://www.instagram.com/prof_cristianodesouza/ Prof. Cristiano de Souza no Periscope: https://www.periscope.tv/@prof_Cris_souza Forte abraço e bons estudos. Prof. Cristiano de Souza www.acasadoconcurseiro.com.br 11 Módulo 1 PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO ADMINISTRATIVO REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO A administração pública pode submeter-se a regime jurídico de direito privado ou a regime jurídico de direito público. (Regime Jurídico da Administração Pública = será público e/ou privado). Lembrar: A definição de regime jurídico é delineada pelo próprio texto constitucional ou pelas leis infraconstitucionais, mas jamais poderá definir o regime jurídico por ato uniliteral tipicamente administrativo (ex: portarias, decretos, regulamentos, instruções normativas), pois tal conduta ofenderia o princípio da legalidade e da reserva legal. Quando atua no regime de direito privado ficará equiparada para todos os efeitos de obrigações, encargos e privilégios conferidos ao setor privado, sem nenhuma prerrogativa de superioridade. CF/88 – Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: [...] II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; [...] § 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado. Por outro lado, quando atua no regime de direito público, a administração gozará privilégios (ex: prescrição quinquenal, processo especial de execução, impenhorabilidade dos bens públicos), mas também sofrerá restrições (Ex: limitação e definição de competências, obediências aos princípios da finalidade, forma, motivo, publicidade). www.acasadoconcurseiro.com.br12 De forma mais restrita, surge a expressão “Regime Jurídico Administrativo”, que traduz a atuação da administração numa posição de privilégio/restrições, portanto, de direito público. O binômio de prerrogativas e restrições da administração pública está previsto em normas constitucionais e infraconstitucionais, mas também é expresso em princípios que norteiam a atuação da administração. Do privilégio surge o princípio da supremacia do interesse público sobre o particular no intuito da necessidade de satisfação dos interesses coletivos buscando o bem-estar social (ex: poder de polícia quando limita o exercício de direito individuais, desapropriação, interdição de estabelecimento). De outra banda, da restrição surge o princípio da legalidade, uma vez que o administrador só pode agir no estrito parâmetro da lei, representando a limitação do agente público na proteção aos direitos individuais representado pelo princípio da indisponibilidade do interesse público. Então, podemos sintetizar da seguinte forma: Conclusão: os privilégios e as restrições são norteadores da atuação do administrador, no regime público, são representados pelo princípio da supremacia do interesse público sobre o particular e pelo princípio da indisponibilidade do interesse público. Alguns princípios estão expressos na Constituição Federal, como legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, no art. 37 da norma máxima. Outros princípios estão implícitos no próprio texto constitucional, como presunção de legitimidade, boa-fé e hierarquia. TRT-Brasil – Direito Administrativo – Prof. Cristiano de Souza www.acasadoconcurseiro.com.br 13 Da mesma forma, encontramos princípios expressos nas normas infraconstitucionais a exemplo da Lei nº 9.784/99 (Processo Administrativo Federal), Lei nº 8.666/93 (Licitações e contratos) e da Lei nº 8.987/95 (Concessão e permissão). SUPRAPRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO Conforme Celso Antônio Bandeira de Mello, os supraprincípios são os princípios centrais dos quais derivam os demais princípios da administração pública. São eles: a) Supremacia do interesse público sobre o interesse privado: reflete os poderes da administração pública. Está implícito no ordenamento jurídico, colocando a administração em posição de desigualdade jurídica em relação ao administrado, pois está em posição de superioridade. Ex: desapropriação, requisição de bens, rescisão unilateral dos contratos, impenhorabilidade de bens, exercício do poder de polícia. b) Indisponibilidade do interesse público: reflete os direitos dos administrados. Significa que o agente público não é dono do interesse por eles tutelados. Sendo assim, não cabe transação desses direitos, pois são indisponíveis. OBS: Tanto a doutrina majoritária como o STF entendem que os supraprincípios não são absolutos, podendo, em casos excepcionais, ser relativizados. Ex: compromisso arbitral. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE Representa a garantia aos direitos individuais do administrado, pois o agente público só pode fazer o que a lei permite (o que não está na lei, por presunção, não é permitido). Diferente do que ocorre na relação horizontal entre particulares (direito privado), em que reina o princípio da autonomia das partes, em que o que não é proibido será, por presunção, permitido. Encontramos esse princípio de forma expressa em duas passagens pela Constituição Federal de 1988, vejamos: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade [...] Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência [...] www.acasadoconcurseiro.com.br14 Portanto, os balizadores da administração são os limites da lei (em sentido amplo). Consequentemente, o administrador não pode conceder direitos de qualquer espécie ou criar e impor obrigações por ato puro administrativo (decreto, portaria, etc.), dependendo de lei formal nesse sentido. Pela inobservância do referido princípio da legalidade, o administrado (beneficiário) poderá requerer a declaração de nulidade do ato pela via administrativa ou pela via judiciária. É exatamente nesse sentido que surgem os sistemas de controle de legalidade na atuação do administrador público. Vejamos alguns exemplos na CF/88: Art. 5º, XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; Art. 5º, LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; Art. 5º, LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; Art. 5º, LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: I – apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento; II – julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público; III – apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório; TRT-Brasil – Direito Administrativo – Prof. Cristiano de Souza www.acasadoconcurseiro.com.br 15 BLOCO DA LEGALIDADE Na visão do STF, a administração pública está obrigada a respeitar o chamado bloco da legalidade, como requisito de validade do ato administrativo. Portanto, o administrador dever respeitar, além dos requisitos constitucionais, outros comandos legais concomitantemente, vejamos alguns exemplos: 1. Constituição Federal e suas Emendas Constitucionais. 2. Constituição Estadual e Leis Orgânicas. 3. Medidas Provisórias. 4. Tratados e Convenções Internacionais. 5. Costume como fonte de direito. 6. Decretos, regimentos, resoluções. 7. Princípios gerais de direito. