Buscar

Áreas de atuação do Médico Veterinário: Clínica médica de pequenos animais (Principais doenças que acometem os cães)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

INTRODUÇÃO
	Uma das áreas de atuação do Médico Veterinário que mais cresce ultimamente é a Clínica de Pequenos Animais, uma vez que o número de pessoas que possuem um animal de estimação é grande, assim como seu afeto por eles. Para atuar na clínica, o profissional precisa se especializar para estar apto a cuidar dos animais e também da saúde pública, já que várias doenças que atingem os pets, também podem ser transmitidas para as pessoas. Também há a necessidade de saber lidar com os donos desses bichos, visto que eles os tratam como membros da família e podem se alterar diante algumas situações.
	Algumas das doenças diagnosticadas até hoje apresentam sintomas semelhantes, por isso o veterinário deve estar muito bem preparado para atender em uma clínica ou hospital. Na clínica pode-se trabalhar com dermatologia, oftalmologia, oncologia, cardiologia, odontologia, nefrologia e clínica de felinos. Qualquer que seja a área, é necessária uma certa estrutura para conseguir diagnosticar e tratar corretamente o problema apresentado pelo cão ou gato.
	Várias tecnologias usadas na medicina humana estão sendo usadas na medicina veterinária, sejam para tratamento ou diagnóstico. O médico pode optar pela clínica geral, porém o mercado atual exige a especialização em alguma área. Especializações na área de patologia estão entre as mais importantes, uma vez que os animais de estimação são sensíveis, necessitam de cuidados especiais.
	O presente trabalho visa esclarecer as dez principais doenças que acometem os cães, já que estes estão em maior número na casa dos brasileiros (ABINPET, 2013). As enfermidades como a cinomose, erliquiose, parvovirose, leptospirose, raiva, giardíase, otite, sarna, artrite/artrose e displasia estão entre as mais comuns nos cães. Essas doenças, caso não diagnosticadas e tratadas, podem levar a morte ou a sequelas graves no animal. Algumas dessas doenças que serão apresentadas possuem vacina no mercado, portanto, a vacinação é importante para manter o bem estar do animal e de sua família.
PARVOVIROSE
A infecção por parvovírus, é uma das doenças mais comuns em cachorros e altamente contagiosa, que afeta o trato intestinal, provocando diarreia sanguinolenta, febre e uma diminuição da capacidade do animal lutar contra as infecções.
A parvovirose é transmitida quando o cão entra em contato com fezes contaminadas pelo parvovírus, que se multiplicam no trato intestinal do cão. O vírus é muito resistente sobrevivendo em objetos inanimados (como roupas, panelas de comida, e piso de gaiolas) por cinco meses. Os insetos e roedores também serve como vetores, sendo assim qualquer material fecal ou vômito deve ser removido e todos os objetos devidamente limpados.
O período de incubação da doença, ou seja, período em que em que é afetado e que os sintomas se manifestam, é de sete a quatorze dias. O vírus pode ser encontrado nas fezes antes mesmo do aparecimento dos sintomas.
Os sintomas são: perda de apetite, febre, cerca de um ou dois dias depois começam os vômitos e a diarreia que progressivamente começa a conter cada vez mais sangue. Esses sintomas progridem rapidamente para desidratação e morte em animais que estão gravemente afetados. A maior taxa de mortalidade é em cachorros de seis a oito semanas de idade.
A forma mais comum da doença é a forma intestinal conhecida como enterite, que é caracterizada por vômitos, diarreia, desidratação, fezes escuras ou com sangue, e em casos graves febre e contagem de glóbulos brancos do sangue que ficam reduzidos. A doença pode ocorrer em cães de qualquer raça, sexo ou idade, além de sua progressão ocorrer rapidamente. A presença de bactérias, parasitas ou outros vírus pode agravar a doença e deixar mais lenta a recuperação do animal.
A parvovirose é diagnosticada através de exames, podendo ser de sangue e de fezes. Os sintomas levam à suspeita da doença, porém a confirmação só pode ocorrer através da realização de exames, já que vômitos e fezes sanguinolentas também ocorre em outras enfermidades. Exames físicos completo e exames laboratoriais, tal como um hemograma, ajudam a determinar a gravidade da doença.
O tratamento do cão com parvovirose se dá a partir de internação, já que o mesmo se desidrata rapidamente e necessita de receber fluidos intravenosos. Além disso o cão começa a tomar antibióticos e remédios para evitar vômito e não piorar a desidratação. Durante o tratamento de parvovirose, o animal perde o apetite e não se alimenta, portanto o retorno a alimentação precisa ser feito de forma gradativa e preferencialmente com rações medicamentosas e especiais, já que as mesmas possuem absorção mais eficaz, ideal para cães enfermos. O tratamento é extremamente necessário, já que a parvovirose não se cura sozinha. O resultado do tratamento irá depender da imunidade do cachorro, o estágio em que a doença se encontra e o quanto o Veterinário domina esse tipo de tratamento, como a maioria das doenças a eficácia do tratamento está ligada ao diagnóstico precoce.
Após a recuperação do cão não há mais eliminação do vírus pelas fezes, e o animal ficará imunizado para uma reinfecção. Há vacinas para a prevenção dessa enfermidade, sendo elas segura, são as seguintes: v8 e v10. A prevenção da doença também pode ser realizada através da higienização, se no ambiente há um cão infectado deve-se limpar devidamente esse local, com água sanitária após a remoção das fezes.
RAIVA
A raiva é uma zoonose viral, apresenta alta taxa de mortalidade, chegando a 100%. Esse vírus, da família Rhabdoviridae, é transmitido através de mordidas, arranhaduras ou lambidas de animais já contaminados, sendo que na maioria essa transmissão ocorre a partir de cães e gatos, por serem animais de companhia e apresentarem maior contato com seres humanos. Apenas mamíferos são capazes de transmitirem raiva.
