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Plano de Extensão

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA
FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL - FEF
PLANO DE EXTENSÃO FLORESTAL
Incentivo ao Uso Sustentável dos Recursos Florestais em Comunidades da Resex Verde para Sempre
Profissionais responsáveis:
DIONÍZIA MOURA AMORIM
Engenheira Florestal - 10407002603
UFPA – FEF/Altamira
LOIRENA DO CARMO MOURA SOUSA 
Engenheira Florestal - 10407001903
UFPA – FEF/Altamira
NÁGILLA GABRIELLA BARBOSA EUZÉBIO 
Engenheira Florestal - 10407002903
UFPA – FEF/Altamira
MAURÍLIO SILVA DO MONTE
Engenheiro Florestal - 09407002803
UFPA – FEF/Altamira
Apoio técnico:NAYRA GLAÍS PEREIRA TRINDADE 
Técnica Florestal - 10407001103
CFR/Altamira
THAYNARA VIANA CAVALCANTE 
Técnica Florestal - 10407001403
CFR/Altamira
Altamira - Pará
Março de 2013
APRESENTAÇÃO
Nos últimos 40 anos a colonização da Amazônia tem sido marcada pelo uso intensivo dos recursos naturais, principalmente pela derrubada de amplas áreas de florestas e exaustão do solo (CUNHA e ALMEIDA, 2001), o que caracteriza a prática de exploração convencional, realizada sob métodos destrutivos e fundados numa visão imediatista (HOLMES et al., 2002). 
“[...] 80% dos que se dedicam à extração convencional de madeira o fazem ilegalmente. Nesse contexto, áreas onde a retirada das árvores não foi previamente autorizada pelo órgão governamental responsável, há o desperdício de aproximadamente 2m³ de madeira para cada m³ aproveitado, reduzindo 60% ou mais da cobertura florestal, perturbando severamente o solo e afetando até 40% da biomassa (HOLMES et al., 2002).”
Contudo, essa região vem experimentando novas alternativas de desenvolvimento e estratégias de uso dos recursos, permitindo uma exploração sustentável, concomitante ao desenvolvimento social e econômico das populações nela residentes (CUNHA e ALMEIDA, 2001). As Reservas Extrativistas (Resex) consistem em uma dessas alternativas e tem por objetivo fornecer as populações tradicionais um meio de conciliar seus usos e costumes com a conservação dos recursos naturais, retirando da floresta apenas o necessário para sua sobrevivência (ABI-EÇAB, 2010). 
Sendo assim, a melhor solução para a exploração racional dos recursos florestais é a consolidação do Manejo Florestal Sustentável, por se tratar de uma prática de uso responsável das florestas, permitindo a utilização dessas riquezas para as gerações futuras.
O município de Porto de Moz tinha como principal fonte de renda a exploração da madeira, agregando uma extensa rede de relações econômicas e comerciais. Empregos de natureza diversa eram gerados em torno do setor madeireiro, especialmente no que se refere às etapas de extração, transporte e beneficiamento. No entanto, as grandes empresas que exploravam o setor passaram a trabalhar com serrarias móveis, alto nível de mecanização, bem como traziam, de outros lugares e regiões, suas equipes de trabalho e seus materiais de consumo, o que reduziu a absorção de mão-de-obra local e diminuiu o movimento comercial. A partir dessa problemática, desencadearam-se iniciativas da população no que se refere à organização para utilização de seus recursos florestais (COSTA, 2009). 
Diante do exposto, criou-se a Resex Verde para Sempre, com o objetivo de proteger a cultura e o meio de vida das populações tradicionais, juntamente com a conservação dos recursos naturais e uso sustentável da floresta (SNUC, 2000), inserindo-se na perspectiva de conservação aliada ao desenvolvimento, integrando a preservação com as necessidades humanas para desenvolvimento a nível local. 
A relação entre as populações tradicionais e o meio ambiente é positiva quando há a possibilidade de manter o progresso humano, de maneira permanente até um futuro longínquo e essa perspectiva é concretizada através da consolidação do Manejo Florestal Sustentável, onde as comunidades tem a oportunidade de materializar um desenvolvimento econômico sustentável. Tendo em vista que, a pobreza e a miséria são inimigos potenciais do meio ambiente, na medida em que as necessidades de sobrevivência obrigam muitas vezes as populações tradicionais a agredirem o meio ambiente.
