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01/08/2016 AVA UNIVIRTUS http://univirtus277877701.saeast1.elb.amazonaws.com/ava/web/#/ava/AvaliacaoUsuarioHistorico/65670/novo/1 1/10 PROVA REGULAR - SOCIEDADE BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA - 16/05 a 03/06/2016 PROTOCOLO: 201605275770418CBEA1INAJARA MACHADO DOS REIS - RU: 577041 Nota: 30 Disciplina(s): Sociedade Brasileira Contemporânea Data de início: 27/05/2016 18:09 Prazo máximo entrega: 27/05/2016 19:24 Data de entrega: 27/05/2016 18:29 Questão 1/10 Leia a seguinte citação: “A interferência na estrutura do Estado foi profunda (...). A área sensível do novo sistema político estava localizada no controle, pelas Forças Armadas, da Presidência da República. Os militares assumiram o governo de forma inconstitucional, conferiram a si próprios poderes de exceção, e cinco generais do Exército se alteraram no comando do Executivo”. O período do governo militar se caracterizou por uma forte centralização política com interferências em várias instâncias da sociedade. De acordo com o artigobase estudado nesta disciplina do autor Versiani, marque a alternativa que define como ficaram as funções legislativas durante o período da Ditadura Militar, antes do processo de abertura: A O Poder Legislativo tinha limitado espaço de atuação e se resumiu a aprovar todas as medidas tomadas pelo Poder Executivo. B As funções legislativas eram delegadas aos sindicatos e entidades dirigidos pelo Regime Militar, forma encontrada de controlar o Legislativo. C O Poder Legislativo conseguiu autonomia inédita na história da República, agindo em conjunto com a sociedade, barrando decretos exageradamente autoritários do Regime Militar. D A função legislativa, no que se refere à aprovação de leis, estava limitada pelo Regime Militar, mas o Poder Legislativo ainda podia vetar os Atos Institucionais decretados. E O Poder Legislativo tinha suas funções limitadas pelo governo, mas determinou um prazo para o fim do Regime Militar e abertura democrática, cumprido pelos militares. Após esta avaliação, caso queira ler integralmente esse texto, ele está no livro: SCHWARCZ, L. M. STARLING, H. M. Brasil: uma bibliografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. p. 449. “Em seguida ao golpe de 64, as funções legislativas do Congresso Nacional sofreram forte esvaziamento. (...) A atividade legalista reduziuse praticamente à prerrogativa de confirmar, em última instância, as medidas tomadas por um Poder Executivo autorizado a governar por decreto”. VERSIANI, M. H. Uma República na Constituinte (19851988). Revista Brasileira de História. v. 30, n. 60, p. 233252, 2010. p. 235. 01/08/2016 AVA UNIVIRTUS http://univirtus277877701.saeast1.elb.amazonaws.com/ava/web/#/ava/AvaliacaoUsuarioHistorico/65670/novo/1 2/10 Questão 2/10 Atente para o excerto de texto abaixo: “O debate político também permeava o campo das artes que discutiam o papel revolucionário e engajado das manifestações artísticas buscando novos públicos e novos conteúdos. O Cinema Novo, o Teatro de Arena, o Teatro Oficina, o Centro Popular de Cultura (o CPC da UNE) são exemplos dessa postura”. O campo cultural também teve uma intensa produção durante o governo João Goulart e foi marcado por diferentes manifestações artísticas e forte atuação da imprensa. Com base nisso e no texto de Toledo estudado durante as aulas, analise as assertivas a seguir: I. As manifestações artísticas no pré64, mesmo com uma produção intensa, enfrentavam a repressão e a censura acentuada do governo Goulart. A censura buscava estancar os debates culturais, pois eles eram incentivados principalmente pelos militares. II. A imprensa cumpria um papel importante na divulgação das diferentes correntes de pensamento. A