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Thiago Borges - Civil II

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Fato Jurídico
O fato jurídico é um acontecimento, é um fenômeno que produz uma manifestação perceptível no mundo da vida, mas nem todos esses fatos produzem manifestação no mundo do direito.
A descrição do fato muda de acordo com cada individuo, mas eu posso orientar essa descrição para que elas se assemelhem. Nessa orientação o homem seleciona os elementos do fato que interessaao direito.
Exemplo: em uma sala de aula o que importa para o direito é que as partes cumpram o contrato acordado, ou seja, que a faculdade forneça o local, o professor dê a aula e o aluno estude.
A norma é uma criação cultural composta por dói elementos:
Preceito:
Que se refere a descrição hipotética e genérica do fato.
Prescrição:
Se refere a conseqüência jurídica esperada diante daquele fato, o dever ser.
Exemplo: passar no sinal vermelho é preceito, receber uma multa é prescrição.
Fato do mundo da vida Norma Jurídica Fato Jurídico
O fato do mundo da vida só tem incidência na norma jurídica se se tornando um fato jurídico. Uma norma completa possui preceito e prescrição.
Exemplo: Artigo 1.233: quem quer que ache coisa perdida há de restituir ao dono ou ao possuidor. O fato é alguém encontrar uma coisa perdida, esse é o preceito, ou seja, o fato que a norma esta pretendendo regular é o fato de alguém encontrar coisa alheia perdida. Se esse fato acontecer haverá uma prescrição, que é restituir ao legitimo dono ou o possuidor. Então esse dispositivo é uma norma completa, já que tem preceito e prescrição.
Exemplo: Artigo 186: aquele que por ação ou omissão voluntaria, negligencia ou imprudência causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Esse artigo só tem um preceito, ele não traz uma prescrição, já que não há conseqüências jurídicas. Assim um artigo necessariamente não é uma norma.
Exemplo: Artigo 927: aquele que por ato ilícito artigo 186 e 187 causar dano a outrem fica obrigado a repará-lo. Aqui esta a prescrição. A norma é a junção dos artigos 186 e 927.
A norma sempre traz, ao estabelecer o preceito e a prescrição, uma carga valorativa, cabe a nós ter a percepção, já que ela não em explicita. Quando a Eli diz: quem quer que ache coisa perdida há de restituir ao legitimo dono ou possuidor, o valor que esta por traz é o valor da propriedade, assim esta fortalecendo esse direito.
O direito é linguagem, e a linguagem é muito limitada, por isso precisamos da interpretação, que indica o sentido que vai ser dado ao preceito em casa caso, em casa situação. Ou seja, quando a lei estabelece uma situação (fato) hipotética, ele esta fazendo uma tentativa, quase sempre frustrada de descrever o fato, porque o limite da linguagem sempre se impõe, então é necessário a interpretação para empregar o sentido que a norma tentou delimitar pela descrição do fato. A interpretação é uma tentativa de determinar os elementos factuais fundamentais para o direito.
Exemplo: os elementos do preceito do artigo 1.233 são o sujeito (pessoa), objeto, o fato (achar) e o direito de propriedade de outrem (perdida), que é o que difere de achar uma coisa sem dono, onde a lei permite que eu fique com tal coisa. Para saber a diferença entre uma coisa abandonada e uma coisa perdida é preciso provar.
Por tanto, a definição dos elementos do preceito é fundamental para se estabelecer a prescrição. De acordo com o preceito sabemos qual a prescrição. Tem que haver uma identidade entre o fato da vida e o abstrato previsto na norma, os elementos previstos na norma tem que estar no mundo da vida, ou seja, se for abandonada é uma norma, se for perdida é outra norma (mudou o preceito, mudou a norma).
O conjunto de elementos que compõe o preceito gera o que chamamos de suporte fático. Esse suporte é ao mesmo tempo:
Abstrato:
É na verdade o conteúdo do preceito, ou seja, é a descrição abstrata do fato. Conjuntos de elementos que compõe o fato previsto na norma.
Concreto:
É a confirmação de que o fato do mundo da vida preenche os elementos do suporte Fatic abstrato.
Eu preciso ter a identidade entre a descrição do fato prevista pela norma e os elementos que preenchem o fato concreto que aconteceu no mundo da vida. Tenho que me concentrar nos elementos que de fato compõe o suporte fático abstrato para indicar na minha descrição dos fatos que eles existem no fato concreto, constituindo, a partir daí, um suporte fático concreto capaz de disparar a prescrição, o efeito da norma.
Se um fato do mundo da vida não passa por esse processo, juridicamente ele é um não fato ou fato inexistente ou seja, ele não tem nenhuma norma que o estabeleça como preceito e conseqüentemente ele não tem nenhuma prescrição, não vai produzir nenhum efeito no mundo do direito.
Exemplo: nos dois tipos de coação (psíquica e física)há uma manifestação de vontade. No caso da manifestação psíquica a manifestação de vontade é viciada, por tanto pode gerar anulação do ato, produzindo efeito no mundo jurídico, mas está sujeito a anulação. Já a coação é física o ato é inexistente, ou seja, o direito despesa a vontade existida em uma situação de coação física, não produzindo efeito algum no mundo jurídico.
Vontade é o elemento psíquico que gera a ação ou omissão, o desejo é o que se espera da vontade, o que se pretende da vontade. Achar coisa alheia perdida tem vontade no elemento? Não. Você pode achar movido pela vontade ou sem essa motivação.
Exemplo: você ficou na sala e quando todos foram embora você olha pro lado e acha um caderno. Você achou involuntariamente. Ou todos vão embora e você ficou, quando seu colega lhe liga e pede pra você ir à sala olhar se ele deixou o caderno dele, esse achar foi movido pela vontade.
Mas para a norma isso (a vontade) não faz diferença, quem acha coisa alheia tem que restituir. Vontade não é um elemento. Aqui a vontade não é um elemento jurídico, ela não compõe o suporte fático. 
No ato ilícito a vontade está presente, porque se o ato for absolutamente involuntário, ainda que causador de dano a outrem, ele não será ilícito. Como quando você esbarra em alguém e derruba o computador e o quebra. Você que derrubou dando causa ao dano, mas foi um ato involuntário, então você não é obrigado a restituir, já que não houve vontade. 
