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TRANSPOSONS • O plantio do milho é um dos cultivos mais importantes do mundo (seus grãos são de elevado valor nutritivo, é empregado na alimentação humana e principalmente dos animais). Os nativos das Américas do Norte e do Sul desenvolveram muitas variedades diferentes de milho que continham grão coloridos (vermelhos, amarelos, azuis, branco e púrpura) e associaram cada cor a um valor estético e religioso. • Os padrões coloridos que vemos nas espigas de milho, também tem um importante significado científico. Pesquisas mostraram que as listras e pontos nos grãos, são o resultado de um fenômeno genético chamado de transposição. • No genoma do milho e da maioria do genoma dos organismos, foram encontrados sequências de DNA que podem mover-se de uma posição para outra. • Quando se movem de um local para outro, eles podem quebrar cromossomos ou mutar genes. • São segmentos lineares de DNA capazes de mudar de posição dentro do genoma (importantes para a variabilidade genética das espécies). • Foram descritos pela primeira vez pela pesquisadora Barbara McClintock nas décadas de 1940 e 1950. Recebeu o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1983 pela descoberta dos elementos genéticos móveis • “Elementos genéticos que mudavam de posição no genoma, alterando genes que resultavam em diferentes cores e composição dos grãos.” • Sequencias móveis de DNA; • Promovem a expansão e mudanças na estrutura do genoma; • Compreende 50-80% do genoma de algumas plantas; • Transposons de cortar e colar: mecanismo onde o elemento é fisicamente cortado de um sítio em um cromossomo e colado em outro sitio, que pode até mesmo ser em um cromossomo diferente. Um transposon é removido de um dado local e inserido em outro. • Transposons replicativos: transposição é feita envolvendo replicação do DNA do elemento de transposição. Ocorre uma interação entre o elemento e um sítio potencial de inserção. Durante a interação, o elemento é replicado e uma cópia dele é inserida em um novo sítio; uma cópia também permanece no sítio original. Um transposon é duplicado antes de ser transportado para um novo local • Retrotransposons: 1) Transcrição do elemento integrado, dando origem a um RNA. 2) Conversão do RNA em DNA de fita dupla, pela transcriptase reversa codificada pelo próprio transposon. 3) Inserção desse cDNA em um sítio genômico, similar a transposição conservativa. • Um transposon de cortar e colar é removido de uma posição genômica e inserido em outra por uma enzima, a transposase, que é geralmente codificada pelo próprio transposon. • Um transposon replicativo é copiado durante o processo de transposição. • Um retrotransposon produz moléculas de RNA que sofrem transcrição reversa em molécula de DNA. Essas moléculas de DNA são subsequentemente inseridas nas novas posições genômicas. • Embora os elementos tenham sido originalmente descobertos em eucariotos, os transposons bacterianos foram os primeiros a serem estudados em nível molecular. • Existem 3 tipos: - sequências de inserção, ou elementos IS; - transposons compostos; - elementos Tn3 Os grupos diferem em tamanho e estrutura. • Os elementos IS são os mais simples, contendo apenas genes que codificam proteínas envolvidas em transposição. • Os transposons compostos e os elementos Tn3 são mais complexos, contendo alguns genes que codificam produtos não relacionados ao processo de transposição. • Os transposons bacterianos mais simples são as sequências de inserção, assim chamados porque podem inserir-se em muitos sítios diferentes em cromossomos bacterianos e plasmídeos. • São capazes de se inserir em muitos locais diferentes no cromossomo e no plasmídeo, eles codificam a enzima transposase que se liga a extremidade do transposon e corta as duas fitas, retirando o elemento do cromossomo ou plasmídeo, deixando livre para ser inserido em outra posição, podendo ser na mesma ou em outra molécula de DNA. • Cada elemento é demarcado por sequencias idênticas, ou quase idênticas, curtas em suas pontas. Como