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RESENHA WALDEN II

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SKINNER, Burrhus Frederic. Walden II: uma sociedade do futuro. Editora Pedagógica e Universitária Ltda, 1978. 2ª ed. ISBN 14964
DESCRIÇÃO DA ESTRUTURA:
A obra está estruturada em 36 capítulos, com uma introdução de janeiro de 1976 e o prefácio clássico de 1969 do próprio autor. O gênero literário escolhido é o romance de ficção desenvolvido em trezentas e dezesseis páginas, sendo o foco narrativo em primeira pessoa do personagem Burris, professor de Frazier, o aluno ideólogo e de Castle, aluno questionador e filósofo.
DESCRIÇÃO DO CONTEÚDO
No romance Walden II, o psicólogo e professor Burris é instigado por dois alunos, frustrados da guerra, a conhecer um projeto comunitário muito semelhante à sua ideia de comunidade Autópica. Burris ouve então o relato dos jovens indignados com o sistema social e o desejo de agir ou empreender algo de modo as pessoas serem mais felizes, viverem juntas sem roubar ou agredir outras pessoas.
Burris conclui que esse sentimento outrora já se instalara nele e em Frazier, antigo colega de faculdade. Solicita então uma visita a Walden II. Chegando lá, são recepcionados pelo próprio Frazier que lhes apresenta o funcionamento da comunidade de aproximadamente mil pessoas que são livres para ir e vir, se assim o desejarem. Predomina um sistema de vida cooperativa, ainda que tenha uma Junta de Planejadores, Especialistas e Administradores, todos são iguais em Walden II. O trabalho deve ser algo que não comprometa o bem-estar, deve ser interessante, prazeroso e escolhido livremente. Não existe moeda corrente e sim créditos-trabalho, uma espécie de bônus que serve para elevar o desejo de executar determinada tarefa.
Naquela comunidade não existia instituições seculares como Estado, Religião e Família. O código de Walden é abrangente e atua de modo não rígido, sem regras fixas e, desta forma, os valores morais e éticos serão OU NÃO reforçados se forem úteis para a comunidade. Não há competição por cargos ou bens naturais entre os membros, pois os bens e a produção são compartilhados, de maneira a não haver acúmulo individual, o que desestimula a disputa por cargos ou posse, inclusive dos filhos gerados, que crescem sob a responsabilidade de uma grande família, uma característica da atmosfera flexível e diversa de Walden. Nessa sociedade o afeto, tolerância e frustrações são apresentados à criança gradualmente em doses generosas.
Em Walden, o papel de dona-de-casa em seu trabalho doméstico é exercido de maneira industrializada, para que a mulher tenha a possibilidade de realizar outras atividades e ter mais tempo livre. Tudo isso faz parte de um projeto de engenharia comportamental, conforme denomina Frazier, que conta com cientistas e dentre suas pesquisas e experimentos está a educação, que não é representada por diplomas.
Nesse processo educacional, isento de atribuições econômicas e indefinido, não existe divisões por série, que interfere na capacidade e desenvolvimento das crianças. As práticas religiosas ou religião formal não existem em Walden II: existem leituras desde Confúcio até a Bíblia; entretanto, apenas como lições relacionadas ao autocontrole e outras articulações sociais.
Burris começa a levantar hipóteses sobre sua possível permanência em Walden II e dessa forma, começa uma investigação misturando-se com os membros para ver se não há algo de preparado no roteiro apresentado ao seu grupo.
Frazier é atormentado pelas socráticas questões colocadas pelo filósofo Castle. As suas respostas estão sempre fundamentadas na Ciência do Comportamento, que não convencem ao filósofo. Este compara Frazier a ditadores, principalmente à sociedade distópica descrita no livro 1984, de George Orwell, uma vez que vê semelhanças naquelas práticas militares de manipulação das massas.
Frazier, então, desiste de convencê-lo de que seu projeto busca a felicidade estruturada cientificamente, pois a política falhou no seu intento de resolver os problemas básicos da sociedade. Walden II busca criar um ambiente equilibrado, em que as regras se tornam desnecessárias com o advento de práticas positivas para as gerações futuras.
Ao final, Burris, mesmo tendo ido embora com seu grupo, não consegue esquecer a comunidade de Walden II, o que o faz abandonar a universidade, para retornar caminhando, em uma espécie de peregrinação em direção àquela comunidade utópica.
ANÁLISE DO CONTEÚDO
A obra de Skinner foi elaborada a partir de uma leitura de diversos clássicos: Thoreau, Darwin, George Orwell, Bíblia Sagrada, Confúcio e outros. A própria escolha do gênero ficção denota uma proposta para o futuro, trazendo grandes reflexões morais e éticas. A sua aplicabilidade fica evidente na política do sistema democrático sobre o voto obrigatório, que deve ser fruto de uma escolha livre e não imposto com punições. A educação cultural de obediência e respeito a regras e valores serve de prevenção ao surgimento da corrupção.
ANÁLISE DE FORMA CRÍTICA
O conteúdo da obra é muito importante. Ler este romance de Skinner foi um aprendizado, pois o autor era um homem muito inteligente e um espírito amoroso que tinha realmente preocupação com um mundo melhor. Pretendeu, nesta obra de leitura acessível, divulgar uma ideia para mudar o rumo da humanidade. É nítido que Skinner, ao ler o Walden de Thoreau, ampliou a proposta do individual para o coletivo, priorizando a prática de hábitos coletivos positivos que favoreçam o bem-estar, a utilização consciente dos recursos naturais ao abolir a disputa e ansiedade por acumular bens e honrarias, que só impedem a felicidade.
A proposta do livro repousa, curiosamente, no futuro de gerações adventícias, demonstrando uma certa frustração quanto ao homem daquele contexto e do atual. Ao ler o livro, pode-se vislumbrar ecos da Divina Comédia de Dante Alighieri: Burris, narrador e protagonista como Dante, também está “perdido” em busca de respostas na travessia da vida. As suas preocupações recaem sobre homens que guerreiam, homens corruptos e que esgotam os recursos naturais. O papel de Virgílio cabe a Frazier, o idealizador de Walden II, que, a exemplo do grande poeta romano, é aquele que conduz alguém a um lugar e busca resgatá-lo de um sistema ineficaz e falido. Com a mesma intensidade que Dante se apegou à sua Beatriz como motivo da viagem, Burris se apega na razão para uma fuga, rumo à liberdade.
RECOMENDAÇÃO DA OBRA
A obra deve ser lida por todos, para que não esqueçamos que somos seres racionais e dessa forma, podemos construir uma sociedade mais justa e feliz.
NOME COMPLETO
Acadêmica do Curso de Psicologia do Campus do Pantanal/UFMS – Corumbá- MS.

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