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Artigo - Contabilidade Criativa.doc

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Para entender a contabilidade criativa
	
André de Barros — abarros1970@hotmail.com 
Rivaldo Queiroz Dantas — rivaldoq@gmail.com
							
Resumo
Esta pesquisa pretende explicar o que é a contabilidade criativa e o que este tema representa hoje no mundo dos negócios empresariais. Muitas perguntas podem ser feitas sobre este assunto tão amplo, mas pode-se afirmar seguramente que as grandes corporações ganharam muito com estas ações, consideradas fraudes, aproveitando-se das flexibilidades das normas contábeis e manipulando as demonstrações como desejaram para apresentar uma realidade aparente. Assim, mostrando o que não é a real situação da instituição, muitas empresas puderam obter grandes negociações financeiras e de ações, alterando a sua imagem nestes mercados. 
Esse modelo de fraude fiscal também foi usado no Brasil pelo governo federal. São manobras do governo que atrasam o erário para os bancos públicos e privados a fim de enganar o mercado financeiro, mostrando despesas menores que as reais.
Palavras-chave: Contabilidade criativa; ética; governança corporativa; auditoria.
Abstract
Creative accounting what it is? And that represents today the world economy? Many questions can be made over this broad subject, but we can summarize that large corporations much gain with these scams where companies take advantage of the flexibility of accounting rules and manipulate demonstrations how you want to present an apparent reality that is not real, for large financial negotiations and actions changing its image in these markets.
This tax fraud model was also used by the Federal Government of Brazil, are government maneuvers to delay the transfer of for public and private banks to deceive the financial market showing lower expenses than real.
Keywords: Creative accounting; ethics; corporate governance; audit.
.
Introdução
Este artigo pretende abordar a contabilidade criativa da maneira mais elementar, relatando o seu significado e trazendo definições diversas ligadas ao assunto, é preciso que sejam estudados alguns conceitos e papéis inerentes ao tema proposto. Não se pode negar, no entanto, que o fenômeno da contabilidade criativa é de magnitude e complexidade cada vez mais crescentes. 
O termo contabilidade criativa é originalmente norte-americano, a partir do surgimento, nos Estados Unidos, da expressão earnings management, cuja tradução seria “gerenciamento de resultados”. Todavia, as correntes de estudo traduzem de forma distinta tal termo. A europeia, por exemplo, traduz tal expressão como se diz aqui no Brasil.
Existem várias abordagens do que seria a contabilidade criativa, a depender do especialista consultado. Seguem, abaixo, três estudiosos que podem contribuir para explicar a prática:
Para Jamerson (1988, p. 20): “A contabilidade criativa é um processo de uso de normas, onde a flexibilidade e as omissões dentro delas, podem fazer com que os estados contábeis pareçam algo diferente ao que estava estabelecido pelas normas. Consiste em dar voltas às normas para buscar uma escapatória”.
Conforme Naser (1993, p. 59): “É o processo pelo qual as operações são estruturadas para obter os resultados contábeis desejados, mais do que informar de um modo consistente e neutro”. 
Monterrey (1997), por sua vez, diz que: “Transformar as contas anuais do que tem que ser no que se prefere que seja, onde para a implantação deste tipo de prática se requer encobrir os princípios e normas contábeis, ou abandonar a uniformidade na sua aplicação”. 
Segundo o Conselho Federal de Contabilidade, a contabilidade criativa representa uma fraude e pode ser caracterizada por:
a) manipulação, falsificação ou alteração de registros ou documentos, de modo a modificar os registros de ativos, passivos e resultados;
b) apropriação indébita de ativos;
c) supressão ou omissão de transações nos registros contábeis;
d) registro de transações sem comprovação; e 
e) adoção de práticas contábeis inadequadas.
Embora seja uma ação fraudulenta, como se viu nos estudiosos acima citados e nas palavras do próprio Conselho Federal de Contabilidade, a contabilidade criativa veio ganhando força nos últimos anos.
