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BIOELETRICIDADE: ENERGIA DO BAGAÇO DA CANA • A energia do bagaço da cana de açúcar vem ganhando relevância na matriz energética brasileira de maneira a compatibilizar segurança no suprimento energético com sustentabilidade ambiental. Esse cenário favorável à geração e comercialização da bioeletricidade é consequência da atual estrutura do setor elétrico brasileiro e das perspectivas de ampliação da produção sucroalcooleira. INTRODUÇÃO • A matriz energética brasileira caracteriza-se pela predominância da hidroeletricidade; • De acordo com o resultado preliminar do Balanço Energético Nacional 2011, 74,9% da oferta interna de energia corresponde a energia hidráulica; • É necessário considerar o risco hidrológico, ou seja, a irregularidade do regime de chuvas e a sazonalidade das afluência;. • Energia Natural Afluente – ENA. MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA E A NECESSIDADE DE COMPLEMENTAÇÃO MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA E A NECESSIDADE DE COMPLEMENTAÇÃO Figura 1 – Energia Natural Afluente: média histórica do ano 2010. Fonte: dados ONS. • Em 2010, a carga média do SIN foi de 54.252,49 MWméd, dado superior a ENA média no período seco, de maio a novembro, que foi de 35.978,23 Mwméd; • Neste cenário, as usinas hidrelétricas com reservatórios estocam água durante o período de chuvas para que esta possa ser turbinada na seca, mantendo a geração de energia elétrica estável ao longo do ano; • Energia Armazenada – EAR; • O perfil do parque gerador hídrico brasileiro está em processo de transição e a perspectiva é que as próximas usinas hidrelétricas construídas sejam do tipo fio d´água. As restrições à construção de novos reservatórios são de ordem física e ambiental. MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA E A NECESSIDADE DE COMPLEMENTAÇÃO MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA E A NECESSIDADE DE COMPLEMENTAÇÃO Figura 2 - Evolução da capacidade de regularização dos reservatórios. Fonte: Castro et al. 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 EAR má x/C arga EAR máx/Carga • Sem dispor de novos reservatórios de regularização, em poucos anos será necessário dispor crescentemente de geração complementar à hídrica. Por esta razão, na estação seca a carga terá que ser atendida basicamente por usinas situadas em bacias regularizadas e por termoelétricas. MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA E A NECESSIDADE DE COMPLEMENTAÇÃO • A ampliação do parque térmico é uma solução para diminuição da capacidade de regularizar a disponibilidade de energia do sistema hídrico; • Usinas sucroalcooleiras, surge como uma alternativa interessante, importante e necessária, devido à vocação técnica e econômica da bioeletricidade sucroenergética; • Durante a estação chuvosa a carga será atendida pela geração hídrica crescente e na estação seca os reservatórios precisariam regularizar apenas uma parte da carga, aquela não atendida pela geração sazonalmente complementar. A GERAÇÃO COM SAZONALIDADE COMPLEMENTAR • A bioeletricidade é a energia elétrica gerada pela transformação da energia térmica de produtos orgânicos com grande valor energético. • Bioeletricidade é a energia elétrica cogerada, a partir da biomassa, com previsibilidade e qualidade de oferta assegurada, que agrega valor a indústria canavieira e complementaridade ao sistema elétrico e reduz emissões para matriz elétrica de baixo carbono (SILVESTRIN, 2008). BIOELETRICIDADE: ENERGIA DO BAGAÇO DA CANA • O potencial de geração de bioeletricidade é função da safra de cana-de-açúcar, pois é o montante de cana colhida que determina o volume de biomassa residual disponível para a geração de bioeletricidade. O potencial depende também da tecnologia adotada, que determina a eficiência da conversão da biomassa em energia elétrica O Potencial da Bioeletricidade • Na safra 2010/2011, de acordo CONAB, a área cultivada com cana-de-açúcar que foi colhida e destinada à atividade sucroalcooleira está estimada em 8.442,8 mil hectares. O Estado do Mato Grosso do Sul corresponde com 5,69% . Estima-se uma produtividade média brasileira em 76,039 quilos por hectare bem como