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Atendimento em grupo com crianças com TDAH

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TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NO ATENDIMENTO EM 
GRUPO COM CRIANÇAS COM CARACTERISTICAS DIAGNÓSTICAS DE 
TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE, COM 
PREDOMINÂNCIA DO SUBTIPO DESATENTO. 
 
 
Alessandra Santos1, Lilliane Ventura1, 
Lorena Bianchini1 e Maria Fatima de Paula1. 
TÂNIA MARA BUSETTO2. 
RESUMO: 
O presente artigo apresenta um modelo de terapia de grupo com crianças com sintomas 
de TDAH com predominância de desatenção. As intervenções terapêuticas tiveram sua 
base na abordagem Terapia cognitivo-comportamental e foram realizadas ao longo de 
dezesseis sessões, uma vez por semana, com um grupo de seis crianças, com idade entre 
seis e onze anos. O principal objetivo da terapia de grupo é amenizar os sofrimentos 
gerados pelos sintomas do TDAH, e principalmente da desatenção, trabalhando 
principalmente com estímulos positivos em relação a baixo-estima, atenção, percepção, 
relacionamento social e métodos de disciplina familiar. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Terapia cognitivo-comportamental. Intervenção. Terapia de 
grupo. Crianças. Desatenção. TDAH. 
 
ABSTRACT: 
This article presents a group therapy model with children with symptoms of ADHD 
predominantly inattentive. Therapeutic interventions had their base in cognitive behavioral 
therapy approach and were conducted over sixteen sessions, once a week, with a group of six 
children, aged between six and eleven. The main group therapy's goal is to alleviate the suffering 
caused by the symptoms of ADHD, and especially the lack of attention, working mainly with 
positive stimuli in relation to low-esteem, attention, perception, social relationships and family 
discipline methods. 
 
 
 
 
1 Acadêmicas do Curso de Psicologia, Faculdade do Pantanal (FAPAN), 9º Semestre 2016/1, Cáceres - 
MT. 
 
2 Professora orientadora. 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 O objetivo deste artigo é registrar as atividades práticas realizadas na intervenção 
em Terapia cognitivo-comportamental (TCC) com grupo de crianças diagnosticadas com 
TDAH com o predomínio da desatenção. 
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-
5), o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), é um conjunto de três 
características principais: desatenção, hiperatividade e impulsividade. A prevalência 
deste transtorno, presente em todas as culturas, é cerca de 5% em crianças e 2,5% em 
adultos. 
O TDAH é um transtorno de desenvolvimento do autocontrole, que não se trata 
apenas da criança estar desatenta ou hiperativa, mas geralmente também prejudica outras 
áreas de seu funcionamento, como: a motivação, sua capacidade de controle do próprio 
comportamento, definir objetivos e/ou analisar consequências (Barkley, 2002). Outras 
características como: baixa tolerância a frustração, irritabilidade ou labilidade do humor, 
e em alguns casos baixo rendimento escolar, também podem ser perceptíveis nas crianças 
diagnosticadas. O TDAH é dividido em três categorias: o predominantemente desatento, 
hiperativo/impulsivo e o tipo combinado (DSM-5). 
A intervenção pratica, por sua vez, tem o seu foco voltado para as crianças do 
subtipo desatentas. O TDAH com o predomínio da desatenção possuem menores chances 
de diagnostico do que os outros tipos, pois não possuem comportamentos exacerbados de 
inquietude e agressividade (DuPaul, Stoner, 2007). No geral, as crianças com 
característica predominantemente desatenta podem apresentar atitudes mais “tranquilas” 
e “apagadas”, tendem ficar muito tempo em silencio, geralmente são afastadas do restante 
da sala, propensas a serem sonhadoras e a focarem muito em seus pensamentos, podem 
apresentar dificuldade em terminar as lições a tempo e de acompanhar o que realmente 
ocorre ao seu redor, mas pode passar despercebido, pois é geralmente uma criança 
educada, tenta ser cooperativa, possivelmente faz pouco barulho e não causa problemas. 
Em casa sua quietude tende a permanecer, são - na maioria das vezes - de fácil 
convivência, no entanto, algumas podem ser até passivas de mais, as vezes desmotivadas 
e lentas para processar determinadas informações, não escutam quando falam com ela - 
mesmo que diretamente, costumam ser muito esquecidas e distraídas, podem apresentar 
 