Kraemer (apud JAMESON, 1988) afirma que.
A contabilidade criativa é essencialmente um processo de uso das normas contábeis, que consiste em dar voltas às legislações para buscar uma escapatória baseada na flexibilidade e nas omissões existentes dentro delas para fazer com que as demonstrações contábeis pareçam algo diferente ao que estava estabelecido em ditas normas.
E o mesmo autor (KRAEMER apud NESER, 1993), em outra obra, confirma o caráter oportunista da prática dizendo que.
A contabilidade criativa é o resultado da transformação das cifras contábeis de aquilo que realmente são para aquilo que aqueles que a colaboram desejam que sejam, aproveitando-se das facilidades que as normas existentes proporcionam, ou mesmo ignorando-as.
Como se pode ver nas palavras de todos os estudiosos supramencionados, a prática contábil criativa é realizada voluntariamente, por ação ou omissão, e consiste em grave fraude por se efetivar de maneira arbitrária e dolosa.
Mas, pela busca de melhores resultados, muitas empresas recorrem a esses artifícios financeiros, como já visto ilegais. Este artigo visa, portanto, passar uma visão básica desta prática, bem como suas causas e influências nas organizações a fim de esclarecer esse assunto, que é bem atual. 
Muitos são os fatores que facilitam o exercício da contabilidade criativa, mas talvez o maior de todos seja a impunidade, em todos os sentidos (jurídico, social, mercantil, etc.) do fraudador da informação. Demais causas serão vistas mais adiante. 
É importante salientar que esta pesquisa parte da hipótese de que se forem utilizadas as Normas Internacionais de Contabilidade e de Governança Corporativa como padrão de critérios contábeis, as fraudes poderão ser atenuadas e as demonstrações contábeis serão mais fiéis nos seus lançamentos. 
A escolha da contabilidade criativa como tema de estudo para esta pesquisa justifica-se no fato de ser este um assunto bastante atual, polêmico, que pode trazer benefícios aparentes para as empresas, mas também muitos prejuízos às organizações. Assim, cabe a todo profissional da área de contabilidade conhecer profundamente as causas e consequências dessa prática.
A contabilidade criativa é calculista. Calculista em dois sentidos. Tem de fazer as contas. E mais, tem de ter benefícios próprios. 
As praticas utilizadas pelos auditores e contadores relacionadas à contabilidade criativa, o papel das empesas. As principais leis que combate a contabilidade criativa e as suas praticas.
Objetivo geral:
Trazer informações sobre a contabilidade criativa: seus conceitos, sua história e a sua aplicação, por meio de uma linguagem simples e clara que possa ser acessível a pessoas da área ou não de contabilidade. 
Objetivos específicos:
Estudar e interpretar conceitos e definições relacionados à prática de contabilidade criativa;
Situar o papel de alguns atores responsáveis pelo trabalho contábil nas empresas;
Citar casos de utilização de contabilidade criativa em algumas empresas brasileiras; e
Identificar os principais pontos da Lei Sarbanes-Oxley, relacionada com a prática de contabilidade criativa.
A fim de continuar dirimindo as dúvidas acerca do tema proposto, cita-se Oliveira (2013), o qual afirma que.
Há duas formas de se interpretar a contabilidade criativa: a primeira como estratégia contábil derivada de um conhecimento da matéria; e a outra forma é a manipulação das demonstrações com o intuito de favorecer o determinado interesse. 
A contabilidade é, portanto, um instrumento muito importante para as ações e decisões dentro as organizações das empresas. 
Nesse sentido, o código de ética do contabilista estabelece o seguinte:
“Exercer a profissão com zelo, diligênciae honestidade, observada a legislação vigente e resguardados os interesses de seus clientes e/ou empregadores, sem prejuízo da dignidade e independência profissionais.”
