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Professor João Paulo Valle 
www.professorjoaopaulovalle.com.br 
1 
 
PROVAS - CONSULPLAN 
PROVA I – CBM/PA – COMBATENTE/2016 .................................................................................... 2 
PROVA II – GUARDA MUNICIPAL DE CASCAVEL/2016 .................................................................. 6 
PROVA III – TJMG – ESTAGIÁRIO DE DIREITO/2016 ...................................................................... 8 
PROVA IV – CÂMARA MUNICIPAL DE OLINDA-PE – AG. ADMINISTRATIVO/2015 ...................... 14 
PROVA V – PREF.PATOS DE MINAS – AG. DE ADMINISTRAÇÃO/2015 ........................................ 17 
PROVA VI – PREF.DE IBIRAÇU-ES-AG. DE DEFESA CIVIL/2015..................................................... 20 
PROVA VII -HOSPITAL ODILON BEHRENS – AGENTE DE ADMINISTRAÇÃO/2015 ....................... 24 
PROVA VIII- PREF. DUQUE DE CAXIAS – RJ – AUX. ADMINISTRATIVO/2016 ............................... 27 
PROVA IX – PREF. CARATINGA-MG – TÉCNICO EM INFORMÁTICA/2015 ................................... 30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Professor João Paulo Valle 
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2 
 
PROVA I – CBM/PA – COMBATENTE/2016 
 
As desigualdades e a questão social 
 
Há processos estruturais que estão na base das desigualdades e antagonismos que 
constituem a questão social. Dentre esses processos, alguns podem ser lembrados agora. O 
desenvolvimento extensivo e intensivo do capitalismo, na cidade e no campo, provoca os mais 
diversos movimentos de trabalhadores, compreendendo indivíduos, famílias, grupos e amplos 
contingentes. As migrações internas atravessam os campos e as cidades, as regiões e as nações. 
Movimentam trabalhadores em busca de terra, trabalho, condições de vida, garantias, direitos. 
A industrialização e a urbanização expandem‐se de modo contínuo, por fluxos e refluxos, ou 
surtos. Assim como ocorre a metropolização dos maiores centros urbano‐industriais, também 
ocorre a abertura e reabertura das fronteiras. Os surtos de atividades agrícolas, pecuárias, 
extrativas, mineradoras e industriais, ao longo das várias repúblicas, assinalam os mais diversos 
momentos de populações e negócios, de fatores econômicos ou forças produtivas. As crescentes 
diversidades sociais estão acompanhadas de crescentes desigualdades sociais. Criam‐se e 
recriam‐se as condições de mobilidade social horizontal e vertical, simultaneamente às 
desigualdades e aos antagonismos. Esse é o contexto em que o emprego, desemprego, 
subemprego e pauperismo se tornam realidade cotidiana para muitos trabalhadores. As 
reivindicações, protestos e greves expressam algo deste contexto. Também os movimentos 
sociais, sindicatos e partidos revelam dimensões da complexidade crescente do jogo das forças 
sociais que se expandem com os desenvolvimentos extensivos e intensivos do capitalismo na 
cidade e no campo. 
[...] Aos poucos, a história da sociedade parece movimentada por um vasto contingente 
de operários agrícolas e urbanos, camponeses, empregados e funcionários. São brancos, 
mulatos, negros, caboclos, índios, japoneses e outros. Conforme a época e o lugar, a questão 
social mescla aspectos raciais, regionais e culturais, juntamente com os econômicos e políticos. 
Isto é, o tecido da questão social mescla desigualdades e antagonismos de significação 
estrutural. 
(IANNI, Octavio. Pensamento social no Brasil. Bauru: Edusc, 2004. (com adaptações).) 
 
*Considere o período a seguir para responder às questões 01 e 02. 
 
“Há processos estruturais que estão na base das desigualdades e antagonismos que constituem 
a questão social.” 
 
01. Acerca da estruturação do período destacado, é correto afirmar que em sua constituição 
pode(m) ser indicada(s): 
 
A) Oração subordinada adjetiva restringindo o sentido do termo que modifica. 
B) Duas orações coordenadas e uma oração subordinada substantiva objetiva direta. 
C) Apenas orações coordenadas aditivas em que há soma de ideias e emprego da conjunção “e”. 
D) Uma oração principal e duas subordinadas, sendo que uma delas funciona como 
complemento nominal. 
E) Apenas orações coordenadas cuja posição no período pode ser variável sem que o sentido 
seja alterado. 
 