essas sequencias terminais estão sempre em orientação inversa, uma em relação a outra , elas são chamadas de repetições terminais invertidas. São características da maioria dos tipos de transposons, mas não de todos. A transposase se liga a extremidade do transposon e corta as duas fitas, retirando o elemento do cromossomo e ela deixa ele livre para se inserir em outra posição. • Quando elementos IS são inseridos em cromossomos ou plasmídeos, eles criam uma duplicação de parte da sequência do DNA no sítio de inserção. Uma cópia da duplicação está situada em cada lado do elemento. Estas curtas sequências de repetição direta, chamadas de duplicação de sítio alvo, parecem surgir da clivagem (divisão), desencontrada da molécula bi filamentar de DNA. • São transposons bacterianos de cortar e colar indicados pelo símbolo Tn, são criados quando dois elementos IS são inseridos um perto do outro. A região entre eles pode então ser transposta pela ação conjunta dos elementos flanqueadores. Em Tn9 os elementos flanqueadores IS estão na mesma orientação com relação um ao outro. Em Tn5 e Tn10, a orientação é invertida. Os genes transportados por esses transposons conferem resistência bacteriana a antibióticos. • Os transposons desse grupo, são maiores do que os elementos IS e geralmente contém genes que não são necessários para transposição. • É um transposon replicativo, que se transpõe por fusão temporária de moléculas de DNA para um co-integrado, que quando resolvido, cada molécula de DNA constituinte fica com uma cópia de Tn3. • Os transposons composto consistem em dois elementos IS flanqueadores de uma região que contém um ou mais genes de resistência a antibióticos. • Plasmídeos conjugativos podem mover transposons que contêm genes para resistência a antibióticos de uma bactéria a outra. • Os transposons bacterianos são demarcados por repetições terminais invertidas. Quando elas se inserem em uma molécula de DNA, criam uma duplicação no local de inserção. > ELEMENTOS Ac e Ds em Milho: • McClintock descobriu esses elementos estudando a quebra de cromossomos. • Ela usou marcadores genéticos que controlavam a cor dos grãos de milho para detectar os eventos de quebra. * Quando um determinado marcador era perdido, Bárbara deduzia que o segmento cromossômico no qual estava situado também havia sido perdido (indicação de que havia ocorrido uma quebra). A perda de um marcador foi detectada por uma mudança na cor da aleurona, a camada mais externa do endosperma triploide de grãos de milho. O cromossomo 9 da região pigmentada perdeu uma parte do braço curto. Então esse pedaço perdido, deve conter um gene inibidor da pigmentação. A pesquisadora disse que na região onde ocorre quebra, deveria existir um elemento Ds (para dissociação). Mas esse fator sozinho não conseguiria promover a quebra (já que isso não foi observado em todas as regiões do grão) No braço longo do cromossomo, existe uma região destacada. Esta região seria a responsável pela ativação do elemento Ds, a qual ela chamou de Ac (de ativador). O elemento Ac codifica uma enzima (chamada de transposase) que vai ativar o elemento Ds. Quando essa ativação ocorre, o cromossomo sofre a quebra.Barbara propôs ainda que o elemento Ac poderia estar presente ou não no cromossomo. Isso justificaria a ocorrência de quebra somente em alguns cromossomos. Somente o cromossomo que apresentou quebra possuia o elemento Ac. Possui o elemento Ac Exemplo de como ocorre o mecanismo de ação dos elementos Ac e Ds. Cromossomo 9 Gene C Observa-se no grão pigmentado, no braço curto do cromossomo 9, que aparece uma região de cor diferenciada. MILHO PIGMENTADO Essa região representa o gene C, que é responsável pela pigmentação do grão. As células começam então a se dividir e a formar o grão e ao final do crescimento, a camada externa fica pigmentada. Célula que vai se dividir e formar o grão Cromossomo 9 Gene C O crescimento ocorre por que as células se dividem. Como todas tem o cromossomo com o gene C ativo, ao final, a camada externa do grão fica pigmentada. Células