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE Esse princípio está diretamente relacionado com a finalidade pública (bem comum coletivo). Sendo assim, a administração não pode atuar com o intuito de prejudicar ou beneficiar determinada pessoa. A exemplo da ordem impessoal, temos o pagamento de precatórios, pois levaremos em consideração a ordem cronológica, a apresentação dos créditos contra a fazenda pública. Assim como, de modo inverso, não pode beneficiar o próprio administrador público. Nesse sentido, é vedado o uso de símbolos, nomes, imagens que caracterizem a promoção pessoal do agente público. Tanto na CF/88 quanto no campo infraconstitucional encontramos esse princípio. Vejamos alguns exemplos: CF/88 Art. 37 – § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. Art. 100 – § 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o pagamento integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para os casos de preterimento de seu direito de precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva. www.acasadoconcurseiro.com.br16 Lei nº 9.784/99 Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: [...] III – objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades; Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que: I – tenha interesse direto ou indireto na matéria; II – tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau; III – esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro. Lei nº 8.666/93 Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. PRINCÍPIO DA MORALIDADE ADMINISTRATIVA: O princípio da moralidade impõe a necessidade de atuação ética dos agentes públicos, traduzida na capacidade de distinguir entre o que é honesto e o que é desonesto. Podemos associar também aos conceitos de probidade e de boa-fé. Portanto, o princípio da moralidade corresponde à noção de agente correto, que não somente deve ser conhecedor da lei, mas também dos princípios éticos regentes da função administrativa, pois nem tudo que é legal é honesto. Exige-se que os agentes públicos tenham conduta impecável, ilibada, exemplar, pautada pela lealdade, boa-fé, fidelidade funcional e outros aspectos atinentes à moralidade. A moralidade administrativa abrange um amplo conceito indeterminado, tal como o conceito de “bem comum” e “interesse público”, ainda que se reconheça a possibilidade de extraí-lo do conjunto de normas que versam sobre a conduta dos agentes públicos. O STF já se manifestou num caso específico, editando a Súmula Vinculante nº 13, a qual veda expressamente a prática do nepotismo. TRT-Brasil – Direito Administrativo – Prof. Cristiano de Souza www.acasadoconcurseiro.com.br 17 A vedação estende-se à administração direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. A Súmula Vinculante nº 13 do STF não proíbe nomeações de parente para cargos políticos, como os de Ministro de Estado ou de Secretário Estadual ou Municipal. Súmula Vinculante 13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. A Súmula atinge apenas nomeações para cargos e funções de confiança em geral, de natureza administrativa, como assessores, chefes de gabinete, etc. Nesse sentido, ensina Carvalho Filho que será lícito que Governador nomeie irmão para o cargo de Secretário de Estado, ou que Prefeito nomeie sua filha para o cargo de Secretária da Educação, pois são cargo políticos de confiança. A moralidade administrativa difere da moral comum, pois o princípio administrativo não impõe o dever de atendimento a moral comum dos homens, mas exige um comportamento regrado em padrões éticos de boa-fé, honestidade e probidade na conduta do administrador. Vejamos alguns fundamentos Constitucionais desse princípio: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...] LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: [...] Tal princípio também foi objeto de análise pelo STF, culminando com a publicação de reiteradas decisões jurisprudenciais. Vejamos alguns exemplos: Súmula Vinculante 13 e não exaustão das possibilidades de nepotismo "Ao editar a Súmula Vinculante nº 13, a Corte não pretendeu esgotar todas as possibilidades de configuração de nepotismo na Administração Pública, dada a impossibilidade de se preverem e de se inserirem, na redação do enunciado, todas as molduras fático-jurídicas reveladas na pluralidade de www.acasadoconcurseiro.com.br18 entes da Federação (União, estados, Distrito Federal, territórios e municípios) e das esferas de Poder (Executivo, Legislativo e Judiciário), com as peculiaridades de organização em cada caso. Dessa perspectiva, é certo que a edição de atos regulamentares ou vinculantes por autoridade competente para orientar a atuação dos demais órgãos ou entidades a ela vinculados quanto à configuração do nepotismo não retira a possibilidade de, em cada caso concreto, proceder-se à avaliação das circunstâncias à luz do art. 37, caput, da CF/88." MS 31.697, Relator Ministro Dias Toffoli, Primeira Turma, julgamento em 11.3.2014, DJe de 2.4.2014. "(...) 3. A redação do enunciado da Súmula Vinculante nº 13 não pretendeu esgotar todas as possibilidades de configuração de nepotismo da Administração Pública, uma vez que a tese constitucional nele consagrada consiste na proposição de que essa irregularidade decorre diretamente do caput do art. 37 da Constituição Federal, independentemente da edição de lei formal sobre o tema. (...)" Rcl 15.451, Relator Ministro Dias Toffoli, Tribunal Pleno, julgamento em 27.2.2014, DJe de 3.4.2014. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE Impõe à Administração Pública o dever de dar transparência a seus atos, tornando-os públicos, do conhecimento de todos. A publicidade é necessária para que os cidadãos e os órgãos competentes possam avaliar e controlar a legalidade, a moralidade, a impessoalidade e todos os demais requisitos que devem informar as atividades do Estado. Nesse sentido a Constituição Federal assegura a todos o direito de receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral no seu art. 5º, XXXIII. Embora a transparência seja a regra, a CF/88 prevê algumas situações em que o princípio da publicidade poderá ser mitigado, como no caso de segurança da sociedade e do Estado e quando a intimidade ou o interesse social o exigirem. Então, o princípio é relativo, pois comporta exceções! OBS: Publicidade não se confunde com publicação de atos administrativos. A publicação refere- se à divulgação em órgãos oficiais e outros meios de imprensa escrita, sendo apenas uma das formas possíveis de dar publicidade aos atos administrativos. Existem diversos outros meios de publicidade, como notificação direta e afixação de avisos. Esse princípio está atrelado ao direito de acesso dos indivíduos às informações de seu interesse e de transparência na atuação da administração pública. Encontramos alguns fundamentos jurídicos na Constituição Federal desse direito, vejamos: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...] TRT-Brasil – Direito Administrativo – Prof. Cristiano de Souza www.acasadoconcurseiro.com.br 19 XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de ta- xas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; LXXII – conceder-se-á "habeas-data": a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; Contudo, como já mencionado, há exceções à publicidade previstas no próprio texto da Constituição Federal, vejamos alguns exemplos: Art. 5º – X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; Art. 5º – XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja IMPRESCINDÍVEL À SEGURANÇA da sociedade e do Estado; OBS: o Inc. XXXIII do art. 5º da CF/88 foi regulamentado pela Lei nº 12.527/11 conhecida como Lei de acesso à Informação. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA O princípio da eficiência exige que a atividade administrativa seja exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional, buscando-se, assim, maior produtividade e redução dos desperdícios de dinheiro público. Hely Lopes Meirelles ensina que o dever de eficiência corresponde ao “dever de boa administração” da doutrina italiana que, embora tenha obtido status constitucional somente a partir da EC 19/1998, desde muito já se achava consagrado entre nós. www.acasadoconcurseiro.com.br20 Na CF/88 podemos destacar alguns exemplos do princípio da eficiência. Vejamos: CF, art. 41 – Exigência de avaliação especial de desempenho para aquisição da estabilidade pelo servidor público e a perda do cargo do servidor estável mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. CF, art. 39, § 2º – Exigência de que os servidores públicos participem de cursos de aperfeiçoamento para que possam ser promovidos na carreira. CF, art. 37, § 8º – Possibilidade de se ampliar a autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta mediante a celebração de contratos de gestão, com a fixação de metas de desempenho. ALGUNS PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS NA CF/88 E RECONHECIDOS PELA DOUTRINA PRINCÍPIO DA FINALIDADE Toda atuação do administrador se destina a atender o interesse público e a garantir a observância das finalidades institucionais por parte das entidades da Administração Indireta. A finalidade pública objetivada pela lei é a única que deve ser perseguida pelo administrador. A lei, ao atribuir competência ao Administrador, tem uma finalidade pública específica. O