 
 
 
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3 
 
02. Considerando a estrutura das orações e aspectos sintáticos que integram o período 
destacado, assinale a afirmativa correta. 
 
A) As duas ocorrências da conjunção “que” são classificadas como sujeito das orações a que 
pertencem. 
B) Todas as orações que constituem o período possuem sujeito simples, sendo formado por 
apenas um núcleo. 
C) Em uma das orações, o sujeito é composto por dois núcleos como pode ser observado na 
expressão “processos estruturais”. 
D) O processo verbal das orações que constituem o período é impessoal, ou seja, não há pessoa 
gramatical ou agente ao qual o verbo se refira. 
E) O sujeito de todas as orações que constituem o período é o mesmo, de forma que a coesão 
textual mantém‐se através de tal construção. 
 
03. Em um texto, alguns elementos são empregados para que haja articulação entre os 
enunciados de tal modo que retomam referentes em um texto. Em “Dentre esses processos, 
alguns podem ser lembrados agora.” (1º§) o termo “esses” é empregado com tal propósito, 
estabelecendo uma relação com o que já foi expresso no texto. Dentre os elementos 
destacados a seguir, pode ser visto como exemplo do mesmo emprego: 
 
A) “As reivindicações, protestos e greves expressam algo deste contexto.” (1º§) 
B) “A industrialização e a urbanização expandem‐se de modo contínuo, por fluxos e refluxos, ou 
surtos.” (1º§) 
C) “[...] provoca os mais diversos movimentos de trabalhadores, compreendendo indivíduos, 
famílias, [...]” (1º§) 
D) “Esse é o contexto em que o emprego, desemprego, subemprego e pauperismo se tornam 
realidade [...]” (1º§) 
E) “Os surtos de atividades agrícolas, pecuárias, extrativas, mineradoras e industriais, ao longo 
das várias repúblicas, [...]” (1º§) 
 
04. Tendo em vista a estrutura textual predominante e seus recursos característicos, assinale 
dentre os fragmentos a seguir, um trecho que apresenta traços de tal tipo apresentado em 
“As desigualdades e a questão social”. 
 
A) “Todos os países do mundo se comprometeram a tentar não piorar a situação climática da 
Terra na semana passada.” (Disponível em: http://super.abril.com.br/ciencia/aquecimento‐
global‐ja‐e‐irreversivel‐dizem‐cientistas.) 
B) “Os focos estão sobre o liberal Albert Rivera, o político curinga de 36 anos, visto como a chave 
de ouro para permitir a governabilidade.” (O Globo, 20/12/2015.) 
C) “O deslizamento, ocorrido pouco depois do meio‐dia no horário local (2h no horário de 
Brasília), atingiu fábricas, dormitórios e apartamentos de trabalhadores e suas famílias.” 
(Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/mundo/ao‐menos‐91‐desaparecidos‐em‐
deslizamento‐de‐terra‐na‐china‐02.) 
D) “Pesquisadores de São José do Rio Preto, interior paulista, vão monitorar, ao longo de cinco 
anos, 2.200 pessoas na cidade com o objetivo de identificar a porcentagem de casos 
assintomáticos de zika vírus.” (Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/cientistas‐
estudam‐porcentagem‐de‐casos‐assintomaticos‐de‐zika.) 
E) “Mais uma tragédia envolvendo refugiados ocorreu ontem na costa da Turquia, quando 18 
pessoas morreram depois que um barco levando refugiados para a Grécia afundou no litoral sul 
da cidade de Bodrum.” (O Globo, 20/12/2015.) 
 
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4 
 
05. O uso do acento grave, indicador de crase, está exemplificado no texto através da 
expressão “simultaneamente às desigualdades” (1º§). O contrário, ou seja, o uso INCORRETO 
do acento grave, indicando crase, pode ser visto em: 
 
A) “Caminhamos até à praia.” 
B) “Não retornarei àquelelugar.” 
C) “Foi a carta à que fiz referência.” 
D) “Àquela época tudo era diferente.” 
E) “Não conseguimos ler a placa à distância de dez metros.” 
 
06. De acordo com as ideias trazidas ao texto, está correta a afirmativa: 
A) A criação de mobilidade social tem superado de forma satisfatória as questões referentes à 
desigualdade social. 
B) A questão social é constituída de desigualdades e antagonismos como ocorre, por exemplo, 
no desenvolvimento do capitalismo. 
C) Os movimentos sociais, sindicatos e partidos são meros expectadores em relação ao 
desenvolvimento do capitalismo na cidade e no campo. 
D) As atividades agrícolas e pecuárias são vistas, ao longo da história, por uma ótica pessimista 
e negativa a partir do emprego da expressão “surtos”. 
E) O desenvolvimento do capitalismo é o grande responsável pelos movimentos, de forma 
exclusiva, de trabalhadores urbanos; tendo em vista os movimentos sociais, sindicatos e 
partidos. 
 