uma produção de 641.982,0 mil toneladas de cana açúcar. O Potencial da Bioeletricidade O Potencial da Bioeletricidade Figura 3 - Produção de cana de açúcar no Brasil. Fonte: dados CONAB e UNICA. • A Resolução no 21 da ANEEL, de 21 de janeiro de 2000, define a cogeração como o processo de produção combinada de calor útil e energia mecânica, geralmente convertida total ou parcialmente em energia elétrica, a partir da energia química disponibilizada por um ou mais combustíveis. COGERAÇÃO DE ENERGIA NO SETOR SUCROALCOOLEIRO • O bagaço é um subproduto agroindustrial resultado do processo de moagem dos colmos industrializáveis. Para sua obtenção, a cana é primeiramente colhida e transportada para usina onde é preparada para a moagem, passando, pois, por diversos equipamentos, quais sejam, a mesa alimentadora, esteiras, picador, nivelador, desfibrador, espalhador, separador magnético e moenda. A biomassa da cana, o bagaço, é utilizada como combustível nas caldeiras em um processo de cogeração de energia. MATERIAS USADOS NA PRODUÇÃO DO BAGAÇO • Caldeiras ou geradores de vapor são equipamentos que permitem a geração de formas de energia térmica de amplo uso; • Caldeiras são geradores de vapor constituídos por um conjunto de equipamentos que transformam água líquida em vapor à pressão acima da atmosférica, numa temperatura igual ou maior do que a temperatura de saturação nessa pressão, mediante calor obtido da queima de um combustível (PETROBRAS, 2008); • A esse respeito, a NR-13 (2006, p.07) define que caldeiras a vapor são equipamentos destinados a produzir e acumular vapor sob pressão superior à atmosférica, utilizando qualquer fonte de energia. Caldeira Caldeira Figura 12 – Gerador de vapor e seus componentes básicos. Fonte: Dall'Orto. • Fornalha: também chamada de câmara de combustão, é o local onde se inicia o processo de queima seja de combustível, sólido liquido ou gasoso. • Cinzeiro: local onde se depositam cinzas e ou, eventualmente, restos de combustíveis que atravessam o suporte de queima sem completarem sua combustão. • Queimadores: são equipamentos destinados a introduzir continuamente o combustível e o ar dentro da fornalha, mantendo a combustão dentro de parâmetros necessários. O queimador é composto de registro e maçarico. • Tambor: o tubulão superior ou tambor de vapor é o elemento da caldeira onde é injetada a água de alimentação e de onde é retirado o vapor. Caldeira • Tubos evaporadores: correspondem a vasos fechados e pressurizados contendo água no seu interior, a qual, ao receber calor, transforma-se em vapor. • Economizador: é um trocador de calor tubular gás- líquido instalado na região de passagem dos gases de combustão direcionados a chaminé com a finalidade de propiciar o aproveitamento de energia térmica (calor sensível residual) contida nesses gases, transferindo-a para a água de alimentação. • Superaquecedor: responsável pela elevação da temperatura do vapor saturado gerado na caldeira produzindo vapor superaquecido. Caldeira • Pré-aquecedor de ar: são trocadores de calor gás-gás que elevam a temperatura do ar de combustão antes de sua entrada na fornalha,através do aproveitamento do calor sensível dos gases de combustão saindo da caldeira. • Canais de gases: são trechos ou finais de circulação dos gases de combustão até a chaminé. Podem ser de alvenaria ou de chapas de aço, conforme a temperatura dos gases que neles circulam. • Chaminé: é a parte que garante a expulsão dos gases de combustão com velocidade e altura determinadas para o ambiente. Caldeira Caldeira Figura 12 – Gerador de vapor e seus componentes básicos. Fonte: Dall'Orto. • Este modelo de caldeira é empregado apenas para pequenas capacidades de produção de vapor, na ordem de 10 toneladas por hora, e quando se deseja vapor de baixa pressão, variando de 5 a 20 kgf/cm2. Caldeira Flamotubular Caldeira Flamotubular Figura 13 – Caldeira flamotubular multitubular. Fonte: HowStuffWorks. • As capacidades de produção de vapor variam da ordem de 50 a 350 toneladas por hora, com pressões de 67 até 94 kgf/cm2 e temperatura do vapor variando de 480 a 520 oC Caldeira Aquatubular Caldeira Aquatubular Figura 14 – Caldeira aquatubular. Fonte: HowStuffWorks. • Turbina