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Renascimento e Reformas Religiosas

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Pedagogia humanista - Renascimento
Renascimento e Reformas Religiosas
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Bloco 01
O Renascimento
O que foi o RENASCIMENTO?
O termo renascimento, ou renascença, faz referência a um movimento intelectual e artístico surgido na Itália, entre os séculos XV e XVI
As Elites Culturais
Jacob Fugger – Banqueiro do Imperador Carlos V
No Renascimento afirmavam-se as elites culturais assentes principalmente no primado do dinheiro e da cultura, nas quais a alta burguesia dos negócios e das letras ombreava com a nobreza mais evoluída, agora obrigada a deixar os castelos, no campo, para procurar as cidades e junto das cortes reais ou principescas, novas oportunidades e novas regalias.
As Elites Burguesas e Cortesãs
O Individualismo, a emulação dos “grandes” e dos príncipes, e o gosto pela vida e os seus prazeres desenvolveram, entre as elites cortesãs, um alto padrão de vida. Organizavam-se reuniões de convívio, banquetes, tertúlias, bailes… eram mostrados publicamente os dotes de beleza, habilidades culturais e artísticas. Nestes círculos seguiam-se com elevado rigor os códigos de civilidade.
OS MECENAS
Os mecenas eram ricos e poderosos comerciantes, príncipes, condes, bispos e banqueiros que financiavam e investiam na produção de arte como maneira de obter reconhecimento e prestígio na sociedade.
A burguesia, classe social que enriqueceu muito com o renascimento comercial, viu na prática do mecenato uma forma rápida de alcançar o status de nobreza. Isso era obtido também com a compra dos títulos de nobreza.
O ato de patrocinar e investir em arte e a cultura é conhecido como MECENATO.
Características 
Antropocentrismo - O Homem passou a estar no centro do Universo e das preocupações humanas. Tudo é feito à medida do Homem, para o bem-estar do Homem e para a sua valorização. 
Individualismo - O Homem tem capacidade para escolher e decidir por si próprio, para pensar por si próprio e passa a valorizar-se e a acreditar nas suas capacidades. 
Classicismo e humanismo - Gosto pela cultura clássica: pelas línguas grega e latina, pelos pensadores clássicos, pela arte e literatura clássica, pelos valores clássicos que valorizam o Homem. 
Naturalismo - Interesse pelo estudo da Natureza física e humana em todos os seus aspetos. 
Espírito crítico - O Homem passa a pensar por si próprio, a questionar a sociedade e o mundo que o rodeia, em vez de o aceitar como um dado adquirido. Até o saber tradicional passa a ser questionado. 
Experiencialismo e curiosidade científica - Necessidade de comprovar pela observação e pela experiência qualquer facto antes de o aceitar como válido; valorização do conhecimento. 
Fases do Renascimento 
Trecento (em referência ao século XIV) - rompimento com o imobilismo (apego a tradição) e a hierarquia da pintura medieval - valorização do individualismo e dos detalhes humanos 
Quattrocento (século XV) - inspiração greco-romana (paganismo e línguas clássicas), racionalismo, experimentalismo. 
Cinquecento (século XVI) - O Renascimento torna-se no século XVI um movimento universal europeu, tendo, no entanto, iniciado sua decadência. Ocorrem as primeiras manifestações maneiristas e a Contra reforma instaura o Barroco como estilo oficial da Igreja Católica. Na literatura atuaram Ludovico Ariosto, Torquato Tasso e Nicolau Maquiavel. Já na pintura, continuam se destacando Rafael e Michelangelo. 
A Imprensa
A prensa de Gutenberg
A produção cultural no Renascimento foi grandemente beneficiada por um outro progresso material que esta época conheceu: o aparecimento e divulgação da arte da impressão, que aos poucos, substituiu a produção manual dos livros
Os Livros… 
Até finais do século XV, os livros impressos eram principalmente de carácter religioso (sendo o primeiro: a Bíblia). A partir do século XVI, a procura recaiu também sobre outros géneros: romances de cavalaria, literatura de viagens e obras humanistas.
A difusão do conhecimento e do pensamento…
A invenção e divulgação da imprensa proporcionou um enorme progresso na vida cultural: permitiu a mais rápida divulgação das ideias e dos saberes; alargou os horizontes mentais e geográficos dos homens; generalizou as correntes culturais, principalmente o pensamento humanista.