07. “Em um texto como o apresentado, o(a) ____________________ é base para a estrutura 
escolhida pelo autor para sua construção.” Assinale a alternativa que completa corretamente 
a afirmativa anterior. 
 
A) informação objetiva 
B) explanação de ideias 
C) discurso indireto livre 
D) depoimento autorizado 
E) refutação de argumentos 
 
08. O título, em um texto, está relacionado com o aspecto do tema que o autor irá abordar. 
Deste modo, acerca do título “As desigualdades e a questão social”, é correto afirmar que 
A) sugere um discurso persuasivo, polêmico e contraditório. 
B) antecipa que o assunto a ser tratado no texto possui caráter e interesse sociais. 
C) esclarece a posição assumida pelo autor quanto à questão da desigualdade social. 
D) é constituído por ideias que se opõem, determinando o teor questionador do debate 
proposto. 
E) a soma das características apresentadas através da conjunção “e” mostra a relevância do 
conteúdo. 
 
09. Para afirmar que a questão social é atuante em relação a determinados aspectos em 
“Conforme a época e o lugar, a questão social mescla aspectos raciais, regionais e culturais, 
juntamente com os econômicos e políticos.” (2º§), o autor 
 
A) inicia o período através de uma ideia de acordo. 
B) faz uma comparação entre a época e o lugar indicados. 
C) indica uma condição para que a ação descrita possa ocorrer. 
D) aponta uma consequência em relação à época e ao lugar indicados no contexto. 
E) estabelece uma relação de proporcionalidade, ou seja, à medida que o tempo passa, os fatos 
ocorrem. 
 
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5 
 
10. No texto ocorre a expressão da opinião do autor sobre o assunto tratado. Tal opinião – 
tese – pode ser identificada em: 
 
A) “As migrações internas atravessam os campos e as cidades, as regiões e as nações.” (1º§) 
B) “As crescentes diversidades sociais estão acompanhadas de crescentes desigualdades 
sociais.” (1º§) 
C) “A industrialização e a urbanização expandem‐se de modo contínuo, por fluxos e refluxos, ou 
surtos.” (1º§) 
D) “Esse é o contexto em que o emprego, desemprego, subemprego e pauperismo se tornam 
realidade cotidiana para muitos trabalhadores.” (1º§) 
E) “O desenvolvimento extensivo e intensivo do capitalismo, na cidade e no campo, provoca os 
mais diversos movimentos de trabalhadores [...]” (1º§) 
 
 
 
 
GABARITOS 
1.A 2.A 3.D 4.B 5.C 6.B 7.B 8.B 9.A 10.B 
 
 
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6 
 
PROVA II – GUARDA MUNICIPAL DE CASCAVEL/2016 
Texto para responder às questões de 11 a 15. 
 
O Cronista é um Escritor Crônico 
O primeiro texto que publiquei em jornal foi uma crônica. Devia ter eu lá uns 16 ou 17 anos. E aí 
fui tomando gosto. Dos jornais de Juiz de Fora, passei para os jornais e revistas de Belo Horizonte e depois 
para a imprensa do Rio e São Paulo. Fiz de tudo (ou quase tudo) em jornal: de repórter policial a crítico 
literário. Mas foi somente quando me chamaram para substituir Drummond no Jornal do Brasil, em 1984, 
que passei a fazer crônica sistematicamente. Virei um escritor crônico. 
O que é um cronista? 
Luís Fernando Veríssimo diz que o cronista é como uma galinha, bota seu ovo regularmente. 
Carlos Eduardo Novaes diz que crônicas são como laranjas, podem ser doces ou azedas e ser consumidas 
em gomos ou pedaços, na poltrona de casa ou espremidas na sala de aula. 
Já andei dizendo que o cronista é um estilita. Não confundam, por enquanto, com estilista. Estilita 
era o santo que ficava anos e anos em cima de uma coluna, no deserto, meditando e pregando. São 
Simeão passou trinta anos assim, exposto ao sol e à chuva. Claro que de tanto purificar seu estilo 
diariamente o cronista estilita acaba virando um estilista. 
O cronista é isso: fica pregando lá em cima de sua coluna no jornal. Por isto, há uma certa 
confusão entre colunista e cronista, assim como há outra confusão entre articulista e cronista. O articulista 
escreve textos expositivos e defende temas e ideias. O cronista é o mais livre dos redatores de um jornal. 
Ele pode ser subjetivo. Pode (e deve) falar na primeira pessoa sem envergonhar-se. Seu “eu”, como o do 
poeta, é um eu de utilidade pública. 
Que tipo de crônica escrevo? De vários tipos. Conto casos, faço descrições, anoto momentos 
líricos, faço críticas sociais. Uma das funções da crônica é interferir no cotidiano. Claro que essas que 
interferem mais cruamente em assuntos momentosos tendem a perder sua atualidade quando publicadas 
em livro. Não tem importância. O cronista é crônico, ligado ao tempo, deve estar encharcado, doente de 
seu tempo e ao mesmo tempo pairar acima dele. 
(SANT'ANNA, Affonso Romano de. Disponível em: http://www.releituras.com/arsant_ocronista.asp.) 
 