“Guardar sigilo sobre o que souber em razão do exercício profissional lícito, inclusive no âmbito do serviço público, ressalvados os casos previstos em lei ou quando solicitado por autoridades competentes, entre estas os Conselhos Regionais de Contabilidade;” Art. 2º. São deveres do Profissional da Contabilidade: exercer a profissão com zelo, diligência, honestidade e capacidade técnica, observada toda a legislação vigente, em especial aos Princípios de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade, e resguardados os interesses de seus clientes e/ou empregadores, sem prejuízo da dignidade e independência profissionais; 
Esta pesquisa foi realizada por meio de pesquisa bibliográfica, recorrendo a livros técnicos, sites, e jornais para explicar sobre a contabilidade criativa, a fim de mostrar a sua origem e apontando fatos consequentes, tentando esclarecer de uma forma simples e direta o assunto abordado. 
Ao que visa a prática da contabilidade criativa?
Nem só de lucro vive a empresa. O prejuízo, em algumas situações, pode ser útil. O alto executivo sabe que há momentos na empresa para baixar os resultados.
Vários são esses momentos: quando um novo gestor assume prejuízos para colocar toda a culpa no anterior; mostrar debilidades a fim de obter facilidades como subvenções, isenções, aumento de tarifas sob regulação estatal etc., inclusive esperar por planos do governo para anistiar ou facilitar o pagamento da dívida e mesmo burla o fiscal; para distorcer a situação real da empresa frente aos competidores; para reduzir indicadores de monopólio ou oligopólio, para postergar o reconhecimento da receita, pois o Estado cada vez mais foca a tributação na receita e menos no resultado, mais manipulável e assim por diante.
Há momentos, mais para companhias abertas profissionalizadas, em que o objetivo é ter uma adequada tendência de crescimento sustentável da receita e muito mais, da rentabilidade (a mais divulgada) e, de fato, tão importante e menos divulgada, do caixa operacional. Por quê? Para ter o valor da ação crescente e consequentemente valorizar o patrimônio dos acionistas, inclusive no lançamento de ações no mercado, reduzir a instabilidade do preço da ação e aumentar o valor das opções em ações, dar maior bônus aos altos executivos, ter custos menores de captação, ser mais caçador que caçado nas aquisições, para a Diretoria oportunista criar o lucro falso e não ser demitida, para atender aos reguladores, para desviar resultados de empresas intercompanhias nas quais a participação do “interessado” é maior, de um grupo de empresas ou de empresas situadas em paraísos fiscais, para atender aos “gordos benefícios” voltados às causas da fraude: pressão, oportunidade, racionalização (justificativa) e “de poder – natural também e muito “natural” aos políticos – etc.
Quais são os riscos?
O ser humano descobriu que sacar coisa ruim e usá-la, não se sabe por quê, dá prazer. Em geral, o prazer de um se realiza sobre a dor de muitos. O ser humano gosta de adorar, até hoje, a monarquia, e, mesmo com a existência divina, o pessoal do poder liga o “dane-se” e vai em frente. 
Indícios fortíssimos, provas evidentes, aliás, a maior prova é o enriquecimento (totalmente ilícito) de boa parte de governantes e gestores corruptos. As provas de nada valem, pelo menos no nível de governo. Mas para as empresas podem valer.
Mesmo auditores podem ser enganados com tramoias benfeitas. E, se essas forem identificadas, no que podem resultar? Riscos de quebras de empresas e cadeias, além de multas aos envolvidos, aos executivos e aos auditores (internos e externos – empresas e o sócio responsável), passando ainda pelas perdas de reputação. Vale a pena? Para os mal-intencionados que as montam parece que sim, pois não param de fazer o que não devem. Para os auditores e demais responsáveis por identificar os problemas restam cada vez mais se prepararem para não deixar “a bola passar entre as pernas”. Apesar de que boa parte delas é feita de material invisível. Neste mundo, em que os altos executivos das empresas são os tomadores de decisão, há três coadjuvantes importantes: dois atacantes – os bancos de investimentos e os advogados – e um defensor – o auditor. Falando neles:
Advogados: Os advogados exercem papel fundamental na elaboração de contratos e suporte legal (ou em zonas cinza da lei) de complexas transações. Na Enron, por exemplo, dois escritórios foram os maestros: Vinson & Elkins e Andrews & Kurth. Como se sabe, os honorários são muito relevantes, e o negócio é altamente lucrativo. A montagem de operações com as EPE (entidade de propósito específico) foi engenhada por esses advogados, que inclusive foram processados pelos acionistas da Enron. 