ARQUITECTURA RENASCENTISTA
Recurso a elementos clássicos (Classicismo): ordens arquitectónicas (colunas), frontões triangulares, arcos de volta perfeita, abóbadas e cúpulas.
Cúpula
Arcos de volta perfeita
Frontão triangular
Coluna clássica 
ESCULTURA RENASCENTISTA
Realismo (representação fiel da realidade);
Representação do nu;
Expressividade (expressão sentimentos - 
alegria, tristeza, dor…) 
David, 1501-1504
Mármore (434cm)
Miguel Ângelo
ESCULTURA RENASCENTISTA
Retorno do gosto pelas estátuas equestres (típico do período romano).
Donatello, Estátua Equestre
ESCULTURA RENASCENTISTA
Racionalismo - organização geométrica das composições
Piéta, de Miguel Ângelo
Composição em pirâmide – para manter o esquema triangular das personagens, o artista alterou deliberadamente as suas proporções, tornando Cristo menor do que a Virgem.
PINTURA RENASCENTISTA
Técnica de pintura a óleo que permitiu obter cores mais brilhantes e duradouras;
Uso da tela (na Idade Média usava-se como suporte da pintura a madeira); 
Aplicação da técnica do “sfumato” – através da gradação das cores e dos efeitos de luz sombra, permite representar com maior rigor o que estava mais próximo, envolvendo numa espécie de névoa as figuras mais afastadas;
	
Mona Lisa –Leonardo da Vinci
Noção de perspectiva ( o que cria a noção de profundidade e de espessura dos objectos representados);
Escola de Atenas - Rafael
Composição em pirâmide;
Madonna no Prado - Rafael
Naturalismo (inspiração à Natureza);
A Primavera - Botticelli
Retrato
Retrato de Federico Montefeltro 
Retrato dum músico, Leonardo da Vinci 
Bloco 02
A Reforma
Já desde a Idade média que se sentia a necessidade de mudança na doutrina da Igreja e no comportamento dos papas e dos membros do alto clero. John Wyclif, na Inglaterra, Jan Huss, na actual República Checa, e o monge italiano Girolamo Savonarola foram alguns dos que criticavam a Igreja e faziam apelos à sua reforma.
A CRISE RELIGIOSA DO SÉCULO XVI
John Wyclif
Jan Huss
Girolamo Savonarola
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Mas foi, no século XVI, que as críticas e os protestos dos humanistas, como por exemplo Tomas More e Erasmo de Roterdão, que defendiam a renovação da Igreja, aumentaram, pois os abusos do clero e o desprestígio da Igreja tornam-se mais evidentes. Mas porquê?
Thomas More
Erasmo de Roterdão e a sua obra “O Elogio da Loucura”
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O QUE FOI A REFORMA?
A Reforma Protestante foi um movimento que começou no século XVI com uma série de tentativas de reformar a Igreja Católica Romana, e que culminou com a divisão e o estabelecimento de várias igrejas cristãs, das quais se destacam o Luteranismo (de Martinho Lutero).
PRINCIPAIS CAUSAS
Novas interpretações da Bíblia – com a difusão da imprensa um maior número de pessoas passaram a ler a Bíblia.
Corrupção do clero – a prática da simonia (venda de objetos santos: espinhos, objetos pessoais de santos...) e a venda de indulgências (carta emitida pela igreja que dava perdão aos mortos e vivos: claro que mediante um pagamento)
Crítica à moral dos padres – muitos eram envolvidos em escândalos amorosos, bebiam, vendiam os sacramentos, etc...
Sentimento nacionalista – com o fortalecimento das monarquias nacionais, os reis passaram a encarar a Igreja, que tinha sede em Roma e utilizava o latim, como entidade estrangeira que interferia em seus países.
O descontentamento do povo – tolhido por uma série de impostos devido à Igreja, favoreceu a insatisfação espiritual e o apoio à atuação dos reis.
A desmoralização do poder papal – O Cisma do Ocidente ou Cativeiro de Avignon. Transferência do papado para Avignon, em 1307, resultado do conflito entre o rei Felipe IV, da França, e o papa Bonifácio VIII. Somente em 1417
é que Roma voltou a ser a única sede do papado.
A REFORMA NA ALEMANHA
O monge alemão Martinho Lutero foi um dos primeiros a contestar fortemente os dogmas da Igreja Católica. Afixou na porta da Igreja de Wittenberg as 95 teses que criticavam vários pontos da doutrina católica.