a vapor é uma máquina térmica e rotativa que transforma a energia do vapor d'água sob forma de energia cinética em energia mecânica; • As turbinas a vapor são turbomáquinas que operam com vapor de alta pressão na condição superaquecida. Turbina a Vapor • Dependendo da pressão do escape de uma turbina, pode-se ter uma máquina de contrapressão ou uma máquina de condensação. • No primeiro caso o vapor que deixa a turbina, cuja pressão é mais alta que a atmosférica, é direcionado a uma rede de vapor, onde a energia contida no mesmo será utilizada para fins de aquecimento ou para realização de algum processo industrial. Turbina a Vapor • Na máquina de condensação o vapor que deixa a turbina segue para o condensador, onde se processará sua condensação sob vácuo. A energia contida no vapor de escape é transmitida a um meio refrigerante sem ser reaproveitada. As turbinas podem apresentar ainda tomadas intermediárias de vapor entre a admissão e o escape. • O restante do vapor (quantidade não extraída) continua seu trajeto ao longo dos estágios seguintes da turbina a vapor até à exaustão. Turbina a Vapor • O gerador é uma máquina elétrica que realiza a conversão de energia mecânica em energia elétrica. • O princípio de funcionamento desta máquina é fundado na Lei de Faraday que preconiza que uma tensão é induzida nos terminais de um condutor sujeito a um campo magnético variante no tempo ou no espaço. Gerador Síncrono Gerador Síncrono Figura 15 – Representação mecânica do gerador síncrono. Fonte: Júnior e Filho. • O condensador de vapor é um componente importante do ciclo de vapor em instalações de cogeração de energia. • O condensador é trocador de calor onde ocorre a condensação do vapor de escape, de forma que o fluído de trabalho seja trazido à condição de líquido saturado para o reinício do ciclo. • Os condensadores podem ser classificados como de superfície e barométricos. Condensador • Poderia se pensar em injetar diretamente o vapor de escape à caldeira sem antes liquefazê-lo. • Deve-se procurar ainda realizar a condensação de forma que não haja subresfriamento do condensado. Condensador Condensador Figura 16 – Condensador de superfície com tubos e carcaça. Fonte: Duarte. • A bomba de alimentação promove a compressão do fluido de trabalho, ora líquido saturado, até a pressão de operação da caldeira. • Para a alimentação de caldeira são empregadas bombas do tipo centrífugas, devido às pressões exigidas no recalque, podendo estas possuírem vários estágios • Bombas centrífugas são bombas hidráulicas cujo propósito, é converter a energia de uma fonte motriz principal (um motor elétrico ou turbina a vapor), a princípio, em velocidade ou energia cinética, e então, em energia de pressão do fluido que está sendo bombeado. • As transformações de energia acontecem em virtude de duas partes principais da bomba: o impulsor e a voluta, ou difusor. Bomba de Alimentação Bomba de Alimentação Figura 17 – Bomba centrífuga. Fonte: Viana e Nogueira. • Uma subestação é um grupamento de equipamentos elétricos com a finalidade de dirigir o fluxo de energia elétrica num sistema de potência e de possibilitar a operação segura do sistema; • Basicamente, qualquer subestação consiste de um número de circuitos chegando e partindo, conectados entre si através de uma barra ou sistema de barramento comum; • Os equipamentos principais que constituem cada circuito são: os disjuntores, os transformadores para instrumentos, chaves seccionadoras, pára-raios e os transformadores de potência. Subestação Elevadora de Tensão • No ciclo de vapor, também conhecido como ciclo de Rankine, o fluido de trabalho existe na fase vapor durante uma parte do ciclo e na fase líquida durante a outra parte; • No ciclo de potência a vapor, o fluido de trabalho, geralmente o vapor d'água, é alternadamente vaporizado e condensado. Ciclo a Vapor Ciclo a Vapor Figura 18 – Ciclo de Rankine. Fonte: MSPC. • Um meio mais viável de se melhorar o ciclo é a instalação de um dispositivo para superaquecimento na caldeira. Ciclo a Vapor com Superaquecedor Ciclo a Vapor com Superaquecedor Figura 20 – Ciclo de Rankine com superaquecedor. Fonte: MSPC.
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