Aula 02
Se o suporte fático abstrato se concretiza em um suporte fático concreto nós temos um fato jurídico. Essa lógica é uma lógica cartesiana, do direito oitocentista do século XIX, na escola exegese. A ideia de que o direito deveria preencher os requisitos da norma de fato. 
No século XX, principalmente depois na segunda guerra mundial, a doutrina jurídica da filosofia do direito iniciou uma discursão a respeito dos limites da norma. Vários autores vinham discutindo e desenvolvendo teoricamente a existência dos princípios como sendo norma. Antes, os princípios eram tidos como norteadores, eram um método de preenchimento de lacunas, mas no decorrer do século XX essa função dos princípios foi sendo revista até nos chegarmos no final do século XX e início do século XXI com uma concepção consolidada de que os princípios na verdade representam uma norma que deve ser aplicada nos casos concretos, e alias chegam nesse século numa posição mais importantes que a das regras, na medida em que os princípios resguardam valores que acabam resultando nas regras. Só que um princípio enquanto norma não tem um caráter cartesiano, ou seja, uma regra é composta de elementos, que discorrem um preceito e determinam uma prescrição, mas quando nos referimos aos princípios isso funciona de forma diferente, já que o princípio não descreve um fato, ele manifesta um valor (liberdade, igualdade, dignidade, propriedade), então não é tão simples fazer o processo de incidência. A incidência das regras é a incidência da subsunção, em que eu vejo o fato, vejo a norma e se forem compatíveis incidiu, então o efeito desprende-se da sua eficácia. Quando me refiro ao um princípio a mineira de incidência não é a mesma, já que não tenho uma descrição de um fato (preceito), então quando eu tenho umfato e um princípio eu não vou ver com a mesma facilidade a relação entre uma coisa e outra, o que torna o direito, nesse sentido, tecnicamente muito mais difícil.
A incidência sobre um princípio para que ele se torne um fato jurídico é feita por argumentação. Todavia, um princípio por si só não tem prescrição, então no processo argumentativo de incidência cabe ao aplicador criar uma regra que resguarde o valor do princípio. 
Eu vou dizer que aquele fato é jurídico porque ele tem um valor e a proteção desse valor demanda a observância de uma certa regra, a criação dessa regra é feita sob a argumentação.Essa argumentação exige criatividade e uma visão para além do próprio direito (economia, politica...) que se encaixe no ordenamento. 
É a incidência da norma que dá juridicidade ao fato, ou seja, antes ele é fato e depois da norma ele é jurídico, ou ele nasce como fato jurídico? Um princípio é um valor resguardado pelos institutos jurídicos presentes no ordenamento. É pela observância do ordenamento que eu vou identificar a extensão dos valores.
 Diante dos valores escritos no ordenamento, quando um fato da vida acontece, ele já nasce jurídico ele se torna jurídico porque uma norma incide sobre ele? Se ele acontece no momento que em que está relacionado com o princípio ele é intricadamente jurídico. 
A regra eu constituo depois pela argumentação resguardando um valor que o próprio fato traz, já que o valor surge com o fato. E os outros fatos que não nascem jurídicos é porque não trazem consigo nenhum valor par o ser humano (o nascimento de um peixe no oceano). O que o ordenamento jurídico tenta é antecipar a proteção dos valores por meio das regras.
Exemplo: se alguém achar coisa alheia perdida fica obrigado a restituir. Essa é uma regra que tenta antecipar a proteção do valor da propriedade.
Se o código civil não tivesse essa previsão eu poderia chegar e dizer que “como você achou isso você vai ter que devolver” para proteger a propriedade, porque o que dá juridicidade ao fato é o valor e não a regra, por isso que o fato nasce jurídico. Os fatos que integram o mundo do direito são aqueles que são de certa forma, aqueles que tem valores pintados pelo ordenamento jurídico e são identificáveis no ordenamento. 
Classificação dos fatos jurídicos:
É uma classificação doutrinaria e, por tanto, acaba sofrendo variações (a do livro é diferente). Essa classificação é baseada na maior ou menor participação humana. Para ser fato jurídico tem que de alguma maneira interferir na vida ser humano, mas o fato por ter participação humana ou não. 
Estritu Sensu (sentido estrito): é um fato da natureza que tem conseqüência jurídica.
Exemplo: o passar do tempo, completando assim 18 anos. Nascimento de um bezerro (bem – fruto) numa fazenda (aquisição de propriedade). Nascimento com vida. Morte.
Ordinário: fato que atende a normalidade das coisas, ou seja, não rompe com a expectativa de normalidade.
Exemplo: nascimento 
Extraordinários: aqueles que rompem com a expectativa de normalidade. Também chamado de casos fortuitos de força maior. 
Exemplo: enchentes, terremoto ou incêndio que causa perda de bens. 
 Ato-fato jurídico: É um comportamento humano que produz efeito jurídico independentemente da vontade de praticar esse comportamento, ou seja, o efeito jurídico decorre do fato resultante do ato. O fato que resulta do ato que gera o efeito jurídico, e não o ato em si. Porque todo ato humano produz um fato. 
Exemplo: achar coisa alheia perdida. Isso é um comportamento humano que só vou considerar como fato jurídico na medida em que existe uma pessoa que pratica esse ato de “achar”. Se uma pessoa acha alguma coisa surge um efeito jurídico que a obrigação de restituir, mas essa obrigação ao decorre do comportamento, decorre do fato resultante do comportamento, que é o achar em si, como fato e não o ato, ou seja, o fato resultante do ato. O fato dele ter achado é que gera o efeito jurídico e não a conduta de ter achado. Todo achar representa ao mesmo tempo uma conduta e um fato, do lado da conduta esta o verbo, do lado da conduta esta a conseqüência do verbo que é o achar em si. É o fato que gera o efeito jurídico e não o ato.
Os absolutamente incapazes também praticam ato-fato, já que o absolutamente incapaz tem a sua vontade desprezada pelo ordenamento para a prática dos atos civis. Eles são possuidores de direitos e deveres, mas não exercem. 
O efeito se produz pelo fato, mas o ato é componente do fato.
Exemplo: pescar um peixe é um ato-fato. O querer pescar não é o que determina, o que determina é o fato de ter pescado. 
Ato jurídico (lato senu):
É a conduta em que vontade esta presente no suporte fático. Só se pratica ato jurídico mediante exercício da vontade. O elemento de todo ato jurídico é a conduta.