esquerda, como tinha menos acesso aos meios de comunicação de massa, apostava em uma imprensa alternativa própria ou nas artes (teatro, cinema etc.). III. O contexto político ideológico efervescente possibilitou novas manifestações artísticas politizadas, como o Cinema Novo, que colocou as camadas populares como protagonistas da narrativa mesmo com recursos limitados. IV. Os grandes meios de comunicação de massa forneciam amplo espaço para as correntes ideológicas de esquerda apresentarem suas propostas, pois sua linha editorial se alinhava a tais correntes. Agora, assinale a alternativa que contém as afirmativas corretas: A I e II. B II e III. C I e IV. D I, II e III. E III e IV. Após esta avaliação, caso queira ler integralmente esse texto, ele está no livro: ARAUJO, M. P.; DA SILVA, I. P.; SANTOS, D. R. Ditadura militar e democracia no Brasil: história, imagem e testemunho. Rio de Janeiro: Ponteio, 2013. p. 12. “Inúmeras revistas especializadas e não acadêmicas, semanários e jornais traduziam e difundiam essas correntes (das liberais às comunistas) teóricas e ideológicas. A esse respeito, vejamos a questão do ângulo dos setores progressistas. Não tendo acesso aos meios de comunicação de massa, a esquerda nacionalista e socialista, além de seus órgãos de imprensa (jornais, revistas etc.), buscava difundir as propostas reformistas do nacional desenvolvimentismo – ou mesmo da revolução socialista – por meio de experiências como o teatro, o cinema, a música e as artes plásticas. O Cinema Novo – com limitação de recursos, mas com o generoso lema de ‘uma ideia na cabeça e uma câmera na mão’ – colocou as camadas populares (no campo e na cidade) como protagonistas de suas narrativas. Assim, os primeiros e excelentes filmes de Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos, Joaquim Pedro de Andrade, Ruy Guerra e outros se tornaram possíveis a partir desse novo contexto político e ideológico que se constituía no país”. TOLEDO, C. 1964: o golpe contra as reformas e a democracia. In: Revista Brasileira de História. v. 24, n. 47, 1328, 2004. p. 19. 01/08/2016 AVA UNIVIRTUS http://univirtus277877701.saeast1.elb.amazonaws.com/ava/web/#/ava/AvaliacaoUsuarioHistorico/65670/novo/1 3/10 Questão 3/10 Considere o seguinte fragmento de texto: “Os estudantes foram, sem dúvida, um dos principais setores responsáveis pelo clima de efervescência política daquele período (governo Goulart). Por essa razão, foram duramente perseguidos e reprimidos durante o regime militar que se instaurou com o golpe de 1964. No dia seguinte ao golpe, a UNE foi extinta e sua sede incendiada. A entidade iniciava, naquele momento, um longo período de clandestinidade”. O movimento estudantil também foi um fator importante no prégolpe, enquadrandose nesse contexto cultural e ideológico efervescente. Com base nisso e nos conteúdos estudados no texto de Toledo, assinale a alternativa correta sobre o movimento estudantil (ME) durante o governo João Goulart: A O movimento estudantil, tendo a UNE como principal entidade representativa, era conhecido como “massa de manobra” do governo Goulart, pois defendia qualquer pauta proposta pelo governo. B Os estudantes, apesar de buscarem participação política, envolviamse apenas em questões que lhes interessavam, como a reforma universitária, não se aliando com outros movimentos ou associações. C O movimento estudantil era um dos destaques da agitação política durante o governo Goulart, uma de suas principais pautas era a reforma universitária. O ME também buscava se associar aos demais movimentos progressistas da época. D A repressão em cima do movimento estudantil era muito forte durante o governo Goulart, pois a UNE e as UEE’s faziam intensas campanhas contra as Reformas de Base