 
 
 
problemas com organização em geral e também finalizar tarefas já iniciadas (Phekan, 
2005). 
Os principais objetivos da intervenção são: amenizar os sintomas provocados pelo 
transtorno e melhorar a qualidade de vida das crianças no seu meio familiar, escolar e de 
amizades; orientação e atividades com os pais, pois eles são em grande parte, responsáveis 
pelo desenvolvimento global da criança; trabalhar os possíveis sintomas apresentados de, 
dispersão, desmotivação, baixa autoestima, dificuldades no relacionamento interpessoal, 
dificuldade de seguir regras, ansiedade, comprimento de tarefas, falta de organização e 
melhora no rendimento escolar; ajudar as crianças a lidarem melhor com suas emoções e 
seus comportamentos; orientar a respeito dos comportamentos bons e ruins, bem como 
suas consequências; melhorar o desempenho das crianças em suas tarefas do dia a dia; e, 
monitorar, através de seus pais, o desenvolvimento dos pacientes no decorrer da terapia 
em grupo. 
 
 
METODOLOGIA 
 
O método utilizado para o presente trabalho é de natureza aplicada, ou seja, 
dirigida a solução de um problema específico, e com objetivos de cunho exploratório, 
visando o aprofundamento de conhecimentos em determinado fenômeno e construir 
hipóteses, tanto explicativa, quanto interventivas. Sendo desenvolvido com base na 
experiência e nas atividades práticas realizadas dentro da disciplina de Estágio 
Profissionalizante II, com enfoque na saúde, realizando intervenções centradas na Teoria 
cognitivo-comportamental (TCC). Visando como objetivo discorrer sobre o 
desenvolvimento da terapia de grupo realizada com seis crianças que possuem 
características do TDAH/subtipo desatento, no qual foi regido por quinze encontros, em 
semanas consecutivas, iniciando na data de 7 de março de 2016, se estendendo até a data 
de 13 de junho de 2016. Onde houve um encontro por semana com duração de uma hora 
e meia cada, totalizando vinte horas e oitenta minutos de atividades. Nas quais utilizamos 
dinâmicas, técnicas e atividades lúdicas como intervenções terapêuticas, com intuito de 
 
 
 
 
contribuirmos e acompanharmos o desenvolvimento dos integrantes da terapia de grupo 
diante de suas problemáticas apresentadas. 
 
 
PARTICIPANTES 
 
O grupo de terapia de TDHA com características de desatenção, constituiu-se com 
seis integrantes, sendo eles: A. B. F. 11 anos, A. O. R. 9 anos, C. L. S. C. 6 anos, M. H. 
O. C. 8 anos, P. H. A. M. S. 10 anos, P. J. C. M. 8 anos, todos com características de 
desatenção. Para desempenho do projeto do estagio com crianças desatentas, quatro 
estagiarias do curso de psicologia do 9º semestre de psicologia da Faculdade do Pantanal, 
foram responsáveis pelas atividades terapêuticas, juntamente com a orientadora. 
O recrutamento destas crianças ocorreu com a divulgação do projeto de 
intervenção em várias redes sociais, usando, portanto, a internet como o principal veículo 
de acesso. 
 
 
LOCAL DE INTERVENÇÃO 
 
O atendimento ao grupo de desatentos aconteceu em contextos clínicos na Clinica-
Escola Marcio Dias Gomes, nas dependências da FAPAN (Faculdade do Pantanal). 
Localizada na Av. São Luiz, 2522, bairro Jardim Cidade Nova, cidade de Cáceres, estado 
de Mato Grosso. As sessões foram realizadas as segundas-feiras, das 16 as 17:30 horas, 
tendo ao todo uma hora emeia de duração. 
 