11. Toda mensagem tem uma finalidade predominante, de acordo com tal afirmativa, indique-
a a seguir em relação ao texto apresentado: 
A) Expressão do estado de espírito do emissor. 
B) Conteúdo cujo objetivo é persuadir o interlocutor. 
C) Abordagem do próprio código, análise sobre a própria linguagem. 
D) Estabelecimento da comunicação entre o emissor e o receptor da mensagem. 
E) Conteúdo essencialmente informativo, cujo objetivo é a transmissão de informação sobre a 
realidade. 
 
12. Leia os trechos destacados. 
I. “Já andei dizendo que o cronista é um estilita.” (4º§) 
II. “O primeiro texto que publiquei em jornal foi uma crônica.” (1º§) 
III. “Claro que de tanto purificar seu estilo diariamente o cronista estilita acaba virando um 
estilista.” (4º§) 
 
É correto afirmar que 
A) apenas no trecho II a palavra “que” pode ser considerada como elemento anafórico. 
B) a expressão “claro que” (III) possui o mesmo aspecto semântico afirmativo visto em “já” (I). 
C) a palavra “tanto” (III) além de intensificar a ação verbal a que se refere demonstra certo 
exagero, assim como “já” (I) e “primeiro” (II). 
D) a palavra “que” atua como elemento de coesão textual em todos os trechos destacados, 
retomando elemento introduzido no texto anteriormente. 
E) diante dos vários significados que um vocábulo pode apresentar de acordo com o contexto, a 
palavra “estilita”, no trecho I, tem significado diferente do apresentado no trecho III. 
 
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13. Em “O cronista é isso: fica pregando lá em cima de sua coluna no jornal. Por isto, há uma 
certa confusão entre colunista e cronista, assim como há outra confusão entre articulista e 
cronista.” (5º§), acerca do emprego dos termos “isso” e “isto”, estabelecendo uma relação 
com elementos expressos no texto, pode-se afirmar que 
 
A) têm como característica possuir o mesmo referente. 
B) não há distinção quanto ao emprego de um em relação ao outro. 
C) caso “é isso:” fosse omitido, a expressão “por isto” seria substituída por “por isso”. 
D) a variação entre “isso” e “isto” ocorre em atendimentoà função sintática que possuem. 
E) podem ser substituídos por um pronome indefinido, mantendo-se o mesmo valor semântico. 
 
14. A linguagem é empregada de modo informal em diversas situações, trata-se do uso da 
linguagem coloquial. O texto em análise apresenta elementos que remetem a tal linguagem 
citada anteriormente. Dentre os trechos selecionados a seguir assinale um exemplo que 
comprove tal afirmativa. 
 
A) “Uma das funções da crônica é interferir no cotidiano.” (6º§) 
B) “Seu ‘eu’, como o do poeta, é um eu de utilidade pública.” (5º§) 
C) “Devia ter eu lá uns 16 ou 17 anos. E aí fui tomando gosto.” (1º§) 
D) “Luís Fernando Veríssimo diz que o cronista é como uma galinha, bota seu ovo regularmente.” 
(3º§) 
E) “Estilita era o santo que ficava anos e anos em cima de uma coluna, no deserto, meditando e 
pregando.” (4º§) 
 
15. Acerca das ideias trazidas ao texto no último período do texto: “O cronista é crônico, ligado 
ao tempo, deve estar encharcado, doente de seu tempo e ao mesmo tempo pairar acima 
dele.” pode-se afirmar que 
 
A) a expressão “o cronista é crônico” demonstra redundância intencional. 
B) é possível constatar a geração de ambiguidade na repetição da palavra “tempo”. 
C) há um valor contrastivo entre as situações nas quais o cronista deve estar inserido. 
D) o conceito apresentado acerca do cronista tem aspecto predominantemente objetivo. 
E) a forma imperativa “deve” demonstra a limitação do cronista no exercício de sua função. 
 