Nas comunidades situadas na Resex Verde para Sempre, a atividade madeireira consiste na principal fonte de renda e está sendo desenvolvida sem o aporte que possibilite sua regularização, não fazendo parte das iniciativas comunitárias em curso no Estado do Pará, onde há quarenta e oito Planos de Manejo Florestais Sustentáveis protocolados no órgão estadual de meio ambiente (PINTO et al., 2011). É diante desse cenário que se faz necessária a extensão florestal, no intuito de desmistificar técnicas inerentes ao processo de regularização da prática florestal, tentando ao máximo, adaptá-las a realidade local.
Conforme disposto no Decreto nº. 2.788/98 de 28 de setembro de 1998, em seu Art. 1º, só será admitida a exploração dos recursos florestais mediante o Manejo Florestal, em que:
“A exploração das florestas primitivas da bacia amazônica de que trata o art. 15 da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965 (Código Florestal), e das demais formas de vegetação arbórea natural, somente será permitida sob a forma de manejo florestal sustentável de uso múltiplo, que deverá obedecer aos princípios de conservação dos recursos naturais, de preservação da estrutura da floresta e de suas funções, de manutenção da diversidade biológica, de desenvolvimento socioeconômico da região e aos demais fundamentos técnicos estabelecidos neste Decreto.”
Portanto, para que as comunidades continuem baseando seu sustento na utilização da floresta, é necessário manejá-las em conformidade com a legislação, porém, carecem de incentivos para que surjam iniciativas de regulamentação da exploração florestal. Se ambos os lados, tanto as populações extrativistas quanto a legislação, percebessem que, o homem produz o meio que o cerca e é seu produto, de modo que, o problema não é o ato de interferir na natureza, mais de que maneira é feita essa intervenção, poderia ser valorizado o conhecimento ecológico local para manutenção dos ecossistemas, além de abordar discussões sobre demandas e saberes tradicionais do sistema comunitário de gestão dos recursos naturais, como subsídio para a proposição de políticas públicas que reduzam a dissonância entre a legislação e os entraves que prejudicam a reprodução social das comunidades (DIEGUES, 2000).
Assim, torna-se cada dia mais urgente a necessidade de viabilizar o uso dos recursos florestais nas Resex, que consistem em um novo modelo de desenvolvimento social, econômico e ambiental dessas unidades, promovendo um aumento da renda familiar e proporcionando melhoria na qualidade de vida das comunidades residentes. 
OBJETIVOS 
Objetivo Geral 
Sensibilizar e habilitar as comunidades extrativistas da Resex Verde para Sempre para a adoção das práticas de Manejo Florestal Sustentável (madeireiro e não madeireiro).
Objetivos Específicos
Realizar levantamento e mapeamento de comunidades que tenham interesse e potencial de adoção do Manejo Florestal Sustentável;
Fortalecer a gestão coletiva do uso dos recursos florestais das comunidades; 
Disseminar as técnicas de Manejo Florestal Sustentável nas comunidades;
Capacitar as comunidades para realizar o Manejo Florestal Sustentável; e
Avaliar a potencialidade de adoção do Manejo Florestal Sustentável e a atuação da extensão florestal.
METAS
Meta I - Identificar no mínimo 15 comunidades interessadas em desenvolver alternativas econômicas ligadas ao manejo dos recursos florestais, que será feito de imediato.
Meta II - Realizar o mapeamento participativo dos recursos naturais de pelo menos 20 comunidades que manifestem interesse em regularizar a atividade florestal, até o quarto mês do primeiro ano de execução do Plano.
Meta III - Fazer diagnóstico das práticas florestais realizadas tradicionalmente por 5 famílias de cada comunidade inseridas na Meta II, até o sétimo mês do primeiro ano de execução do Plano.Meta IV - Capacitar pelo menos 5 extrativistas, de cada comunidade, que estejam envolvidos diretamente na execução das atividades do manejo florestal, até quinto mês do segundo ano de execução do Plano. 
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXTENSÃO UTILIZADAS
Visando atender as metas propostas no Plano, a abordagem adotada será divida em quatro etapas: (1) identificar as comunidades que possuem interesse em adotar o manejo florestal sustentável; (2) realizar o mapeamento participativo das comunidades; (3) fazer um diagnóstico das práticas florestais realizadas tradicionalmente; e (4) capacitar os extrativistas. 