Para tentar controlar esse lado meio subterrâneo dos negócios, a Lei Sarbanes- Oxley, de 2002, requer que advogados de empresas informem ao Conselho de Administração e à SEC (Security and Exchange Commission – o equivalente a CVM dos Estados Unidos) os eventos errados de acordo com a legislação mencionada pela SEC. Mas, nos Estados Unidos, a legislação também é problemática e tem falhas. Por exemplo, a regulamentação da lei é estadual, e a execução é mais ou menos abrangente em cada estado americano; ora obriga reportar, ora não; ora obriga fazer as denúncias, ora não, e assim vai. Mais ou menos igual àquela piada do “inferno brasileiro”, ou se poderia dizer da nossa própria legislação e, consequentemente, da Justiça.
Bancos de investimento: Os especialistas financeiros criam os produtos inteligentes, as transações complexas e ganham altos bônus por isso: fusões, incorporações, cisões e aquisições; reestruturações; instrumentos financeiros derivativos; negociação e gestão de dívidas; novos investimentos ou desinvestimentos; EPE, etc. Ou seja, trabalham no ataque e, em alguns casos, com alto grau de ganância e de outros pecados capitais. Alguns advogados suportam essas criações no campo legal. Lógico que nem todas as transações são gananciosas e ilegais, mas aquelas que arrebentam as empresas em geral se originam de certas feras especializadas que fazem parte desse meio. Os especialistas das empresas, seus contadores e auditores é que devem avaliar os riscos. Eles, algumas vezes, falham ou são parcialmente informados, ou mesmo nem sabem (cartas de gaveta), e a bomba pode estourar. Essas operações complexas, depois de boladas, precisam ser recomendadas aos compradores pelos analistas de investimentos e vendidas pelos corretores, e todos em geral integram grandes instituições financeiras. O que se procura é estabelecer uma Chinese Wall, para evitar influências diretas. Os riscos das influências indiretas podem existir, pois lida-se com seres humanos. 
Auditores: Uma das vítimas da contabilidade criativa e da fraude é o auditor externo e/ou interno. Na defesa dos bons princípios, em especial os contábeis, e dos bons costumes, sobretudo a boa conduta, os auditores são uma espécie de goleiro do time. E se sabe: se o goleiro joga bem, não fez mais que sua obrigação; se o goleiro come um frango, estará marcado por todos durante um bom tempo. Tal metáfora mostra que há algumas cruezas na contabilidade e nas pessoas que cuidam dos negócios. Na norma contábil, por exemplo, há alternativas, interpretações; conceitos e métodos complexos de avaliação de ativos; necessidade de uso de estimativas contábeis em várias avaliações de ativos e passivos; flexibilidade, em alguns casos, arbitrariedade e, com o IFRS (International Financial Reporting Standards), mais subjetividade na aplicação das normas contábeis e fraudes suportadas em documentação auditável. Por parte das pessoas que cuidam dos negócios, há uma deterioração nos valores éticos e de conduta; cada vez mais aumenta a pressão em ganhar já e dane-se o amanhã; e demais causa da fraude como veremos na sequência da leitura. Essascausas têm de ser muito bem conhecidas e gerenciadas pelos auditores internos e externos.
Quais são os controles?