administrador, praticando o ato fora dos fins, expressa ou implicitamente contidos na norma, pratica DESVIO DE FINALIDADE. PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE e PROPORCIONALIDADE Os poderes concedidos à Administração devem ser exercidos na medida necessária ao atendimento do interesse coletivo, sem exageros. O Direito Administrativo consagra a supremacia do interesse público sobre o particular, mas essa supremacia só é legítima na medida em que os interesses públicos são atendidos. Exige proporcionalidade entre os meios de que se utilize a Administração e os fins que ela tem que alcançar. Portanto, razoabilidade é a escolha do meio mais adequado permitido em lei para alcançar a finalidade pública. Já a proporcionalidade é a definição, em concreto, do quantum a ser aplicado. TRT-Brasil – Direito Administrativo – Prof. Cristiano de Souza www.acasadoconcurseiro.com.br 21 PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE OU DE VERACIDADE: Esse princípio abrange dois aspectos: A. Presunção de veracidade/verdade: diz respeito à certeza dos fatos; presume-se que os atos são verdadeiros. Portanto, de presunção relativa, pois admite prova em contrário. B. Presunção da legalidade: presume-se, até prova em contrário, que todos os atos da Administração Pública são praticados com observância das normas legais pertinentes. Em decorrência da presunção de legitimidade ou de veracidade, os atos administrativos, ainda que eivados de vícios, produzem efeitos imediatos e devem ser cumpridos até que sejam oficialmente invalidados, seja pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário. Ou seja, o ato pode ser perfeito, eficaz e ser declarado nulo no futuro. MOTIVAÇÃO O princípio da motivação impõe à Administração o dever de justificar seus atos, sejam eles vinculados ou discricionários, explicitando as razões que levaram à decisão, os fins buscados por meio daquela solução administrativa e a fundamentação legal adotada. Tanto os atos administrativos vinculados como os discricionários devem ser motivados. Assim, pela motivação, o agente público justifica sua ação indicando os pressupostos de fato e os pressupostos de direito. A motivação permite o controle da legalidade e da moralidade dos atos administrativos, assim como também assegura o exercício da ampla defesa e do contraditório. Conforme ensina Maria Sylvia Di Pietro, a motivação, em regra, não exige formas específicas, podendo ser ou não concomitante com o ato, além de ser feita, muitas vezes por órgão diverso daquele que proferiu a decisão. O que é motivação aliunde? Com previsão no art. 50, §1º da Lei 9.784/1999, a motivação pode consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas que, nesse caso, serão partes integrantes do ato administrativo. Ocorre quando o agente público apenas faz menção aos fundamentos apresentados em pareces ou instruções precedentes, sem repeti-los no documento que formaliza seu ato. Contudo, há certos atos cuja prática dispensa a motivação, a exemplo da exoneração ad nutum (revogável a qualquer tempo de forma unilateral) de um servidor ocupante de cargo em comissão. Outro caso semelhante ocorre na homologação de processo licitatório, uma vez que a lei não exige expressa justificação para a prática desse ato. Por fim, cabe lembrar que a motivação não é mencionada no art. 37 da CF/88, mas está expressamente no art. 93, inciso X, da CF/88. www.acasadoconcurseiro.com.br22 Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: [...] X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros; CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA O princípio da ampla defesa e do contraditório possui previsão no artigo 5º, LV da CF/88, assim como no art. 2º da Lei 9.784/1999. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...] LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; Lei nº 9.784/99 – Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. AUTOTUTELA O poder de autotutela administrativa está consagrado na seguinte Súmula do STF. Súmula STF 473: A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. Por outro lado, o controle de legalidade efetuado pela Administração sobre seus próprios atos não exclui a possibilidade de apreciação desses mesmos atos pelo Poder Judiciário, pois vige o princípio da inafastabilidade da tutela jurisdicional, segundo o qual qualquer lesão ou ameaça a direito poderá ser levada à apreciação do Judiciário. OBS1: A Administração, ao contrário do Judiciário, não precisa ser provocada para anular seus atos ilegais; a Administração pode e deve revê-los de ofício, assim que tomar conhecimento da ilegalidade. TRT-Brasil – Direito Administrativo – Prof. Cristiano de Souza www.acasadoconcurseiro.com.br 23 OBS2: Não é possível que o Poder Judiciário revogue, por conveniência ou oportunidade, um ato praticado pelo Executivo, mas apenas o anule, em caso de ilegalidade. OBS3: Mas quando o Poder Judiciário exerce, de forma atípica, a sua função administrativa, pode revogar seus próprios atos. Nesse caso, o Judiciário não está exercendo função jurisdicional, e sim o poder de autotutela característico da função administrativa. Tal poder encontra limitação prevista no art. 54 da Lei 9.784/99, pelo qual o direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, salvo comprovada má-fé. Depois desse prazo, o exercício da autotutela pela Administração se torna incabível, até mesmo pelo Poder Judiciário. SEGURANÇA JURÍDICA Decorre da necessidade de se estabilizar as situações jurídicas, a fim de que o administrado não seja surpreendido ou agravado pela mudança inesperada de comportamento da Administração, sem respeito às situações formadas e consolidadas no passado. CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO Pelo princípio da continuidade do serviço público, tal atividade prestativa não pode parar. O exemplo prático do princípio está no exercício ao direito de greve na Administração Pública que não é absoluto, devendo ser exercido nos termos e limites definidos em lei específica, ou seja, em lei ordinária que trate especificamente da matéria, conforme art. 37, inc. VII, da CF/88. Como todos os princípios, a continuidade do serviço público também não possui caráter absoluto. Nesse sentido é permitida a paralisação temporária da atividade quando se necessita fazer reparos técnicos ou realizar obras para a melhoria da expansão dos serviços. Na mesma linha de pensamento, é permitida a paralisação temporária da atividade quando o usuário de serviços tarifados deixa de pagar a tarifa devida. Nessa hipótese, os serviços devem ser reestabelecidos tão logo seja quitado o débito. ESPECIALIDADE O princípio da especialidade é ligado à ideia de descentralização administrativa. Assim, o Estado, ao criar pessoas jurídicas púbicas administrativas, como forma de descentralizar a prestação de serviços públicos, faz isso com a finalidade de especialização de funções. Ensina a Professora Di Pietro que, embora esse princípio seja normalmente referido às autarquias, não há razão para negar a sua aplicação quanto às demais pessoas jurídicas, instituídas por intermédio da lei, para integrarem a Administração Pública Indireta, a exemplo das sociedades de economia mista e empresas públicas. Sendo necessariamente criadas ou autorizadas por lei, tais entidades não podem se desviar dos objetivos legalmente definidos. www.acasadoconcurseiro.com.br24 SINDICABILIDADE: O princípio da sindicabilidade refere-se à possibilidade de se controlar as atividades da Administração. Nesse sentido, ser “sindicável” é ser “controlável”. Como sabemos a Administração se sujeita ao controle judicial, ao controle externo, previsto no art. 70 da CF/88, exercido pelo Poder Legislativo com o auxílio dos Tribunais de Contas, e ao controle interno, previsto no art. 74 da CF/88, exercido por órgãos especializados na função controle criados dentro da estrutura organizacional do ente. Por fim, podemos concluir que a sindicabilidade também abrange a autotutela administrativa, pela qual a Administração deve anular e revogar seus atos. www.acasadoconcurseiro.com.br 25 Questões #DEOLHOABERTO – TESTE SEUS CONHECIMENTOS! 