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Módulo Básico em Obstetrícia: Modificações Fisiológicas da Gravidez Thamires Helles Silva de Almeida Rio Branco – Acre, Março de 2016 PRM Ginecologia e Obstetrícia Adaptações do Organismo Materno à Gravidez 2 Modificações Fisiológicas da Gravidez Adaptações do Organismo Materno à Gravidez Ocorrem mudanças anatômicas e funcionais durante a gravidez; Importância: reconhecer os desvios da normalidade. Má adaptação à presença do feto; Manifestação de doenças latentes; Intercorrências patológicas específicas do período gestacional; Piora de doenças previamente existentes; 3 Modificações Fisiológicas da Gravidez Adaptações do Organismo Materno à Gravidez Modificações : Locais ( órgãos genitais e/ou sexuais) Gerais ( Sistema digestório, circulatório, urinário, respiratório, nervoso, esquelético e em pele e anexos) 4 Modificações Fisiológicas da Gravidez Adaptações do Organismo Materno à Gravidez Sistema Circulatório Adaptações Hematógicas Alteração ligada ao volume e à constituição do sangue; Volume sanguíneo: valores 30 a 50% maiores do que período pré-gestacional; Variações volemia: diferenças individuais e do tecido trofoblástico. - > gestação múltipla e < em gestação com insuficiência placentária; - Discreto : CIUR e HAS; 5 Modificações Fisiológicas da Gravidez Sistema Circulatório Adaptações Hematógicas Importância da Hipervolemia: Necessidade de suprimento sanguíneo nos órgãos genitais, especialmente em território uterino. Função protetora : em relação à redução do retorno venoso e às perdas esperadas no período de parturição. 6 Modificações Fisiológicas da Gravidez Adaptações do Organismo Materno à Gravidez Volume Sanguíneo e Plasmático volemia: volume plasmático em menor proporção da hiperplasia celular; Hemodiluição: 7 Modificações Fisiológicas da Gravidez Adaptações do Organismo Materno à Gravidez Volume Sanguíneo e Plasmático Hemodiluição viscosidade sanguínea trabalho cardíaco; Estes processos têm início no 1° trim de gestação (6 sem), com expansão acelerada no 2º trim e redução da velocidade e estabilização nas últimas semanas do período gravídico. 8 Modificações Fisiológicas da Gravidez Adaptações do Organismo Materno à Gravidez 9 Modificações Fisiológicas da Gravidez Volume Sanguíneo e Plasmático Fisiologia da hipervolemia: Não completamente elucidada; Retenção e excreção de sódio e água; SRAA tem atividade aumentada de forma a suplantar a ação de mecanismos excretores; 10 Modificações Fisiológicas da Gravidez Adaptações do Organismo Materno à Gravidez Volume Sanguíneo e Plasmático Durante a Gravidez: Progressivo nos níveis séricos de peptídeo natriurético + lento da volemia receptores menos sensíveis ao estímulo acúmulo de Na e H2O; 11 Modificações Fisiológicas da Gravidez Adaptações do Organismo Materno à Gravidez Eritrócitos Volume absoluto também aumenta; Grávidas: 450 ml de eritrócitos a mais, com > incremento no 3º trim; níveis de eritropoetina discreto dos reticulócitos; [Hemoglobina]; < no fim da gestação; 1° trim < 12mg/dL; 2° trim < 10 mg/dL; 3º trim < 11mg/dL; Apesar da variação : anemia na gestação quando HB < 11mg/dL. Hto : 32% 12 Modificações Fisiológicas da Gravidez Adaptações do Organismo Materno à Gravidez c Leucócitos Maioria dos elementos figurados do sangue; Leucócitos totais : 5.000 e 14.000/mm³; Parto e puerpério imediato : até 25.000/mm³. Geralmente 14.000 a 16.000/mm³; (adrenais e estresse). Às custas de : polimorfonucleares e linfócitos CD8. Proteínas inflamatórias de fase aguda. Proteína C reativa: eleva-se próximo ao parto; VHS: fibrinogênio e globulinas no sangue; Perdendo seu valor em investigações diagnósticas na gravidez; 13 Modificações Fisiológicas da