e o Plano Trienal propostos pelo presidente. E A forte mobilização política do movimento estudantil não era condizente com o contextocultural e ideológico do governo Goulart, pois o momento era de estabilidade política e institucional. Questão 4/10 Leia o fragmento de texto a seguir: “Embora não haja qualquer homogeneidade nos dados sobre o número de paralisações e de trabalhadores em greve, o fato indiscutível, confirmado por todas as estatísticas é o do crescimento contínuo das mobilizações grevistas entre o fim da década de 1950 e o ano de 1963. Algumas dessas greves tiveram grande repercussão, seja pelo poder de mobilização demonstrado pelas organizações sindicais, ou por suas demandas, visivelmente ligadas aos grandes temas COSTA, C. M. L. Os estudantes e a política. In: Dossiê Trajetória Política de João Goulart. Rio de Janeiro: FGV CPDOC. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: cpdoc.fgv.br/producao/dossies/Jango/artigos/NaPresidenciaRepublica/Os_estudantes_e_a_politica. Acesso em: 11/01/2016. Você acertou! “O movimento estudantil – através de sua representação maior, a UNE e as UEEs – teve atuação destacada nessa nova modalidade de agitação política e debate cultural. Além de defender a reforma universitária, o ME buscava associarse aos demais movimentos de orientação nacionalista e reformista; através de caravanas que percorriam o país, eram exibidas peças teatrais e divulgadas músicas que debatiam o subdesenvolvimento, as reformas de base, a revolução, o imperialismo etc”. TOLEDO, C. 1964: o golpe contra as reformas e a democracia. In: Revista Brasileira de História. v. 24, n. 47, 1328, 2004. p. 19. 01/08/2016 AVA UNIVIRTUS http://univirtus277877701.saeast1.elb.amazonaws.com/ava/web/#/ava/AvaliacaoUsuarioHistorico/65670/novo/1 4/10 do debate político nacional”. Mattos apresenta o crescimento do movimento de trabalhadores nos primeiros anos da década de 1960. Com base nesses elementos e no texto de Toledo estudado em sala de aula, assinale a alternativa correta sobre o movimento sindical no governo Goulart: A O sindicalismo brasileiro, mesmo com o aumento do número de greves, enfrentava um momento de refluxo durante o governo Goulart, pois a participação política dos trabalhadores era incipiente nesse período. B A luta dos trabalhadores era controlada pelo Comando Geral dos Trabalhadores (CGT) que proibia a atuação de qualquer outra organização ou central sindical, o que justificava a posição contrária dos militares ao CGT, os quais queriam mais pluralidade das organizações dos trabalhadores. C A imprensa conservadora encarava com entusiasmo o vínculo do CGT com o presidente João Goulart, por isso denominava o CGT de “quarto poder”, ou seja, um importante elemento da democracia brasileira. D O sindicalismo brasileiro no governo Goulart teve um de seus momentos mais ativos com aumento de paralisações e diversas novas organizações. Destacase a atuação do CGT e sua proximidade com o governo, o que incomodava os setores dominantes. E João Goulart, após muitos embates com os trabalhadores e principalmente com o CGT, adotou uma política repressiva intensa e direta em cima das organizações sindicais, aparato violento aproveitado pela ditadura. Questão 5/10 Leia o extrato de texto abaixo: “A Comissão Geral de Investigações (CGI) foi criada dentro da lógica que a historiadora Maria Celina D’Araujo, da PUC Rio, chamou de ‘utopia autoritária’ — um conjunto de crenças que dava base ao regime e pressupunha que os militares eram superiores aos civis em questões como patriotismo, conhecimento da realidade nacional e retidão de caráter”. Segundo o trecho acima, a “utopia autoritária” era a tese que permeava diversos setores militares e demonstrava a superioridade dos militares