OBS! Vontade: é um elemento anímico que move a conduta (omissão ou ação). Já o desejo é o que se pretende com a conduta, mas nem sempre alcançado com ela. 
Dividem-se em:
-> Ilícitos: e aquela conduta a que o ordenamento atribui uma conseqüência supostamente indesejada.
o código civil tipifica dois tipos de ato ilícito:
* Ato ilícito stritu sensu.
 - Artigo 186: “aquele que, por ação ou omissão voluntaria, negligencia ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. Esse artigo 186 estabelece vários elementos da responsabilidade civil, primeiro estabelece o elemento culpa (“aquele que, por ação ou omissão voluntaria, negligencia ou imprudência”) e violação, causalidade e dano (“violar direito e causar dano a outrem”), por tanto temos que confirmar todos esses elementos para afirmar que houve ato ilícito de acordo com o artigo 186.
* Abuso do direito:
- Artigo 187: “também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos nos costumes”. Aqui a pessoa é titular do direito (titularidade), ele não viola o direito de outrem. O que acontece é que na hora que ele exerce o direito ele extravasa os limites legais para seu exercício (exercício abusivo). Os limites são os fins econômicos, sociais, boa-fé e bons costumes, ou seja, na hora que qualquer pessoa for exercer qualquer direito subjetivo, ela deve observar esse limites. Esse artigo não fala em dano, de maneira que o abuso do direito pode se concretizar mesmo que na haja dano a outrem. 
Mas porque esse abuso é importante se ele não causa dano? O ordenamento tende a frustrar a expectativa de que comete ato ilícito já que ele atribui uma conseqüência indesejada a quem pratica esse ato. O titular do direito espera a tutela desse exercício pelo Estado, mas o exercício abusivo exclui a tutela, ou seja, o Estado não ampara o exercício abusivo, ainda que não cause dano. A inobservância da boa-fé objetiva que caracteriza o abuso.
 - Esses artigos são complementados pelo artigo 927 que diz: “aquele que por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Na combinação desse dispositivo com o artigo 186, para que haja o dever de reparação é necessário que haja o abuso mais a causalidade e o dano. Já com o artigo 187, se a pratica, alem de abusiva, tiver praticado um dano, fica obrigado a reparar tal. 
Existem ainda outros atos ilícitos espalhados pelo código que não podem ser ignorados, porque o ato ilícito se refere a todo e qualquer conduta que não atende ao dever-ser, ou seja, mesmo que não se enquadrem nem no artigo 186 nem no 187, se havia um dever-ser e ele não foi observado, temos um ato ilícito, e as conseqüências podem, alem da responsabilidade de reparação do dano, punitivas, que é o que chamamos de sansão civil (aplicação de multas, perdas de direitos...).
Exemplo: Artigo 555: “a doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do encargo” o ato de ingratidão é um ato ilícito que tem como consequência a revogação da doação.
 Artigo 1992: “ o herdeiro que sonegar bens da herança, não osdescrevendo no inventário quando estejam em seu poder, ou, com o seu conhecimento, no de outrem, ou que os omitir na colação, a que os deva levar, ou que deixar de restituí-los, perderá o direito que sobre eles lhe cabia”. Sonegar é um ato ilícito e tem como pena a perda do direito a esse bem. 
OBS! O menor também pratica ato ilícito, o que não acontece é a imputação da responsabilidade.
-> Licito: atribui-se conseqüência supostamente desejada. O ordenamento tutela o desejo.
Exemplo: divorcia-se.
Dividem-se em:
* Strito Sensu: o resultado da conduta é predefinido em lei, ou seja, eu manifesto a minha conduta, vontade para obter o resultado que a lei estabeleceu. Tenha uma deliberação somente quanto á pratica do ato
Exemplo: Tirar a carteira de motorista. Ao final a lei já lhe atribui o direito de ter a licença para dirigir, o efeito já é legalmente previsto. Votar. Sentença proferida por um juiz.
* Negócio jurídico: o resultado que eu vou obter é definido pela vontade. Tenho deliberação quanto á prática enquanto a conseqüência. 
Exemplo: acordo, contrato.
Artigo 104 – A validade do negocio jurídico requer:
 I – agente capaz
 II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
 III – forma prescrita ou não defesa em lei.
o Código Civil disciplina o plano da validade, cabe a doutrina definir o plano de existência a partir do que o Código estabelece no plano da validade. O plano de existência é um plano substantivo, porque se refere á essência das coisas, do ser e por isso se diz que ele é um plano ontológico, ou seja, o plano de existência define o que é e o que não é cada coisa, ou seja, pelo plano de existência eu primeiro defino se ali tem um fato jurídico ou não jurídico, de acordo com o preenchimento dos elementos, que é essencial para definir se há ali um fato jurídico. O plano de existência tem então, a primeira utilidade definir se o fato é ou não jurídico e, em sendo fato jurídico, classificar em categorias no plano de existência.
O plano de validade é um plano adjetivo, tem haver com o dever-ser, por isso é chamado de plano deontológico. Tem a ver com a qualificação (adjetivo) dos elementos do plano de existência, ou seja, como devem ser os elementos do plano de existência para ir para o plano da eficácia, funcionando assim como um filtro entre a existência e a eficácia, daí a idéia do dever-ser. 
	Existência 
	Validade
	Substantivo
	Adjetivo
	Ser 
	Dever ser 
	Ontológico
	Deontológico
	
	Axiológico 
	Existência 
	Validade 
	Agente 
	Capacidade 
	Objeto
	Licitude, possibilidade, determinabilidade 
	Forma
	Livre ou prescrita em lei
	Manifestação de vontade
	Livre, consciente e boa-fé
 Nem todos os fatos jurídicos lato sensu passam pelo plano da validade, porque o plano da validade é também o plano axiológico valorativo, ou seja, ele permeia valores sobre o fato. O fato é valorado conforme o ordenamento para produzir seus efeitos, isso quer dizer que o fato jurídico strito senso, que é um fato da natureza, como não decorre de uma conduta humana, não tem porque passar pelo plano de validade para produzir seus efeitos. O valor só impactará sobre a conduta.
Exemplo: completar 18 anos é um fato jurídico stritu sensu. Não é u fato valorável no sentido de que eu não vou medir valorativamente se é algo bom ou ruim, não vou estabelecer um dever-ser no sentido de que ao completar 18 é valido ou invalido. Ou seja, quando se completa 18 anos vem automaticamente a eficácia de completar 18 anos. Não existe nascer com vida invalido, porque isso não é valorável. 