Gravidez Adaptações do Organismo Materno à Gravidez Coagulação Níveis plaquetários discretamente reduzidos; Devido: hemodiluição e consumo de plaquetas; Certo grau de coagulação intravascular no leito uteroplacentário; Plaquetopenia na gestação < ou igual a 100.000/mm³ Praticamente todos os fatores de coagulação estão elevados, exceto fatores XI e XIII; Modificações Fisiológicas da Gravidez 14 Adaptações do Organismo Materno à Gravidez Coagulação Atividade fibrinolítica , às custas da elevação de inibidores do plasminogênio (precursor da plasmina , que remove fibrina). Especula-se que essas alterações na coagulação são mediadas por altos níveis de estrógeno e progesterona oriundos do tecido placentário. Após 1 hora da dequitação, desaparecem. A hipercoagubilidade que impede o sangramento patológico do pós- parto, também risco do tromboembolismo. Modificações Fisiológicas da Gravidez 15 Adaptações do Organismo Materno à Gravidez Metabolismo do Ferro Necessidades de ferro durante o ciclo gravídico-puerperal; Contribuem para esse estado de deficiência de ferro: Modificações Fisiológicas da Gravidez 16 Adaptações do Organismo Materno à Gravidez Metabolismo do Ferro Se não houver suplementação exógena maioria irá evoluir para anemia ferropriva; Modificações Fisiológicas da Gravidez 17 Adaptações do Organismo Materno à Gravidez Metabolismo do Ferro Demanda de Fe é > na segunda metade da gestação, chegando 6 a 7mg/dia no 3º trim; Em gestantes com deficiência grave de ferro, a produção de Hb fetal permanece intacta; Modificações Fisiológicas da Gravidez 18 Adaptações do Organismo Materno à Gravidez Adaptações Cardiovasculares Antes mesmo das principais modificações da circulação do território uteroplacentário, observa-se novo equilíbrio circulatório; Gestantes hígidas toleram bem; Portadoras de cardiopatia, hipertensão arterial ou distúrbio hiperdinâmico (Hipertireoidismo) podem descompensar já no 1º trim. Modificações Fisiológicas da Gravidez 19 Adaptações do Organismo Materno à Gravidez Adaptações Hemodinâmicas Expansão volêmica; DC 50% > não grávidas; Inicia na 5ª sem, estabiliza-se por volta da 24ª sem e possui ápice no pós parto imediato, com incremento de 80%; Modificações Fisiológicas da Gravidez 20 Adaptações do Organismo Materno à Gravidez Adaptações Hemodinâmicas Tromboxano A2 + Progesterona vasodilatação sistêmica; Contribuem: Refratariedade vascular aos estímulos vasoconstritores de angiotensina II e catecolaminas; Produção de Óxido Nítrico ( nível local); Modificações Fisiológicas da Gravidez 21 Adaptações do Organismo Materno à Gravidez Adaptações Hemodinâmicas Queda da PA é mais acentuada no 2º trim e retorna para níveis pré-gravídicos próximo ao parto; PAD : diminuiu 5 a 15mmHg PAS: diminui 3 a 5 mmHg Durante o Trabalho de Parto: PA, devido DC e ação das catecolaminas liberadas em razão da dor. Modificações Fisiológicas da Gravidez 22 Adaptações do Organismo Materno à Gravidez Adaptações Hemodinâmicas Pressão venosa em MMII compressão das vv. Pélvicas pelo útero volumoso; Maior índice: hipotensão, edema, varizes e doença hemorroidária; Compressão v. cava inferior quando em posição supina, a partir da 2ª metade da gestação; Redução pré-carga hipotensão+bradicardia (reflexo vagal) podendo apresentar lipotímia Síndrome da hipotensão supina. Modificações Fisiológicas da Gravidez 23 Adaptações do Organismo Materno à Gravidez 24 Adaptações Hemodinâmicas Iniciam por volta de 6 sem e instaladas totalmente entre o fim do 1º trim e início do 2º trim; Distribuição do fluxo sanguíneo, desvia-se para: - Útero, rins, mamas e pele. Adaptações do Organismo Materno à Gravidez Modificações Fisiológicas da Gravidez Modificações Fisiológicas da Gravidez 25 Coração