frente aos civis. Com base no textobase da disciplina do autor Fico, a “utopia autoritária” é a crença... Após esta avaliação, caso queira ler integralmente esse texto, ele está no livro: MATTOS, M. B. Trabalhadores e sindicatos no Brasil. São Paulo: Expressão Popular, 2009. p. 94. “No triênio 19611963, o sindicalismo brasileiro alcançou um de seus momentos de mais intensa atividade. Enquanto de 1958 a 1960, sob o governo JK, haviam ocorrido cerca de 180 greves, nos três primeiros anos de Goulart, foram deflagradas mais de 430 paralisações. Nesse mesmo período, diferentes organizações de coordenação dos sindicatos, no plano regional e nacional, foram criadas. Embora proibida pela rígida legislação sindical então vigente, o Comando Geral dos Trabalhadores — CGT teve uma destacada atuação na cena política brasileira. (...) Para afronta dos setores de direita, as lideranças do CGT eram recebidas em Palácio pelo presidente da República e reconhecidas como interlocutores de importantes dirigentes partidários. (...) Durante todo o período, foi muito estreita a vinculação do CGT com o governo Goulart. Embora não se possa afirmar que tenha sido apenas ‘massa de manobra’ do governo — pois reivindicava sua autonomia política —, o CGT colaborou estreitamente com Goulart, apoiandoo abertamente na maioria de suas iniciativas políticas. TOLEDO, C. 1964: o golpe contra as reformas e a democracia. In: Revista Brasileira de História, 2004, v. 24, n. 47, p. 1328. p. 19,20. AMADO, G. CGI, um dos instrumentos da ”utopia autoritária” dos militares. O Globo. Rio de Janeiro, 16 de março de 2014. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, o mesmo encontrase disponível em: /oglobo.globo.com/brasil/cgiumdosinstrumentosdautopia autoritariadosmilitares11891680. Acesso em: 12/01/2016. 01/08/2016 AVA UNIVIRTUS http://univirtus277877701.saeast1.elb.amazonaws.com/ava/web/#/ava/AvaliacaoUsuarioHistorico/65670/novo/1 5/10 A de que é possível conciliar a liberdade de imprensa com o controle de qualquer ideologia oposta ao regime militar. B na unificação de todos os setores das Forças Armadas sob o comando de um único generalpresidente, a exemplo de Pinochet, no Chile. C em um regime repressivo com os comunistas, mas moderado quanto às ideias divergentes e que orbitam o campo ideológico dos militares, como os socialistas. D na capacidade de extinguir quaisquer formas de discordâncias como o comunismo e quaisquer outras correntes contrárias aos valores apregoados pelo regime militar. E no Estado de BemEstar Social, com medidas populistas e ações diretas da figura de um generalpresidente carismático com o “povo”, sem intermediações de grupos organizados. Questão 6/10 Leia a seguinte manchete: “Tratase de reafirmar a importância, como projeto, do que se pode chamar de ‘utopia autoritária’, isto é, a crença de que seria possível eliminar quaisquer formas de dissenso (comunismo, ‘subversão’, ‘corrupção’) tendo em vista a inserção do Brasil no campo da ‘democracia ocidental e cristã’. Tal crença empolgava de maneira diferente os diversos grupos militares”. FICO, Carlos. Versões e controvérsias sobre 1964 e a ditadura militar. In: Revista Brasileira de História. v. 24, n. 47, p. 2960, 2004. p. 34. Sancionada a reforma partidária. Folha de São Paulo. São Paulo, 21 de dezembro de 1979, p. 1. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, o mesmo encontrase disponível em: //acervo.folha.uol.com.br/fsp/1979/12/21/2/. Acesso em 12/01/2016. 