O ciclo da raiva entra no hospedeiro através de um ferimento e transporta-se junto das fibras nervosas até a coluna e o cérebro. Multiplicando-se e causando danos neurológicos e comportamento instável. Do cérebro, o vírus espalha-se pelo corpo, principalmente para a saliva, que é um método eficiente para se infectar um novo hospedeiro.
A raiva apresenta cinco estágios, sendo eles: a incubação, o pródromo, o período neurológico agudo, o coma e a morte. A fase de incubação é o momento de propagação do vírus através dos nervos periféricos, pode durar de 3 a 8 semanas. A fase do pródromo é quando os sintomas se iniciam, como a mudança de comportamento dentre outros, seguida do período neurológico que é quando as convulsões e a paralisia. Após as fases citadas, em algum momento, a vítima entra em coma vindo a óbito.
O cão pode apresentar três tipos de raiva: raiva furiosa, raiva muda e raiva intestinal. A raiva furiosa começa com um período inicial chamado melancólico que dura de algumas horas até três dias. É o período em que o cão tem seus hábitos alterados. Os principais indícios são: o cão tenta esconder-se, procura lugares escuros e raramente atende aos chamados do dono. Torna-se inquieto, escava o solo com intensidade, late ou morde o ar sem motivo aparente. Recusam alimentos, porém procuram ingerir suas próprias fezes. Procuram água frequentemente, sem conseguir bebê-la devido ao excesso de saliva. Logo após inicia-se uma fase de extrema excitação com ampliação dos sintomas e grande violência. Seguindo-se com as paralisias da laringe, faringe e a salivação é abundante. No terceiro ou quarto dia da doença o cão entra no estágio paralítico, seguido da morte do animal em no máximo 48 horas.
A raiva muda é o segundo tipo de raiva que pode atacar os cães e todo os sintomas iniciais da raiva furiosa são mantidos no seu período melancólico. O cão apresenta-se muito sonolento como se estivesse intoxicado. Ao contrário da raiva furiosa, não vagueia nem apresenta excitação, podendo mesmo estar calmo além da conta. Em seguida o cão começa a apresentar as primeiras paralisias, especialmente no maxilar (queixo caído), mantendo a boca aberta constantemente. Os sintomas agravam-seaté levar a morte do cão. Já na raiva intestinal o cão apresenta vômitos, cólicas e gastroenterite hemorrágica, e apesar de não apresentar sinais de agressividade nem paralisia, morre de dois a três dias, sendo o tipo mais raro de raiva.
A raiva deve ser prevenida já que não há cura para a mesma, ou seja, não foi desenvolvido nenhum tratamento eficiente o suficiente para curar o animal diagnosticado com raiva. Sendo assim, o animal deve tomar vacinas regulares para a prevenção dessa enfermidade. Que deve ser realizada pela primeira vez quando o animal apresentar quatro meses de vida, sendo necessário um reforço anual após esta. A vacina deve ser realizada ao quarto mês de vida do animal já que antes o mesmo ainda não apresenta seu sistema imunológico completamente desenvolvido, não atingindo o efeito desejado, deixando o animal ainda exposto.
SARNA
A sarna canina é, basicamente, uma doença causada por ácaros que atinge a pele dos cães. Os ácaros estão sempre presentes nesses animais, porém alguns tipos desencadeiam reações mais nocivas e que incomodam o cão. Os agentes da sarna em cães se encontram em cobertores, estofados e, até mesmo, nos brinquedos dos mesmos. Essa enfermidade pode afetar, também, os humanos.
Existem três tipos de sarnas caninas, sendo cada uma provocada por um ácaro diferente e apresentando características distintas, são elas: sarna sarcóptica (escabiose), sarna otodécica (sarna de ouvido) e sarna demodécica (sarna negra).
A sarna sarcóptica é causada pelo parasita Sarcoptes scabiei, que pode invadir, também, outros hospedeiros. Os ácaros que a causam procuram camadas mais profundas da pele para se reproduzirem de forma rápida e bem-sucedida. Produz substâncias alergênicas que provocam reações de hipersensibilidade intensamente pruriginosa. A transmissão é feita através do contato direto, ambiente contaminados, fômites (escovas, caminhas etc) e o início dos sintomas podem aparecer em até três meses. As lesões mais comuns incluem prurido intenso à grave, pápulas, crostas, hiperceratose, escamação, eritema, escoriações, alopecia (queda do pelo). Inicialmente as regiões com menos pelos é atingida, jarretes, cotovelos, extremidades de pavilhão auricular, região ventral do abdômen, tórax e axilas. Nos casos crônicos as lesões podem se espalhar pelo corpo, resultando em infecções secundárias, perda de peso e debilidade.
A sarna otodécica, também conhecida como sarna de ouvido é causada pelo ácaro Otodectes Cynotis que se aloja no conduto auditivo do animal. Ela é transmissível entre cães e gatos, sendo mais comum em gatos e não ocorrendo em humanos. Causa coceira intermitente que incomoda, cria feridas e em casos mais graves pode causar sangramento no animal, além do acúmulo de cerúmen dentro do ouvido do cão, podendo desencadear uma futura otite.
A sarna demodécica, também conhecida como sarna negra, é causada pelo ácaro Dermodex Canis. Ao contrário dos outros tipos de sarna essa não é contagiosa, existindo uma predisposição genética para a mesma tratando-se, portanto, de uma doença hereditária. Acredita-se que além dos fatores ligados a genética, fatores que causem a queda de imunidade deste animal geneticamente predisposto, também esteja ligado com a manifestação da doença. Geralmente essa enfermidade acomete animais jovens e se manifesta em formas localizadas ou generalizadas. O animal apresenta perda de pelo, vermelhidão ou hiperpigmentação e descamação da pele que leva a formação de escamas ou caspas. Esse tipo de sarna, em geral, não é pruriginosa ou apresenta prurido leve. Esta não possui cura, porém pode ser controlada.
O tratamento da sarna é tranquilo e fácil de ser realizado, ocorre a partir de medicamentos manipulados pelo médico veterinário, e higienização adequada.