Desviado para cima e para esquerda, ligeiramente rodado pra a face anterior do tórax. Devido elevação do diafragma por causa do aumento do volume abdominal; volume do órgão : volume sistólico e hipertrofia dos miócitos; São frequentes: extrassístoles ventriculares e taquicardias paroxísticas supraventriculares; Modificações Fisiológicas da Gravidez 26 Adaptações do Organismo Materno à Gravidez Coração Comum: Sopro sistólico redução da viscosidade sanguínea e DC; 90% sopro sistólico leve; 20% sopro distólico; 10% sopro contínuo ( derivado da hipervascularização das mamas; Modificações Fisiológicas da Gravidez 27 Adaptações do Organismo Materno à Gravidez Sistema Endócrino e Metabólico Hipófise Tamanho: hipertrofia e hiperplasia da porção anterior da glândula, em especial dos lactotrofos, pela ação estimulante do estrógeno; Volume pode dobrar ao fim da gravidez; Síndrome de Sheehan falência da glândula quando ocorre sangramento profuso no período periparto. Modificações Fisiológicas da Gravidez 28 Adaptações do Organismo Materno à Gravidez Sistema Endócrino e Metabólico Hipófise Produção de prolactina (cerca de 200ng/ml) preparar as glâdulas mamárias para a produção de leite; Não se deve dosar prolactina para fins de acompanhamento de doenças hipofisárias durante a gravidez. 29 Modificações Fisiológicas da Gravidez Adaptações do Organismo Materno à Gravidez Sistema Endócrino e Metabólico Hipófise Beta-hCG semelhante ao TSH estimula a função tireoidiana feedback negativodiminui a secreção e produção de TSH; Alteração bem evidente no 1° trim, com retorno a níveis normais de TSH no 2º e 3º trim; Produção placentária de esteróides sexuais diminuição de LH e FSH; Modificações Fisiológicas da Gravidez 30 Adaptações do Organismo Materno à Gravidez Sistema Endócrino e Metabólico Hipófise Neuro-hipófise: ADH e ocitocina Ocitocina: níveis constantes durante a gestação e se eleva na fase ativa e período expulsivo do trabalho de parto; ADH: não há alteração dos níveis circulantes; Modificações Fisiológicas da Gravidez 31 Adaptações do Organismo Materno à Gravidez Sistema Endócrino e Metabólico Tireóide Estimulação direta dos receptores de TSH pelo B-hCG; Levam a sobrecarga funcional e volume da tireóide; Bócio: 15% fisiológico; 50% patológico; Investigar quando presente!! Modificações Fisiológicas da Gravidez 32 Adaptações do Organismo Materno à Gravidez Sistema Endócrino e Metabólico Paratireóide Função: metabolismo do cálcio; Concepto consome em médio 300mg/dia de Ca, concentrado no 3º trim, total de 25 a 30g durante toda gravidez; TFG > excreção de Ca urinário; Ocorre alteração no nível sérico de Ca total, mas não do Ca iônico. Não há benefício na suplementação em gestações normais; Modificações Fisiológicas da Gravidez 33 Adaptações do Organismo Materno à Gravidez Sistema Endócrino e Metabólico Paratireóide Considerar suplementação: adolescência, gemelalidade, intervalos entre partos curto e doenças intestinais disabsortivas; PTH níveis séricos decorrer da gravidez; Modificações Fisiológicas da Gravidez 34 Adaptações do Organismo Materno à Gravidez Sistema Endócrino e Metabólico Ovários Produção de progesterona pelo corpo lúteo, até a 7ª sem, quando o trofoblasto cresce suficientemente para sua autonomia hormonal; Produção de Relaxina: relaxamento sistêmico das fibras de colágeno e musculares acomodação da gestação e pelo processo de parturição; - Envolvida no parto pré-termo e alteração da cérvix. Modificações Fisiológicas da Gravidez 35 Adaptações do Organismo Materno à Gravidez Sistema Endócrino e Metabólico Ovários Relaxina: não tem relação com embebição gravídica presente no sistema articular; Produção elevada de andrógenos (androstenediona e