 
 
 
GABARITOS 
11.C 12.A 13.A 14.C 15.C 
 
 
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8 
 
PROVA III – TJMG – ESTAGIÁRIO DE DIREITO/2016 
Texto I para responder às questões de 16 a 30. 
 
Ódio ao Semelhante – Sobre a Militância de Tribunal 
Ninguém pode negar o conflito como parte fundamental do fenômeno político. Só existe política 
porque existem diferenças, discordâncias, visões de mundo que se distanciam, ideologias, lutas por 
direitos, por hegemonia. Isso quer dizer que no cerne do fenômeno político está a democracia como um 
desejo de participação que implica as tenções próprias à diferença que busca um lugar no contexto social. 
[...] 
Esse texto não tem por finalidade tratar da importância do conflito ou da crítica, mas analisar um 
fenômeno que surgiu, e se potencializou, na era das redes sociais: a “militância de tribunal”. Essa prática 
é apresentada como manifestação de ativismo político, mas se reduz ao ato de proferir julgamentos, 
todos de natureza condenatória, contra seus adiversários e, muitas vezes, em desfavor dos próprios 
parceiros de projeto político. São típicos julgamentos de excessão, nos quais a figura do acusador e do 
julgador se confundem, não existe uma acusação bem delimitada, nem a oportunidade do acusado se 
defender. Nesses julgamentos, que muito revela do “militante de tribunal”, os eventuais erros do 
“acusado”, por um lado, são potencializados, sem qualquer compromisso com a facticidade; por outro, 
perdem importância para a hipótese previamente formulada pelo acusador-julgador, a partir de 
preconceitos, perversões, ressentimentos, inveja e, sobretudo, ódio. 
Ódio direcionado ao inimigo, aquele com o qual o “acusador-julgador” não se identifica e, por 
essa razão, nega a possibilidade de dialogar e, o que tem se tornado cada vez mais frequente, o ódio 
relacionado ao próximo, aquele que é, ou deveria ser, um aliado nas trincheiras políticas. Ódio que nasce 
daquilo que Freud chamou de “narcisismo das pequenas diferenças”. Ódio ao semelhante, aquele que 
admiramos, do qual somos “parceiros”, ao qual, contudo, dedicamos nosso ódio sempre que ele não faz 
exatamente aquilo que deveria – ou o que nós acreditamos que deveria – fazer. 
Exemplos não faltam. Pense-se na militante feminista que gasta mais tempo a “condenar” outras 
mulheres, a julgar outros “feminismos”, do que no enfrentamento concreto à dominação masculina. A 
Internet está cheia de exemplos de especialistas em julgamento e condenação. A caça por sucesso naquilo 
que imaginam ser o “clubinho das feministas” (por muitas que se dizem feministas enquanto realizam o 
feminismo como uma mera moral) tem algo da antiga caça às bruxas que regozija até hoje o machismo 
estrutural. Nunca se verá a “militante de tribunal feminista” em atitude isenta elogiando a postura 
correta, mas sempre espetacularizando a postura “errada” daquela que deseja condenar. Muitas 
constroem seus nomes virtuais, seu capital político, aquilo que imaginam ser um verdadeiro protagonismo 
feminista, no meio dessas pequenas guerras e linchamentos virtuais nas quais se consideram vencedoras 
pela gritaria. Há, infelizmente, feministas que se perdem, esvaziam o feminismo e servem de espetáculo 
àqueles que adoram odiar o feminismo. [...] Apoio mesmo, concreto, às grandes lutas do feminismo, isso 
não, pois não é tão fácil nem deve dar tanto prazer quanto a condenação no tribunal virtual montado em 
sua própria casa. [...] 
(Marcia Tiburi e Rubens Casara. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2016/01/odio-ao-semelhante-sobre-a-
militancia de tribunal/. Publicado dia: 10/01/2016. Adaptado.) 
 