01/08/2016 AVA UNIVIRTUS http://univirtus277877701.saeast1.elb.amazonaws.com/ava/web/#/ava/AvaliacaoUsuarioHistorico/65670/novo/1 6/10 A reportagem acima mostra que Figueiredo assumiu a presidência com a proposta de finalizar o processo de abertura política, sempre garantindo a segurança do regime. Assim, além da volta do pluripartidarismo, Figueiredo decretou outra importante mudança democrática no cenário político brasileiro, por sofrer pressões populares. De acordocom o texto do artigobase da disciplina de autoria de Versiani, assinale a alternativa que aponta tal mudança: A Eleições indiretas de um terço do Senado (os senadores biônicos). B Pacote de Abril. C Lei da anistia. D Lei Falcão. E Implantação da CLT. Questão 7/10 Atente para o extrato de texto a seguir: “Desafio O Plano Trienal revela que a taxa de desenvolvimento foi, nos últimos anos, maior no Brasil do que nos Estados Unidos. Revela que esse desenvolvimento poderá ser mantido, no mesmo ritmo, sem aumentar o endividamento do país no estrangeiro e sem manter ou acelerar o ritmo da inflação. Revela, mais, que é possível tranquilizar socialmente o país: estimulando, sem cessar, a iniciativa privada e, por outro lado, garantir a maior participação das classes trabalhadoras na renda nacional, isto é, libertar da perturbação pela luta de classes a evolução econômica do Brasil”. O trecho acima estampava a capa do jornal Correio da Manhã no dia do anúncio do Plano Trienal de Desenvolvimento econômicosocial (19631965) por João Goulart. De acordo com os conteúdos estudados no texto de Toledo durante as aulas desta disciplina, sobre o Plano Trienal, assinale a alternativa correta: A Os setores sindicais e de esquerda, desde o anúncio do Plano Trienal, demonstraram seu apoio ao referido Plano e reafirmavam o caráter progressista do mesmo, enquanto os empresários criticavam o projeto de Celso Furtado e San Thiago Dantas. B O Plano Trienal buscava atender apenas as demandas dos empresários, seguindo uma cartilha fortemente liberal e conservadora, o que vinha ao encontro das teses defendidas por seu desenvolvedor Celso Furtado. C Já que o objetivo central do Plano Trienal era o combate à inflação, os esforços para retomar taxas altas de crescimento foram descartados, mantendo o padrão das teses econômicas ortodoxas que eram hegemônicas. Você acertou! “Em contexto de intensa campanha em prol da “anistia ampla, geral e irrestrita”, foi decretada, em agosto de 1979, a Lei da Anistia, que não incorporaria, contudo, muitas das propostas da oposição ao regime. Também em 1979, foi reeditado o pluripartidarismo no Brasil”. VERSIANI, M. H. Uma República na Constituinte (19851988). Revista Brasileira de História. v. 30, n. 60, p. 233252, 2010. p. 236. Desafio. In: Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 30 de dezembro de 1962. Após esta avaliação, caso queira ler integralmente esse texto, ele está disponível em://memoria.bn.br/pdf/089842/per089842_1962_21395.pdf. Acesso em: 10/01/2016. 01/08/2016 AVA UNIVIRTUS http://univirtus277877701.saeast1.elb.amazonaws.com/ava/web/#/ava/AvaliacaoUsuarioHistorico/65670/novo/1 7/10 D O Plano Trienal elaborado por Celso Furtado e San Thiago Dantas buscava conciliar o combate à inflação com a manutenção de uma política de crescimento, configurandose como um avanço em relação às teses ortodoxas dominantes. E O Plano Trienal investia basicamente no aumento do crédito para todas as parcelas da população. Dessa forma, o projeto de Celso Furtado incentivava os trabalhadores a consumirem cada vez, fomentando empréstimos e o investimento estrangeiro. Questão 8/10 Leia a seguinte citação: “Quando os militares, apoiados por setores civis, deram o golpe, eles dispunham de algumas instituições repressivas para auxiliálos na tarefa autoatribuída de extirpar o ‘perigo comunista’, ou a ameaça de implantação de uma ‘República Sindicalista’ no país. Contavam com uma polícia violenta, habituada a torturar suspeitos e, em alguns casos, aniquilar desafetos. A Polícia Civil fornecia, desde