1. (2015 – Quadrix – CRESS-PR – Assistente Administrativo) Considere as seguintes afirmativas referen- tes aos princípios informadores da Adminis- tração Pública. I – Segundo dispõe o art. 37, caput, da Constituição Federal, a administração públi- ca direta e indireta de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, deve obedecer aos princí- pios de legalidade, impessoalidade, morali- dade, publicidade e eficiência. II – O princípio da Supremacia do interesse público sobre o interesse particular, embora não esteja expresso no texto constitucional, aplica-se à Administração Pública. III – Um dos princípios caracterizadores do regime jurídico administrativo é o princípio da indisponibilidade do interesse público. Está correto o que se afirma em: a) todas. b) III, somente. c) I e III, somente. d) I, somente. e) I e II, somente. 2. (2015 – CRF-TO – Assistente Administrativo) Nosso ordenamento jurídico, no que diz res- peito à Administração Pública, estabelece princípios que regem a conduta dos agentes públicos. Marque a alternativa que contém, apenas, estes princípios. a) Legalidade, contraditório, livre conven- cimento; b) Motivação, igualdade, proporcionalida- de; c) Moralidade, ampla defesa, interesse público; d) Equidade, razoabilidade, segurança jurí- dica. 3. (2010 – CEPUERJ – DPE-RJ – Médio de De- fensoria Pública) A Administração Pública tem suas ativida- des norteadas tanto por princípios expres- sos na Constituição Federal (art. 37, caput), como por princípios implícitos ou reconhe- cidos. Sobre o tema, é possível afirmar que: a) decorrem do princípio da hierarquia a possibilidade de o superior hierárquico punir os seus subordinados, bem como avocar e delegar atribuições b) segundo o princípio da legalidade admi- nistrativa, a Administração Pública está autorizada a fazer tudo o que a lei não proíba, com vistas a atender ao interes- se público c) por força do princípio da autotutela, a Administração Pública pode revogar atos administrativos eivados de vício de legalidade, e anular aqueles que incon- venientes e/ou inoportunos d) o princípio da eficiência não consta- va do texto original da Constituição da República, tendo sido introduzido pela Emenda Constitucional nº 20/98. Ele impõe ao administrador o dever de eco- nomicidade www.acasadoconcurseiro.com.br26 4. (2015 – CESPE – FUB – Assistente em Admi- nistração) A administração pública é regida por prin- cípios fundamentais que atingem todos os entes da Federação: União, estados, municí- pios e o Distrito Federal. Com relação a esse assunto, julgue o item subsecutivo. A pretexto de atuar eficientemente, é pos- sível que a administração pratique atos não previstos na legislação. ( ) Certo ( ) Errado 5. (2015 – CESPE – FUB – Assistente em Admi- nistração) A administração pública é regida por prin- cípios fundamentais que atingem todos os entes da Federação: União, estados, municí- pios e o Distrito Federal. Com relação a esse assunto, julgue o item subsecutivo. Apesar de o princípio da moralidade exigir que os atos da administração pública sejam de ampla divulgação, veda-se a publicidade de atos que violem a vida privada do cida- dão. ( ) Certo ( ) Errado 6. (2015 – CESPE – TRE-GO – Técnico Judiciário – Área Administrativa) No que se refere ao regime jurídico-admi- nistrativo brasileiro e aos princípios regen- tes da administração pública, julgue o pró- ximo item. O regime jurídico-administrativo brasileiro está fundamentado em dois princípios dos quais todos os demais decorrem, a saber: o princípio da supremacia do interesse públi- co sobre o privado e o princípio da indispo- nibilidade do interesse público. ( ) Certo ( ) Errado 7. (2014 – FUMARC – PC-MG – Investigador de Polícia) Um administrador público, tendo recebido móveis novos para sua Unidade, doou, por conta própria, o mobiliário antigo, ainda em bom estado de conservação, para uma insti- tuição de caridade. É CORRETO afirmar que o princípio da Ad- ministração transgredido pelo dirigente foi o da a) eficiência. b) hierarquia. c) indisponibilidade. d) razoabilidade. 8. (2014 – CESPE – TJ-CE – Técnico Judiciário – Área Judiciária) Com relação aos princípios que fundamen- tam a administração pública, assinale a op- ção correta. a) Pelo princípio da autotutela, a adminis- tração pode, a qualquer tempo, anular os atos eivados de vício de ilegalidade. b) O regime jurídico-administrativo com- preende o conjunto de regras e prin- cípios que norteia a atuação do poder público e o coloca numa posição privile- giada. c) A necessidade da continuidade do ser- viço público é demonstrada, no texto constitucional, quando assegura ao ser- vidor público o exercício irrestrito do di- reito de greve. d) O princípio da motivação dos atos ad- ministrativos, que impõe ao administra- dor o dever de indicar os pressupostos de fato e de direito que determinam a prática do ato, não possui fundamento constitucional. e) A publicidade marca o início da produ- ção dos efeitos do ato administrativo e, em determinados casos, obriga ao ad- ministrado seu cumprimento. www.acasadoconcurseiro.com.br 27 TRT-Brasil – Direito Administrativo – Prof. Cristiano de Souza 9. (2014 – COPEVE-UFAL – Técnico de Labora- tório – Anatomia e Necropsia) São exemplos de prerrogativas decorrentes do princípio da supremacia do interesse pú- blico sobre os interesses particulares: a) desapropriação e extinção unilateral de contratos administrativos. b) obrigatoriedade de licitar e privilégios processuais. c) conclusão de contratos e realização de obras. d) direito de ação e imperatividade dos atos. e) sujeição a controle e poder discricioná- rio. 10. (2014 – FCC – TRT – 16ª REGIÃO (MA) – Téc- nico Judiciário – Área Administrativa) Em julgamento proferido pelo Supremo Tri- bunal Federal, a Corte Suprema firmou en- tendimento no sentido de que assessor de Juiz ou de Desembargador tem incompati- bilidade para o exercício da advocacia. Ao fundamentar sua decisão, a Corte explanou que tal incompatibilidade assenta-se, so- bretudo, em um dos princípios básicos que regem a atuação administrativa. Trata-se do princípio da a) supremacia do interesse privado. b) publicidade. c) proporcionalidade. d) moralidade. e) presunção de veracidade. 11. (2013 – FUNCAB – Prefeitura de Vassouras – RJ – Fiscal de Posturas) Segundo Marçal Justen Filho, “a supremacia do interesse público significa sua superiori- dade sobre os demais interesses existentes na sociedade. Os interesses privados não podem prevalecer sobre o interesse públi- co." Assinale o procedimento abaixo que melhor denota a aplicação desse princípio. a) Permuta. b) Dação. c) Desapropriação. d) Imputação. e) Novação. 12. (2013 – FCC – MPE-SE – Técnico Administra- tivo) Os princípios básicos da Administração pú- blica podem ser expressos ou implícitos, sendo estes reconhecidos a partir da inter- pretação da doutrina e jurisprudência, im- pondo determinados padrões e balizas para atuação da Administração pública. Dentre eles, está o princípio da indisponibilidade do interesse público que a) prevalece sobre os demais princípios implícitos e explícitos, mitigando o pró- prio princípio da legalidade, na medida em que faculta ao Gestor Público, até mesmo por ato administrativo, afastar a aplicação de lei que o autorize a tran- sigir, por ofensa à indisponibilidade do interesse público. b) determina que os interesses privados não possam se sobrepor ao interesse público, inviabilizando que as matérias de conteúdo patrimonial, sob litígio durante a execução de um contrato de concessão de serviço público, sejam submetidas e decididas por mecanis- mos privados para resolução de dispu- tas. c) impede a celebração de termos de ajus- tamento de conduta com a Administra- ção pública, já que exclui a possibilidade de negociação de seu conteúdo entre os partícipes, sob pena de ofensa à legali- dade. d) é uma das facetas do princípio da lici- tação, ao lado do princípio expresso da impessoalidade, evitando privilégios e favorecimentos direcionados àqueles que possam não executar o objeto da contratação satisfatoriamente. e) fundamenta o sacrifício ao exercício de competências atribuídas por lei à Admi- nistração pública, como a instalação de infraestrutura rodoviária sobre área ir- www.acasadoconcurseiro.com.br28 regularmente ocupada por movimento de sem-teto. 13. (2013 – FCC – MPE-AM – Agente de Apoio – Administrativo) A respeito dos princípios aplicáveis à Admi- nistração pública, é correto afirmar que a) o princípio da legalidade impede a edi- ção de atos discricionários que pres- supõem a avaliação de conveniência e oportunidade b) a supremacia do interesse público so- bre o privado autoriza o afastamento do princípio da legalidade. c) o princípio da eficiência, introduzido pela Emenda Constitucional no 19/98, afasta a necessidade de concurso pú- blico para admissões por sociedades de economia mista. d) o princípio da segurança jurídica impe- de a Administração de anular os atos que já tenham produzido efeito contra terceiros. e) o princípio da moralidade administrati- va não se resume a observância dos re- quisitos legais para a prática do ato ad- ministrativo. 