ERLIQUIOSE
A erliquiose ou erlichiose é uma enfermidade infecciosa severa que acomete os cães e é causada por uma bactéria que pertence ao gênero Ehrlichia, sendo a principal a Ehrlichia canis. Esta bactéria é um parasita intracelular obrigatório que invade os glóbulos brancos e é considerada uma zoonose, ou seja, há transmissão do animal para o homem. 
A transmissão entre animais se faz pela inoculação de sangue proveniente de um cão contaminado para um cão sadio, por intermédio do carrapato. O principal vetor da enfermidade é o carrapato marrom do cão. No entanto, a infecção também poderá ocorrer no momento de transfusões sanguíneas, através de agulhas ou instrumentos contaminados.
Após entrar no organismo do cão, ocorre a multiplicação desta bactéria nos órgãos do sistema mononuclear fagocítico (fígado, baço e linfonodos). Os sinais clínicos podem ser divididos em três fases: aguda (início da infecção), subclínica (geralmente assintomática) e crônica (nas infecções persistentes). 
A fase aguda da doença é caracterizada por: febre, perda de apetite e de peso, fraqueza muscular, menos frequentemente observam-se secreção nasal, perda total do apetite, depressão, sangramentos pela pele, vômitos e dificuldade respiratória. Este estágio pode perdurar por até 4 semanas e, ocasionalmente pode não ser percebido pelo proprietário. A fase subclínica é geralmente assintomática, podendo ocorrer algumas complicações tais como depressão, hemorragias, edema de membros, perda de apetite e palidez de mucosas. 
Caso o sistema imune do animal não seja capaz de eliminar a bactéria, o animal poderá desenvolver a fase crônica da doença. Nesta fase, a doença assume as características de uma doença auto imune, com o comprometimento do sistema imunológico. Geralmente o animal apresenta os mesmos sinais da fase aguda, porém atenuados, e com a presença de infecções secundárias tais como pneumonias, diarréias, problemas de pele dentre outras. O animal pode também apresentar sangramentos crônicos devido ao baixo número de plaquetas (células responsáveis pela coagulação do sangue), ou cansaço e apatia devidos à anemia.
O diagnóstico é difícil de ser realizado na fase inicial da doença, pois pode haver resultado falso negativo e os sintomas são inespecíficos. Por isso, deve-se basear na história clínica, histórico de presença de carrapatos e a confirmação deve ser realizada através de exames laboratoriais, como o esfregaço sanguíneo ou decalque dos órgãos alvos. Pode também ser realizado o teste de imunofluorescência indireta que é um método sensível e específico, proporcionando um diagnóstico preciso. Outro teste muito simples é o Immunocomb, que é baseado na detecção de anticorpos IgG contra Erlichia canis no soro.
A Erliquiose é tratável em qualquer fase. O tratamento tem por objetivo prevenir a manutenção da doença pelos portadores sãos, e esse tratamento é feito à base de medicamentos, sobretudo os antibióticos, as vezes é necessária a complementação do tratamento com soro ou transfusão de sangue, dependendo do estado do animal.
O tratamento pode durar de 21 dias à 8 semanas, e vai depender da precocidade do diagnóstico, do quadro dos sintomas e a fase em que o animal se encontra no início do tratamento. Quanto mais cedo se começa o tratamento, são maiores as chances de cura. Em cães nas fases iniciais da doença, observa-se melhora do quadro clínico após 24 a 48 horas do início do tratamento. 
A prevenção da doença é muito importante nos canis e no locais de grande concentração de animais. Devido a inexistência de vacina contra esta enfermidade, a prevenção é realizada através do tratamento dos animais doentes, e do controle do vetor da doença: o carrapato. Alguns cuidados que podem ser tomados para evitar a doença:
Desinfetar periodicamente o ambiente onde o animal vive;
Usar produtor veterinários carrapaticidas como sabonetes, xampus, etc;
Manter sempre curta a grama do jardim;
Estar atento aos hotéis para cães, pois se há algum cão infectado, ele poderá transmitir a doença;
OTITE
A otite canina é um processo inflamatório agudo ou crônico do conduto auditivo, que pode ser classificada de acordo com a localização, e é uma das doenças inflamatórias mais comuns nos cachorros, principalmente nos cães comorelhas pendulares ‘caídas’. A gravidade da afecção vai depender da câmara auditiva afetada, sendo mais grave quando afetar o ouvido interno.
Anatomicamente, o ouvido pode ser dividido em três partes:
Ouvido externo: abrange o pavilhão auricular, meato acústico externo (canal auditivo externo) e o tímpano;
Ouvido médio: nesta região do ouvido, são encontrados três ossículos, martelo, estribo e bigorna. Estes são interligados entre si e funcionam como meio de ligação com o ouvido interno. Nesta região também é encontrada a Trompa de Eustáquio (liga o ouvido médio a faringe);
Ouvido interno: é a parte mais sensível e mais especializada. Nesta região são encontrados os canais semicirculares, a cóclea e o nervo acústico, todos, juntamente, ligados ao sistema nervoso central.
Sendo assim, a otite recebe nomes diferentes: otite externa, média e interna. 
As principais causas que levam diretamente a condição de doença estão relacionadas à: infestação por parasitas (sarnas, fungos), a penetração de água no conduto auditivo durante o banho, presença de corpos estranhos (partes de grama, cerúmen endurecido, medicamentos), excesso de produção de cera, tumores, hipersensiblidades, doenças ligadas ao sistema imunológico, disfunção da glândula da tireoide e predisposição racial.
Geralmente o processo inflamatório pode ser observado pela presença de feridas (lesões ou escoriações), o animal coça constantemente a orelha, há presença de secreção, muitas vezes odor desagradável, eritema (vermelhidão), descamação da pele, sensibilidade dolorosa, edema (inchaço), inquietação do animal e até alteração na postura da cabeça, entre outros sinais clínicos observados no exame físico da orelha, do ouvido e do comportamento do animal.