os anos 1950, os componentes do esquadrão da morte. O novo regime podia apoiarse igualmente nos Dops, órgãos criados nos anos 1920 e 1930, para manter a ‘ordem social’”. Como visto acima, a ditadura, quando instaurada, já contava com algumas instituições repressivas. Tais instituições foram aproveitadas e outros órgãos foram desenvolvidos, tudo em prol da construção do aparato repressivo complexo do regime. Com base nisso e levando em consideração o conteúdo do textobase da disciplina do autor Fico, assinale a alternativa correta: A O sistema repressivo, apesar de possuir vários órgãos distintos, todos deveriam seguir os mesmos parâmetros, o que os unia não eram fatores ideológicos, havia militares de diferentes posições políticas, mas padrões de operação. B O sistema repressivo possuía vários órgãos que atuavam com parâmetros distintos. O que garantia a coesão e funcionalidade do sistema era a “utopia autoritária”, um cimento ideológico, baseado no autoritarismo, crença na superioridade militar e anticomunismo. “O Plano Trienal procurava compatibilizar o combate ao surto inflacionário com uma política de desenvolvimento que permitisse ao país retomar as taxas de crescimento semelhantes às do final dos anos 50. Como reconheciam alguns setores de esquerda, o Plano constituíase num avanço em relação às teses ortodoxas dominantes, pois afirmava ser possível combater o processo inflacionário sem sacrificar o desenvolvimento”. TOLEDO, C. 1964: o golpe contra as reformas e a democracia. In: Revista Brasileira de História. v. 24, n. 47, 2004. p. 16. Após esta avaliação, caso queira ler integralmente esse texto, ele está no livro: JOFFILY, M. O aparato repressivo: da arquitetura ao desmantelamento. In: REIS FILHO, D. A. RIDENTI, M. MOTTA R. P. S. (org.). A ditadura que mudou o Brasil: 50 anos do golpe de 1964. Rio de Janeiro: Zahar. “Se havia essas diferenças, como o sistema repressivo pôde ter funcionalidade? Uma resposta possível é a consideração da já mencionada ‘utopia autoritária’ como cimento ideológico que agregava todas as instâncias. Para muitos analistas, esse papel teria sido desempenhado pela chamada ‘doutrina de segurança nacional’. (...) A principal recomendação da doutrina era o combate interno ao comunismo. Talvez possamos dizer que a ‘utopia autoritária’ seja uma forma menos elaborada e intelectualmente diluída da doutrina. (...) A mencionada utopia assentavase na crença em uma superioridade militar sobre os civis, vistos, regra geral, como despreparados, manipuláveis, impatrióticos e – sobretudos os políticos civis – venais. Penso que ela se realizava em duas dimensões: a primeira, mais óbvia, de viés saneados, visava ‘curar o organismo social’ extirpandolhe fisicamente o ‘câncer do comunismo’. A segunda, de base pedagógica, buscava suprir supostas deficiências da sociedade brasileira”. FICO, Carlos. Versões e controvérsias sobre 1964 e a ditadura militar. In:Versões e controvérsias sobre 1964 e a ditadura militar. In: Revista Brasileira de História. v. 24, n. 47, p. 2960, 2004. p. 38,39. 01/08/2016 AVA UNIVIRTUS http://univirtus277877701.saeast1.elb.amazonaws.com/ava/web/#/ava/AvaliacaoUsuarioHistorico/65670/novo/1 8/10 C A “utopia autoritária” não era uma ideologia que alcançava o grupo amplo dos militares; ela ficava restrita aos altos comandos. A maioria dos soldados discordava do anticomunismo dos generais e do autoritarismo violento, minando a crença na ideologia. D O sistema repressivo era composto por diversos órgãos com campo de atuações distintos. Porém, não havia choques entre as instâncias. Um exemplo disso era o consenso entre a linha dura e os “moderados” da Aerp sobre as campanhas de propaganda. E A “utopia autoritária” era a crença dos militares que