testosterona) : não acarreta maiores repercussões; - Placenta converte esses hormônios em estradiol; Modificações Fisiológicas da Gravidez 36 Adaptações do Organismo Materno à Gravidez Adaptações Metabólicas Modificações Fisiológicas da Gravidez 37 Adaptações do Organismo Materno à Gravidez Adaptações Metabólicas Necessidade calórica 300kcal/dia. Necessidade variável de acordo com os diversos trimestres, sendo maior quanto mais avançada for a gravidez; Fase de anabolismo materno: da concepção até 24 a 26 sem, aporte reservado para reservas maternas; Fase de catabolismo materno: tanto o aporte ingerido quanto as reservas maternas são direcionados ao crescimento ponderal do feto. Modificações Fisiológicas da Gravidez 38 Adaptações do Organismo Materno à Gravidez Metabolismo dos carboidratos e lípides Fase anabólica: glicemia de jejum e basal materna às custas de armazenamento de gordura, glicogênese hepática e transferência de glicose para o feto; Estrógeno e Progesterona. Fase catabólica: lipólise, neoglicogênese e resistência periférica à insulina. O hPL lipólise com liberação de ácidos graxos; (30 semanas ) Excesso de ácidos graxos resistência periférica à insulina, mantendo hiperglicemia pós-prandial com consequente hiperinsulinemia. Modificações Fisiológicas da Gravidez 39 Adaptações do Organismo Materno à Gravidez Metabolismo dos carboidratos e lípides Hiperglicemia resulta da > necessidade energética do feto no 3º trim. Transporte de glicose para o feto ocorre preferencialmente por difusão facilitada; Sensibilidade à insulina (40-70%): evidente a partir de 26 sem, quando ocorre hPL; Neste momento qualquer desequilíbrio no metabolismo dos carboidratos poderá levar ao quadro de diabetes gestacional; Modificações Fisiológicas da Gravidez 40 Adaptações do Organismo Materno à Gravidez Metabolismo dos carboidratos e lípides Outras substâncias envolvidas: prolactina, TNF e a leptina. Glicosúria leve(+/4+ ou 250mg/dL) aumento da TFG; Níveis maiores alerta e investigação de DM; Modificações Fisiológicas da Gravidez 41 Adaptações do Organismo Materno à Gravidez Metabolismo Protéico Acúmulo total de 1.000g de proteínas no termo da gestação; ½ feto e anexos, ½ útero, mamas, hipervolemia e hiperplasia dos eritrócitos; Insulina armazenamento de aminoácidos na reserva materna; Modificações Fisiológicas da Gravidez 42 Adaptações do Organismo Materno à Gravidez MODIFICAÇÕES SISTÊMICAS DO ORGANISMO MATERNO Modificações Fisiológicas da Gravidez 43 Refletem basicamente alterações que podem ser mecânicas, em razão da presença anatômica do feto e de seus anexos; vasculares ou endócrinas; Modificações Fisiológicas da Gravidez 44 Modificações Sistêmicas do Organismo Materno Pele e anexos Estrógeno angiogênese; Progesterona vasodilatação, hiperpigmentação; - Eritema palmar, teleangiectasias, hipertricose e secreção sebácea e sudorese; Alopécia é rara; Produção e secreção do hormônio melanotrófico da hipófise móleculas de tirosina na pele produção excessiva de melanina; Modificações Fisiológicas da Gravidez 45 Modificações Sistêmicas do Organismo Materno 46 47 Modificações Fisiológicas da Gravidez 48 Sinal de Hunter Fonte: https://fusmobgin.wikispaces.com/-+Fisiolog%C3%ADa+Embarazo Pele e anexos Estrias são mais frequentes durante a gestação; Atribui-se à hiperfunção das glândulas adrenais (hipercortisolismo); Já que não há alteração na qualidade das fibras colágenas nem da constituição da epiderme. Locais mais comuns: pele do abdome, mamas e quadril; Modificações Fisiológicas da Gravidez 49 Modificações Sistêmicas do Organismo Materno 50 Modificações Fisiológicas da Gravidez Sistema Esquelético Articulações sofrem embebição gravídica; Acúmulo de líquido proveniente da ação