 
INSTRUMENTOS 
 
 
 
 
As crianças recrutadas, antes de serem aceitas para participarem do processo 
terapêutico, passaram por uma avaliação individual, através de um responsável, para a 
coleta de informações sobre suas características pessoais e cotidianas a fim de analisar 
seu enquadre no perfil necessário para o atendimento. O instrumento usado para esta 
avaliação foi a escala SNAP-V, que visa organizar a classificação nosológica de acordo 
com os critérios de diagnóstico do TDAH contidos no DSM-5, as informações obtidas 
pela escala foram ainda, complementadas através da entrevista de anamnese. 
A aplicação da escala ocorreu em 3 momentos: 1) na entrevista de anamnese 
realizada com um responsável, buscando a percepção dos sintomas, bem como seu gral 
de comprometimento; 2) na escola com os professores que convivem e ensinam a criança, 
com objetivo que obter uma avaliação mais completa do indivíduo; 3) com um 
responsável no final do processo de grupo terapia, com o intuito de perceber evoluções 
no quadro de sintomas apresentados inicialmente. 
 
 
PROCEDIMENTOS 
 
As sessões foram realizadas em grupo, uma vez por semana, com o inicio em 
março e se estendendo até junho de 2016, completando um total de 15 encontros que 
foram conduzidos por um estagiário assumindo o papel de terapeuta, dois de terapeuta 
auxiliar e um de observador. No primeiro momento houve uma avaliação para a seleção 
das crianças que que foram recrutadas, como o intuito de analisar se suas características 
se enquadram como TDAH, com o predomínio da desatenção. 
Todas as sessões tiveram um objetivo específico, que foi sendo construído de 
acordo com a necessidade apresentada pelo grupo, juntamente com os procedimentos 
comuns a TCC. A tabela a baixo visa organizar cada um destes objetivos de acordo com 
as sessões correspondentes. 
 
SESSÕES 
 
 
OBJETIVOS 
 
 
 
 
 
 
01 
Apresentação das crianças e estabelecimento de vinculo através de uma 
dinâmica de apresentação e entrosamento, e estabelecimento das regras 
do grupo. 
 
02 
Psicoeducação lúdica sobre: o que é terapia de grupo, o que é problema, 
e o que é desatenção. 
 
03 Psicoeducação com os pais sobre o TDA e sobre a TCC. 
 
 
04 
Introdução a psicoeducação sobre emoções através do filme animado 
“Divertidamente”. 
 
 
05 
Continuação do trabalho de psicoeducação sobre as emoções de 
maneira lúdica, envolvendo o jogo de boliche e perguntas sobre as 
emoções. 
 
 
06 
Introdução da economia de fichas e atividades sobre comportamento e 
consequência. 
 
 
07 
Trabalhar com os Pensamentos Automáticos (P.A.s) e a como responder 
adequadamente a eles. 
 
 
08 
Atividades lúdicas que trabalham com o raciocínio rápido, atenção, 
planejamento estratégico, trabalho em equipe e imaginação. 
 
 
09 
Sessão com os pais com intuito de saber como está o desenvolvimento 
das crianças em um contexto geral, e psicoeducá-los sobre a importância 
da rotina e do papel dos pais em conjunto com a terapia. 
 
10 
Aplicação adaptada e lúdica do RPD, para ajudar as crianças a 
perceberem e modificarem seus pensamentos automáticos. 
 
 
11 
Atividade sobre os pensamentos de herói e vilão, confecção das mascaras 
de herói. 
 
 
12 
Estimular a função cognitiva da atenção com atividades como, 
labirintos e jogos dos sete erros que exigem esforço mental e 
concentração. 
 
 
13 
Jogo de revisão do tratamento, posteriormente realizar um pequeno 
teatro de fantoche sobre as coisas que aprenderam na terapia. 
 
14 Devolutiva de encerramento da terapia para os pais. 
 
 
15 
Confraternização de encerramento do atendimento ao grupo de crianças 
desatentas, com pais e crianças. 
 
 
A apresentação de cada um no inicio do processo se deu primeiramente com as 
estagiarias dizendo seus nomes, o que gostavam de fazer, e o que não gostavam, 
 
