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Prática . Meios de Cultura

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U N I V E R S I D A D E FE D E R A L D O C E A R Á 
C E N T R O D E C I Ê N C I A S 
D E P A R T A M E N T O D E B I O L O GI A 
M I C R O B I O L O GI A G E R A L 
E S T U D O D I R I G I D O 
M E I O S D E C U L T U R A 
 
GA B R I E L A A L V E S V A L E N T I M 
 
1. O que são meios de cultura? Qual a importância deles para a microbiologia? 
Meios de cultura são soluções nutrientes utilizadas para promover o crescimento dos micro-
organismos em laboratório. Os meios de cultura permitem que, em laboratório, o organismo tenha 
acesso aos nutrientes necessários ao seu desenvolvimento. Os nutrientes utilizados e suas 
quantidades podem ser gerenciadas para controlar o crescimento dos organismos cultivados. A 
utilização de meios de cultura permite que as culturas de micro-organismos sejam selecionadas, 
permitindo a obtenção de uma cultura pura para estudo e a análise da morfologia colonial. Alguns 
meios de cultura também permitem o estudo das características bioquímicas das culturas. 
 
2. Diferencie meios naturais de meios sintéticos. 
Os meios de cultura naturais (ou complexos) são meios compostos por componentes como extrato de 
levedura, carne ou plantas, cuja composição pode variar de acordo com a marca e origem do nutriente, 
logo a composição química não é conhecida. São geralmente utilizados para trabalhos experimentais e 
crescimento de organismos autotróficos. Já os meios de cultura sintéticos são aqueles cuja 
composição química exata é conhecida. Este tipo de meio de cultura permite a execução de testes, 
onde um organismo pode ser privado de algum determinado nutriente. 
 
3. Diferencie meios seletivos de meios diferenciais e dê dois exemplos de aplicação para cada 
um. 
Os meios seletivos são meios de cultura elaborados de forma a impedir o crescimento de 
determinados organismos que sejam indesejados na pesquisa. Eles também podem favorecer o 
crescimento de organismo de interesse. Um exemplo de meio seletivo é o Ágar Sabouraud Dextrose, 
que, possuindo pH de 5,6 e alta concentração de açúcar, favorece o crescimento de fungos e dificulta 
o das bactérias. Outro meio de cultura seletivo é o MacConkey que inibe o crescimento de bactérias 
gram-positivas. Os meios de cultura diferenciais facilitam a identificação de alguns grupos de micro-
organismos através de sinalizações visuais, como mudança na cor das colônias ou alteração da 
aparência do próprio meio. Um exemplo de meio diferencial é, também, o MacConkey. Neste meio as 
colônias de bactérias podem crescer com diferentes cores, roxa ou branca, dependendo da forma 
como elas consomem [nutriente disponível no meio]. Outro exemplo é o Ágar Hipertônico Manitol. Este 
permite identificar colônias que fermentam o manitol através da mudança da coloração do meio. Na 
presença de bactérias que fermentem manitol, o meio adquire coloração amarelada. 
 
4. Como pode haver alteração do pH de um meio com bactérias em crescimento? 
Durante o crescimento das colônias de micro-organismos, como resultado de seus processos 
metabólicos, alguns compostos e moléculas são liberados no meio. Alguns desses elementos são 
capazes de tornar o pH mais ácido ou mais básico. O gás carbônico, por exemplo, é capaz de diminuir 
o pH do meio, tornando-o mais ácido. Essas mudanças no pH do meio podem, inclusive, ser utilizadas 
para estudar as características bioquímicas das culturas. 
 
5. Comente sobre a origem e natureza química do ágar. 
O ágar é um polissacarídeo complexo que resulta da mistura de agarose e agaropectina. A agarose é 
responsável pelas propriedades de gelificação e a agaropectina pelas propriedades de viscosidade. É 
extraído de algas marinhas do táxon Rhodophyta, conhecidas como algas vermelhas. O ágar é uma 
galactana contendo grupos hidroxílicos esterificados com ácido sulfúrico, solúvel em água apenas 
quando esta está quente. O ágar é utilizado em uma concentração em torno de 1,5% ou 1,5g/100ml, 
para meios sólidos. 
 
6. Explique por que o agar-agar é amplamente utilizado como agente solidificante nos meios 
de cultura? 
Poucos organismos são capazes de metabolizar o ágar, o que permite que ele seja amplamente 
utilizado já que sua estrutura sólida raramente é comprometida. O ágar se liquefaz a uma temperatura 
de cerca de 100°C e se mantém líquido até que a temperatura diminua para cerca de 40°C (ao nível do 
mar). Quando utilizado no laboratório, o ágar costuma ser mantido no banho maria a uma temperatura 
de 50°C. Essa temperatura permite que ele seja tornado sobre culturas de bactérias sem que elas 
sejam destruídas, permitindo a realização de técnicas como o pour-plate. Quando solidificado, ele pode 
ser incubado em temperaturas próximas de 100°C sem se liquefazer, o que permite o cultivo de muitas 
bactérias termófilas. 
 
7. Que outros agentes solidificantes podem ser usados em meios de culturas? 
Gelatina, Phytogel, Algina, silicagel (NaSiO3) etc. Porém, o ágar continua sendo o agente solidificante 
mais utilizado, pois nenhum outro encontrado é igualmente eficiente, sendo estes metabolizados ou 
de difícil manipulação. 
 