sistêmica da progesterona e estrógeno; Aumenta a mobilidade da pelve e prepara para parturição; Nos MMII pode levar à dores crônicas, entorses, luxações e até fraturas. Sínfise púbica afastar os ramos do púbis em até 2cm; Modificações Fisiológicas da Gravidez 51 Modificações Sistêmicas do Organismo Materno Sistema Esquelético Volume abdominal e das mamas desvia anteriormente o centro de gravidade; Direciona o corpo todo posteriormente, de forma a compensar e encontrar novo eixo; Hipercifose e hiperlordose, base de sustentação, afastamento dos pés e diminuição da amplitude dos passos (marcha anserina); Cervical p/ frente comprime raízes cervicais fadiga muscular, dores cervicais e parestesias de extremidades; Modificações Fisiológicas da Gravidez 52 Modificações Sistêmicas do Organismo Materno 53 Sistema Digestório Apetite e sede leptina e alterações ADH; Náuseas vômitos mais prevalentes no 1º trim; Sialorréia estímulo do nervo trigêmeo e do nervo vago, relacionado com à dificuldade de deglutição decorrente de náuseas; Hipertrofia e hipervascularização gengival edemaciada, facilmente sangrante; pH salivar mais baixo proliferação bacteriana, cáries; Modificações Fisiológicas da Gravidez 54 Modificações Sistêmicas do Organismo Materno Modificações Fisiológicas da Gravidez 55 Modificações Sistêmicas do Organismo Materno Sistema Digestório Relaxamento do EEI e peristaltismo DRGE; Pirose é comum; Da mesma forma a contratilidade da m. lisa do estômago, da vesícula biliar e dos intestinos encontra-se reduzida, gerando empachamento e obstipação; Secreção ácida ingesta de bebidas ácidas aliviam os sintomas; Sistema Digestório Hipotonia da vesícula biliar + CT litíase; Peristaltismo permanência do bolo fecal no lúmem intestinal obstipação; Função hepática não se altera; FA (2 a 4x normal) no 3º trim síntese placentária; GGT; Outras provas bioquímicas hepáticas: normais ou levemente ou ; Modificações Fisiológicas da Gravidez 56 Modificações Sistêmicas do Organismo Materno Sistema Digestório Tempo de protrombina normal; Fibrinogênio; Volume uterino desvio do estômago e apêndice para cima e para direita, intestinos para esquerda; Modificações Fisiológicas da Gravidez 57 Modificações Sistêmicas do Organismo Materno Sistema Respiratório Elevação diafragmática de aprox. 4 cm; Amplitude do difragma volume abdominal; Caixa torácica 6cm circunferência e 2cm diâmetro; Não há alteração da capacidade vital, apenas redistribuição dos volumes; Volume corrente e reserva expiratória e preservação da reserva inspiratória; Ocorre devido demanda de O2hemodiluição e queda Hb, pois FR não se altera. Modificações Fisiológicas da Gravidez 58 Modificações Sistêmicas do Organismo Materno Sistema Respiratório Alterações comuns sensação de dispnéia, rinite; Doenças cardíacas e pulmonares devem ser descartadas quando dispnéia é intensa ou apresenta piora progressiva; Doenças preexistentes desses órgãospioram; Modificações Fisiológicas da Gravidez 59 Modificações Sistêmicas do Organismo Materno Sistema Urinário Volemia + resistência vascular periférica TFG; Observado a partir da 10ª sem, aumento gradativo e redução discreta perto do termo; Acréscimo: 50 a 80% fluxo glomerular, 40 a 50% ritmo de filtração; Altera com a posição depuração até 20% < na posição supina; Modificações Fisiológicas da Gravidez 60 Modificações Sistêmicas do Organismo Materno Sistema Urinário Excreção urinária à noite repouso em decúbito; Progesterona Hipotonia da mm. ureteres e da bexigadiscreta hidronefrose e volume residual vesical; Bexiga + elevada ao longo da gestação retificação do trígono vesical refluxo vesicoureteral; Modificações Fisiológicas da Gravidez 61 Modificações Sistêmicas do Organismo Materno