O diagnóstico é feito primeiramente pelo proprietário, que observa a alteração de comportamento do animal, principalmente pelo fato da intensa coceira que o animal demonstra. Alguns animais podem deixar de se alimentar e até mesmo ficar agressivos quando o proprietário encosta nas orelhas, em virtude da dor.
Já no consultório veterinário, o animal deve ser examinado com auxílio de um otoscópio (aparelho utilizado para enxergar o interior do conduto auditivo), onde é possível identificar a presença de alguns ácaros e avaliar a integridade da membrana timpânica; É feito também a citologia de cerúmen onde é coletado um pouco de cera e análise no microscópio procurando investigar se a causa é um fungo ou bactéria. Esse procedimento é essencial, antes de se prescrever qualquer medicamento ao animal.
O tratamento da otite canina dependerá tanto da sua origem como do nível de desenvolvimento da inflamação no ouvido do cão. Inicia-se pela limpeza do ouvido, ato que muitas vezes, em casos de otite externa, pode resolver o problema. No entanto, quando a infecção já atingiu ouvido médio e interno, o tratamento é mais intenso, sendo necessário o uso de antibióticos, por via oral ou parenteral. Pode ser feito também o uso de produtos tópicos (pingando o produto no conduto auditivo). Nos casos crônicos, onde há uma estenose do conduto auditivo, a única alternativa é a ablação do conduto auditivo.
É importante lembrar que o sucesso terapêutico da medicação tópica depende do dono respeitar a forma de tratamento indicada, a maneira correta de executá-la, os intervalos de medicação e o tempo de duração. Muitas vezes essa parte, que deveria ser a mais simples do processo, torna-se justamente o entrave do sucesso do tratamento.
Para prevenir a otite, existem algumas medidas que devem ser tomadas, como: manter a higiene dos ouvidos e orelhas em dia, sempre colocar algodões nos condutos auditivos ao dar banho para evitar a entrada de água, enxugar bem as orelhas do cão quando forem molhadas. Visitas ocasionais ao veterinário também são importantes para ajudar na prevenção da otite canina, além de facilitarem o tratamento de qualquer complicação que o cão possa estar desenvolvendo.
CINOMOSE CANINA
A cinomose é causada pelo Canine Distemper Vírus (CDV), um vírus RNA, da família paramyxoviridae e do gênero morbilivirus. O vírus é bastante sensível quando no ambiente, não resistindo a altas temperaturas e podendo ser destruído com uso de desinfetantes e água sanitária. A doença afeta canídeos domésticos e selvagens e não é transmitida aos seres humanos. Os cães jovens, com imunidade baixa ou não vacinados são os mais propensos a adquirir o vírus, que é transmitido por contato direto, secreções ou por via respiratória. 
	No animal infectado, o CDV passa por um período de incubação, que pode durar de três a seis dias e após, acarreta febre, perda de apetite, corrimento ocular e nasal. Outros sintomas são diarreia, vomito, dificuldade de respirar, pneumonia, conjuntivite, agressividade e na fase aguda, o sistema nervoso é afetado, causando convulsões, dificuldade de locomoção e até mesmo paralisia.
	O médico veterinário precisa estar atento para diagnosticar a doença, uma vez que seus sinais clínicos se parecem com de outras enfermidades. O diagnóstico pode ser feito através de hemograma e de análise do histórico do animal, como seu cartão de vacinas. O hemograma do animal com o CDV é parecido com o de um animal com erliquiose, sendo assim, é necessária bastante atenção aos sinais clínicos que o cão apresenta para diferenciar as duas doenças.
	A cinomose têm cura, porém seu tratamento não é fácil, já que não existe um antiviral específico para o vírus e também não há muito avanço em pesquisas, sendo assim, trata-se os sintomas apresentados, para que o organismo do cachorro vença o vírus. Os medicamentos utilizados dependem da fase da doença. Podem ser utilizados antibióticos contra bactérias oportunistas, vitamina A, ribivarina, anticonvulsivos, soro fisiológico. Existem tratamentos alternativos como acupuntura e células-tronco.
	Por ser uma doença muito grave, a prevenção é essencial. O cão deve ser vacinado desde os primeiros dias de vida e receber as doses anuais da vacina. É importante evitar que animais jovens saiam de casa, além do contato com animais de rua ou outros não vacinados, já que a imunidade do filhote é baixa. Caso tenha havido um histórico da doença em casa, o dono deve higienizar o local e se livrar dos pertences do cão doente, para só após, introduzir outro animal no local.
GIARDÍASE CANINA
O protozoário G lamblia ou G Duodenalis, descoberto no século XIX por Anton van Leeuwenhoek, enquanto examinava suas próprias fezes, é responsável pela transmissão da Giardíse canina, uma zoonose, que é a mais comum doença parasitária nos humanos, sendo as crianças mais afetadas e a mais preocupante enfermidade protozoária entérica nos cães.
	A Giárdia Lamblia apresenta duas formas: trofozoítos e cisto, sendo este liberado nas fezes consistentes e aquele nas fezes diarreicas. Os cistos são a forma infectante e quando ingeridos, alcançam o estômago e depois seguem para o intestino delgado, onde são rompidos e tomam forma de trofozoítos, que se multiplicam, colonizam o intestino e se aderem a mucosa intestinal, além de serem responsáveis pelos sintomas. Quando completado o ciclo, os trofozoítos voltam para a forma de cisto, que são liberados nas fezes.
	Em locais sem saneamento básico, é comum que pessoas e animais utilizem e ingiram água não potável, tendo assim, uma grande chance de adquirir doenças. A transmissão da giardíase ocorre através da ingestão de água, alimentos ou fezes contaminadas com o cisto. Tendo em vista que muitos cães bebem água de qualquer local e também defecam, é fácil ser contaminado com o protozoário.