Contabilidade criativa e fraude representam, na maioria das empresas, assuntos tabus. Pouco se fala pouco se discute e, quanto menos isso acontece, mais ocorrem riscos. Pessoas de bom e mau caráter são difíceis de serem medidas e muito mais de serem descobertas em tempo. Resta a bola para os auditores, internos e externos, identificarem as artes da contabilidade criativa e da fraude. Os profissionais que mexem com contabilidade, dentro da empresa ou fora dela, como professores, analistas de mercado, auditores e reguladores, são em boa parte muito competentes. E sem eles, teríamos situações muito piores que as conhecidas nos últimos anos. Mas os altos executivos fazem prevalecer suas vontades com base em pressões várias e que se encontram entre as causas das fraudes já resumidas: realizar metas contundentes para enriquecer ou esconder perdas; desarranjar ou driblar os controles internos existentes; racionalizar atos criminosos com justificativas; megalomania; desafios e psicopatias. Por exemplo, certos executivos, como já se viu no mundo empresarial, não conseguem reagir bem às causas da fraude acima mencionadas. Provas disso serão vistas nos casos a seguir.
Casos de contabilidade criativa no Brasil
Banco Nacional: Considerado o segundo mais lucrativo do Brasil, em 1994, fazia uso da maquiagem de balanços, com vistas à captação de recursos de terceiros, embora não possuísse liquidez suficiente. Essa fraude se iniciou em 1986, mas sua liquidação extrajudicial foi decretada apenas em 2005. Milhões de reais foram envolvidos na farsa, enquanto acionistas, fisco e demais bancos foram induzidos ao erro.
Daslu: A empresa recolhia o imposto devido sobre seus produtos durante o ato de importação, no entanto, repassava um valor bem superior aos seus clientes, angariando uma margem excessivamente alta de lucro. A fraude era realizada por meio de um esquema que iniciava no exterior, onde as empresas exportadoras das mercadorias de luxo trocavam as notas fiscais dos produtos, alterando os valores, e os deixando aparentemente bem mais baratos, para em seguida enviá-los para as importadoras como forma de nacionalizá-los. Ao passarem na alfândega brasileira, a incidência dos impostos era sobre os valores falsos, o que dava à Daslu a possibilidade de pagar impostos mínimos por uma mercadoria bastante cara.
Banco Pan-americano: Mais recentemente, em 2010, ocorreu a maior crise envolvendo uma instituição financeira. Nas demonstrações financeiras do banco Pan-americano foram encontradas inconsistências contábeis que não permitiam que os demonstrativos refletissem a real situação patrimonial da entidade.
Governo: No início do ano, a revista britânica The Economist fez duras críticas ao que chama de “contabilidade criativa” do Brasil no que se referia à condução da economia do governo federal e, especificamente, às suas prestações de contas. A publicação questionou os artifícios usados pela equipe econômica nas contas públicas no ano de 2012.
No final do ano de 2012, o governo federal executou manobras contábeis para aumentar o chamado “superávit primário”, que é a economia feita para pagar juros da dívida pública e tentar manter sua trajetória de queda, relativo ao ano de 2012. Segundo medida publicada no “Diário Oficial da União” no dia três de janeiro de 2013, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) comprou ações da Petrobras que estavam no Fundo Fiscal de Investimentos e Estabilização (FFIE), que concentra as aplicações do fundo soberano brasileiro – formado com a “sobra” do superávit primário de 2008 – e as repassou ao Tesouro Nacional.
Em posse dos títulos públicos, o Tesouro transformou esses papéis em recursos em espécie, no total de R$ 8,84 bilhões, recursos que engordaram o chamado superávit primário no final de 2012. Também houve antecipação de dividendos da Caixa Econômica Federal, e do BNDES ao governo federal, este último no valor de R$ 2,3 bilhões. O BNDES, por sua vez, recebeu uma parcela de R$ 15 bilhões de empréstimo do Tesouro Nacional.
A publicação afirma que “Provavelmente, o Brasil poderia executar um superávit primário menor sem arriscar sua reputação duramente conquistada com a sobriedade fiscal. Mudar a meta seria uma maneira melhor de fazer isso do que recorrer à contabilidade criativa”.