Sistema Urinário Incontinência urinária é queixa comum, todavia há mecanismos protetores ( comprimento absoluto e funcional da uretra e pressão intrauretral máxima); Durante trabalho de parto compressão da apresentação fetal sobre a bexiga acarreta edema e microtrauma hematúria e infecção; Modificações Fisiológicas da Gravidez 62 Modificações Sistêmicas do Organismo Materno Modificações Fisiológicas da Gravidez 63 Sistema Nervoso Central Alterações de memória e concentração 3º trim; Sonolência progesterona (depressor do SNC) + alcalose respiratória (hiperventilação); Alterações do padrão e de qualidade do sono fadiga e quadro psíquicos de blues puerperal, até mesmo depressão. Posição supina dispnéia paroxística noturna; Modificações Fisiológicas da Gravidez 64 Modificações Sistêmicas do Organismo Materno Visão, Olfato e Audição Alterações da córnea edema localizado e opacificações pigmentares; Alterações retinianas não estão presentes em gestantes hígidas, quando presentes representam acometimento local por síndrome hipertensiva; Mucosa nasal edemaciada e hipervascularizada. 65 Modificações Fisiológicas da Gravidez Modificações Sistêmicas do Organismo Materno Visão, Olfato e Audição Epistaxe, rinite vasomotora e hiposmia frequentes; Zumbidos e vertigem pouco frequentes, todavia estão presentes em gestantes cujas modificações vasculares locais foram mais acentuadas. Modificações Fisiológicas da Gravidez 66 Modificações Sistêmicas do Organismo Materno MODIFICAÇÕES LOCAIS DO Organismo Materno Modificações Fisiológicas da Gravidez 67 Modificações Locais do Organismo Materno Estão confinadas ao sistema genital; São localmente mais intensas; Alterações: dimensão, coloração, posição, forma e consistência; No útero as alterações são mais proeminentes: circulação uteroplacentária, hipervascularização local e aumento volumétrico; Modificações Fisiológicas da Gravidez 68 Útero Coloração violácea vascularização e vasodilatação venosa; Consistência amolecida retenção hídrica no espaço extravascular, em especial na região de implantação ovular; A partir da 2ª metade a consistência uterina se modifica na vigência de contração ou tônus muscular. Modificações Fisiológicas da Gravidez 69 Modificações Locais do Organismo Materno Modificações Fisiológicas da Gravidez 70 Modificações Locais do Organismo Materno Útero Volume: Pré-gravídico: 60 a 70g, capacidade de 10ml, dimensões 7x4-5x2-3 cm; Gestação a termo: 700 a 1.200g, capacidade 5L (podendo chegar a 20L), dimensões 30x24x22cm; Mantém tamanho pouco maior a cada gestação sucessivamente; Útero Até 12 sem o útero é órgão intra-pélvico, com forma assimétrica decorrente da implantação localizada do embrião Sinal de Piscacek; De 12 a 20 sem, assume a forma esférica e deixa de localizar-se exclusivamente na região pélvica para tornar-se órgão abdominal. Peso uterino e o amolecimento dos tecidos adjacentes levam-no a ocupar os fórnices laterais da vagina Sinal de Noble-Budin. Modificações Fisiológicas da Gravidez 71 Modificações Locais do Organismo Materno Modificações Fisiológicas da Gravidez 72 Modificações Fisiológicas da Gravidez 73 Modificações Locais do Organismo Materno Útero Contínuo crescimento reduz a anteversoflexão, aliviando os sintomas de polaciúria; Dextrorrotação uterina presença do colón sigmóide à esquerda; Estase urinária à direita e prolongamento da histerotomia para a esquerda nas césareas. Modificações Fisiológicas da Gravidez 74 Modificações Fisiológicas da Gravidez 75 Modificações Fisiológicas da Gravidez 76 Útero – Vascularização e Inervação Hipervascularização intensa: 50ml/min 500 a 700 ml/min; DC 3 a 6%; no termo 12%; Surgimento de novos vasos e capacidade dos já existentes; Principais artérias: uterinas e ovarianas; Região ístmica ramos das uterinas distribuem-se transversalmente ao útero e paralelamente às fibras musculares locais. Histerotomia segmentar transversa reduz perdas sanguíneas, cicatrização de melhor qualidade devido lesão de menor número de fibras musculares; Modificações Fisiológicas da Gravidez 77 Modificações Locais do Organismo Materno Modificações Fisiológicas da Gravidez 78 Modificações Locais do Organismo Materno Istmo e Segmento Inferior A alteração da consistência do istmo, com consequente edema e amolecimento do local, coincide com o alongamento da região e, ao toque vaginal combinado, é nota-se aumento da anteversoflexão uterina (sinal de Hegar) polaciúria comum no início da gestação; Ao fim da gestação é impossível diferenciá-lo macroscopicamente do corpo uterino; Modificações Fisiológicas da Gravidez 79 Modificações Fisiológicas da Gravidez 80 Colo uterino Vascularização do colo modifica sua coloração, rósea violácea. A reação decidual em células estromais que juntamente ao edema local consistência amolecida. A partir de 16 sem que o amolecimento do colo uterino modifica sua consistência, geralmente semelhante à cartilagem nasal, para uma consistência similar à do lábio (regra de Goodell); Modificações Fisiológicas da Gravidez 81 Modificações Locais do Organismo Materno Colo uterino É comum sangramento durante a manipulação do colo uterino, devido hipervascularização. Pode ser visualizada à colposcopia; O risco de surgimento de lesões intraepiteliais cervicais aumenta devido hiperplasia das camadas celulares, ectopias cervicais frequentes e alterações imunológicas típicas da gestação. Essas lesões regridem mais frequentemente, sobretudo no pós-parto. Modificações Fisiológicas da Gravidez 82 Modificações Locais do Organismo Materno 83 Ovários Cistos tecaluteínicos (grandes formações císticas e múltiplas, geralmente bilaterais e de dimensões aumentadas) estimulação folicular excessiva e são mais frequentes quando hCG (neoplasia trofoblástica gestacional, gestações múltiplas, aloimunização Rh); Não devem ser cirurgicamente abordados, a não ser que ocorra algum tipo de complicação, pois tendem a regredir após o parto. Raramente produzem andrógenos a ponto de causar virilização materna e/ou de fetos do sexo feminino; Modificações Fisiológicas da Gravidez 84 Modificações Locais do Organismo Materno Tubas Uterinas e Ligamentos Estiram- se pelo crescimento do útero e são levadas a ocupar posição vertical e paralela. Hipervascularização altera a cor das tubas, em especial das fímbrias. Reação de deciduação irregular e descontínua é vista na camada interna, com perda do aparelho ciliar; No puerpério apresentam hipotrofia semelhante ao período pós-menopausa, da mesma forma que todo o sistema genital feminino dos níveis hormonais; Modificações Fisiológicas da Gravidez 85 Modificações Locais do Organismo Materno Modificações Fisiológicas da Gravidez 86 Modificações Locais do Organismo Materno Tubas Uterinas e Ligamentos Os ligamentos largos e redondos do útero se encontram hipertrofiados e congestos, bem como os paramétrios. Dependendo da localização placentária, os ligamentos redondos, assim como os anexos, podem apresentar-se estirados na face oposta à da inserção da placenta (sinal de Palm). Tubas Uterinas e Ligamentos Nas inserções placentárias na face anterior do útero, os ligamentos redondos e os anexos estarão voltados para região posterior do órgão. Nas inserções posteriores, os ligamentos e anexos estarão voltados para diante do corpo uterino, podendo, eventualmente, ser palpados no termo em gestantes magras; Modificações Fisiológicas da Gravidez 87 Modificações Locais do Organismo Materno Modificações Fisiológicas