8. O que são macronutrientes e qual sua importância para a célula? 
Os nutrientes chamados de ‘macronutrientes’ são aqueles necessários em grande quantidade para o 
desenvolvimento dos organismos. Alguns exemplos são o carbono, nitrogênio, fósforo e potássio. 
Dentro da célula os macronutrientes fazem parte da constituição de diversas estruturas celulares, 
como a parede celular e membrana. Eles também participam da síntese de proteínas, lipídios e 
carboidratos. 
 
9. O que são micronutrientes e qual sua importância para a célula? 
Os micronutrientes são aqueles requeridos pelos organismos em pequenas quantidades, as vezes 
apenas traços destes nutrientes precisam estar presentes. Alguns nutrientes são o zinco, selênio e 
cobre. É importante ressaltar que embora os micronutrientes sejam requeridos apenas em pequenas 
quantidades estes são tão necessários ao metabolismo dos organismos quanto os macronutrientes. 
Nas células os micronutrientes participam da regulação da atividade celular e são necessários para a 
ativação de certas enzimas, atuando como cofatores. 
 
10. Como devem ser esterilizadas as placas de Petri e uma vidraria volumétrica de precisão? 
Placas de Petri contaminadas devem ser auto clavadas a 121°C, por um tempo mínimo de 30 
minutos, para que possam ser manipuladas sem risco de contaminação. O meio de cultura ainda 
quente (em estado líquido) deve ser derramado. A placa deve ser lavada com água e sabão até que 
todos os resquícios de meio tenham sido removidos da vidraria. Após a remoção de todo o sabão, 
devem ser realizados três enxagues com água destilada. A vidraria deve, então, ser colocada para 
secar na estufa, a 70°C. Depois ela deve ser montada e esterilizada. A montagem trata-se de uma 
etapa onde duas ou três placas são embaladas utilizando papel madeira ou jornal. Em seguida, estas 
placas são colocadas na autoclave, a 121°C, durante um tempo mínimo de 15 minutos. 
Vidraria volumétricas de precisão são cuidadosamente calibradas. Devido a isso, elas não podem ser 
auto clavadas nem colocas na estufa para evitar a dilatação do material e consequente descalibração. 
Após a utilização da vidraria, ela deve ser lavada com água e sabão e enxaguada três vezes 
utilizando água destilada. Depois disso, deve ser colocada para secar em temperatura ambiente. 
 
11. Explique a preparação de um meio de cultura até o momento pronto para uso. 
O meio de cultura deve ser selecionado de acordo com a composição necessária para o cultivo dos 
organismos desejados. Após leitura das instruções ou protocolo de preparo o meio de cultura pronto 
ou componentes desidratadosdevem ser pesado de acordo com a quantidade de meio que se deseja 
preparar. O soluto deve ser, então, diluído em água destilada. Uma parte da água destilada deve ser 
mensurada em uma vidraria volumétrica e, então, despejada em outra vidraria onde possa ser 
misturada ao meio desidratado. A mistura deve então ser despejada novamente na vidraria 
volumétrica e seu volume deve ser completado até a quantidade desejada. Caso o meio de cultura 
contenha ágar, esta mistura deve ser colocada em uma vidraria apropriada e aquecida em uma chapa 
pelo tempo descrito nas instruções, para que o ágar seja dissolvido na água. A mistura deve ser 
despejada em tubos de ensaio na quantidade desejada, variando de acordo com o tipo de meio 
desejado e o tamanho da vidraria. Os tubos são colocados em uma lata própria para auto clavagem e 
protegidos utilizando-se jornal. O material deve estar identificado com o nome do meio, a data em que 
foi preparado e o nome do responsável. O meio de cultura é auto clavado por 15 minutos, a uma 
temperatura de 121°C. Meios de cultura líquidos devem ser identificados e guardados ou utilizados 
após esfriarem. Meios de cultura sólidos devem ser levados ao banho-maria a uma temperatura de 
50°C. A temperatura do meio deve baixar gradativamente até atingir cerca de 50°C. Meios de cultura 
em camada alta devem ser colocados para descansar em pé, em temperatura ambiente, e 
identificados. Meio de cultura inclinados devem ser identificados e colocados para descansar na 
inclinação desejada. Meios de cultura em placas devem ser despejados nas placas de Petri, 
identificados e postos para descansar. Após a solidificação a placa de Petri deve ser guardada com a 
face da placa onde o meio está solidificado virada para cima. Após atingirem temperatura ambiente 
todos os meios estão prontos para serem inoculados. 
 
12. Por que devemos usar meios de culturas esterilizados para o estudo de microrganismos? 
A esterilização permite que no meio haja o crescimento de uma cultura que conterá apenas os micro-
organismos selecionados pelo pesquisador. A esterilização impede que organismos presentes no 
laboratório se desenvolvam nas placas e comprometam os resultados da análise de uma amostra. Ela 
também permite que o pesquisador isole culturas de interesse para estudos. Alguns meios de cultura, 
no entanto, são tão seletivos que sequer necessitam de esterilização. O meio APA (Água Peptonada 
Alcalina), por exemplo, é seletivo para culturas de organismos do gênero Vibrio. A alta especificidade 
do meio permite que ele seja utilizado, algumas vezes, sem necessidade de esterilização.

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