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Direito Penal II 1º Estágio

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UNIPE - Curso de Bacharelado em Direito 
Direito Penal II
5º Período
TEORIA DAS PENAS
Conceito de Pena: É uma resposta do Estado quando ocorre um crime que não se assemelha a vingança, pois a pena é proporcional ao crime, atrelada a culpabilidade do criminoso e tem por função intimidar a sociedade e ressocializar o mesmo criminoso.
Teorias da Pena: São três as teorias mais importantes:
Teoria retributiva: Definida por Kant, baseada na ideia que o juiz deve olhar para o crime predominantemente;
Teoria preventiva: Definida por Liszt, baseada na ideia de que o juiz deve ao aplicar a pena, buscar intimidar a sociedade (prevenção geral) e ressocializar o condenado (prevenção especial);
Teoria mista: É definida no Brasil pela doutrina. O juiz intimidaria quando aplicasse a pena e olharia para o crime na hora de ressocializar o criminoso; no Brasil predomina esta.
Características da Pena: 
Formalidade: A pena tem que ser prevista em lei;
Proporcionalidade: Ela deve ser na medida do crime;
Especificidade: O juiz deve justificar a quantidade imposta;
Individualidade: A pena deve ser para a pessoa do condenado
Alteridade: O juiz tem que aplicar, salvo justificativa plausível, toda vez que ela for necessária;
Irrevogabilidade: A sociedade tem que cumprir depois que a pena é aplicada pelo juiz.
Espécies da Pena: São três as espécies da pena
Privativa de liberdade
Restritiva de direitos
Multa
Características das Espécies:
Privativa de Liberdade: é chamada de pena principal pela doutrina e a de multa e restritiva são chamadas de alternativas; CUIDADO! É chamada de principal, pois no Código, para todo o crime se tem uma pena de prisão. Mas olhe que hoje em dia existem leis como as de trânsito, meio ambiente, etc., que já tem previsto direto na lei penas restritivas e multa. Ou seja, nessas leis elas são penas principais.
A pena de prisão seguindo os moldes atuais, surge na Inglaterra no séc. XVI. As primeiras cidades onde as penitenciárias foram construídas foram Filadélfia e Alburn.
Espécies de Pena Privativa de Liberdade: São duas: Reclusão e Detenção. Na reclusão se pode iniciar no fechado e na detenção não. ATENÇÃO: Na detenção se pode ir para a penitenciária, mas não se pode iniciar a pena na penitenciária.
Regimes: Regime é sinônimo de lugar onde se cumpre a pena. São três os regimes e três os lugares:
Regime Fechado: Penitenciária
Regime Semiaberto: Colônia
Regime Aberto: Albergue
Na prática não existe colônia e albergue, no semiaberto, a penitenciária estipula o horário em que o preso pode sair, geralmente das 06 às 18 horas. No aberto esse horário é negociado e no fechado o preso não sai.
Há uma diferença entre penitenciária, presídio e cadeia. Penitenciária é para condenado; Presídio para quem está aguardando o julgamento e cadeia para quem fica preso durante o procedimento policial.
Reincidência: Reincidir é praticar outros crimes. A reincidência é um dado objetivo, ou seja, só é reincidente quem comete um crime durante certo tempo. Cuidado com o prazo que não é de 5 anos, mas 5 anos da extinção da punibilidade do crime anterior. CUIDADO! A reincidência é o oposto da primariedade e não se confunde com os maus antecedentes que é quem foi condenado.
Requisitos para Fixar o Regime Inicial: São dois os requisitos: Objetivo e Subjetivo. O primeiro é a espécie de pena: reclusão ou detenção. O segundo é o tamanho da pena; acima de 8 fechado, acima de 4 até 8 semiaberto, até 4 aberto. Por último o juiz olha a reincidência e o aspecto subjetivo, o modo como o crime foi praticado, etc.
Progressão: No Brasil, a progressão se dá depois de cumprido 1/6 da pena e se for crime hediondo 2/5 ou 3/5 caso o condenado seja reincidente em crime hediondo.
Remição: É o pagamento da pena por meio do trabalho, para cada 3 dias de trabalho se diminui 1 dia da pena.
Detração: É a diminuição do tempo em que a pessoa aguarda o processo preso no tempo da condenação.
É possível a teração e processos diferentes, desde que os crimes desses processos tenham sido praticados antes do decreto de prisão.
Prisão domiciliar (Lei 12.403/2011): É uma medida emergencial para as pessoas que estão com grave enfermidade para cumprir regime fechado.
Pena Restritiva de Direito: é uma pena alternativa, prevista para crimes dolosos com pena de até 4 anos e crimes culposos sem limites.
Perda de bens: é o confisco de bens praticado em crimes contra a administração pública.
Prestação pecuniária: Consiste no pagamento de um dinheiro à vítima. É de 1 a 360 salários mínimos. O dinheiro que é pago é descontado de uma futura ação cível.
Pena de prestação de serviços à comunidade: é a pena mais rigorosa. Trabalha-se 1 hora por cada dia de pena, muito embora isso possa ser negociado e se trabalhar as 7 horas em um único dia.
Todo condenado acima de 1 ano pode cumprir a pena na metade do tempo. Isso gera muitas críticas, pois esse benefício deveria caber a só quem é condenado até um ano.
Interdição de direitos: é um tipo de pena voltada para profissionais que legalmente adquirem certos direitos, muito usada nos crimes de médicos e advogados.
Pena de limitação do fim de semana: consiste na obrigação do condenado participar de cursos ou de um acompanhamento psicológico, muito usada nos crimes de drogas.
Particularidades: o tamanho da pena é o mesmo da pena privativa, a pena até 6 meses não cabe prestação de serviços, a pena acima de 2 anos pode ser substituída por até 2 restritivas. 
Requisitos para substituição da pena: são dois os requisitos: objetivos e subjetivos. Os requisitos objetivos são:
Tamanho da pena – até 4 anos para dolosos e sem limite para culposos;
O crime não pode ser com violência física ou psicológica;
O condenado não pode ser reincidente em crime doloso.
Depois se olha os requisitos subjetivos.
Controvérsia: há uma falha na legislação brasileira que acaba por exigir mais para quem pede menos e menos para quem pede mais. O STF já decidiu que para o juiz fixar o regime, olha se o réu é reincidente em crime doloso.
Pena de Multa: a pena de multa foi uma criação brasileira; consiste no pagamento ao Estado de um determinado valor.
Requisitos: São os mesmos da pena restritiva de direitos; a única diferença é que ela só cabe, independentemente do crime ser doloso ou culposo, em condenação de até 1 ano.
Aplicação: Em duas fases. Na primeira se aplica a quantidade de dias/multa, que vai de 10 a 360 e se olha para os crimes. Na segunda, aplica-se o valor de cada dia/multa, que vai de 1/30 a 5 vezes o salário mínimo, olhando a capacidade econômica do réu.
Particularidades: A pena de multa, diferente da restritiva, se não for paga, não vira pena de prisão. Ela tem que ser paga em até 10 dias, senão vira uma execução fiscal.

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