se dividiram, formou o grão e houve o crescimento É possível observar que no gene responsável pela pigmentação existe uma região de cor diferenciada. Essa região é chamada de elemento Ds e é responsável por inativar o gene da pigmentação. Cromossomo 9 Gene C desabilitado Elemento Ds MILHO AMARELO Ao final do crescimento, o grão permanece amarelo pois o gene de pigmentação foi inativado. Células se dividiram, formou o grão e houve o crescimento MILHO HÍBRIDO No braço longo do cromossomo, é possível observar uma região marcada que corresponde ao gene ativador, que vai ativar a transposição. O gene responsável pela pigmentação está desabilitado. Cromossomo 9 Gene C desabilitado Gene Ativador Elemento Ds No inicio, o milho cresce amarelo, pois o gene de pigmentação está inativado. Elemento Ds Gene C Gene Ac Cromossomo 9 Sob o controle do gene Ac o elemento Ds troca de lugar , passando a ocupar outro lugar no braço curto do cromossomo 9. Esse elemento é o transposon. Cromossomo 9 Elemento Ds Gene C Gene Ac Quando o elemento Ds trocou de lugar, o gene C foi restaurado. As células geradas a partir da que sofreu transposição vão passar a expressar o fenótipo pigmentado. É assim que aparecem as manchas pigmentadas no grão • As células que foram então geradas a partir da célula que sofreu transposição vão expressar o fenótipo pigmentado. Grão de milho visto de cima mostrando a perda do alelo que inibe a pigmentação. • Correspondem a um grupo de vírus cujo material genético é constituído por RNA. • Eles têm uma enzima chamada transcriptase reversa, que faz uma transcrição inversa, produzindo uma molécula de DNA a partir do seu RNA (RNA viral para um DNA viral). • É importante lembrar que a transcrição, que ocorre normalmente em todos os outros seres vivos, consiste na síntese de RNA a partir do DNA. Uma vez produzido o DNA, este se integra ao cromossomo da célula infectada e ocorre a síntese de proteínas virais, seguindo o processo normal da síntese proteica (DNA-RNA-proteína). Um exemplo muito conhecido de retrovírus é o vírus HIV, agente causador da Aids. • O retrovírus não pode ser combatido pelo fato de sofrer mutação constante. 1) O vírus reconhece a superfície da célula e se funde com a membrana plasmática; 2) Transcrição reversa do RNA do vírus em DNA viral; 3) O DNA viral migra para o núcleo da célula e se integra com o DNA celular; 4) Transcrição deste DNA em RNA viral; 5) As proteínas produzidas e algumas moléculas de RNA são empacotadas, originando centenas de novos vírus; Esquema do ciclo reprodutivo do vírus do HIV • São elementos de transposição que se amplificam através de um intermediário de RNA e são geralmente ativados pelo estresse. Essa ativação poderia ter um impacto sobre a expressão dos genes celulares e estarem associados a resposta do hospedeiro a certos estímulos. • Os Retrotransposons atuam por um mecanismo de copiar-colar: o ácido desoxirribonucleico (DNA) é transcrito em ácido ribonucleico (RNA) e este novamente em ácido desoxirribonucleico (DNA) por ação de uma enzima (transcriptase reversa), semelhante ao mecanismo de ação dos retrovírus. • Esse mecanismo é análogo ao mecanismo de copiar e colar de aplicativos de edição de texto em computadores, pois ao copiar a informação e colar em outro local, não se elimina a informação original, apenas a duplica. • Consequentemente são muitas das vezes os principais contribuintes pela fração repetitiva em genomas grandes. Os retrotransposons que possuem longas repetições terminais (LTR) em suas pontas são chamados de retrotranposons LTR. • Os retrotransposons aparecem em duas formas básicas: - uma delas formada por uma longa sequencia de pares de bases conhecida como LINEs. - e outra por uma curta sequencia de pares de bases denominada SINEs. LINEs contem duas enzimas necessárias para transcrição reversa e reintegração ao genoma, chamadas respectivamente de transcriptase reversa e integrase. SINEs, não contém os genes de tais enzimas dependendo dos LINEs para sua propagação.
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