O ordenamento não vai delimitar axiologicamente um dever-ser para um acontecimento da natureza. O direto não vai normatizar o fato natural, mas somente sobre a conduta. 
 OBS! O mesmo vale para os atos-fatos, porque não tem a vontade no seu elemento. Se a vontade não é um elemento constitutivo do ato-fato, o eu importa não é o ato, mas o fato, não passa pelo plano de validade.
Exemplo: “achar coisa alheia perdida” não há um plano de validade para achar coisa alheia perdida, achar a coisa já gera automaticamente a eficácia e a obrigação de restituir. Não existe um dever-ser, tanto é que se uma pessoa absolutamente incapaz tem que restituir.
OBS! O plano de validade também não atinge o ato ilícito. Porque o plano de validade tem a ver com a conformidade com o ordenamento, então o ato ilícito é justamente o oposto disso, é a inobservância do dever-ser, então não existe ato ilícito valido ou invalido.
O artigo 104 tem tanto o plano de existência quanto o de validade do negocio.
	Para se negócio Jurídico:
	Existência – elementos 
	
	Validade – requisitos 
	Agente 
	Pessoa física ou jurídica ou entes despersonalizados
	Capaz 
	Objeto
	Bens e direitos 
	Licitude, possibilidade e determinabilidade
	Forma
	Maneira pela qual o negocio se manifesta, é percebida
	Livre, ou prescrita em lei
	Manifestação de vontade.
	É o que determina a forma. Somente a que se manifesta e pode ser expressa ou tácita. 
	Livre, consciente e de boa-fé
Se os elementos não tiverem esses requisitos da validade não vão pro plano da eficácia. O ordenamento esta valorando os elementos existenciais, por isso caráter axiológico do plano. O que determina e o que não determina a existência de um negócio jurídico são os elementos (agente, objeto, forma e manifestação de vontade), mas ele só vai ser valido se atender aos requisitos. Então ato nulo ou inválido é ato existente. 
Quanto á manifestação de vontade, o artigo 110: “a manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento” aqui a vontade que vale é a que se manifestou. 
Exemplo: um casal vai se divorciar co partilha dos bens, um dos dois, já antecipando que vai haver o divorcio, começa a fazer doações de alto valor para os amigos. Com isso ele vai diminuindo o acervo patrimonial do casal. Quando se divorciam divide o patrimônio atual e depois os amigos devolvem as doações. Se eu provar que aquelas pessoas sabiam que a pessoa não queria fazer as doações, a reserva mental vai ter eficácia, mesmo que no mundo do direito não tenha aparecido a vontade de doar. Eu só vou levar em consideração a reserva mental se eu conseguir provar que a outra pessoa sabia a intenção da outra, já que no mundo do direito só apareceu a vontade da doar, mas era conhecida das pessoas que receberam no mundo da vida. 
No artigo 112: “nas declarações de vontade se atenderá mais a intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem”. Se alguém manifestou uma vontade, ela não pode chegar depois e dizer que a vontade era outra. É mais importante a intenção presente na declaração do que o sentido literal da linguagem, ou seja, se houver divergência entre a literalidade e o sentido da intenção a manifestada na declaração eu ficarei com a intenção manifestada na declaração.
Exemplo: colocou uma palavra errada na declaração que leva a vontade a certo caminho, mas inferi na declaração outra intenção. Mas se eu não puder extrair da declaração a intenção, não posso segui-la. 
No artigo 113: “os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua declaração”. O juiz, na hora de interpretar um contrato, ele deve ter em conta naquela manifestação de vontade, o efeito mais próximo da boa-fé objetiva, como se a parte tivesse agido como tal. Porque se a parte ao manifestar vontade não observou a boa-fé objetiva houve um abuso de direito. Os usos Du lugar remete aos costumes.
“Os atos jurídicos strito sensu e os negócios jurídicos se diferenciam em razão da disposição existente no plano da eficácia, que é existente nos negócios e inexistentes no atos jurídicos strito sensu”
Essa alternativa é correta porque no que tange o plano de validade todas as regras aplicáveis aos negócios jurídicos aplicam-se também aos atos jurídicosstrito sensu. O que diferencia o negócio jurídico do ato jurídico strito sensu é que no negocio eu tenho um poder de deliberação em relação a eficácia (produção de efeitos jurídicos), enquanto nos atos jurídicos stritu sensu eu não tenho esse poder de deliberação porque a eficácia depende da lei. Então nos jurídicos stritu sensu a vontade decide se ira praticar ou não o ato, mas não decide as conseqüências do ato, porque elas são definidas em lei. Já no negocio jurídico a vontade participa não só do processo decisório de ira praticar ou não, mas também é determinante para os efeitos que se espera do ato praticado. 
Tomando como referencia o artigo 104 do código Civil temos que:
O agente deve ser:
-> Capaz: ter discernimento e maturidade para a prática dos atos civil e conseqüentemente para ser responsabilizados por eles. Por isso o plano da validade é axiológico, porque de alguma maneira ele esta valorando o elemento do plano da existência, não é qualquer agente, e sim somente o agente capaz. 
- relativamente incapaz: o ato do relativamente incapaz tende a validade, se nada for feito ele se tornará valido. A anulabilidade deixa o ato do relativamente incapaz instável, que vai acabar quando ele alcançar a sua capacidade, onde ele pode reclamar a validação ou ratificá-la. 
- Absolutamente incapaz: titulariza os direitos, penas não exerce por si, mas pode exercer por meio do seu representante. Assim é possível que um direito decorra de um negocio jurídico em favor de um absolutamente incapaz e é possível que um dever decorra de um negocio jurídico em desfavor de um absolutamente incapaz, já que o dever e o direito é dele, e a responsabilidade é dos seus responsáveis (artigo 922). 
O objeto deve ser:
-> Licito: conforme o ordenamento. Não se deve confundir licitude com legalidade. O ato pode ser legal, porque não tem nenhuma contrariedade em nenhuma lei, mas pode ser ilícito. 
Exemplo: o sujeito tenha vendido uma empresa para outra pessoa e depois ele faz um negocio com um terceiro vendendo informações privilegiadas daquela empresa pro seu concorrente. Não ha ilegalidade, mas é ilícita por violar boa-fé.