14. (2013 – CESPE – MC – Todos os Cargos) A respeito dos princípios básicos da admi- nistração e dos poderes da administração, julgue o item subsequente. Nos casos de desapropriação e do exercício do poder de polícia do Estado, constata-se nitidamente a aplicação do princípio da su- premacia do interesse público sobre o priva- do. ( ) Certo ( ) Errado 15. (2013 – CESPE – MJ – Todos os Cargos) Com relação ao direito administrativo, jul- gue o item a seguir. Os princípios fundamentais orientadores de toda a atividade da administração pública encontram-se explicitamente no texto da Constituição Federal, como é o caso do prin- cípio da supremacia do interesse público. ( ) Certo ( ) Errado 16. (2013 – FGV – SEGEP-MA – Agente Peniten- ciário) "Princípios administrativos são os postula- dos fundamentais que inspiram todo o modo de agir da administração pública. Represen- tam cânones pré-normativos, norteando a conduta do Estado quando no exercício de atividades administrativas." (Carvalho Fi- lho, J . S., 2012). Tendo em conta a existência de princípios expressos e também dos chamados princí- pios implícitos ou reconhecidos, assinale a alternativa que apresenta somente princí- pios implícitos ou reconhecidos. a) Razoabilidade, publicidade e autotutela. b) Continuidade do serviço público, supre- macia do interesse público e segurança jurídica. c) Eficiência, indisponibilidade do interes- se público e segurança jurídica. d) Moralidade, proporcionalidade e indis- ponibilidade do interesse público. e) Publicidade, autotutela e proporcionali- dade. 17. (2013 – Quadrix – CRF-RS – Agente Adminis- trativo) A Administração Pública, tanto a direta como a indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados-Membros, do Distrito Federal e dos Municípios, deve orientar-se não só pelos princípios expressos pelo art. 37 da Constituição de nosso país, como tam- www.acasadoconcurseiro.com.br 29 TRT-Brasil – Direito Administrativo – Prof. Cristiano de Souza bém por outros espalhados pelas Leis que disciplinam a atuação do Estado. O Estado, no exercício de suas funções, desenvolve uma grande variedade de atividades para atender aos reclamos da sociedade. Nessa atuação da administração pública podem surgir situações em que os interesses públi- cos irão chocar-se com interesses privados. Quando há interesses privados patrimo- niais afetados, estes devem ser indenizados. Como exemplos práticos podem ser citados a desapropriação, a servidão administrativa, a requisição, o serviço militar obrigatório e a rescisão, e a modificação unilateral de con- tratos administrativos pela Administração Pública. Em tais situações, os interesses pú- blicos devem prevalecer sobre os interesses privados. O princípio que orienta essas situ- ações é conhecido por: a) Princípio da Legalidade. b) Princípio da Impessoalidade. c) Princípio da Indisponibilidade. d) Princípio da Supremacia do Interesse Público. e) Princípio da Finalidade. 18. (2013 – CESPE – TRT – 10ª REGIÃO (DF e TO) – Técnico Judiciário – Administrativo) A respeito das convergências e diferenças entre a gestão pública e a gestão privada, julgue os itens que se seguem. Diferentemente das organizações privadas, as organizações públicas são regidas pela supremacia do interesse público e pela obri- gação da continuidade da prestação do ser- viço público. ( ) Certo ( ) Errado 19. (2011 – PONTUA – TRE-SC – Técnico Judiciá- rio – Área Administrativa) Quanto à Atividade Administrativa, analise os itens abaixo: I – A função administrativa é o conjunto de poderes jurídicos destinados a promover a satisfação de interesses essenciais, relacio- nados com a promoção de direitos funda- mentais, cujo desempenho exige uma or- ganização estável e permanente, que se faz sob o regime jurídico infralegal e submetido ao controle jurisdicional. II – Na administração pública, as ordens e instruções de como administrar as coisas que são confiadas ao administrador estão concretizadas nas leis, regulamentos e atos especiais, dentro da moral da instituição. Daí o dever indeclinável de o administrador público agir segundo os preceitos do Direito e da Moral administrativa, porque tais pre- ceitos é que expressam a vontade do titular dos intereses administrativos – o povo – e condicionam os atos a serem praticados no desempenho do múnus público que lhe é confiado. III – Para que a Administração possa realizar o conjunto das atividades que lhe cabem, no cumprimento de seu papel na vida coletiva, o ordenamento lhe confere poderes. IV – Caracteriza a essência da função: o exercício do poder preordenado a um fim. Na função, o exercício do poder não é li- vre, mas, pela impossibilidade de separá-lo de um fim, apresenta-se inevitavelmente condicionado a requisitos que justificam a atuação e orientam seu concreto desenvol- vimento. Na função, o dever surge como elemento misto ao poder e, desse modo, a Administração concretiza, na sua atuação, o poder conferido pela norma, para atendi- mento de um fim. Está(ão) CORRETO(S): a) Apenas o item I. b) Apenas o item III. c) Apenas os itens I e II. d) Todos os itens. www.acasadoconcurseiro.com.br30 20. (2011 – CESPE – PC-ES – Escrivão de Polícia) Considerando os princípios e as normas sobre processo administrativo, julgue o se- guinte item. Os princípios que informam o processo ad- ministrativo são os mesmos que informam o processo judicial, aplicando-se, com a mes- ma intensidade, em um e outro processo. ( ) Certo ( ) Errado Gabarito: 1. A 2. C 3. A 4. E 5. E 6. C 7. C 8. B 9. A 10. D 11. C 12. D 13. E 14. C 15. E 16. B 17. D 18. C 19. D 20. E www.acasadoconcurseiro.com.br 31 Módulo 2 CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 CAPÍTULO VII DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Seção I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação da EC 19/1998) “A nomeação de cônjuge, companheiro, ou parente, em linha reta, colateral ou por afinidade, até o 3º grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a CF.” (Súmula vinculante 13) "A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos, ou revogá- los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial." (Súmula 473.) "A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos." (Súmula 346.) “Servidor efetivo do Poder Executivo, que exerce função comissionada em Tribunal, ao qual seu irmão é vinculado como juiz. (...) Não se faz necessária comprovação de ‘vínculo de amizade ou troca de favores’ entre o irmão do impetrante e o desembargador federal de quem é assistente processual, pois é a análise objetiva da situação de parentesco entre o servidor e a pessoa nomeada para exercício de cargo em comissão ou de confiança na mesma pessoa jurídica da administração pública que configura a situação de nepotismo vedada, originariamente, pela CR.” (MS 27.945, rel. min. Cármen Lúcia, julgamento em 26-8-2014, Segunda Turma, DJE de 4-9-2014.) “Competência do CNMP para promover a fiscalização dos princípios constitucionais da administração pública, consagrados no art. 37, caput, da www.acasadoconcurseiro.com.br32 CF, entre eles o princípio da moralidade, que rege a vedação ao nepotismo. É inexequível a precisão dos interesses públicos e privados envolvidos, ressalvando-se, ademais, a obrigatoriedade de o poder