 
 
 
incentivando para que em seguida as crianças fizessem o mesmo. Também foram 
expostas as regras da terapia, como não correr, não gritar, não sair da sala sem 
autorização, respeitar a vez do colega falar, não machucar o outro, prestar atenção nas 
atividades, entre outras. Outra atividade foi realizada no sentido de fortalecer o vinculo 
entre os pacientes, que consistia em vendar os olhos de um e deixar que outro desse 
instruções para que conseguisse encontrar determinados objetos dentro da sala, com cada 
um tendo sua vez de procurar e de guiar. 
A psicoeducação pode ser vista como o estabelecimento de um fluxo de 
informações entre o terapeuta e o paciente e vice-versa (Callaham & Bauer, 1999). 
Portanto, o objetivo principal desta técnica é a educação do paciente frente a seus 
problemas psicológicos e os fatores relacionados a eles. Quando o sujeito entende quais 
são os seus problemas e como funciona o tratamento é muito mais fácil o engajamento 
deste no processo terapêutico, e foi exatamente com este objetivo que as explicações 
lúdicas, sobre o que é terapia, terapeuta, problema e desatenção foram realizadas no início 
do atendimento grupal. No entanto, não parou por ai, elas forma usadas muitas vezes mais 
ao decorrer de todo o tratamento. 
Com os pais o foco da psicoeducação também foi o mesmo, engaja-los no 
processo, pois apenas com o amparo clinico não é possível atingir níveis satisfatórios de 
melhora. Barkley (2002), afirma que a criança TDAH não existe em um vácuo, um nada, 
elas ocupam lugares específicos na sociedade, sendo a família um dos mais importantes. 
Completa ainda que essas crianças influenciam a dinâmica da família tanto quanto a 
atitude da família as influenciam, por isso, quando os pais se engajam na ajuda, eles não 
entendem apenas seus filhos como também o funcionamento de seu grupo familiar como 
um todo. O tempo destinado a grupo terapia é de apenas uma hora e meia por semana, se 
não houver o apoio dos pais fora do ambiente terapêutico as chances de melhora da 
criança será muito menor. 
Como forma de Psicoeducar as crianças de uma maneira mais lúdica sobre suas 
emoções, foi exibido o filme Divertidamente, onde conta a história de Riley uma garota 
divertida de 11 anos, que enfrenta mudanças importantes em sua vida quando seus pais 
decidem deixar a sua cidade natal, no estado de Minnesota, para viver em San Francisco. 
Dentro da mente de Riley, convivem várias emoções diferentes, (ai está o nosso foco) 
como a Alegria, o Medo, a Raiva, o Nojo e a Tristeza. A líder deles é Alegria, que se 
esforça bastante para fazer com que a vida de Riley seja sempre feliz (Nogueira, 20015). 
 
 
 
 
No término da exibição foi entregue balões com desenhos das emoções de acordo com as 
cores apresentadas no filme (amarelo-alegria, azul-tristeza, verde-nojo, vermelho-raiva e 
medo-roxo), e logo que as crianças receberam os balões, conseguiram fazer a associação 
das cores e expressões com as emoções apresentadas ao longo do filme. 
Para reforçar ainda mais as emoções foi aplicado o jogo do boliche, que tinha 
como principal objetivo ajudar as crianças e perceberem e diferenciarem melhor as 
emoções. Composto por 10 garrafas decoradas com as emoções, tristeza, medo, nojo, 
surpresa, alegria e raiva. Os procedimentos do jogo consistiam em, cada um dos pacientes 
joga a bola visando derrubar o maior numero possível de “pinos”, mas para obterem os 
pontos desejados precisavam acertar quais as emoções das garrafas derrubadas, todos 
tiveram a chance de jogar duas vezes, e quem tivesse mais pontos ganharia um premio 
simbólico. No momento seguinte, foram distribuídas plaquinhas com o desenho de cada 
uma das emoções, e realizado perguntasque as estimulassem a responder de acordo com 
as situações de seu cotidiano. O intuito dessa atividade foi associar os desenhos das 
emoções aos sentimentos que elas experimentaram em cada situação apresentadas no 
inquérito, contribuindo para que desenvolvessem uma melhor percepção de seus 
sentimentos e posteriormente correlaciona-los aos pensamentos e comportamentos. 
Já no que se refere à Economia de Fichas, podemos dizer que é uma estratégia de 
intervenção da Análise Aplicada do Comportamento que introduz contingências de 
reforço para respostas consideradas adequada pelo terapeuta. Estas contingências de 
reforço geralmente são apresentadas em forma de fichas, pontos ou qualquer outro tipo 
de estímulo reforçador condicionado que possa sinalizar reforço em momento posterior. 
Assim, estas “fichas” podem ser trocadas por atividades, alimentos, objetos ou outros 
tipos de estímulos reforçadores previamente definidos (LIMA, 2012). Tendo isso em vista 
foi construído um cartaz com o nome de cada criança do grupo e explicado que a se 
seguissem as regras da terapia de forma correta iriam ganhar carinhas felizes, porem, se 
descumprissem alguma regras, uma carinha lhe seria retirada. Aproveitando esta 
explicação, foi encaixada também a psicoeducação sobre consequências, ratificando que 
todo comportamento carrega consequências com sigo, e que se a atitude for ruim, o 
resultado dela também o será, e se a atitude for positiva, terá resultados positivos. Foram 
utilizados exemplos do cotidiano de cada um dos pacientes para demonstras a aplicação 
pratica do assunto. 
 