Sendo assim, há uma necessidade de reforço nas regras de conduta do profissional de Contabilidade, bem como na correta interpretação dos princípios e normas da contabilidade, já que ela dirige-se para uma flexibilização cada vez maior, alegando-se causas ou motivos de questionável aceitação do ponto de vista ético-profissional, e da fidedigna apresentação das informações contábeis aos usuários externos.
O governo federal usa manobras contábeis – que vêm se convencionando chamar de “contabilidade criativa” – para esconder a expansão da despesa pública, do déficit e da dívida governamental.
The Economist lança mais uma série de duras críticas ao governo de Dilma Rousseff. Ao questionar os recentes artifícios usados pela equipe econômica nas contas públicas, a revista diz que "a mudança na meta (de superávit primário) seria uma alternativa melhor do que recorrer à contabilidade criativa".
Seguem importantes tabelas para melhor compreender o assunto:
	Objetivos perseguidos 
	Incentivos para a empresa
	Melhorar a imagem apresentada
	Pressão da comunidade investidora para que a empresa se encontre em uma situação ideal.
Exigência de responder adequadamente às expectativas do mercado geradas por prognósticos favoráveis.
Interesses em determinadas políticas de dividendos.
Desejo de obter recursos externos.
Necessidade de procura de “parceiros” para absorção da empresa. 
Sistema de remuneração vinculado aos lucros.
	Estabilizar a imagem no decorrer dos anos
	Existência de uma clara preferência externa por comportamentos regulares.
Efeito positivo da estabilidade na situação da empresa, com reflexo positivo na cotação das ações.
Benefícios nas políticas de dividendos em razão de ganhos menos oscilantes.
Preferência externa por perfis de riscos reduzidos.
	Debilitar a imagem demonstrada
(big bath)
	Preferências por pagar poucos impostos.
Interesse em distribuir baixos níveis de resultados.
Existência de possibilidade de atribuir êxitos em anos posteriores.
Sistemas de remunerações que se baseiam em aumentos salariais vinculados às melhoras conseguidas.
Dependência de tarifas máximas prescritas pelo Estado.
Interesse na obtenção de subvenções condicionadas à situação que atravessa a empresa
Tabela 01 – Objetivos para a utilização de contabilidade criativa
Fonte: GADEA e GASTÓN (1999)
	
Empresas
	Valor de mercado (em US$ bilhões) dia da denúncia
	Data do último negócio
	Perda Acumulada (em US$ bilhões)
	WorldCom
	2,46
	0,65
	1,81
	Adelphia
	0,99
	0,12
	0,87
	Tyco
	33,49
	25,28
	8,21
	Enron
	27,59
	0,5
	27,09
	Xerox
	7,7
	4,4
	3,3
	Total
	72,23
	30,95
	41,28
Tabela 02 – Baixa no valor de mercado de 5 companhias após denúncias de fraudes nos balanços
Fonte: jornal Gazeta Mercantil
A estrutura e os principais pontos da SOX
Os senadores Paul Sarbanes e Michael Oxley foram os responsáveis pela Lei Sarbanes-Oxley Act 2002, sendo Oxley o presidente da Comissão dos Serviços Financeiros. Sancionada pelo presidente George W. Bush, em julho de 2002, em meio aos escândalos ocorridos, classificados como contábeis, uma vez que a falta de ética foi administrada por meio da maquiagem das demonstrações, objetiva estabelecer sanções que coíbam procedimentos não éticos e em desacordo com as boas práticas de governança corporativa por parte das empresas atuantes do mercado norte-americano e configura-se como o mais importante instrumento promulgado pelo congresso dos EUA.
A lei, também conhecida como SOX ou ainda de Sarbox, foi criada para proteger os investidores,aperfeiçoando a exatidão e a confiabilidade das divulgações financeiras das firmas de acordo com o propiciado pelas Leis de Valores Mobiliários.
Segundo Borgerth (2007), a SOX norteia mecanismos que asseguram a responsabilidade da alta administração de uma empresa sobre a confiabilidade da informação por ela fornecida, bem como a corresponsabilidade do presidente, da diretoria, das firmas de auditoria e dos advogados contratados em quaisquer atitudes tomadas de alta relevância na empresa.