16. Considerando as ideias apresentadas no texto, analise as afirmativas a seguir. 
I. A negação da existência do conflito é também a negação de que haja um fenômeno político. 
II. No 3º§ do texto, a referida possibilidade de diálogo é negada pelos dois interlocutores que 
deveriam participar de tal prática. 
III. A “militância de tribunal”, virtual, tornou-se um assunto com nível de importância superior 
às questões que envolvem debates críticos na atual era das redes sociais. 
Está(ão) de acordo com o texto apenas a(s) afirmativa(s) 
A) I. 
B) III. 
C) I e II. 
D) II e III. 
 
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17. Mantendo-se a correção semântica e de acordo com a norma padrão da língua, o trecho 
grifado em “Ódio direcionado ao inimigo, aquele com o qual o ‘acusador-julgador’ não se 
identifica [...]” (3º§) poderia ser substituído por 
A) aqueles com que. 
B) aquele sob o qual. 
C) aquele com quem. 
D) aqueles com os quais. 
 
18. Sem que haja prejuízo aos sentidos do texto em relação ao trecho destacado, a sugestão 
de substituição apresentada está correta em: 
A) “Essa prática é apresentada como manifestação de ativismo político, mas se reduz ao ato de 
proferir julgamentos, todos de natureza condenatória, [...]” (2º§) – que conclamam o acusado 
B) “Ódio direcionado ao inimigo, aquele com o qual o ‘acusador-julgador’ não se identifica e, por 
essa razão, nega a possibilidade de dialogar [...]” (3º§) – contrapõe-se ao estabelecimento do 
diálogo 
C) “[...] perdem importância para a hipótese previamente formulada pelo acusador-julgador, a 
partir de preconceitos, perversões, ressentimentos, inveja e, sobretudo, ódio.” (2º§) – desfazem 
a hipótese 
D) “Apoio mesmo, concreto, às grandes lutas do feminismo, isso não, pois não é tão fácil nem 
deve dar tanto prazer quanto a condenação no tribunal virtual montado em sua própria casa.” 
(4º§) – à perseguição sofrida pelo feminismo 
 
19. Em “Só existe política porque existem diferenças, discordâncias, visões de mundo que se 
distanciam, ideologias, lutas por direitos, por hegemonia.” (1º§), pode-se afirmar que, em 
relação à concordância verbal estabelecida, 
A) a forma “existem” pode ser substituída, facultativamente, por “existe”; de acordo com a 
forma no singular de “política”. 
B) a flexão de plural em “distanciam” e em “existem” associam-se de modo que, a alteração 
quanto à flexão de uma forma verbal reflete em alteração na forma da outra. 
C) caso as duas ocorrências do verbo “existir” fossem substituídas pelo verbo “haver”, não 
haveria flexão de plural para que houvesse a preservação da adequação quanto à norma padrão. 
D) a flexão de plural em “distanciam” está adequada considerando-se o pluralde “visões”, 
contudo existe a possibilidade do emprego do verbo no singular, atribuindo-se, coerentemente, 
ênfase a “mundo”. 
 
20. Depreende-se da argumentação do texto acerca da expressão “militância de tribunal” que 
A) tal prática possui caráter contraditório tendo em vista sua apresentação e sua efetiva 
atuação. 
B) há uma construção argumentativa de uma posição que se contrapõe a tal prática, 
considerando-se procedimentos e efeitos que lhe são pertinentes. 
C) em um ambiente virtual não há regras preestabelecidas, portanto, não há meios através dos 
quais as atitudes inerentes a tal prática possam ser questionadas. 
D) tendo em vista os aspectos formais de tal prática, questões advindas de ideias 
preconceituosas dão lugar a elementos factuais, os quais têm um peso maior diante das 
mesmas. 
 
21. Em “[...] próprias à diferença que busca um lugar no contexto social.” (1º§) é possível 
identificar o uso do sinal grave decorrente da união de dois segmentos sintáticos do texto. O 
uso correto do sinal grave, indicador de crase, pode ser observado em: 
A) Caminhamos até à praia todas as manhãs. 
B) Durante o discurso não houve referência à vocês. 
C) A alergia à algum medicamento pode trazer efeitos desastrosos. 
D) Tornarei à frequentar o local quando estiver emocionalmente estruturado. 
 