 
 
 
A psicoeducação a respeito dos P.A.s se deu com a confecção de vários cartões, 
alguns com pensamentos negativos e outros contendo pensamentos mais adaptativos e 
assertivos. A princípio foi apresentado apenas os cartões negativos, para que cada uma 
das crianças escolhessem um ou dois que já haviam vivenciado, questionou-se em seguida 
qual foi a situação que os desencadearam e, através de um questionamento socrático, foi 
possível fazer com que percebessem a mesma situação de forma diferente, mais realista, 
apresentando-lhes então os cartões positivos e pedindo para que escolhessem qual melhor 
se encaixava a nova percepção. 
As atividades lúdicas selecionadas para estimular o raciocínio rápido, atenção, 
planejamento estratégico, trabalho em equipe, tomada de decisão e imaginação foram: 
construindo história, palavras proibidas e ordem contrária. A primeira consistia em 
organizar as crianças em roda e pedir para que uma delas desse uma frase aleatória, e as 
outras, em ordem, completassem a frase para que formasse uma história, com começo, 
meio e fim. Para a segunda atividade foi anunciado que haveria uma interrogação de 
suspeitos, mas que três palavras estavam proibidas de serem ditas pelo interrogado, "sim", 
'não" e "porque", assim os pacientes eram selecionados em ordem para participar, cada 
um teve a oportunidade de atuar uma vez com cada papel. A terceira brincadeira foi 
semelhante ao "vivo ou morto", porem ao contrário, quando era anunciado "vivo", todos 
tinham que se levantar, e "morto" todos tinham que se erguer. 
No segundo encontro com os pais, foi ressaltada a importância de se ter uma rotina 
bem estabelecida na vida de seus filhos. Já que de acordo com Phelan (2005), as crianças 
com TDAH geralmente apresentam dificuldades com a organização das coisas e do 
tempo, ou seja, facilmente perdem a noção do tempo por se distraírem com coisas do 
cotidiano. Estabelecer uma agenda de horários e compromissos é muito importante para 
que a criança consiga aos porcos se organizar melhor. Também foi apresentado um 
resumo de tudo o que já havia sido realizado no decorrer da terapia de grupo, para que 
eles tivessem noção geral do andamento do processo. 
Os P.A.s evocados anteriormente durante a psicoeducação sobre os pensamentos 
negativos, foram novamente abordados com a intenção de demonstrar as crianças a 
relação deles com as emoções e os comportamentos. Até então, todos esses assuntos já 
haviam sido trabalhados, porem de forma separa. A aplicação lúdica do RPD (Registro 
dos Pensamentos Disfuncionais) teve exatamente este objetivo, de integrar os 
conhecimentos já adquiridos por eles, demonstrando a relação de causa e efeito. Depois 
 
 
 