Através de parceria com o Comitê de Desenvolvimento Sustentável de Porto de Moz (CDS), serão identificados os líderes das comunidades extrativistas e por meio de uma conversa informal, realizada na sede do CDS situada na zona urbana do município de Porto de Moz, avaliar o interesse de cada comunidade em adotar o uso sustentável dos recursos florestais, principalmente no que concerne aos produtos madeireiros. Dessa forma, nessa primeira etapa a técnica utilizada será a via pessoal, através da conversa pessoal entre os líderes das comunidades e os profissionais responsáveis pela execução do Plano. Optou-se por ter esse primeiro contato apenas com os líderes, devido às grandes distâncias entre as comunidades, o que dificultaria e/ou inviabilizaria o deslocamento da equipe de trabalho. Esse contato será feito de imediato.[1: O CDS é uma entidade sem fins lucrativos criada em 2002, atuando principalmente no fortalecimento da organização das comunidades rurais do município de Porto de Moz. ]
Ressalta-se que, para a execução das atividades do plano serão utilizadas técnicas de Diagnóstico Rural Participativo (DRP). Segundo Roth et al. (2009) o DRP é uma metodologia que respeita o tempo da comunidade e desencadeia o potencial de ação das instituições nesta, a partir de sua realidade. Verdejo (2006) corrobora ainda que, o DRP permite que as comunidades façam sua própria análise e possam autogerenciar seu planejamento e desenvolvimento.
Após a definição das comunidades que pretendem regularizar o uso dos recursos florestais, pretende-se realizar uma reunião em cada uma dessas comunidades contando com a participação de todos os moradores, essa técnica pertence à via participativa e ficará sob a responsabilidade dos Engenheiros Florestais Maurílio Monte e Nágilla Euzébio. Essa reunião terá por objetivo esclarecer aos extrativistas sobre como funciona o manejo florestal sustentável e identificar os participantes interessados em adotar essa prática. Na oportunidade, será realizado o mapeamento participativo da área, identificando principalmente as áreas que vêm sendo exploradas ao longo do tempo, denominado mapa de recursos naturais. O prazo definido para essas atividades está previsto para o quarto mês do primeiro ano de execução do Plano. De acordo com as técnicas de DRP, nesses mapas devem ser distinguidas as áreas ocupadas pelos habitantes, recursos da flora e fauna, zonas de cultivos, construção de infraestrutura social, áreas problemáticas e em conflito, limites e etc., esse mapa será elaborado pelos próprios extrativistas utilizando papel madeira e pincel ou quadro negro e giz.
Segundo Verdejo (2006) o mapa de recursos naturais:
“[...] serve de análise e discussão sobre a situação do estado atual dos recursos naturais da comunidade. A fim de criar uma concepção compartilhada sobre a utilização do espaço e dos recursos, identificando potencialidades e limitações existentes”.
B 
Figura 1 - (A) Reunião e (B) Mapeamento participativo.A
A 
Figura 1 - (A) Reunião e (B) Mapeamento participativo.A
Figura 1 - (A) Reunião e (B) Mapeamento participativo.
Na próxima etapa do Plano, pretende-se fazer o diagnóstico das práticas florestais realizadas pelos extrativistas, tendo por objetivo definir quais as adequações necessárias para que as práticas realizadas tradicionalmente se ajustem às exigências técnicas vigentes na legislação. Essa etapa será realizada até o sétimo mês do primeiro ano de execução do Plano. 
Os dados serão coletados durante entrevistas semi-estruturadas com moradores das comunidades, utilizando-se roteiros contendo perguntas abertas.
“[...] esta ferramenta facilita criar um ambiente aberto de diálogo e permite à pessoa entrevistada se expressar livremente sem as limitações criadas por um questionário (VERDEJO, 2006).” 
A entrevista será realizada individualmente com cada extrativista envolvido diretamente na exploração madeireira, envolvendo dois dos profissionais responsáveis pela execução do Plano, a Técnica Florestal Nayra Trindade ficará responsável por conduzir a entrevista e a Técnica Florestal Thaynara Cavalcante se encarregará exclusivamente das anotações e percepções.
Ainda segundo Verdejo (2006) as pessoas que conduzirão a entrevista deverão levar em consideração alguns aspectos, dentre eles: os desejos da pessoa entrevistada sem impor os seus critérios e o respeito ao conhecimento e a opinião da pessoa entrevistada sobre o assunto. Além disso, devem-se escutar atentamente os entrevistados, já que a pessoa colocou o seu tempo à disposição. 