A Lei Sarbanes-Oxley está composta por 11 capítulos apresentados no Quadro 3 e atinge todas as empresas que negociem títulos (ADR American Depositary Receipt) nas bolsas norte-americanas, independentemente de sua nacionalidade. 
	Capítulo 1
	Criação do Órgão de Supervisão do Trabalho dos Auditores Independentes
	Capítulo 2
	Independência do Auditor
	Capítulo 3
	Responsabilidade Corporativa
	Capítulo 4
	Aumento do Nível de Divulgação de Informações Financeiras
	Capítulo 5
	Conflito de interesses de Analistas
	Capítulo 6
	Comissão de Recursos e Autoridade
	Capítulo 7
	Estudos e Relatórios
	Capítulo 8
	Prestação de Contas das Empresas e Fraudes Criminais
	Capítulo 9
	Aumento das Penalidades para Crimes de Colarinho Branco
	Capítulo 10
	Restituição de Impostos Corporativos
	Capítulo 11
	Fraudes Corporativas e Prestação de Contas
Tabela 03 – Composição da Lei Sarbanes-Oxley 
Fonte: Borgerth (2007)
Considerações finais
O presente artigo mostrou por tudo que se viu no decorrer desta pesquisa, pode-se afirmar seguramente que a contabilidade criativa é uma prática criminosa que pode gerar ganhos aparentes, mas também pode resultar em graves prejuízos financeiros para a organização fraudulenta. Isso sem contar com a mancha na imagem que a instituição poderá sofrer.
Assim, é importante que o profissional da contabilidade conheça as causas e consequências da contabilidade criativa e que este possa assessorar os gestores sempre dentro da lei.
Ademais, ficou claro que o contador ou qualquer outro profissional envolvido em tal questão não podem alegar a simples inobservância, pois a contabilidade criativa cometida por ação ou missão, é uma tarefa dolorosa.
O que propomos neste artigo é analises e fatos sobre a contabilidade criativa tentaram explicar o que é, e como procede esta fraude.
O objetivo deste trabalho foi explicar o conceito de fraude e demonstrar os efeitos negativos de tal atividade, dentro da contabilidade da empresa.
Concluímos ainda que é visível o beneficio de ter uma contabilidade transparente e confiável dentro das entidades e indispensável para um desenvolvimento financeiro saudável, através de isso obter credibilidade e reconhecimento para obtenção do sucesso e crescimento da empresa. 
Referências 
ANTONOVICZ, Cristia Maria. Contabilidade Criativa. Disponível em: 
<http://www.webartigos.com/artigos/contabilidade-criativa/70014/>. Acesso em: 02 mai. 16.
BARALDI, Paulo. Contabilidade criativa e fraudes: mais de 500 exemplos e observações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
CORDEIRO, Cláudio Marcelo Rodrigues. Contabilidade criativa: um estudo sobre a sua caracterização. Disponível em:
<http://www.crcpr.org.br/new/content/publicacao/revista/revista136/contabilidade_criativa.htm>. Acesso em: 20 abr. 16.
COUTO, Babette & MARINHO, Rhoger. Contabilidade Criativa X Lei Sarbanes-Oxley: um enfoque sobre a credibilidade da auditoria. Disponível em:
http://www.etecnico.com.br/paginas/mef13801. Acesso em: 10 mai. 16.
GESTÃO E DESENVOLVIMENTO EM CONTEXTO - Gedecon - Vol.2, Nº. 01, 2014. 
DINIZ, Flavia. O fenômeno da contabilidade criativa. Disponível em: 
<http://www.cienciascontabeis.com.br/fenomeno-contabilidade-criativa/>. Acesso em:
30 abr. 16.
SÁ, Antônio Lopes de & HOOG, Wilson Alberto Zappa. Corrupção, fraude e contabilidade. 5ª ed. Curitiba: Juruá Editora, 2015.

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