 
de toda a explicação. Foram distribuídos pequenos cartazes com algumas situações do 
cotidiano e pedido que dessem um pensamento, uma emoção e um comportamento para 
cada um deles. 
O trabalho com os pensamentos de herói e de vilão se desenvolveu da seguinte 
forma. Foram distribuídas mascaras de super-heróis e lápis de cor para confeccionar e 
colorir da maneira que imaginassem o seu heroi. Após a mascara pronta foi questionado 
à eles qual era a função de um herói? Teve como resposta, salvar, lutar contra o mau, 
proteger as pessoas, fazer o bem. Depois foi questionado, qual a função do vilão? As 
respostas foram: bater nas pessoas, fazer maldade, quebrar as coisas, falar palavrão. Foi 
feita então uma associação com pensamentos bons (herói) e pensamentos ruins (vilão). A 
seguir foi novamente reforçado a ligação da tríade cognitiva de pensamento, emoção e 
comportamento através das seguintes perguntas: Quando se tem um pensamento de vilão, 
como se sentem e como se comportam? Como poderia transformar em pensamentos de 
heroi? O que melhoraria no cotidiano? 
Em outro momento foram separados 3 labirintos diferentes, todos de nível médio 
e 2 jogos dos 7 erros, também nível médio. Com o objetivo de colocar a atenção como 
foco central desta sessão. Já que todos os aspectos básicos importantes da Terapia 
cognitivo-comportamental (pensamento, emoção e comportamento) foram trabalhados 
com sucesso, é importante que a atenção também seja posta em foco, para que, a partir 
deste ponto, dar inicio ao processo de desligamento do tratamento. Também foi permitido 
que colorissem os desenhos contidos nos jogos para que a atividade ficasse mais 
descontraída e agradável. 
O Jogo de Revisão da Terapia, foi elaborado pelas próprias estagiárias, era 
composto por um tabuleiro onde haviam várias caras numeradas, cada uma com uma 
pergunta correspondente. Se a criança errasse a resposta voltava 2 casas no jogo, se 
acertasse poderia aguardar sua vez de jogar o dado novamente. As perguntas tiveram 
como objetivo resgatar todo o conteúdo trabalhado ao longo de todas as sessões anteriores 
e medir o quanto as crianças aprenderam, algumas delas foram: Qual comportamento 
devo ter aqui na sessão para ganhar carinhas felizes?; Qual o pensamento de vilão?; O 
que devo fazer quando eu tiver um pensamento negativo?; O que é pensamento negativo?; 
O que é consequência?; O que devo fazer quando ficar com raiva?; Que tipo de 
comportamento aqui na sessão me faz perder carinhas felizes?; O que é problema?; entre 
outras. Em seguida foi destinado um momento para a realização do teatro, a proposta foi 
 
 
 
 
que as crianças representassem com os fantoches algumas coisas que aprenderam durante 
a terapia, poderiam escolher qualquer tema, desde as emoções, até as regras da sessão. 
Cada criança escolheu dois fantoches para usar e elas poderiam fazer o teatro sozinhas ou 
chamar um coleguinha para fazerem juntos. 
No terceiro encontro com os pais foi feita uma atualização sobre a evolução dos 
pacientes durante a terapia, com depoimento das estagiarias a respeito das melhoras 
observadas em cada uma das crianças e em seguida dos pais relatando como estava a 
evolução de seus filhos em casa e na escola, assim como suas atitudes de colaboração 
para o processo. A seguir, foi distribuído às mães uma folha de papel A4 para realizarem 
uma atividade reflexiva divididaem três partes. A primeira era para escreverem sobre os 
comportamentos dos filhos que as irritavam. O segundo foi sugerido que escrevessem 
coisas que os filhos fazem que as deixam felizes ou orgulhosas. Reservamos um momento 
de reflexão dos dois itens e logo após, foi proposto que escrevessem o que cada uma 
poderia fazer, para continuar ajudando na melhora deles. Essa atividade foi importante 
para trabalhar o filtro negativo que as mãe apresentavam, ou seja, elas percebiam com 
muito mais facilidade os erros e aspectos negativos das crianças do que os positivos, isso 
foi muito visível pela dificuldade que apresentaram para eleger comportamentos 
positivos. 
Por fim, o encerramento do processo terapêutico se deu com a realização de uma 
confraternização, estando presentes as crianças e seus pais. O momento foi descontraído 
e divertido com muita interação entre os participantes, além dos lanches oferecidos como, 
cachorro quente, bolo de chocolate, pipoca, refrigerante, suco e balas. Tanto pais como 
crianças puderam ficar a vontade para se servir. Foram distribuímos alguns brinquedos 
da clinica-escola para que as crianças pudessem se divertir e interagir uns com os outros. 
Também houve a entrega das recompensas da economia de fichas, na qual todas as 
crianças receberam como prêmio uma bola. As estagiárias concordaram que todos 
mereciam receber a recompensa, pois foi visível o esforço e comprometimento deles ao 
longo da terapia. 
Cabe acrescentar também algumas informações gerais como por exemplo, os 
lanches, que foram distribuídos em pacotinhos ao final de todas as sessões. Assim como 
sempre foi reservado quinze minutos no início dos encontros para atividades e 
brincadeiras que estimulassem a atenção, como, pega varetas, jogo da memória, desenhe 
e adivinhe, dominó, entre outros. Além disso, mas quinze minutos era reservados ao final 
 