Em seguida, realizar-se-á a capacitação dos extrativistas, através da parceria com o Serviço de Apoio à Produção Familiar na Amazônia (Serviço Cerne), em: [2: O Serviço Cerne é uma associação sem fins lucrativos que tem por missão contribuir tecnicamente para que a produção familiar se fortaleça como alternativa de desenvolvimento para a Amazônia, fomentando a construção de políticas públicas com base exclusiva nos interesses e capacidades dos produtores.]
Noções de organização comunitária e gerenciamento do uso dos recursos florestais;
Modelos de organizações formais: Associação x Cooperativa;
Gestão de empreendimentos florestais comunitário: organização do empreendimento, gestão participativa e gestão financeira;
Segurança e saúde no trabalho;
Atividades Pré-exploratórias: Delimitação, Inventário florestal e Corte de cipós;
Atividades Exploratórias: Planejamento da exploração, Construção de Infraestrutura, Técnicas de Corte, Transporte da produção, Beneficiamento e Comercialização; e
Atividades Pós-exploratórias: Enriquecimento e Proteção florestal, Manutenção da infraestrutura, Avaliação de Danos e desperdícios e Monitoramento florestal. 
Dessa forma, estaremos trabalhando com a técnica denominada de Curso Presencial, que pertence à Via Participativa. Ressalta-se ainda que, os treinamentos envolvidos diretamente na execução das atividades de campo (técnicas pré-exploratórias, exploratórias e pós-exploratórias) serão divididos em duas etapas, a primeira parte será teórica onde será apresentada a cartilha contendo toda a metodologia a ser empregada e a outra parte será prática, realizada em campo com demonstrações técnicas.
Segundo as metodologias de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) a aplicação do método curso possibilita:
“[...] a construção de conhecimentos sobre tecnologia, saberes e práticas que contribuem para a qualificação ou aperfeiçoamento do trabalho no campo e melhoria da qualidade de vida (EMATER, 2012).”
A Eng. Florestal Dionízia Amorim e a Eng. Florestal Loirena Sousa irão elaborar cartilhas para auxiliar na formação dos extrativistas, método pertencente à Via Escrita. O prazo máximo para a realização dessas capacitações é o quinto mês do segundo ano de execução do Plano.
MEDIÇÃO, VALORAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS
Em termos de medição, será usado o indicador ambiental, verificando se os extrativistas de fato estão praticando o uso racional da floresta e consequentemente diminuindo os impactos ocasionados pela falta de planejamento de utilização dos recursos florestais. A obtenção dessa informação se dará por meio do acompanhamento direto e explícito dos responsáveis técnicos pelo Plano. Serão utilizados indicadores sociais, analisando-se o grau de participação dos comunitários na atividade florestal, assim como, a melhoria na qualidade de vida dos extrativistasatravés de indicadores como: inserção de novas infraestruturas na comunidade, acesso à água potável, melhoria na saúde, educação e aquisição de bens. Outro aspecto importante a ser avaliado é a contribuição da atividade madeireira na receita dessas famílias, através de indicadores econômicos, onde será contabilizado o ganho anual de cada unidade familiar, distinguindo-se a renda obtida pela atividade madeireira manejada e a renda oriunda de outras atividades como: agricultura, pesca, criação de pequenos animais e benefícios sociais como bolsa-família, aposentadoria e bolsa verde.
Quanto à valoração dos resultados obtidos, para avaliar se os objetivos do Plano foram alcançados ou não, será utilizada a técnica da dinâmica do alvo, permitindo que cada extrativista expresse individualmente seu ponto de vista. Primeiramente será feito um resgate dos objetivos iniciais, com visualização em cartaz ou em quadro negro; em seguida, para cada objetivo, cada participante posiciona uma flecha no alvo (feito em cartolina ou papel madeira) de acordo com sua opinião sobre o alcance daquele objetivo, se o objetivo foi alcançado a flecha ficará no alvo, caso contrário ficará mais afastado, e por fim, os próprios extrativistas através do testemunho espontâneo irão fazer comentários sobre a avaliação de cada um dos objetivos. Outra técnica utilizada será através da chuva de ideias, onde os extrativistas deverão avaliar a metodologia utilizada pelos extensionistas, enfatizando pontos positivos, pontos negativos, lições aprendidas e desafios da atuação dos profissionais.
A 
Figura 1 - (A) Reunião e (B) Mapeamento participativo.A
B 
Figura 1 - (A) Reunião e (B) Mapeamento participativo.A
Figura 2 - (A) Dinâmica do alvo e (B) Chuva de ideias. 