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22. Considerando-se a adequação do texto de acordo com a norma padrão da língua, assinale 
a alternativa cuja indicação apresenta-se correta em relação às regras de pontuação. 
A) Seria gramaticalmente correto o emprego de dois-pontos após “existem” (1º§). 
B) Com o objetivo de dar destaque à palavra “conflito” (1º§), seria gramaticalmente correto 
separar tal vocábulo colocando-o entre vírgulas. 
C) No 2º§, seria gramaticalmente correto o emprego de um travessão imediatamente antes do 
primeiro “mas” em substituição à vírgula utilizada, indicando o ponto de vista dos autores do 
texto. 
D) Do ponto de vista gramatical, as vírgulas que separam a expressão “e se potencializou” (2º§) 
poderiam ser retiradas, desde que os dois pontos do período fossem retirados e colocados após 
“potencializou”. 
 
23. No 2º§, ao determinar a finalidade do texto, a autora coloca em evidência um dos 
elementos do processo comunicativo. O mesmo pode ser observado em: 
 
 
 
 
 
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24. Os argumentos apresentados constituem um dos recursos para a construção da tipologia 
textual apresentada. Como característica de tal texto, as ideias e opiniões do autor são 
explicitadas com base em tais argumentos. Diante da forma como o assunto é trazido ao texto, 
pode-se afirmar que os sentimentos dos autores em relação ao assunto tratado são de: 
A) Ódio e decepção. 
B) Revolta e ansiedade. 
C) Tristeza e desaprovação. 
D) Perplexidade e esgotamento. 
 
25. A partir do reconhecimento das características predominantes da estrutura textual 
apresentada, assinale – dentre os trechos a seguir – um exemplo que demonstra as mesmas 
características no que se refere a tal estrutura. 
A) “Alexandre Saldanha Ribeiro. Desprezou o elevador e seguiu pela escada, apesar da volumosa 
mala que carregava e do número de andares a serem vencidos. Dez.” (RUBIÃO, Murilo. A casa 
do girassol vermelho.) 
B) “Quando a Democracia surgiu na Grécia, por volta de 500 a.C., os atenienses fizeram questão 
de traçar uma linha nítida entre as esferas pública e privada. O poder do Estado terminava onde 
começava a privacidade do lar.” (D’ÁVILA, Luiz Felipe. In: República.) 
C) “Insistamos sobre esta verdade: a guerra de Canudos foi um refluxo em nossa história. 
Tivemos, inopinadamente, ressurreta e em armas em nossa frente, uma sociedade velha, uma 
sociedade morta, galvanizada por um doido. Não a conhecemos. Não podíamos conhecê-la.” 
(CUNHA, Euclides da. Os Sertões.) 
D) “Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para o banheiro, fez a 
barba e lavou-se. Vestiu-se rapidamente e sem ruído. Estava na cozinha, preparando sanduíches, 
quando a mulher apareceu, bocejando: – Vais sair de novo, Samuel?” (SCLIAR, Moacyr. O conto 
brasileiro contemporâneo.) 
 
26. Acerca do emprego da expressão “trincheiras políticas”, no 3º§, é correto afirmar que 
A) pertence à linguagem coloquial, podendo ser substituída por “triunfo político”. 
B) há uma ideia de comparação entre elementos presentes em duas situações distintas. 
C) demonstra o uso de vocábulos cuja intenção é ironizar o conflito presente na situação 
apresentada. 
D) possui sentido pejorativo, considerando-se o contexto em que há uma crítica à atuação do 
“acusador-julgador”. 
 
27. A citação de textos autorizados, assim como de depoimentos, constitui um recurso 
argumentativo empregado na comprovação da tese defendida no texto dissertativo-
argumentativo. Ao utilizar a citação de Freud: “narcisismo das pequenas diferenças” pode-se 
depreender que ocorre: 
A) Uma referência que se enquadra, de acordo com aspectos semelhantes, à situação em 
questão apresentada no texto. 
B) Uma demonstração de apoio dos autores em relação às atitudes e ideias de indivíduos 
referidos através de tal citação. 
C) Uma contra-argumentação em relação às ideias defendidas no texto, através da qual a tese 
será ainda mais reforçada. 
D) Desenvolvimento de ideias contrárias às apresentadas no texto e confirmação da existência 
de ideias discriminatórias provenientes do autor de tal citação. 
 
28. No 4º§ do texto, considerando-se o contexto apresentado, as aspas são empregadas em 
“condenar” e “feminismos” com o propósito de 
A) atribuir sentido particular. 
B) indicar o uso de arcaísmos. 
C) delimitar trecho citado textualmente. 
D) ressaltar tais vocábulos dentro do contexto. 
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29. No texto, há três vocábulos que foram grafados, propositadamente, com alguma 
INCORREÇÃO. São eles: 
A) Regozija / isenta / ativismo. 
B) Hegemonia / cerne / hipótese. 
C) Tenções / excessão / adiversários. 
D) Facticidade / perversões / ressentimentos. 
 