 
 
 
para que brincassem livremente utilizando os brinquedos oferecidos pela clinica-escola, 
e incentivado para que guardassem todos em seus devidos lugares após o termino das 
brincadeiras. Os lanches e os momentos livres ofereciam um reforço positivo para instigar 
as crianças a comparecerem nas próximas sessões. 
 
 
RESULTADOS 
 
Várias situações problemas foram apresentadas pelas mães e responsáveis na 
entrevista inicial, como: não escutar quando lhe dirigem a palavra, demorar muito tempo 
para fazer algumas atividades por não prestar atenção, cometer erros por descuido, 
desorganização principalmente com o material escolar, pouca noção de tempo, 
desobediência em casa e na escola, dificuldade de esperar algo, conversar muito e 
atrapalhas as aulas, entre outros. Todos esses fatores estabelecem uma relação 
extremamente intima com o TDAH. O processo terapêutico, de forma integral, teve como 
foco principal a diminuição da intensidade ou a extinção destes sintomas, para que as 
crianças passassem a terem atitudes mais assertivas e adaptativas e, consequentemente, 
possam se desenvolver de forma saudável, diminuindo a quantidade de problemas que 
poderiam surgir e/ou se agravar ao longo do tempo. 
Pode-se considerar, de modo geral, que todos os objetivos do tratamento foram 
alcançados. Algumas crianças apresentaram maiores índices de melhora do que outras. 
Isso de deve a dois motivos, primeiro, alguns pacientes apresentaram queixas mais graves 
e um aspecto mais comprometido do que outros, e segundo, os que tiveram melhor quadro 
de evolução também tiveram mais empenho terapêutico dos pais, ou seja, um maior 
envolvimento e comprometimento da família ao longo do processo. 
Concluiu-se então que, das seis crianças atendidas na terapia de grupo, duas 
receberam alta, por apresentarem melhora significativa ao ponto de não precisarem dar 
continuidade ao tratamento, uma foi encaminhada para uma terapia de grupo focada no 
atendimento com TDAH do subtipo hiperativo e as outras três foi sugerido que 
continuassem o tratamento, porem com terapia individual, pois percebeu-se que os 
problemas de desatenção são resultados negativos de uma dinâmica familiar prejudicial. 
 
 
 