A interpretação dos resultados se dará pela avaliação da redução dos danos e desperdícios à floresta, em que, serão identificados e monitorados os principais impactos das operações florestais, que ofereçam condições de avaliação e mensuração diretamente no campo, através de Projetos de Pesquisa realizados pela Universidade Federal do Pará - UFPA/Campus de Altamira em parceria com a comunidade. Será realizada também a quantificação do número de comunidades que inicialmente tinham interesse em regularizar a atividade madeireira e qual o número após a execução do Plano, ou seja, avaliar se houve replicabilidade da prática proposta. Além disso, pretende-se quantificar o incremento na renda familiar dos comunitários, pois, os extrativistas além de receberem ao fim da atividade a quantia referente a partilha dos lucros, também serão remunerados pelas atividades desenvolvidas durante as etapas do manejo florestal. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABI-EÇAB, P. Exploração de recursos madeireiros em Reservas Extrativistas. In RASLAN, Alexandre Lima (coord.) Direito Ambiental. Campo Grande: Editora da UFMS, 2010, p. 181-201.
BRASIL. Congresso Nacional. Lei Federal nº 4.771, de 15 de setembro de 1965. Institui o Código Florestal Brasileiro. Brasília - DF, 1965.
BRASIL. Decreto nº 2.788, de 28 de setembro de 1998. Altera dispositivos do Decreto 1282 de 19 de outubro de 1994, e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, Seção 1, 1998.
BRASIL. Decreto nº 3.420, de 20 de Abril de 2000. Dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília - DF, 23 ago. Seção1, p. 9. 2002.
COSTA, A. P. Políticas Educacionais e Desenvolvimento na Reserva Extrativista Verde Para Sempre, Porto de Moz (PA). 2009. 167f. Dissertação (Mestrado), Curso de Mestrado em Desenvolvimento Sustentável. Universidade Federal do Pará, Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, Belém, PA.
CUNHA, M. C.; ALMEIDA, M. W. B. Populações tradicionais e conservação ambiental. In: Biodiversidade na Amazônia Brasileira (ed. João Paulo Capobianco), Imazon, IPAM, ISPN, GTA, CI e ISA. p. 184 - 199. 2001. 
DIEGUES, A.C. Etnoconservação da Natureza: Enfoques Alternativos. In: DIEGUES, A.C. (org.) Etnoconservação. 2ª Ed. São Paulo: Hucitec, p. 1-46. 2000.
EMATER. Metodologias de ATER e Pesquisa com Enfoque Participativo EMATER-PARÁ. Coordenadora Márcia de Pádua Bastos Tagore. Belém: Gráfica da EMATER-PA, 96 p. 2012.
HOLMES, T.P.; BLATE, G.M.; ZWEEDE, J.C.; PEREIRA JUNIOR, R.; BARRETO, P.; BOLTZ, F. Custos e benefícios financeiros da exploração de impacto reduzido em comparação à exploração florestal convencional na Amazônia Oriental. Belém: Fundação Floresta Tropical, 2ª edição, 66p. 2002.
Instituto de Desenvolvimento Econômico Social e Ambiental do Pará. Perfil da gestão ambiental dos municípios paraenses: programa municípios verdes, Belém-PA: IDESP, 2011. 45 p. (Relatório Técnico).
PINTO, A.; AMARAL, P.; AMARAL, M. Iniciativas de manejo florestal comunitário e familiar na Amazônia brasileira 2009/2010. Belém, PA: Imazon; IEB/Brasília, DF: GIZ; SFB, 84p. 2011. 
VERDEJO, Miguel Expósito. Diagnóstico Rural Participativo: guia prático - DRP. Brasília, DF: MDA, 62 p. 2006.
ANEXOS
Mapa de Localização das comunidades da Resex Verde para Sempre.
Roteiro utilizado para o Mapeamento Participativo.
Roteiro utilizado para Descrição das Práticas Florestais.
Cronograma financeiro.
7.1. MAPA DE LOCALIZAÇÃO DAS COMUNIDADES DA RESEX VERDE PARA SEMPRE
ROTEIRO UTILIZADO PARA O MAPEAMENTO PARTICIPATIVO
ROTEIRO 1 - MAPEAMENTO PARTICIPATIVO
1. Apresentação dos participantes através de dinâmica de grupo.
2. Esclarecimentos sobre o manejo florestal sustentável realizado por comunidades extrativistas.
3. Identificação das espécies florestais exploradas tradicionalmente pelos comunitários, através de chuva de ideias, se possível, fazer cronologia-histórica das espécies economicamente utilizadas pela comunidade. 