As 95 teses de Martinho Lutero condenava a venda de indulgências e propunha a fundação do luteranismo ( religião luterana ). De acordo com Lutero, a salvação do homem ocorria pela fé, e não pelas obras.
Após a ruptura com a Igreja Católica, Lutero estabeleceu os princípios de uma nova religião: o LUTERANISMO
 A salvação obtém-se pela fé;
 Há dois sacramentos: Baptismo e Eucaristia;
 Presença real de Cristo na Eucaristia, sem transubstanciação;
 A autoridade do Papa é rejeitada;
 A Igreja é uma comunidade de fiéis;
 Não é obrigatório o celibato dos padres.
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Consequências...
Lutero foi excomungado pelo papa Leão X em 1521. 
Como também não quis se retratar ao imperador Carlos V, foi expulso do Sacro Império Romano-Germânico. Refugiou-se num palácio e traduziu a Bíblia para o alemão.
Na Suíça, João Calvino fundou o CALVINISMO
 O Homem está predestinado por Deus à salvação ou à condenação;
Há dois sacramentos: Baptismo e Eucaristia;
 Presença espiritual de Cristo na Eucaristia;
A autoridade do Papa é rejeitada;
A Igreja é uma comunidade de fiéis;
- Não é obrigatório o celibato dos pastores.
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Em Inglaterra, o rei Henrique VIII fundou o ANGLICANISMO
- 
A salvação obtém-se pela fé;
 - Há dois sacramentos: Baptismo e Eucaristia;
 - Presença espiritual de Cristo na Eucaristia:
A autoridade do Papa é rejeitada;
 O Rei é o chefe da Igreja;
 O Clero está hierarquizado;
 Não é obrigatório o celibato dos pastores.
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Bloco 03
A Contra-reforma
A Contra-Reforma
Com o avanço das ideias protestantes, ganhou força um amplo movimento de moralização do clero e reorganização das estruturas administrativas da Igreja Católica, que ficou conhecido como Contra-Reforma.
Um conjunto de medidas foram adotadas: Criação da Companhia de Jesus (jesuítas)- expansão do catolicismo; criação de escolas religiosas; Concílio de Trento...
O Concílio de Trento
Bispos e papas reúnem-se na cidade italiana de Trento ( Concílio de Trento – 1545-1563 ) com o objetivo de traçar um plano de reação contra o avanço das ideias protestantes. 
As mudanças referiam-se às práticas da Igreja Católica e também à declaração de guerra aos protestantes. Além da vigilância sobre os católicos.
No Concílio de Trento ficou definido : 
A salvação humana – depende da fé e das boas obras.
A fonte da fé – a Bíblia (melhor interpretada pela Igreja) e a tradição religiosa.
A missa e a presença de Cristo – a Igreja reafirmou que no ato da eucaristia ocorria a presença real de Jesus no pão e no vinho.
Determinou ainda: 
- Tribunal do Santo Ofício - Inquisição : punir e condenar os acusados de heresias
- Criação do Index Librorium Proibitorium ( Índice de Livros Proibidos ) : evitar a propagação de ideias contrárias à Igreja Católica.
 A Companhia de Jesus.
Santo Inácio de Loyola
(1491-1556)
 Foi criada em 1539, pelo nobre espanhol Inácio de Loyola. Caracterizava-se por uma disciplina muito rigorosa e os seus membros, os Jesuítas, destacaram-se no ensino e na evangelização dos povos.
Inácio de Loyola entrega ao papa Paulo III as regras da Companhia de Jesus
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 A Inquisição (Tribunal do Santo Ofício/Santa Inquisição).
Tribunal eclesiástico destinado a “defender a fé católica e os bons costumes”, com poderes para prender, torturar e condenar, geralmente à morte na fogueira, os suspeitos de praticarem bruxaria ou outras religiões, especialmente o Luteranismo e o Judaísmo.
Em Portugal, a Inquisição foi introduzida em 1536, no reinado de D. João III, e as suas principais vítimas foram os cristãos-novos, isto é, os descendentes dos judeus convertidos ao Cristianismo durante o reinado de D. Manuel I.
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Em muitos casos as perseguições e as condenações não eram motivadas por razões religiosas, mas sim por razões económicas. É que os bens dos condenados passavam a pertencer à Inquisição e muitos cristãos-novos eram ricos burgueses.
O Índex (Congregação do Índex).
Fundado em 1543, era uma lista dos livros considerados perigosos para a fé e cuja impressão, venda e leitura era proibida, sob pena de excomunhão.
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