	No animal infectado, a moléstia passa por um período de incubação, que pode durar de uma a três semanas e pode ser assintomática. Os sintomas são diarreia, fezes com odor forte, podendo haver presença de sangue, vômitos, dor abdominal, perda de apetite, perda de peso e prostração. O diagnóstico se dá por exame de fezes e o tratamento inclui metronidazol, assim como a higienização do ambiente e do cão. Para prevenir a doença, é importante a vacinação, vermifugação ea limpeza das fezes no ambiente.
LEPTOSPIROSE
A leptospirose é uma das doenças mais difundidas no mundo, causada pela bactéria do gênero leptospira, sendo geralmente transmitida por ratos e afeta animais domésticos, silvestres e o homem. É caracterizada por afetar a função renal e/ou hepática e em alguns casos, pode levar a uma infecção generalizada. Nas épocas chuvosas e em que há alagamento, o número de diagnósticos da doença cresce.
	A bactéria leptospira, quando presente nos ratos, não causa nenhum danos a eles e é eliminada em sua urina. Os cães podem ser infectados ao entrarem em contato com essa bactéria no alimento, na água ou até mesmo diretamente com outro animal doente. Os ratos possuem o costume de urinar no local e na comida em que se alimentam, sendo assim, caso o cachorro se alimente dessa comida ou entre em contato com o local em que havia um rato infectado, há uma grande chance de adquirir a doença.
	A leptospirose causa febre, dor abdominal, perda de apetite, icterícia, insuficiência renal, perda de peso, desidratação, diarreia. A bactéria passa por um período de incubação, que varia de 2 a 30 dias, penetra nas mucosas e após penetrar no sistema vascular, multiplica-se rapidamente, se espalhando por órgãos como o rim, fígado e baço. No rim, ela destrói os néfrons, causando insuficiência renal grave. O diagnóstico dessa zoonose pode ser feito através de hemograma, exame de urina e teste sorológico.
	O tratamento do animal infectado é feito com o uso de antibióticos para inibir a multiplicação da bactéria, vitaminas para a recuperação do organismo do animal, além de ingestão de soro, caso o cão esteja desidratado. A prevenção da doença é importante para o bem estar do animal, assim como de seus donos. Deve-se vacinar o cachorro contra a leptospirose, não deixar restos de seu alimento expostos, em casos de enchente, deve-se evitar ao máximo o contato com a água e caso haja ratos em casa, é importante que sejam eliminados.
ATRITE E ARTROSE
A artrite e a artrose (osteoartrite) são doenças muito comuns em cães, caracterizadas pela inflamação das articulações. A diferença entre as duas condições é que a artrite tende a ser mais aguda (de início súbito, rápido desenvolvimento) e frequentemente ligada a traumas e/ou infecções, enquanto a artrose é mais crônica (progressão lenta), sendo considerada um problema degenerativo que pode ser decorrente da própria artrite, de processos autoimunes, da sobrecarga articular, entre outros motivos. 
A inflamação das articulações que ocorre em ambas as situações leva ao aumento da sensibilidade na região da(s) articulação(ões) atingida(s), aumento de volume e temperatura, perda da amplitude da movimentação, e dificuldade de locomoção relacionada principalmente à dor. Tanto a artrite quanto a artrose causam grande sofrimento ao animal, chegando a ser motivo suficiente para eutanásia em casos extremos.
Causas:
A artrose decorrente de problemas de desenvolvimento é o problema articular mais comum entre cães, representando cerca de 70% dos atendimentos de pacientes com problemas articulares. Mais de 50% dos casos de artrose são observados em cães entre 8 e 13 anos de idade, sendo que 20% dos pacientes idosos apresentam algum tipo de problema nas articulações.
Um dos principais fatores predisponentes da artrose é o tamanho: 45% dos cães com artrite são de grande porte, sendo que 50% destes são de raças gigantes.  A obesidade e superalimentação de filhotes também têm sido bastante associadas aos casos de doenças ortopédicas em geral. Isto serve como alerta para aqueles que gostam de suplementar a alimentação de cães jovens com o objetivo de aumentar a massa muscular. Tutores de cães de raças pesadas, como Pit Bulls, American Staffordshire Terrier, entre outras, frequentemente suplementam a alimentação dos seus cães sem orientação veterinária especialmente enquanto eles ainda estão em desenvolvimento, visando a proporcionar um “porte mais bonito” aos seus animais. Inadvertidamente, estas pessoas causam uma sobrecarga nas articulações dos seus cães que frequentemente culmina com a degeneração destas (artrose).
Traumatismos, rupturas de ligamentos, e exercícios muito vigorosos ou de alto impacto também predispõem o cão à essas doenças. A correção cirúrgica de ligamentos rompidos, luxações, displasias, e outras condições semelhantes, pode retardar ou até mesmo impedir o processo degenerativo.
A maioria dos casos de artrose é secundária (causada por um problema anterior), sendo que um estudo feito com 150 cães apontou que apenas 20% dos animais possuíam artrose primária (“espontânea”). A idade média destes animais era de 9,6 anos, e o processo de envelhecimento foi considerado a causa da artrose primária.
Raças:
As inflamações nas articulações, sejam crônicas ou não, acabam por acometer todas as raças e tipos de cães e gatos, sendo menos comum neste.
Os cães de pequeno porte como yorkshire, poodle, pinscher e fox já tem predisposição por terem a musculatura e ossos mais frágeis e delicados.
Já as raças de grande porte como labrador, pastor alemão, boxer e pitbull não fogem do problema. Assim como os cães de pequeno porte, eles também já são geneticamente predispostos à estes problemas justamente por serem mais pesados. O peso excessivo gera uma carga muito grande sobre as articulações, principalmente se ele for obeso.
Se o cão ou o gato andam devagar, tem dificuldade para se levantar, se deitam com muito cuidado como que “ajeitando” ou mancam, podem estar sofrendo uma crise de artrite ou artrose.