público pautar seus atos pelo respeito aos princípios da administração pública, em especial, no caso dos autos, aos da legalidade e da impessoalidade (art. 37, caput, da CF/1988). A edição de atos regulamentares ou vinculantes por autoridade competente para a orientação da atuação dos demais órgãos ou entidades a ela vinculados quanto à configuração do nepotismo não retira a possibilidade de, em cada caso concreto, proceder-se à avaliação das circunstâncias à luz do art. 37, caput, da CF/1988.” (MS 31.697, rel. min. Dias Toffoli, julgamento em 11-3-2014, Primeira Turma, DJE de 2-4-2014.) “Em atenção (...) aos princípios da impessoalidade e isonomia, que regem a admissão por concurso publico, a dispensa do empregado de empresas públicas e sociedades de economia mista que prestam serviços públicos deve ser motivada, assegurando-se, assim, que tais princípios, observados no momento daquela admissão, sejam também respeitados por ocasião da dispensa. A motivação do ato de dispensa, assim, visa a resguardar o empregado de uma possível quebra do postulado da impessoalidade por parte do agente estatal investido do poder de demitir. Recurso extraordinário parcialmente provido para afastar a aplicação, ao caso, do art. 41 da CF, exigindo-se, entretanto, a motivação para legitimar a rescisão unilateral do contrato de trabalho.” (RE 589.998, rel. min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 20-3-2013, Plenário, DJE de 12-9-2013, com repercussão geral.) “(...) esta Corte firmou o entendimento de que é imprescindível a comprovação da má-fé do administrado para a configuração do dever de ressarcimento de valores indevidamente recebidos por erro da administração.” (ARE 696.316, rel. min. Joaquim Barbosa, decisão monocrática, julgamento em 10-8-2012, DJE de 16-8-2012.) “(...) configurada a prática de nepotismo cruzado, tendo em vista que a assessora nomeada pelo impetrante para exercer cargo em comissão no TRT 17ª Região, sediado em Vitória/ES, é nora do magistrado que nomeou a esposa do impetrante para cargo em comissão no TRT 1ª Região, sediado no Rio de Janeiro/RJ. A nomeação para o cargo de assessor do impetrante é ato formalmente lícito. Contudo, no momento em que é apurada a finalidade contrária ao interesse público, qual seja, uma troca de favores entre membros do Judiciário, o ato deve ser invalidado, por violação ao princípio da moralidade administrativa e por estar caracterizada a sua ilegalidade, por desvio de finalidade.” (MS 24.020 Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 6-3-2012, Segunda Turma, DJE de 13-6-2012.) “Servidor público. Remoção. Discricionariedade da administração. Ausência de ilegalidade ou abuso.” (RMS 27.167, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 25-10-2011, Primeira Turma, DJE de 30-11-2011.) “Direito à informação de atos estatais, neles embutida a folha de pagamento de órgãos e entidades públicas. (...) Caso em que a situação específica dos servidores públicos é regida pela 1ª parte do inciso XXXIII do art. 5º da Constituição. Sua remuneração bruta, cargos e funções por eles titularizados, órgãos de sua formal lotação, tudo é constitutivo de informação de interesse coletivo ou geral. Expondo-se, portanto, a divulgação oficial. Sem que a TRT-Brasil – Direito Administrativo – Prof. Cristiano de Souza www.acasadoconcurseiro.com.br 33 intimidade deles, vida privada e segurança pessoal e familiar se encaixem nas exceções de que trata a parte derradeira do mesmo dispositivo constitucional (inciso XXXIII do art. 5º), pois o fato é que não estão em jogo nem a segurança do Estado nem do conjunto da sociedade. Não cabe, no caso, falar de intimidade ou de vida privada, pois os dados objeto da divulgação em causa dizem respeito a agentes públicos enquanto agentes públicos mesmos; ou, na linguagem da própria Constituição, agentes estatais agindo ‘nessa qualidade’ (§ 6º do art. 37). E quanto à segurança física ou corporal dos servidores, seja pessoal, seja familiarmente, claro que ela resultará um tanto ou quanto fragilizada com a divulgação nominalizada dos dados em debate, mas é um tipo de risco pessoal e familiar que se atenua com a proibição de se revelar o endereço residencial, o CPF e a CI de cada servidor. No mais, é o preço que se paga pela opção por uma carreira pública no seio de um Estado republicano. A prevalência do princípio da publicidade administrativa outra coisa não é senão um dos mais altaneiros modos de concretizar a República enquanto forma de governo. Se, por um lado, há um necessário modo republicano de administrar o Estado brasileiro, de outra parte é a cidadania mesma que tem o direito de ver o seu Estado republicanamente administrado. O ‘como’ se administra a coisa pública a preponderar sobre o ‘quem’ administra – falaria Norberto Bobbio –, e o fato é que esse modo público de gerir a máquina estatal é elemento conceitual da nossa República. O olho e a pálpebra da nossa fisionomia constitucional republicana. A negativa de prevalência do princípio da publicidade administrativa implicaria, no caso, inadmissível situação de grave lesão à ordem pública.” (SS 3.902-AgR-segundo, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 9-6-2011, Plenário, DJE de 3-10- 2011.) “(...) a jurisprudência do STF assentou ser possível o controle de legalidade dos atos administrativos pelo Poder Judiciário.” (AI 796.832-AgR, voto da Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 1º-2-2011, Primeira Turma, DJE de 23- 2-2011.) No mesmo sentido: ARE 757.716-AgR, rel. min. Celso de Mello, julgamento em 27-8-2013, Segunda Turma, DJE de 7-10-2013. Vide: RMS 24.699, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 30-11-2004, Primeira Turma, DJ de 1-7-2005. “(...) pode a CGU fiscalizar a aplicação de dinheiro da União onde quer que ele esteja sendo aplicado, isto é, se houver um repasse de verbas federais a um Município, ele pode ser objeto de fiscalização no tocante à sua aplicação. (...) ressalto que a fiscalização operada pela CGU é realizada de forma aleatória – dada a impossibilidade fática de controlar as verbas repassadas a todos os Municípios brasileiros –, por meio de sorteios públicos, efetuados mensalmente pela CEF, a partir dos mesmos equipamentos empregados nas loterias, sem que nisso haja qualquer ilegalidade ou inconstitucionalidade, que inclusive, atende ao princípio da impessoalidade abrigado no art. 37 da CF.” (RMS 25.943, voto do Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 24-11-2010, Plenário, DJE de 2-3-2011.) “A Administração Pública tem o direito de anular seus próprios atos, quando ilegais, ou revogá-los por motivos de conveniência e oportunidade [Súmulas 346 e 473, STF]. O prazo decadencial estabelecido no art. 54 da Lei 9.784/1999 conta-se a partir da sua vigência [1º-2-1999], vedada a aplicação retroativa do preceito para limitar a liberdade da Administração Pública.” (RMS 25.856, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 9-3-2010, Segunda Turma, DJE de 14-5- 2010.) www.acasadoconcurseiro.com.br34 "Nomeação de irmão de Governador de Estado. Cargo de Secretário de Estado. Nepotismo. Súmula vinculante 13. Inaplicabilidade ao caso. Cargo de natureza política. Agente político. Entendimento firmado no julgamento do RE 579.951/RN. Ocorrência da fumaça do bom direito. Impossibilidade de submissão do reclamante, Secretário Estadual de Transporte, agente político, às hipóteses expressamente elencadas na Súmula vinculante 13, por se tratar de cargo de natureza política. Existência de precedente do Plenário do Tribunal: RE 579.951/RN, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJE de 12-9-2008. Ocorrência da fumaça do bom direito." (Rcl 6.650-MC-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 16-10-2008, Plenário, DJE de 21-11-2008.) "Administração pública. Vedação nepotismo. Necessidade de lei formal. Inexigibilidade. Proibição que decorre do art. 37, caput, da CF. (...) Embora restrita ao âmbito do Judiciário, a Resolução 7/2005 do Conselho Nacional da Justiça, a prática do nepotismo nos demais Poderes é ilícita. A vedação do nepotismo não exige a edição de lei formal para coibir a prática. Proibição que decorre