-> Possibilidade: para entender a possibilidade vou analisar as impossibilidades: 
- Originaria ou adquirida (superveniente): somente a originaria atinge a validade do objeto. A validade é medida no momento em que a vontade é manifestada, se a época em que as partes manifestaram o objeto era possível é porque negocio é valido, se ele, por algum fato ocorrido, se torna impossível depois, isso não anula a vontade. A impossibilidade superveniente resolve (é uma causa resolutiva) o negocio, mas não com nulidade, ele não torna nulo o negocio, mas extinto. O negocio não pode ser impossível na origem. Se a impossibilidade é superveniente o negocio se extingue, mas permanece valide.
- Absoluta ou relativa: a absoluta destina-se a todas as pessoas (objetivamente impossível), já a relativa destina-se a somente algumas (subjetivamente impossível) 
Exemplo: barriga de aluguel só algumas pessoas podem praticar (relativa), outra pessoa praticar é relativamente impossível. Seleção para jogos paraolímpicos. 
- Total ou parcial: a total, originaria e absoluta invalida o negocio. Mas se eu tenho uma impossibilidade parcial, mesmo originaria e absoluta, é preciso analisar o caso concreto. O que eu vou analisar é se o interesse que eu tenho com o negocio é atendido. Se não afetar o interesse eu vou distinguir se é invalida na parte impossível, mas se é valido na parte possível. Se ela atingir o interesse na parte impossível o negocio será invalido, mas na parte possível ele será valido. Porem se a impossibilidade parcial impedir o alcance do interesse todo o negócio se invalida. Eu preciso analisar se o interesse por traz do negocio é ainda alcançável apesar d impossibilidade parcial ou não, se não for invalida tudo, se for eu resguardo a parte valida e descarto, por nulidade, a parte invalida. 
Exemplo: uma empresa fornece um aparelho celular e uma prestação de serviço ligada a esse celular. Foi contado que aquele aparelho não pega 4G e ela fornece esse serviço. O cumprimento desse contrato na sua interessa é impossível, porque há uma impossibilidade parcial desse objeto, ele não é capaz de atender a rede 4G. Mas num todo do negocio ele preserva o negocio na medida em que ele atente a todos os outros serviços. Na parte relativa ao 4G vou determinar uma nulidade, ai vou reduzir o valor por excesso de preço, já que ele essa prestando um serviço que não pode ser usado, a impossibilidade do objeto atinge parte do conteúdo do negocio, mas não ele todo. Mas se o telefone fornecido tem uma inadequação a telefonia brasileira e ele pega internet, mas não funciona como telefone, posso chegar a conclusão que essa impossibilidade parcial macula o interesse desse negocio, porque atinge um elemento central. Apear de ser uma impossibilidade parcial, ela atinge o todo.
-> Determinabilidade: a lei fala em objeto determinado ou pelo menos indeterminável. 
- Determinado: negocio valido. 
Exemplo: você vai comprar um produto especifico e só quer aquele.
- Indeterminado:
* Determinável: determinado entre a manifestação e a execução. Tenho ate o momento da execução para determiná-lo. Não invalida.
Exemplo: quando você vai comprar um produto de x valor e você ainda não escolheu o produto daqueles que são do mesmo valor.
* Indeterminável: é inexecutável. Quando o critério que eu estabeleço para a determinação é insuficiente. Posso alegar invalidade do objeto por indeterminabilidade. O interesse pode não ser atendido, já que a falta de especificação impede a execução. 
Exemplo: um monte de bala. O que é “um monte”?
-> Forma: em principio é livre, de maneira que não tem requisito de validade no geral, pode ser qualquer uma desde que haja manifestação de vontade. 
- Ato formal: a exceção é a prescrição legal da forma. 
Exemplo: artigo 819: “a fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva”. Ou seja, não há fiança verbal se assim for ela existe, mas é invalida. 
* Ato formal especial/ solene: tem uma forma especial de realização. Quer dizer que se o sujeito praticar naquela forma ele só vai chegar aquele negocio. Essa forma especial, via de regra será um ritual que a lei chama de solenidade. São aos que atendem a critérios específicos e pré-determinados em lei. 
Exemplo: Artigo: 1535: “presentes os contratantes, em pessoa ou por procurador, juntamente com as testemunhas e o oficial do registro, o presidente do ato, ouvida aos nubentes a afirmação de que pretendem casar por livre e espontânea vontade, declararam efetuado o casamento, nestes termos: ‘de acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados’”. 
Exemplo: testamento 
-> Manifestação de vontade
Liberdade, consciência e boa-fé
Classificação dos Negócios Jurídicos:
Unilateral, bilateral ou multilateral: 
conforme a manifestação da vontade unilateral é quando, para a existência do negocio basta uma demonstração de vontade. Se precisarmos de duas manifestações de vontade (dois sujeitos) nós teremos um negocio bilateral. Podemos ter negócios multilaterais.
Exemplo: Multilateral – um contrato social constitutivo de pessoa jurídica de sociedade.
Exemplo: Unilateral – testamento. Já existe enquanto negocio desde da declaração do testador, se não houver aceitação por parte do destinatário isso não desfigura o testamento enquanto negocio.
Exemplo: Bilateral – doação. Ela presume a aceitação, ou seja, só há doação quando aceitada pelo donatário.
Essa distinção vai surtir efeito no plano obrigacional e interpretativo. O negocio unilateral deve ser interpretado restritivamente.
Consensuais, puramente formais ou solenes:
Consensuais são aqueles em que a manifestação de vontade quanto a forma é livre. Formais são aqueles em que há uma forma prescrita em lei. E solenes são aqueles em que há uma forma especial (um ritual) prescrito em lei.
Gratuitos,onerosos ou bifrontes:
o negocio é gratuito quando traz vantagens somente para uma das partes. E é oneroso quando ambas as partes tem vantagens e desvantagens. 
Exemplo: Doação é de regra gratuito (vai ser onerosa se eu, por exemplo, estabelecer uma condição para o recebimento dessa doação – se a pessoa fizer tal coisa eu faço a doação). Testamento é gratuito.
Exemplo: Compra e venda é onerosa
Há ainda os negócios bifrontes, que não se desnaturam, podendo ser gratuitos ou onerosos. 
Exemplo: um mandato é um contrato pelo qual uma pessoa atribui poderes a outra para lhe representar. Se a pessoa foi contratada mediante pagamento em dinheiro para exercer um mandato ou se ela aceitou exercer gratuitamente não há diferença, é um mandato do mesmo jeito, ser gratuito ou oneroso não é da sua natureza, então não a muda. Já doação é por natureza gratuita e compra e venda por natureza é onerosa, então tem relevância.