Tratamentos para artrite:
Medicação: Existem maneiras de lutar contra essa doença e aliviar o desconforto. Como discutido acima, normalmente administra-se medicação para dor aos cães que sofrem de artrite osteopática. É importante conhecer os possíveis efeitos colaterais das medicações que você está dando o seu cão. Vômito, diarreia, náusea e perda de pelo são alguns efeitos colaterais típicos da medicação para dor em cães, mas o uso prolongado pode até levar a problemas nos rins e fígado.
Natural: Suplementar a dieta de seu cão com sulfato de glucosamina e sulfato de condroitina ajuda a prevenir a deterioração da cartilagem. Os sulfatos de glucosamina e de condroitina carregam líquido para as articulações, aumentando assim a lubrificação da cartilagem. Isto promove um movimento mais suave dos ossos e músculos para o seu animal de estimação, além de matar as perigosas enzimas que atacam a cartilagem. Você pode obter comprimidos para o seu cão receber junto com as refeições. Vegetais, particularmente o salsão, também são ótimos para fortalecer as articulações. Corte ou misture alguns legumes e adicione a mistura no prato de seu cão aa próxima vez que ele fizer uma refeição. Não use cogumelos ou cebolas, porque às vezes podem ser tóxicos para os cães.
Tratamento para artrose:
A artrose é um processo irreversível; entretanto, ela pode ser tratada para que o sofrimento do animal diminua e a progressão se torne mais lenta. Uma vez diagnosticada a artrose, o primeiro passo para o controle da doença será o controle do peso. Animais obesos devem emagrecer, através de dieta e exercícios (os exercícios devem ser, logicamente, adaptados à condição do animal para que ele não sinta dor); se o cão estiver no “peso certo”, mantenha-o com uma dieta saudável para que não engorde.
O manejo da dor é de fundamental importância: o médico veterinário deverá prescrever uma medicação adequada minimizar o sofrimento, e permitir que o cão volte a se exercitar. Alguns suplementos alimentares, tais como a condroitina, glicosamina, e ácidos graxos do tipo ômega também têm se mostrado eficientes na redução da dor e da progressão da doença. Algumas rações específicas para cães idosos, e/ou de raças grandes, já vêm com estes ingredientes incorporados.
Prevenção:
A prevenção está relacionada à contenção dos fatores predisponentes que já mencionamos acima, sendo a principal medida preventiva o controle do peso. Uma dieta bem equilibrada e na quantidade correta ajudarão oseu cão a manter um porte saudável. Se estiver com dificuldades para calcular a quantidade de alimentos para dar ao seu cão, ou for necessário fazê-lo emagrecer, consulte o seu médico veterinário. Além da dieta adequada, deve-se evitar o uso indiscriminado de suplementos proteicos. Estes suplementos são desenvolvidos para casos específicos de animais que estão subnutridos, ou de alta performance (cães atletas, de competição), não sendo recomendáveis para a maioria dos cães. Caso acredite que o seu cão se encaixa nestas hipóteses, consulte primeiro o veterinário.
Um estilo de vida ativo ajuda o cão a manter a sua musculatura bem desenvolvida, e apta a sustentar bem as articulações. Mas cuidado, pois certos exercícios (como saltos, por exemplo) causam altos impactos para as articulações, podendo ser mais prejudiciais do que benéficos.
Problemas ósseos e articulares que aparecerem no decorrer da vida do cão – tais como fraturas, luxações, displasias, e outros, devem ser corrigidos sempre que possível. Sempre que tiver dúvidas quanto à forma como o seu cão está caminhando, leve ao veterinário, não deixe “para depois”: isso poderá fazer toda a diferença na qualidade de vida dele quando estiver velhinho.
DISPLASIA COXOFEMURAL
Tido como um problema relativamente comum, a displasia coxofemoral é uma doença na maioria das vezes hereditária, mas que também pode ser adquirida. Por ser uma complicação genética, essa alteração nas conexões ósseas e articulares dos animais pode ocorrer em todos os tipos de raça e porte de cães, sendo mais comuns em cachorros grandes ou médios. A displasia nada mais é do que a má coaptação entre o acetábulo, que é estrutura que conecta a cabeça do fêmur com a pélvis dos cães, e a cabeça do fêmur.
Além da questão genética, fatores externos que incluem nutrição, ambiente e determinadas posições em que o pet pode ficar por muito tempo também podem acelerar o desencadeamento da displasia coxofemoral, que causa bastante dificuldade para que o cão acometido pela doença se movimente normalmente, além de muita dor e desconforto.
Algumas medidas podem ser tomadas para que o processo da doença seja menos sofrido para os pets, e os tratamentos disponíveis para o problema nos dias atuais incluem desde a medicação para evitar que o animal sinta dor até cirurgias que vão desde a secção de um músculo da virilha (pectíneo), até a implantação de uma prótese na área afetada.
Diagnosticada apenas por meio de radiografias, a condição da displasia pode ter cinco tipos de classificação, que variam de acordo com a evolução do quadro no pet, conforme é explicado a seguir:
Grau I – Articulações normais
A cabeça do fêmur e o acetábulo (estrutura que liga a bacia do cão ao fêmur) são congruentes, com ângulo próximo a 105°.
Grau II – Articulações próximas da normalidade
O acetábulo e a cabeça do fêmur são levemente incongruentes.
Grau III – Displasia Coxofemural Leve
Com angulação próxima de 100°, a cabeça femural e o acetábulo são incongruentes.
Grau IV – Displasia Coxofemural Moderada
A incongruência é clara entre a cabeça do fêmur e o acetábulo, e o problema já pode apresentar sinais de luxação no cão, sendo que o angulamento entre as partes é de aproximadamente 95°.
Grau V – Displasia Coxofemural Grave
As alterações são evidentes na área afetada e a angulação é inferior a 90°, sendo que o cão já apresenta sinais de deformação na cabeça do fêmur e na borda do acetábulo cranial.