diretamente dos princípios contidos no art. 37, caput, da CF. Precedentes. Recuro extraordinário conhecido e parcialmente provido para anular a nomeação do servidor, aparentado com agente político, ocupante de cargo em comissão." (RE 579.951, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 20-8-2008, Plenário, DJE de 24-10-2008, com repercussão geral.) No mesmo sentido: ADI 3.745, rel. min. Dias Toffoli, julgamento em 15-5-2013, Plenário, DJE de 1º-8-2013. "Princípio da moralidade. Ética da legalidade e moralidade. Confinamento do princípio da moralidade ao âmbito da ética da legalidade, que não pode ser ultrapassada, sob pena de dissolução do próprio sistema. Desvio de poder ou de finalidade." (ADI 3.026, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 8-6-2006, Plenário, DJ de 29-9-2006.) "A teoria do fato consumado não se caracteriza como matéria infraconstitucional, pois em diversas oportunidades esta Corte manifestou- se pela aplicação do princípio da segurança jurídica em atos administrativos inválidos, como subprincípio do Estado de Direito, tal como nos julgamentos do MS 24.268, DJ de 17-9-2004 e do MS 22.357, DJ de 5- 11-2004, ambos por mim relatados. No entanto, no presente caso, não se pode invocar a teoria do fato consumado sob o manto da segurança jurídica. A aplicação desta teoria enfrenta temperamentos neste Tribunal." (RE 462.909-AgR, voto do Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 4-4-2006, Segunda Turma, DJ de 12-5-2006.) I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação da EC 19/1998) "Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público." (Súmula 686.) "O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido." (Súmula 683.) "Não é admissível, por ato administrativo, restringir, em razão da idade, inscrição em concurso para cargo público." (Súmula 14.) TRT-Brasil – Direito Administrativo – Prof. Cristiano de Souza www.acasadoconcurseiro.com.br 35 “Concurso público. Policial civil. Limite de idade. (...) A comprovação do requisito etário estabelecido na lei deve ocorrer no momento da inscrição no certame, e não no momento da inscrição do curso de formação” (ARE 685.870-AgR, rel. min. Cármen Lúcia, julgamento em 17-12-2013, Segunda Turma, DJE de 12-2-2014.) No mesmo sentido: ARE 758.596-AgR, rel. min. Roberto Barroso, julgamento em 19-8-2014, Primeira Turma, DJE de 4-9- 2014. “Edital que prevê apresentação de documentos que comprove o preenchimento dos requisitos em momento posterior à nomeação e antes da posse. Candidato que não preenche determinado requisito. Não configurado o direito à posse.” (RE 613.376-ED, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 13-12-2011, Segunda Turma, DJE de 17-2-2012.) “Concurso público. Reprovação em exame médico. Necessidade de avaliação mediante critérios objetivos. (...) A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que devem estar previstos no edital os critérios objetivos do exame médico.” (AI 850.638-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 11-10-2011, Segunda Turma, DJE de 25- 10-2011.) “Estrangeiro. Acesso ao cargo de professor da rede de ensino do Estado de Roraima. Ausência de norma regulamentadora. Art. 37, I, da CF/1988. Por não ser a norma regulamentadora de que trata o art. 37, I, da Constituição do Brasil matéria reservada à competência privativa da União, deve ser de iniciativa dos Estados-membros.” (AI 590.663-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 15-12-2009, Segunda Turma, DJE de 12-2-2010). Vide: RE 544.655-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 9-9-2008, Segunda Turma, DJE de 10-10-2008. “A exigência de experiência profissional prevista apenas em edital importa em ofensa constitucional.” (RE 558.833-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 8-9-2009, Segunda Turma, DJE de 25-9-2009.) "Constitucional. Concurso público para cargo de técnico de provimento de apoio. Exigência de três anos de habilitação. Inexistência de previsão constitucional. Segurança concedida. O que importa para o cumprimento da finalidade da lei é a existência da habilitação plena no ato da posse. A exigência de habilitação para o exercício do cargo objeto do certame dar-se-á no ato da posse e não da inscrição do concurso." (MS 26.668, MS 26.673 e MS 26.810, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 15-4-2009, Plenário, DJE de 29-5-2009.) No mesmo sentido: MS 26.862, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 15-4-2009, Plenário, DJE de 22-5-2009. “Estrangeiro. Acesso ao serviço público. Art. 37, I, da CF/1988. O Supremo Tribunal Federal fixou entendimento no sentido de que o art. 37, I, da Constituição do Brasil [redação após a EC 19/1998], consubstancia, relativamente ao acesso aos cargos públicos por estrangeiros, preceito constitucional dotado de eficácia limitada, dependendo de regulamentação para produzir efeitos, sendo assim, não autoaplicável.” (RE 544.655-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 9-9-2008, Segunda Turma, DJE de 10- 10-2008.) No mesmo sentido: RE 602.912-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 9-11-2010, Primeira Turma, DJE de 2-12-2010. Vide: RE 346.180-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 14-6-2011, Segunda www.acasadoconcurseiro.com.br36 Turma, DJE de 1º-8-2011; AI 590.663-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 15-12-2009, Segunda Turma, DJE de 12-2-2010. "Concurso público: além da necessidade de lei formal prevendo-o como requisito para o ingresso no serviço público, o exame psicotécnico depende de um grau mínimo de objetividade e de publicidade dos atos em que se desdobra: precedentes." (RE 417.019-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 14-8-2007, Primeira Turma, DJ de 14- 9-2007.) No mesmo sentido: AI 758.533-QO-RG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 23-6- 2010, Plenário, DJE de 13-8-2010, com repercussão geral. "O exame psicotécnico, especialmente quando possuir natureza eliminatória, deve revestir-se de rigor científico, submetendo-se, em sua realização, à observância de critérios técnicos que propiciem base objetiva destinada a viabilizar o controle jurisdicional da legalidade, da correção e da razoabilidade dos parâmetros norteadores da formulação e das conclusões resultantes dos testes psicológicos, sob pena de frustrar-se, de modo ilegítimo, o exercício, pelo candidato, da garantia de acesso ao Poder Judiciário, na hipótese de lesão a direito. Precedentes." (AI 625.617-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 19-6-2007, Segunda Turma, DJ de 3-8-2007.) II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; (Redação da EC 19/1998) "É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido." (Súmula 685) "É inconstitucional o veto não motivado à participação de candidato a concurso público." (Súmula 684) "A nomeação de funcionário sem concurso pode ser desfeita antes da posse." (Súmula 17) "Funcionário nomeado por concurso tem direito à posse." (Súmula 16) "Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem direito à nomeação, quando o cargo for preenchido sem observância da classificação." (Súmula 15) “Concurso público. Edital. Cláusulas de barreira. Alegação de violação aos arts. 5º, caput; e 37, I, da CF. Regras restritivas em editais de concurso público, quando fundadas em critérios objetivos relacionados ao desempenho meritório do candidato, não ferem o princípio da isonomia. As cláusulas de barreira em concurso público, para seleção dos candidatos mais bem classificados, têm amparo constitucional.” (RE 635.739, rel. min. Gilmar Mendes, julgamento em 19-2-2014, Plenário, DJE de 3-10-2014, com repercussão geral). “É importante destacar o que decidido na origem. O Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais não disse do impedimento de proceder-se à exoneração de servidora ocupante meramente de cargo em comissão. Ressaltou, isso sim, a inviabilidade de fazê-lo no curso de licença médica para TRT-Brasil – Direito Administrativo – Prof. Cristiano de Souza www.acasadoconcurseiro.com.br 37 tratamento de câncer, presente a estabilidade provisória. Daí a pertinência dos precedentes mencionados na decisão