unificava o sistema repressivo e propunha uma centralização forte do Estado pelo Executivo, mas sem violência ou censura. Questão 9/10 Leia o seguinte extrato de texto: “As divergências entre os grupos militares, indicada pelo uso das expressões ‘linha dura’ e ‘linha moderada’ (empregadas inclusive para explicara mudança de 1968, devido à vitória dos ‘duros’), portanto, não pode obscurecer a existência de aspectos comuns entre eles, como o desprezo pela democracia e o apego ao uso da força contra os adversários. O Ato Institucional nº 5, decretado em 13 de dezembro de 1968, institucionalizava tudo isso, ‘legalizando’ práticas autoritárias e dando ao presidente da República poderes para fechar o Congresso Nacional, cassar mandatos parlamentares, suspender direitos políticos, remover ou aposentar funcionários, entre outros atos de força contra setores oposicionistas”. Conforme o texto acima, durante o governo de Costa e Silva, o AI5 foi anunciado, suspendendo várias garantias constitucionais. Na historiografia brasileira, o AI5, muitas vezes, é considerado o “golpe dentro do golpe”, apesar de não haver consenso sobre essa visão. A partir disso, assinale a alternativa que representa a tese de Fico, presente no seu texto que serviu de base para esta disciplina, a respeito do debate sobre o “golpe dentro do golpe”: A A tese do “golpe dentro do golpe” representou um nítido rompimento entre os chamados militares “linha dura” e “linha moderada”, durante os primeiros anos de regime militar, representados respectivamente por Castelo Branco e Costa e Silva. B O aumento da repressão com a instauração do AI5, por meio de Costa e Silva, foi considerado uma reação à radicalização dos movimentos de esquerda no Brasil contra o regime militar, na fomentação da luta armada e atividades terroristas. C O recrudescimento do regime foi amadurecido desde o começo do golpe militar por meio de ações e pressões de setores mais radicais das Forças Armadas; portanto, não iniciou uma fase separada e completamente distinta da anterior. Após esta avaliação, caso queira ler integralmente esse texto, ele está disponível em: MARCELINO, D. A. O significado da democracia. Carta Maior, São Paulo, 06 de abril de 2011. Disponível em: http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Osignificadodademocracia/4/16763. Acesso em: 12/01/2016. “Terá sido o fracasso de Castelo de pôr cobro aos anseios punitivos de militares radicalizados que fomentou o crescimento do que então se chamava ‘força autônoma’, um grupo de pressão muito eficaz e, posteriormente, institucionalizarseia como as famosas ‘comunidade de segurança’ e ‘comunidade de informações. (...) O grupo de pressão foi conquistando, paulatinamente, mais espaço e poder. Essa evolução é essencial, pois informa que o projeto repressivo baseado numa ‘operação de limpeza’ violenta e longeva estava presente desde os primeiros momentos do golpe. Assim, o Ato Institucional nº 5 foi o amadurecimento de um processo que se iniciara muito antes, e não uma decorrência dos episódios de 1968, diferentemente da tese que sustenta a metáfora do ‘golpe dentro do golpe, segundo a qual o AI5 iniciou uma fase completamente distinta da anterior”. 