Causas:
O principal fator de desencadeamento da doença está na genética do animal e, embora seja possível que filhotes de cães com a complicação nasçam livres da condição, é indicado que a reprodução dos que sofrem com o problema seja evitada. Nos dias de hoje, inclusive, muitos dos que pensam em adotar ou comprar um pet já exigem comprovantes e certificados que eliminem a possibilidade de os pais de um filhote terem sofrido com a displasia coxofemoral, evitando a complicação em seu novo bichinho de estimação.
Conforme já foi citado, o nascimento de filhote saudável de pais com o problema é possível. No entanto, o cão que possui esse gene em seu corpo (vindo da doença em seus pais) também pode passar adiante essa herança genética da displasia, produzindo crias com o problema mesmo sem terem sofrido com ele.
Isso vale tanto para machos quanto para fêmeas diagnosticados com a alteração, portanto, é importante lembrar que nenhum dos gêneros deve ser usado para a reprodução no caso de apresentar o problema. A cruza entre cachorros de parentesco próximo também é fator de risco para o desenvolvimento da doença.
Embora a questão genética seja determinante para o aparecimento da displasia coxofemoral, outros fatores também podem desencadear o problema em cães saudáveis, incluindo a obesidade, níveis altos de esforço ou exercício em cachorros ainda filhotes e lesões devido ao ambiente em que o pet vive.
Pisos escorregadios, por exemplo, estão entre os itens a serem evitados, pois, podem causar escorregões nos cães e, consequentemente, traumas, luxações e lesões; que podem levar à displasia coxofemoral mesmo nos casos em que o filhote não é resultado da cruza entre animais que apresentavam o problema.
Algumas raças determinadas de cães – principalmente, os de grande porte - também contam com uma predisposição maior a apresentarem a displasia. Dentro do grupo de raças que se apresentam mais propensas a sofrer com o problema podemos citar Pastor Alemão, Labrador, Rotweiller, São Bernardo, Fila Brasileiro e Golden Retriever, entre outras.
Sintomas:
Caracterizada pela dificuldade do cão em realizar movimentos simples e por dores intensas na região estrutural traseira do animal, a displasia coxofemoral apresenta sintomas bastante característicos nos cachorros que sofrem com a doença, e não é difícil que os donos de pets possam reconhecer os sinais.
Podendo se manifestar a partir dos quatro meses de vida do cãozinho, a alteração apresenta sinais que incluem a dificuldade do animal em caminhar, estalos audíveis na articulação, andar visivelmente manco nas patas traseiras e sinais de dor ao realizar movimentos comuns.
Com o passar do tempo, os sintomas se apresentam com cada vez mais frequência e intensidade, e o cão passa a evitar diversas atividades rotineiras como subir em escadas, levantar-se, correr e pular, podendo começar a se mover sem mexer as patas traseiras (arrastando-se) e desenvolver desproporcionalmente a musculatura de sua parte dianteira em função disso.
Em alguns casos o cão chega a tornar-se agressivo devido a sua condição e, em casos mais graves, pode chegar a perder a habilidade de mexer as patas traseiras, já que, para evitar a dor o animal deixa de usar a região, causando a atrofia dos músculos da área e, dessa forma, uma espécie de paralisia.  Em outros casos, pela mudança do centro de equilíbrio devido à dor nos membros traseiros, o animal passa a forçar demais os membros dianteiros, causando uma degeneração mais acelerada destes e fazendo com que o cão comece a mancar sem ter nenhuma patologia naquela área.
No entanto, há também situações em que o animal acometido pela doença não sente dor, fato que dificulta bastante o diagnóstico do problema, já que o pet não apresenta a maioria dos sintomas mais típicos.
Diagnóstico:
O diagnóstico da displasia coxofemural pode ser feito, apenas, por meio de radiografias. Portanto, ao perceber os primeiros sinais de que seu pet pode estar com o problema, é indicado que se procure um profissional veterinário, pois, somente ele poderá esclarecer a dúvida.
Algumas vezes o animal apresenta sinais clínicos logo nos primeiros meses. Este é o nível mais grave e deve-se procurar com urgência um médico veterinário para um diagnóstico e, se possível, já se iniciar o tratamento. Tendo em vista que os sintomas da complicação podem não se manifestar até que o cão tenha cerca de 12 meses de vida, pode-se descartar a displasia com uma radiografia oficial somente depois deste período.
Outro ponto importante a ser observado é a posição do pet na hora de realizareste exame, e compete ao médico veterinário de seu cãozinho se certificar que ele está posicionado da maneira correta na hora da radiografia, caso contrário, o problema pode passar despercebido pelo exame, já que determinados ângulos não permitem que o problema seja visto.
A posição correta em que o cão deve estar para que a radiografia seja válida para a realização do diagnóstico é de barriga para cima e com as patas esticadas para trás. Como boa parte dos animais que realizam esse tipo de exame podem já estar sofrendo com dores há tempos, não é incomum que algum tipo de sedação (em alguns casos, até mesmo uma anestesia geral) seja aplicado no animal nesse momento, evitando que ele sinta desconforto ao longo da realização do exame.
Tratamentos:
O tipo de tratamento que será recomendado ao seu pet vai variar de acordo com os níveis de dor do cão e de evolução do problema. Em boa parte dos casos, o uso de medicações que incluem analgésicos, anti-inflamatórios e condroprotetores, já pode ajudar bastante o animal a sentir menos dor e, com isso, recuperar boa parte dos movimentos que tinha dificuldade em executar.
Entretanto, casos mais graves podem ser aliviados apenas com cirurgias, que podem ter a retirada da cabeça do fêmur do cão como objetivo, evitando o atrito na região e, automaticamente, as dores do cachorro, a pectineotomia ou pectinectomia que é a secção do músculo da virilha melhorando o ângulo da articulação ou até uma prótese total da articulação.
Tratamentos feitos com remédios homeopáticos também podem ser indicados, e ajudam a diminuir os sintomas da doença, assim como outras opções mais alternativas, que incluem acupuntura e dietas com o objetivo de retardar a evolução de complicações.