impugnada. Em momento algum, o deslinde da controvérsia implicou violação à Carta da República, no que prevista, no art. 37, cabeça e inciso II, a necessidade de prévia aprovação em concurso público para o provimento de cargo efetivo. Apenas ficou postergada, para o término da licença destinada a tratamento da saúde, a decisão quanto à exoneração da servidora.” (AI 759.882-AgR, voto do rel. min. Marco Aurélio, julgamento em 10-12-2013, Primeira Turma, DJE de 3-2- 2014.) “Viola a CF o enquadramento de servidor, sem concurso público, em cargo diverso daquele de que é titular. Mesmo antes da CF de 1988, o STF tinha entendimento firmado no sentido da impossibilidade de convalidação da situação do servidor em desvio de função, seja para efetivá-lo no cargo ou para lhe deferir o pagamento da diferença remuneratória correspondente. (...) O fato de ocorrer o desvio de função não autoriza o enquadramento do servidor público em cargo diverso daquele em que foi inicialmente investido, mormente quando esses cargos não estão compreendidos em uma mesma carreira.” (AR 2.137-AgR, rel. min. Dias Toffoli, julgamento em 19-9-2013, Plenário, DJE de 26-11-2013.) "A anulação, por via judicial, de questões de prova objetiva de concurso público, com vistas à habilitação para participação em fase posterior do certame, pressupõe a demonstração de que o impetrante estaria habilitado à etapa seguinte caso essa anulação fosse estendida à totalidade dos candidatos, mercê dos princípios constitucionais da isonomia, da impessoalidade e da eficiência. O Poder Judiciário é incompetente para, substituindo-se à banca examinadora de concurso público, reexaminar o conteúdo das questões formuladas e os critérios de correção das provas, consoante pacificado na jurisprudência do STF. (...) ressalvadas as hipóteses em que restar configurado, tal como in casu, o erro grosseiro no gabarito apresentado, porquanto caracterizada a ilegalidade do ato praticado pela administração pública. Sucede que o impetrante comprovou que, na hipótese de anulação das questões impugnadas para todos os candidatos, alcançaria classificação, nos termos do edital, habilitando-o a prestar a fase seguinte do concurso, mediante a apresentação de prova documental obtida junto à comissão organizadora no exercício do direito de requerer certidões previsto no art. 5º, XXXIV, b, da CF, prova que foi juntada em razão de certidão fornecida pela instituição realizadora do concurso público." (MS 30.859, rel. min. Luiz Fux, julgamento em 28-8-2012, Primeira Turma, DJE de 24-10-2012.) “Ambas as Turmas desta Corte já se manifestaram pela admissibilidade do controle jurisdicional da legalidade do concurso público quando verificado o descompasso entre as questões de prova e o programa descrito no edital, que é a lei do certame. (...) Inexistência de direito líquido e certo a ser protegido quando constatado que os temas abordados nas questões impugnadas da prova escrita objetiva aplicada aos candidatos estão rigorosamente circunscritos às matérias descritas no programa definido para o certame.” (MS 30.894, rel min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 8-5- 2012, Segunda Turma, DJE de 24-9-2012.) No mesmo sentido: MS 30.860, rel. min. Luiz Fux, julgamento em 28-8-2012, Primeira Turma, DJE de 6-11- 2012. www.acasadoconcurseiro.com.br38 “Concurso público. Princípio da legalidade. Edital. Etapas. As etapas do concurso prescindem de disposição expressa em lei no sentido formal e material, sendo suficientes a previsão no edital e o nexo de causalidade consideradas as atribuições do cargo.” (MS 30.177, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 24-4-2012, Primeira Turma, DJE de 17-5- 2012.) III – o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período; IV – durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira; “A contratação precária para o exercício de atribuições de cargo efetivo durante o prazo de validade do concurso público respectivo traduz preterição dos candidatos aprovados e confere a esses últimos direito subjetivo à nomeação.” (RE 733.596-AgR, rel. min. Luiz Fux, julgamento em 11-2-2014, Primeira Turma, DJE de 26-2-2014.) No mesmo sentido: AI 788.628-AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 16-10-2012, Segunda Turma, DJE de 8-11- 2012; RE 474.657-ED, rel. min. Cármen Lúcia, julgamento em 1º-2- 2011, Primeira Turma, DJE de 14-3-2011. “Concurso público. Candidata aprovada, inicialmente, fora das vagas do edital. Desistência dos candidatos mais bem classificados. Direito a ser nomeada para ocupar a única vaga prevista no edital de convocação. Precedentes. O Tribunal de origem assentou que, com a desistência dos dois candidatos mais bem classificados para o preenchimento da única vaga prevista no instrumento convocatório, a ora agravada, classificada inicialmente em 3º lugar, tornava-se a primeira, na ordem classificatória, tendo, assim, assegurado o seu direito de ser convocada para assumir a referida vaga. Não se tratando de surgimento de vaga, seja por lei nova ou vacância, mas de vaga já prevista no edital do certame, aplica-se ao caso o que decidido pelo Plenário da Corte, o qual, ao apreciar o mérito do RE 598.099/MS-RG, rel. min. Gilmar Mendes, concluiu que o candidato aprovado em concurso público dentro do número de vagas previstas no edital tem direito subjetivo à nomeação.” (ARE 661.760-AgR, rel. min. Dias Toffoli, julgamento em 3-9- 2013, Primeira Turma, DJE de 29-10-2013.) Vide: RE 598.099, rel. min. Gilmar Mendes, julgamento em 10-8-2011, Plenário, DJE de 3-10-2011, com repercussão geral. “Concurso público. Terceirização de vaga. Preterição de candidatos aprovados. Direito à nomeação. (...) Uma vez comprovada a existência da vaga, sendo esta preenchida, ainda que precariamente, fica caracterizada a preterição do candidato aprovado em concurso.” (AI 777.644-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 20-4-2010, Segunda Turma, DJE de 14-5-2010.) No mesmo sentido: ARE 694.769-AgR, rel. min. Celso de Mello, julgamento em 28-8-2012, Segunda Turma, DJE de 21-9-2012; ARE 649.046-AgR, rel. min. Luiz Fux, julgamento em 28-8-2012, Primeira Turma, DJE de 13-9-2012; AI 820.065-AgR, rel. min. Rosa Weber, julgamento em 21-8-2012, Primeira Turma, DJE de 5-9- 2012; AI 777.569-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 7-2-2012, Primeira Turma, DJE de 16-3-2012; ARE 646.080-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 6-12-2011, Primeira Turma, DJE de 6-2-2012; AI 776.070-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 22-2-2011, Segunda TRT-Brasil – Direito Administrativo – Prof. Cristiano de Souza www.acasadoconcurseiro.com.br 39 Turma, DJE de 22-3-2011. Vide: RE 474.657-ED, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 1º-2-2011, Primeira Turma, DJE de 14-3-2011. “Concurso público. Candidatos aprovados, mas não classificados. Preferência de nomeação em relação a classificados em concurso posterior. Impossibilidade. Súmula 15 do STF. Reexame de fatos e de provas. O aprovado não classificado em concurso público não tem preferência de nomeação em relação a aprovado em concurso posterior, mesmo que este tenha sido realizado no prazo de validade do certame anterior. Reexame de fatos e provas.” (AI 711.504-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 10-6- 2008, Segunda Turma, DJE de 27-6-2008.) "A aprovação em concurso não gera direito à nomeação, constituindo mera expectativa de direito. Esse direito somente surgirá se for nomeado candidato não aprovado no concurso ou se houver o preenchimento de vaga sem observância de classificação do candidato aprovado." (MS 21.870, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 7-10-1994, Plenário, DJ de 19-12- 1994.) No mesmo sentido: AI 452.831-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 15-2- 2005, Primeira Turma, DJ de 11-3-2005; RE 421.938, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 9-5- 2006, Primeira Turma, DJ de 2-2-2006. Vide: AI 777.644-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 20-4- 2010, Segunda Turma, DJE de 14-5-2010. V – as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento; (Redação da EC 19/1998)
Compartilhar