Abordando questões como: Quais produtos a comunidade retira da floresta? Quais espécies madeireiras a comunidade explora? Entre as espécies madeireiras, quais as mais exploradas?
4. Mapeamento das áreas exploradas ao longo do tempo. Os participantes utilizam folhas de papel madeira e pincéis coloridos ou quadro negro e giz, caso a comunidade possua. 
Devem-se seguir as seguintes etapas:
Desenho dos rios, lagos e igarapés;
Localização da sede da comunidade;
Identificação de todas as áreas de exploração tradicional de madeira realizada pelos comunitários; 
Proposta de delimitação da área de uso florestal comunitário e da área de uso alternativo do solo; e
Seleção da área a ser manejada no primeiro ano de Implantação do Manejo Florestal Comunitário.
5. Identificação dos participantes interessados no manejo florestal comunitário
6. Avaliação da demanda de madeira da comunidade
ROTEIRO UTILIZADO PARA DESCRIÇÃO DAS PRÁTICAS FLORESTAIS
ROTEIRO 2 - DESCRIÇÃO DAS PRÁTICAS FLORESTAIS
Levantamento das informações de inventário:
Qual a dimensão da área destinada à exploração (hectares)?
Quais espécies e qual a quantidade de árvores exploram anualmente?
Qual o volume (m³) anualmente explorado?
Fazer um mapeamento para localização das árvores.
Quanto à classificação das árvores, há alguma seleção pela qualidade da tora?
Há preocupação com as árvores remanescentes e matrizes?
Quais os materiais e equipamentos utilizados nessa etapa? 
Qual período do ano realiza essa atividade?
Quantas pessoas são envolvidas?
Exploração (derruba)
Quais os materiais e equipamentos utilizados?
Utilizam itens de segurança? Em caso positivo, quais?
Descreva como funciona essa etapa: Realizam o teste do oco? Fazem o caminho de fuga? Cortam os cipós? Limpam o tronco da árvore?
Qual a altura do corte?
Qual período do ano realiza essa atividade?
Quantas pessoas são envolvidas?
Processamento (serragem ou pré-beneficiamento)
Quais materiais e equipamentos utilizados? 
Utilizam itens de segurança? Em caso positivo, quais?
Descreva como funciona essa etapa: Serram no próprio local de queda da árvore ou no porto? 
Quais os tipos e dimensão dos produtos do beneficiamento?Aproveitam galhos e resíduos?
Qual a quantidade produzida (diária, mensal ou anual)?
Qual período do ano realiza essa atividade?
Quantas pessoas são envolvidas?
Transporte
Quais materiais e equipamentos utilizados?
Utilizam itens de segurança? Em caso positivo, quais?
Descreva como funciona essa etapa: Abrem estradas? Transportam a madeira processada ou em tora?
Qual a distância que transportam a madeira?
Qual a largura das estradas? 
Fazem a manutenção dessas estradas? De que maneira?
Qual período do ano realiza essa atividade?
Quantas pessoas são envolvidas?
Beneficiamento (construção de embarcações)
Quais materiais e equipamentos utilizados?
Utilizam itens de segurança? Em caso positivo, quais?
Como é a prática? Onde constroem? Possui estaleiro?
Para quem vendem? O método de comercialização é por encomenda?
A madeira utilizada para a construção das embarcações é da própria comunidade ou adquirem de comunidades vizinhas? 
Qual a quantidade de madeira utilizada por barco?
Quais as espécies utilizadas?
Quais os tipos de barcos? Qual sua dimensão e classificação?
Qual a quantidade produzida mensal ou anual?
Qual período do ano realiza essa atividade?
Quantas pessoas são envolvidas?
Social
Como as famílias se organizam para explorar e beneficiar a madeira? Em grupos familiares ou coletivamente?
Qual a importância da madeira frente às outras atividades desenvolvidas pelas famílias?
Há mão-de-obra disponível na comunidade?
Qual o conhecimento dos comunitários acerca do manejo florestal?
Identificar as pessoas chaves da comunidade, para que possam ser referências para o projeto/plano de manejo.
Mercado
Quais os preços dos produtos?
Qual o método de comercialização?
Financeiro
Identificar o capital que as famílias teriam por ano para investir em melhorias;
Fazer levantamento de entrada e saída de recursos financeiros (Bolsa família, aposentadoria, venda de animais, agricultura, madeira, etc.); e
Avaliação sobre a possibilidade das famílias em financiar melhorias na comunidade.

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