Há quem diga também que exista o neutro. Seria, por exemplo, o casamento, já que é um negocio jurídico que não tem no seu fim proporcionar vantagens econômicas. 
Inter vivos e mortis causa: 
No caso do “mortis causa” a eficácia esta condicionada a morte.
Exemplo: testamento, contrato de seguro de vida.
Impessoais ou personalíssimos ou misto
Impessoais são aqueles negócios em que não importa efetivamente com quem se esta praticando o negócio, o que importa é o objeto, ou seja, o interesse esta mais voltado para o objeto do que para o sujeito. 
Exemplo: contratos de consumo. 
No caso dos personalíssimos há uma vinculação de ordem pessoal e interesse especificamente as partes quem esta negociando, há um subjetivismo na declaração de vontade.
Exemplo: contratação de uma banda para tocar em meu aniversario. Contratação de um pintor para fazer um quadro da minha filha. Há situações em que é personalíssimo pra um dos lados e impessoal para o outro.
Exemplo: contratos em que uma cláusula fala que não pode transferir uma das partes. Locação, onde se estabelece no contrato que é proibido sublocar.
Por tempo determinado, indeterminado ou instantâneo:
os instantâneos são quando entre a realização do negocio e sua execução não há lapso temporal, aqui tal logo se faz, tão logo se executa e to logo se extingue. Quando há um lapso temporal e houver um termo final teremos um negocio por tempo determinado, se não houver termo final não quer dizer que é eterno, quer dizer apenas que é por tempo indeterminado. 
Exemplo: compra e venda a vista é um negocio instantâneo. 
Exemplo: compra parcelada é por tempo determinado, já que cada mês eu vou cumprir minha prestação. 
Comutativo ou aleatório:
aleatório é quando você não sabe o quanto de vantagem ou desvantagem você vai ter ao final do contrato. Existe um elemento risco na essência do contratos contratos de seguro.
Exemplo: contrato por produção. Jogo de aposta.
Os comutativos são aqueles que você sabe de antemão vantagens e desvantagens que receberá. Há uma maior segurança no que se refere a espectativa.
Representação do negocio jurídico:
a representação da vontade pode se dar pela própria pessoa ou terceiro. A representação é admitida no direito pela atribuição de poderes pelo representado em favor do representante para que este pratique em lugar daquele os atos da vida civil.
Representante: Aquele que se coloca entre o titular da vontade e o seu receptor.
A representação é fundamentada em poderes atribuídos o representante pelo representado ou pela lei. Existem dois tipos de representação:
Representação legal: 
São representações instituídas em lei, situações nas quais uma pessoa manifestará vontade em nome de outra. 
Exemplo: curador, pais em relação aos filhos, tutores, inventariante, sindico em relação a massa falida, administrador da empresa, representantes do Estado...
Art. 1689: “o pai e mãe, enquanto no exercício do poder familiar:
 I - são usufrutuários do bens dos filho. 
 II – tem a administração dos bens dos filhos menores sob sua autoridade”.
Se o pai ou a ame querem praticar um ato com um bem de um filho que extrapole mera administração,(ex: alugar, contratar empregados, pagar taxas...) como a venda de um imóvel herdado do avô, é necessário autorização judicial, porque é o juiz que vai ampliar os poderes de mera administração.
Art. 117: “salvo se permitir a lei ou o representado é anulável o negocio jurídico que o representante no seu interesse ou por interesse de outrem, celebrar consigo mesmo “. Isso se cama contrato consigo mesmo. O representante em principio não pode realizar contrato consigo mesmo, ele só poderá fazê-lo cm autorização expressa do representado, da lei ou do judiciário. O contrato consigo mesmo é quando o representante pratica de um lado um ato em nome do representado e do outro um ato em nome próprio. 
Exemplo: eu dei procuração pra alguém vender a minha casa e essa pessoa vendeu para ela mesmo. Ela assina um contrato de um lado em meu nome (representado) e do outro nome ele assina em nome dele, mas como ele me representa é a mesma assinatura. Sem a anuência expressa do representado a lei estabelece a anulabilidade do contrato, sendo assim cabe ao representado alegar. A lei protege o individuo cãs o procurador tenha vendido o objeto caso ele tenha causado prejuízo ao representado. 
Para esse efeito tem-se concelebrado pelo representante o negocio realizado por aquele em quem os poderes houverem sidos substabelecidos. Substabelecimento é a transferência para outrem dos poderes do representante. É quando o representante passa a diante os poderes
Exemplo: eu sou representante de alguém e em face de uma impossibilidade de praticar o ato ou por conveniência eu substabeleço os poderes que me foram dados.
Só pode ser feito se o dono dos poderes (o representado) lhe der essa autorização, alem disso eu posso estabelecer os poderes:
-> com reserva: significa que eu continuo com os poderes. Se ela não praticar eu osso depois praticar. Cabe ao representante provar para o terceiro com quem ele negocia, se ele exorbitar dos poderes que detém dois efeitos acontecem: o representado não se responsabiliza; e considera-se que o ato praticado pelo representante nessa hipótese é um ato de gestão/administração de negócio, que é um negocio jurídico unilateral. 
O artigo 861 diz que “aquele que sem autorização do interessado, intervém na gestão de negocio alheio, dirigi-lo-á segundo o interesse e a vontade presumível de seu dono, ficando responsável a este e ás pessoas com quem tratar”. É a hipótese em que o sujeito não tendo direitos pratica um ato em beneficio do negocio.
Exemplo: um vizinho de uma fazenda, por causa de uma enchente, vê que a cerca do vizinho caiu e com isso alguém começou a invadir. Mesmo sem conseguir falar com o dono do negocio ele construiu uma cerca. Esse ato é um ato de gestão de negocio. Ele esta agindo no negocio do outro, sem poderes para tanto, mas em beneficio do outro. Quem pratica esse ato tem direito a ser indenizado desde que a pessoa quem é dono do negocio concorde com o que foi feito. Se ele gastou mais do que é necessário na construção, então o dono não é obrigado a indenizar. É necessário visualizar boa-fé também.
-> sem reserva: eu não tenho mis s poderes, só quem tem é ela.