da Gravidez 88 Vagina A hipervascularização hiperemia e edema; Coloração avermelhadaarroxeada, retenção sanguínea nos vasos venosos sinal de Kluge. Diâmetro das aa. vaginais pulsação nos fórnices laterais sinal de Osiander. Ocorre hipertrofia das células musculares e do tecido conjuntivo + retenção hídrica espessura e elasticidade da mucosa. Consequencia : pregueamento mucoso; Distensão necessária do órgão para formação do canal de parto; Modificações Fisiológicas da Gravidez 89 Modificações Locais do Organismo Materno Vagina Acúmulo de glicogênio e a descamação celular (progesterona) substrato para proliferação de Lactobacillus acidophilus. O consumo do excesso de glicogênio por esses microrganismos ácido láctico pH vaginal. O pH vaginal na gravidez: 3,5 a 6,0; Protege contra infecções bacterianas locais, mas pode predispor a infecções fúngicas; Modificações Fisiológicas da Gravidez 90 Modificações Locais do Organismo Materno Vulva Pele da raiz das coxas e dos grandes lábios manchas hipercrômicas. Coloração arroxeada sinal de Jacquemier- Chadwick. Em gestantes com predisposição, em particular em multíparasvarizes vulvares, podem dificultar a realização de episiotomia ou perineotomia. Retenção de líquidos no espaço extravascular causa edema do vestíbulo vaginal, que funciona como coxim protetor no momento do parto; Modificações Fisiológicas da Gravidez 91 Modificações Locais do Organismo Materno Mamas Dor e hipersensibilidade desde o 1º trim, melhora com o decorrer da gravidez; A produção hormonal de estrógeno e progesterona pela unidade placentária e de prolactina pela hipófise crescimento e o desenvolvimento, necessários para o processo de lactação no pós-parto. Hiperplasia e diferenciação celular não retornam às suas características pré-gravídicas depois do período puerperal; Modificações Fisiológicas da Gravidez 92 Modificações Locais do Organismo Materno Modificações Fisiológicas da Gravidez 93 Modificações Locais do Organismo Materno Mamas volume mamas a partir da 6 sem; Mamilo torna-se mais pigmentado e sensível. Papila, mais saliente, maior capacidade erétil. Hiperpigmentação areolar mamilo tenha cor acastanhada, com surgimento de coloração externa aos limites originais da aréola mais clara que ela, contudo mais escura que a pele das mamas aréola secundária ou sinal de Hunter. Mamas Hipertrofia das glândulas sebáceas do mamilo tubérculos de Montgomery; Modificações Fisiológicas da Gravidez 94 Modificações Locais do Organismo Materno Mamas A pele pode apresentar estrias elevados níveis de cortisol associados à distensão local; A hipervascularização do tecido glandular torna visível a rede venosa sob a pele rede de Haller; A partir da 2ª metade da gravidez saída de colostro pelas papilas à expressão mamária. Parece não haver relação entre o volume pré-gravídico das mamas e sua capacidade de produção láctea; 95 Modificações Fisiológicas da Gravidez Modificações Locais do Organismo Materno 96 Modificações Fisiológicas da Gravidez Mamas Na espécie humana, o desenvolvimento estrutural e funcional das mamas só ocorre por completo após a gestação e lactação. Possui papel fundamental na nutrição e na imunidade do RN, com plasticidade surpreendente ao adaptar a quantidade e a qualidade da produção láctea ao número de neonatos e à necessidade de cada RN de acordo com a IG de nascimento; Modificações Fisiológicas da Gravidez 97 Modificações Locais do Organismo Materno Referências Bibliográficas 1. REZENDE, J. Obstetrícia. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. 2. ZUGAIB, Marcelo. Et al. Zugaib Obstetrícia.1.ed. Barueri , SP: Malone, 2008. 98 Modificações Fisiológicas da Gravidez
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