A combinação de medicação com fisioterapia também é bastante indicada e eficaz no tratamento da displasia coxofemoral em cães, ajudando o animal a fortalecer seus músculos da região e não ter mais a necessidade de fazer grandes esforços nas articulações. Atividades como natação e caminhadas na areia estão entre as mais indicadas para a reabilitação dos cães que sofrem com o problema, mas só devem ser realizadas após a indicação de um médico veterinário, o esforço de maneira errada pode acelerar o processo de degeneração.
CONCLUSÃO
 A partir de pesquisas realizadas sobre os temas, nota-se que na clínica de animais pequenos diversas doenças são descobertas e se tornam comuns na maioria dos cães, podendo ser de grande ou pequeno porte. O médico veterinário possui total importância, para que não haja agravamento dessas doenças e que os tratamentos sejam feitos corretamente e assim não ser necessário o sofrimento e até a morte desses animais. Entre essas doenças, as principais foram citadas e explicadas neste trabalho. Doenças infecciosas estão na maior parte, como a cinomose, a parvovirose, a leptospirose, a erliquiose, a giardíase, a sarna e a raiva. Estas são transmitidas por diversos fatores, e apresentam sintomas e localizações diferentes, algumas destas doenças são altamente contagiosas. Os tratamentos devem ser iniciados quando os primeiros sintomas se apresentam e devem ser recomendados após exames feitos por veterinários. Os problemas articulares que também estão frequentes na vida de cães são a displasia coxofemoral e a artrite que se não tratada torna-se uma doença mais grave, a artrose. Esses tipos de problemas causam muita dor ao animal e o tratamento na maior parte dos casos não proporciona a cura, e somente amenização dos sintomas. Outra doença comum entre os cães, é a otite, uma inflamação que acomete o ouvido e pode chegar a ser uma infecção grave, a prevenção é muito importante para que isso não ocorra. 
REFERÊNCIAS
Abinpet divulga dados consolidados do mercado de pet referentes a 2013. Disponível em: < http://abinpet.org.br/imprensa/noticias/abinpet-divulgadados-mercado-pet-2013/> Acesso em: 09 maio 2015.
BLEUCH, Israel. Tudo o que você precisa saber sobre a Erliquiose, folheto de informação aos proprietários. Disponível em: <http://www.saudeanimal.com.br/erliquiose_canina.htm> Acesso em: 16 abril 2015.
Campanha Cinomose aqui não. Disponível em: <http://www.cinomose.com.br/cinomose_aquinao/index.asp> Acesso em: 3 maio 2015.
Doença do carrapato. Disponível em: <http://tudosobrecachorros.com.br/2014/12/doenca-do-carrapato.html> Acesso em: 16 abril 2015.
FERNANDES, Julio. Otite canina: causas, diagnóstico e tratamento. Disponível em: <http://dogdicas.com.br/773/otite-canina-causas-diagnostico-e-tratamento> Acesso em: 20 abril 2015.
Giardíase ataca o intestino de cães e pode ser transmitida para os seres humanos. Disponível em: <http://www.anda.jor.br/22/08/2012/giardiase-ataca-o-intestino-dos-caes-e-pode-ser-transmitida-para-o-ser-humano> Acesso em: 03 maio 2015.
MALTEZ, D.S. Manual das doenças transmitidas por alimentos. Disponível em: <ftp://ftp.cve.saude.sp.gov.br/doc_tec/hidrica/giardiase.pdf> Acesso em: 03 maio 2015.
Morfologia. Disponível em: <http://www.uft.edu.br/parasitologia/pt_BR/parasitologia/giardiase/morfologia/index.html> Acesso em: 03 maio 2015.
MORIKAWA, V.M. Leptospirose. Disponível em: <http://www.zoonoses.org.br/absoluto/midia/imagens/zoonoses/arquivos_1258562903/1629_crmv-pr_manual-zoonoses_leptospirose.pdf> Acesso em: 03 maio 2015.
NICKEL, Bárbara. Artrose em cães idosos. Disponível em: < http://www.meucaovelhinho.com.br/saude/artrose-em-c%C3%A3es-idosos> Acesso em: 20 abril 2015.
Otite canina – Dor de ouvido. Disponível em: <http://tudosobrecachorros.com.br/2012/07/otite-canina.html> Acesso em: 20 abril 2015
Otite canina – sintomas, causas, diagnóstico, tratamento. Tudo sobre otite canina. Disponível em: <http://www.blogdocachorro.com.br/otite-canina/> Acesso em: 20 abril 2015.
SANTOS, B.M. Cinomose canina-Revisão de literatura. 2006. 17f. Monografia (Especialização “Lato sensu” em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais) – Universidade Castelo Branco, Goiânia.
S. A., Filipi. Erliquiose canina (Doença do carrapato). Cura, tratamento e sintomas. Disponível em: <http://www.blupet.com.br/noticia/erliquiose-canina-doenca-do-carrapato-cura-tratamento-e-sintomas> Acesso em: 16 abril 2015.
SCHMITT, C.I.; JORGENS, E.N. Leptospirose em cães: uma revisão bibliográfica. In: XVI Seminário Interinstitucional de Ensino, Pesquisa e Extensão. Disponível em: <http://www.unicruz.edu.br/seminario/artigos/saude/LEPTOSPIROSE%20EM%20C%C3%83ES%20-%20UMA%20REVIS%C3%83O%20BIBLIOGRAFICA.pdf> Acesso em: 03 maio 2015.
TUDURY, E. A.; ARIAS, M. V. B.; BRACARENSE, A.P.F.L.; MEGID, J.; DIAS JÚNIOR, R.F. Observações clínicas e laboratoriais em cães com cinomose nervosa. Ciência Rural, Santa Maria, v.27, n.2, abril/junho 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-84781997000200010&script=sci_arttext>. Acesso em: 3 maio 2015.
.TOYOTA, Fábio. 5 tipos de displasia coxo femural em cachorros. Disponível em: < http://www.cachorrogato.com.br/cachorros/displasia-coxo-femural/> Acesso em: 20 abril 2015.

Outros materiais