Representação convencional:
Decorre de contrato chamado de mandato. O mandato é um contrato de fato pelo qual uma pessoa confere a outra os poderes de representação. O contrato de mandato se materializa em um instrumento que é a procuração (instrumento do mandato). o mandato esta previsto no Código Civil nos artigos 653 e seguintes:
Art. 653: “opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, praticar ato ou administrar interesses. A procuração é o instrumento o mandato”.
Art. 654: “todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração para dar mediante instrumento particular, que valerá desde que tenha a assinatura do outorgante.
 § 1º - o instrumento particular deve conter a indicação do lugar onde foi passado, a qualificação do outorgante e do outorgado,a data e o objeto da outorga com a designação e a extensão dos poderes conferidos. 
§ 2º - o terceiro com que o mandatário poderá exigir que a procuração traga firma reconhecida.” 
O mandato não tem que ser feito por escrito, tendo por tanto forma livre. Mas a procuração pode ser feita verbal ou por firma reconhecida. Mas quando é que a procuração tem que ter firma reconhecida ou escritura publica? A procuração tem que ser publica nas hipóteses em que o ato tem que ser feita por escritura publica. Se o ato praticado diretamente pelo interessado tiver que ser feito por escritura publica, a procuração também tem que ser publica. Alem dos atos em que a lei exige a procuração publica. Então ela só vai ser obrigatória quando o ato a ser praticado tenha que ser praticado por escritura publica (ex: compra e venda de imóvel), e alguns outros atos que a lei exija procuração publica (ex: pessoa que precisa substituir a outra em uma audiência). Firma reconhecida depende do interlocutor. Por exemplo, para praticar os atos junto a instituição a faculdade lhe exige firma reconhecida? Depende do ato, porque tem atos que você pode praticar que ao exige sequer procuração escrita, como por exemplo devolução de livro na biblioteca por outra pessoa que ao tenha sido a que locou, porque não precisa essa caso a declaração da vontade, o que importa é o objeto. Mas ar matricular você na instituição, por exemplo, a vontade é essencial, porque tem ali assunção de uma obrigação, você esta assumindo um obrigação. A firma reconhecida é uma segurança maior que a instituição tem naquela representação. Você pode exigir que para fazer um negócio de representação a pessoa apresente uma procuração com firma reconhecida, mas não é obrigatório.
Em qualquer dos casos a manifestação de vontade pelo representante produz efeitos em relação ao representado nos limites dos poderes que He são atribuídos.
Artigo 119: “é anulável o negocio concluído pelo representante em conflito de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou.
 Parágrafo único: é de 180 dias a contar da conclusão do negocio ou da cessação da incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a anulação prevista neste artigo”. Trata-se aqui de um negocio de conflito de interesse entre representante e o representado, ou seja, ela tem os poderes para praticar o ato em nome do representando, mas ele pratica o ato que sabe que não é do interesse ao representado, seja pela forma ou pra quem vendeu por exemplo. O ato pode ser anulado pelo representado desde que ele prove que há conflito de interesse pela forma como o representante praticou o ato e o próprio interesse do representado. 
Poderes de representação:
Gerais ou especiais: 
O poder geral é um pode de mera administração, é a pratica dos atos civis em geral. Se eu pretender que o representante pratique um ato que exorbita o poder de mera administração eu preciso colocar isso na procuração de forma expressa, ou seja, configurará como poder especial, que é o que exorbita o poder geral.
Exemplo: o poder de alienar é um poder que exorbita a mera administração, por tanto é especial. Também o poder de renunciar um direito é especial. Alienar, hipotecar e transigir (abdicar de partes dos interesses em uma negociação quando a outra parte abdica também dos direitos dele para chegar a um acordo – cessão recíproca).
Genéricos ou específicos:
A procuração que não especifica a pratica de nenhum ato é chamada genérica. Essa procuração pode ter um prazo de especificado a duração desse poder. A procuração especifica é quando você nomeia uma pessoa para a prática de um ato específico, você delimita a amplitude da representação. 
Singular ou coletiva:
Singular é quando dou poderes a uma só pessoa, e coletivo é quando dou poderes a mais de uma pessoa. No caso de procuração coletiva eu tenho subclassificações:
-> Conjuntamente: quando só podem praticar o ato conjuntamente, ou seja, as duas tem que praticar o ato juntas, ter as duas assinaturas.
-> Alternativamente: a pratica por qualquer um me satisfaz.
-> Sucessivamente: um é prioridade em relação ao outro. 
Ad negócio ou ad judícia:
a ad negocio é para a prática de atos extrajudiciais e ad jurídica são com fins judiciais. Os ad judícia só pode ser dada a advogado com inscrição na OAB, nenhum outro profissional pode receber procuração dessa natureza. 
Teoria das nulidades: 
 
Já vimos o que significa o plano da validade e seus requisitos e a teoria das nulidades é exatamente o inverso, é o que é invalido. O que acontece quando o negocio jurídico existente não preenche os requisitos de validade. 
Toda invalidade é um ilícito no sentido de que é um ato que “inobserva “ o dever-ser. Sendo o invalido um ilícito, as nulidades são a sanção. A teoria da nulidade diz respeitos ás sanções que são aplicadas ao invalido. Quando falamos de nulidade, estamos falando de uma sanção que o ordenamento aplica a um ato praticado em desconformidade com o dever-ser.
O estudo das nulidades indica que no Brasil reconhece-se dois graus de nulidades como se fossem graus de pena:
Nulidade relativa:
Seria uma pena mais leve. É chamada pelo Código Civil de anulabilidade,referente ao anulável
Nulidade absoluta:
Seria uma pena mais grave. É chamada pelo Código Civil de nulidade, referente ao nulo
O nulo expressa algo estável, uma estabilidade, algo definido. Enquanto que o anulável expressa uma instabilidade, algo por se definir. O anulável pode ter dois destinos: se tornar valido ou for anulado. O anulável e estabiliza anulando-se ou validando-se e isso vai acontecer, já que nada e para sempre anulável. O anulado não é nulo, mas atribui-se a ele os efeitos do nulo. A lei pode atribuir os efeitos de nulos a atos não nulos, que são os anulados. 
A primeira distinção entre nulidade e anulabilidade é a que acaba se extraindo todas as outras distinções. A nulidade considera-se de ordem pública, enquanto a anulabilidade de ordem privada. Quando eu digo que a nulidade é de ordem pública, eu quero dizer que em tese ela interessa a todos, enquanto que a anulabilidade só interessa aos envolvidos. 