 
DISCUSSÃO 
 
Ao realizarmos o trabalho de intervenção terapêutica com as crianças com 
características do TDAH/ subtipo desatento, nos deparamos com algumas dificuldades 
inicialmente com a resistência e falta de comprometimento por conta de alguns pais. 
As primeiras sessões com as crianças foram um tanto complicadas, pois a maioria 
delas tinham muita dificuldade em seguir regras, e principalmente em se concentrarem 
em uma coisa de cada vez, então, com as atividades propostas dentro do tempo que 
passávamos com elas, pouco a pouco todos se adequaram bem á rotina dos encontros. Se 
adaptaram ao quadro de regras, colaborando cada vez mais para sessões bastante 
proveitosas. Os encontros delimitados somente para os pais e/ou responsáveis foram de 
grande valia, considerando o fato de que uns são mais presentes e comprometidos do que 
outros, mas no final todos entenderam a proposta da terapia de grupo. Comprometeram a 
se adequarem melhor às dificuldades de seus filhos, mudando também parte de sua rotina 
e alguns de seus próprios comportamentos que ás vezes contribuíam para tais atitudes de 
seus filhos, para que possam assim conviver sem tantos julgamentos e conflitos em 
relação aos comportamentos das crianças relacionados ao TDAH. 
Levando em conta tudo o que foi vivenciado neste estágio, obtivemos bons 
resultados, em relação ás queixas trazidas pelos pais e/ou responsáveis. No último 
encontro, o de confraternização, todos mostraram muito satisfeitos pelas mudanças 
alcançadas, tanto em casa, quanto no ambiente escolar. 
Concluímos que mesmo com alguns integrantes tendo necessidade de dar 
continuidade ao acompanhamento terapêutico, em um contexto geral obtivemos um bom 
resultado, e conseguimos também esclarecer para os pais e/ou responsáveis destas 
crianças a importância de procurar uma ajuda profissional quando se percebe uma 
dificuldade em um nível considerável nas crianças, e não apenas julgá-los e diminuí-los 
por tal. O que foi de grande valia também foi dar uma melhor conhecimento aos pais 
sobre problemáticas que os mesmos desconheciam por isso não davam a devida 
importância, mas que com a psicoeducação sobre o TDAH e afins todos ficaram mais 
conscientes sobre como lidar e como se comportar diante de uma dificuldade de seus 
filhos, sendo assim muito proveitoso de ambas as partes. 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Após tudo o que foi exposto aqui, cabe-nos agora deixar nossas últimas 
impressões acerca do estágio profissionalizante II. Primeiramente, relatar a enorme 
bagagem de conhecimentos que nos foram ofertados, tanto na parte teórica, na supervisão 
e orientação específicas, como também a incrível e inesquecível vivência dentro da 
instituição (Clínica-escola). 
Essa experiência foi algo muito além do que um simples aprendizado teórico. Foi 
uma troca vivencial, onde relações foram construídas e vínculos foram feitos. Trabalhar 
com o grupo de crianças desatentas contribuiu também para que houvesse uma 
transformação do nosso conhecimento, que requer, antes de tudo, uma investigação, uma 
análise e planejamento para que o trabalho fosse realizado com êxito. Percebemos o 
quanto é necessário estar focado em nossa função e no papel a ser empenhado por nós 
acadêmicos, pois nesse contexto estivemos intervindo verdadeiramente na vida tanto dos 
integrantes do grupo de desatentos, quanto de seus familiares e responsáveis, sendo de 
grande valia para todos os envolvidos. 
O desenvolvimento do estágio profissionalizante II nos proporcionou além de uma 
rica experiência e conhecimento,também a oportunidade de lidar com a realidade dos 
pais e/ou responsáveis destas crianças com TDAH, e vivenciar a dificuldade que eles 
tinham ao conviverem com essa problemática das crianças. Muitas das vezes vivendo 
um conflito dentro de seu lar com seus filhos por falta de informação, e por não saber 
como lidar com tais comportamentos dessas crianças tanto em casa quanto no ambiente 
escolar, utilizando muitas vezes de julgamentos como forma de justificar as 
características como os problemas na escola, o desinteresse em casa e principalmente a 
desatenção. 
Conclui-se que a realização deste estágio favoreceu também a nossa qualificação 
técnica, emocional e, principalmente, social, permitindo a prática de trabalhar em equipe, 
respeitando as diferenças e visualizando os benefícios que esta experiência ocasiona, 
visando também o melhor entendimento sobre o TDAH, e uma melhor qualidade de vida 
com relação ás crianças e seus pais e/ou responsáveis e profissionais da educação. 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
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guia completo para pais, professores e profissionais da saúde. - Porto Alegre: Artmed, 
2002. 
Callaham, M. A. & Bauer, M. S. (1999). Psychosocial Interventions for Bipolar 
Disorder. The Psychiatric Clinics of North América, 22, 675-88. 
DUPAUL, George J. TDAH nas escolas. - São Paulo: M. Books, 2007. 
LIMA, Anderson M. (2012) Economia de Fichas: definição e aplicação. 
Comporte-se: psicologia & análise do comportamento. Data de acessado em 03 de julho 
de 2016. 
<http://comportese.com/2012/03/economia-de-fichas-definicao-e-aplicacao/> 
NOGUEIRA, Regina (2015). O que o filme “Divertida Mente” nos ensina sobre 
inteligência emocional? - Dino Blog. Data de acesso em 03 de julho de 2016. 
<http://blog.dino.com.br/?page_id=291?title=o-que-o-filme-%E2%80%9Cdivertida-
mente%E2%80%9D-nos-ensina-sobre-inteligencia-emocional&releaseid=67113&pa rtn 
erid= 78&> 
PHELAN, Thomas W. TDA/TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção e 
Hiperatividade. - São Paulo: M. Books, 2005.

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