01/08/2016 AVA UNIVIRTUS http://univirtus277877701.saeast1.elb.amazonaws.com/ava/web/#/ava/AvaliacaoUsuarioHistorico/65670/novo/1 9/10 D O “golpe dentro do golpe” foi considerado um contragolpe, representando a diminuição do aparato repressivo, permitindo a instauração de instrumentos democráticos que visavam à transição “lenta, gradual e segura” do regime. E A tese de Fico considera que o “golpe dentro do golpe”, na verdade, foi uma revolução que pretendeu o recrudescimento do regime militar com medidas, como a abolição da propriedade privada, e alinhou ideologicamente à União Soviética. Questão 10/10 Leia o extrato de texto a seguir: “31 de março de 2014, o Brasil lembra – mais lembra do que comemora – os 50 anos do movimento que derrubou o governo do presidente João Goulart e instaurou o regime militar de 64. É um período da história que ainda permanecerá por muito tempo cercado de controvérsia, a começar pela definição do que realmente aconteceu no país. Para os militares, em 64, houve uma ‘Revolução’ no Brasil, cujos principais objetivos seriam restaurar a ordem pública, controlar a indisciplina nos quartéis e impedir a tomada do poder pelos comunistas. Por esse ponto de vista, tratouse, portanto, mais de uma ‘contrarrevolução’ do que de uma ‘revolução’. Conceito inteiramente diverso pode ser observado atualmente nas redes sociais, na imprensa e nos discursos civis, que, em geral, definem 1964 como um ‘golpe militar’ que instaurou uma “ditadura” no Brasil”. A instauração da ditadura a partir de março de 1964 é cercada por intensos debates tanto na historiografia quanto na memória dos envolvidos e das gerações seguintes. Um dos pontos dos debates diz respeito à sua nomenclatura: golpe ou revolução? A partir disso, na visão de Toledo, autor do artigo “1964: o golpe contra as reformas e a democracia” estudado nas aulas desta disciplina, o termo mais apropriado para tratar desse evento histórico é.. A contrarrevolução, pois buscava revidar a suposta revolução comunista que estava sendo planejada pelas esquerdas. B golpe, pois foi um processo contra a democracia e as demandas sociais, e não em favor de alguma coisa; os militares usam “revolução” na sua busca por legitimação do movimento. C FICO, Carlos. Versões e controvérsias sobre 1964 e a ditadura militar. In: Revista Brasileira de História. v. 24, n. 47, 2960, 2004. .p. 33,34. GOMES, L. 1964: golpe ou revolução? In: El país, o jornal global.(online), 26 de março de 2014. Após esta avaliação, caso queira ler integralmente esse texto, ele está disponível em:http://brasil.elpais.com/brasil/2014/03/26/opinion/1395847968_469405.html. Acesso em: 11/01/2016. Você acertou! “Assim, de imediato, rejeitase a versão dos vitoriosos de 1964 que, na busca de legitimação e justificação do movimento, denominaramno de Revolução. Por sua rara lucidez, as palavras do generalpresidente Ernesto Geisel deveriam ser levadas mais a sério, até mesmo por historiadores e cientistas políticos não conservadores. Num depoimento em 1981, afirmou Geisel que ‘o que houve em 1964 não foi uma revolução. As revoluções se fazem por uma ideia, em favor de uma doutrina’. Para o vitorioso de 1964, o movimento se fez contra Goulart, contra a corrupção, contra a subversão. Estritamente falando, afirmou o general, o movimento liderado pelas Forças Armadas não era a favor da construção de algo novo no país”. TOLEDO, C. 1964: o golpe contra as reformas e a democracia. In: Revista Brasileira de História. v. 24, n. 47, 1328, 2004. p. 14,15. 01/08/2016 AVA UNIVIRTUS http://univirtus277877701.saeast1.elb.amazonaws.com/ava/web/#/ava/AvaliacaoUsuarioHistorico/65670/novo/1 10/10 revolução, pois o objetivo de uma revolução é destituir um governo e instituir outro, fatos realizados pelos militares e que, na continuidade, revolucionaram as estruturas sociais do país a partir dos grandes avanços sociais, como a reforma agrária. D reforma, pois os militares não planejavam mudanças sociais radicais, apenas pretendiam reformular estruturas institucionais e políticas do país sem o uso da força ou aparato repressivo. E golpe, pois, para concretizar suas pretensões sociais, como as reformas de base, era necessário destituir o poder do Congresso e centralizar o poder no Executivo.
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