Se é assim nulidade pode ser alegada por qualquer interessado, e a anulabilidade só pode ser alegada pelo legitimado legal. 
Art. 168: “as nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegados por qualquer interessado, ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir.
 Parágrafo único: as nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer de negocio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não Le sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes”. 
Artigo 177: “a anulabilidade não tem efeito antes julgada por sentença, nem de oficio; só os interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a alegam, salvo o caso de solidariedade ou indivisibilidade”.
No caso da nulidade é uma amplitude de interesse, ou seja, qualquer interessado é qualquer pessoa que suscite interesse pode alegar uma nulidade. Enquanto que na anulabilidade só quem pode alegar é aquele pessoa expressa na lei, ou seja, é só o interesse cuja lei deu o poder para requerer a anulação. 
Exemplo: no ato do relativamente incapaz só quem pode alegar é o assistente ou o próprio incapaz. 
Agir de oficio é agir independentemente de provocação das partes. O juiz pode agir sem que a parte alegue em questões de ordem publica. No caso das nulidades, o juiz ao identificá-las deve logo pronunciar o ato como nulo. Se entro num processo e alego como fundamento um ato nulo, o juiz, verificando essa nulidade pode extinguir o processo.
Exemplo: e uma pessoa entre com uma ação e diz na petição que a fiança foi verbal, o juiz vai extinguir o processo ou pelo menos retira a parte do fiador do processo e faz a nulidade em flagrante do ato. O ato pode ate existir, mas é nulo, já que fiança verbal é nula. 
No caso de anulabilidade o juiz pode estar diante da mais flagrante coação, se a parte não requerer a anulação o juiz não pode anular.Ele só pode anula se for requerido pelo interessado. Não pode de oficio anular o ato, já que é de ordem privada. Então a anulação só acontece quando algum interessado pede, do contrario o ato e torna válido. 
Outra questão é: eu tenho como corrigir o ilícito o tornando licito: no caso da nulidade não, no caso das anulabilidades sim. Quando a lei determinar que o ato é anulável sempre vou poder corrigir tornando ele valido. No caso em que a lei disser que o ato e nulo não há como corrigir. Isso porque se o ato é nulo ele é do jeito que ele é, não tem como corrigir. O ato quando que é anulável esta num estado de instabilidade tal que eu tenho como corrigir, ele e anulável, ainda não se anulou, então esta sujeito a uma estabilização.
A manifestação num ato de vontade nulo é incorrigível. 
A expressão convalidar tem a ver com tornar valido pelo passar do tempo e o nulo não se torna valido pelo passar do tempo, por isso ele não se convalida. O nulo sempre será nulo. De forma que seu eu quiser o efeito daquele ato nulo o que eu preciso fazer é repetir, praticar novamente o ato sem o Visio da nulidade. 
Exemplo: pedir que o representante pratique o ato em nome do relativamente incapaz.
Mas pode ser que a nulidade não seja repetível.
 Exemplo: se a causa da nulidade for fraude a lei. No tenho como fazer de outro jeito se é uma fraude a lei. Fraude a lei é, por exemplo, acordar com o empregado de que ele não receberia horas extras.
A anulabilidade é sanável e convalidável. A idéia de sanável passa por duas possibilidades: a primeira é a ratificação, ou seja, quando o próprio interessado por um ato de vontade, confirma o ato, e pode ser tácita ou expressa;
Exemplo: negocio sob coação. Cessada a coação eu posso dizer que quero continuar o negocio do jeito que foi feio, mesmo que sob coação. Se eu simplesmente continuei a cumprir significa tacitamente a confirmação, de forma que eu estou sanando o vicio de vontade. Mas se quiser cerrar os efeitos o pedido de anulação tem que ser expresso.
A segunda possibilidade se da pela concordância ou assentimento posterior, que é dada por terceiro, que deveria se manifestar na prática do ato e na fez. 
Exemplo: relativamente incapaz faz o ato e depois vem seu assistente e confirma.
Entre a realização do ato e a manifestação de terceiro o ato é anulável, mas na medida em que ele confirmou o ato se torna valido. 
No caso do nulo não há tempo, ou seja, ele pode ser alegado a qualquer tempo. Já o anulável tende a validade porque há um prazo para se alegar a anulação, esse prazo é decadencial, ou seja, quem pode pedir a anulação tem que pedi dentro do prazo, se não pedires dentro do prazo decai o direito de anular, tornando portanto o ato valido. O prazo vaia conforme a lei, mas se ela não dispuser há um prazo geral (art179) que é de dois anos a contar da data da conclusão do ato.
Art. 177: “a anulabilidade não tem efeito antes julgada por sentença, nem de oficio...”, ou seja, ate o julgamento de sentença o ato é anulável e o anulável a rigor não é nada. O efeito possível da anulabilidade é a anulação, que se da por sentença. Só posso dizer que a anulabilidade só vai existir efetivamente no anulado da sentença, por isso que a configuração da anulabilidade é ex nunc. No sentido de que ela é da sentença pra lá, só posso dizer que um ato é anulado depois da sentença. Eu só posso dizer que a anulabilidade vai produzir efeito no mundo do direito a partir do momento em que sentença anula o ato. 
Já o nulo se configura ex tunc porque ele é nulo desde que se praticou, ou seja, eu não dependo da sentença para declarar o ato nulo. O juiz não torna pela sentença o ato nulo, ele reconhece, por isso uma sentença relativa a nulidade e uma sentença declaratória, ele não constitui o ato como nulo, apenas declara, enquanto que a anulabilidade é constitutiva.
No anulável ele foi anulável da origem ate a sentença. Na sentença ele se tornou anulado, que é o ato que foi anulado, mas enquanto foi anulável produziu eficácia valida, só que quando ele é anulado toda a eficácia que ele produziu se desfaz (art. 182), ou seja, vou desfazer toda a eficácia que o anulável produziu desde que isso seja possível, e quando não for possível cabe indenização. 
	Nulidade Anulabilidade
	Ordem pública	 Ordem Privada
	Qualquer interessado Interessado legal
	Reconhecida de oficio Não reconhecida de ofício
	Insanável e inconvalidável Sanável e convalidável 
	Configuração ex tunc e eficácia ex tunc Configuração ex nunc e eficácia ex tunc
	Declaratória Constitutiva

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