30. Mantendo-se o sentido original e considerando-se as relações de regência estabelecidas 
entre os termos da oração, assinale a alternativa em que a substituição proposta está de 
acordo com as regras prescritas pela gramática normativa. 
A) “A caça por sucesso” (4º§) por “A caça com sucesso”. 
B) “aquilo que deveria” (3º§) por “aquilo ao qual deveria”. 
C) “Ódio ao semelhante” (3º§) por “Ódio para com o semelhante”. 
D) “tratar da importância do conflito” (2º§) por “tratar para a importância do conflito”. 
 
Texto II para responder às questões de 31 a 35. 
[...] 
Entrevistador – Como você vê o papel do escritor em um país como o Brasil? 
*João Antônio – Para mim, o escritor, enquanto escreve, é exclusivamente um escritor – 
operário da palavra queimando olhos e criando corcunda sobre o papel e a máquina. Pronto o 
livro, o autor brasileiro não deve fugir à realidade de que é um vendedor, como um vendedor 
de cebolas ou batatas. Mas com uma diferença, é claro: no Brasil o livro não é considerado como 
produto de primeira necessidade, como os cereais. Também por isso, há de se sair a campo e de 
se divulgar o que se sabe fazer. Efetivamente, é mais do que um camelô de sua área: conversa 
sobre a obra, mas o ideal é que ouça muito o seu parceiro, o leitor. Que jamais se estabeleça um 
clima formal, doutoral, beletrístico, mas de debate, discussão, questionamento, amizade. Se o 
escritor se enclausura numa torre, se atende apenas à onda geral da feira de vaidades que é a 
chamada vida literária, jamais poderá sentir a realidade de seu público. 
(ANTÔNIO, João. Malagueta, Perus e Bacanaço. São Paulo: Ática, 1998. Fragmento.) 
*João Antônio Ferreira Filho (1937-1996), escritor paulista, é considerado um dos melhorescontistas brasileiros do século XX. 
 
31. A resposta dada pelo escritor tem como ponto central, em torno do qual gravita sua 
argumentação: 
A) A interação entre escritor e leitor. 
B) Benefícios da leitura na sociedade brasileira. 
C) A necessidade do reconhecimento da importância do livro. 
D) Traços fundamentais da cultura brasileira através dos tempos. 
 
32. Em sua resposta, o entrevistado utiliza-se de um recurso de expressão para referir-se ao 
escritor em que 
A) há uma aparente contradição entre conceitos distintos. 
B) a construção do discurso apresenta ambiguidade, se analisada de forma criteriosa. 
C) é possível identificar o emprego de vocábulos indicadores de regionalismo linguístico. 
D) o raciocínio é construído pela projeção de analogias entre domínios, distintos, da experiência. 
 
33. Em “Mas com uma diferença, é claro: no Brasil o livro não é considerado como produto de 
primeira necessidade, como os cereais.”, a adequação gramatical normativa seria mantida se 
A) após “cereais” fosse acrescentado “o são”. 
B) após “cereais” fosse acrescentado “os são”. 
C) “não é considerado” fosse substituído por “não são considerados”. 
D) “o livro não é considerado” fosse substituído por “não haveriam livros considerados”. 
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34. Acerca dos mecanismos de regência, responsáveis pela estruturação lógico-sintática dos 
enunciados linguísticos, identifique o trecho em que o “a” em destaque NÃO estabelece uma 
relação de regência entre dois termos. 
A) “[...] Também por isso, há de se sair a campo [...]” 
B) “[...] um camelô de sua área: conversa sobre a obra, [...]” 
C) “[...] não deve fugir à realidade de que é um vendedor [...]” 
D) “[...] se atende apenas à onda geral da feira de vaidades [...]” 
 
35. Caso o escritor tivesse iniciado sua resposta com “Para mim, a maioria dos escritores, 
enquanto escreve, [...]” seria correto afirmar que 
A) a concordância não está de acordo com a norma padrão da língua, sendo necessária a 
substituição de “escreve” por “escrevem”. 
B) não há diferença semântica entre a escolha de uma ou de outra possibilidade de concordância 
do verbo, a saber: no singular ou no plural. 
C) existe a possibilidade de que seja acrescentado o pronome apassivador “se” ao verbo, 
mantendo sua concordância na 3ª pessoa do singular. 
D) a concordância, neste caso, se deu com a expressão partitiva, havendo possibilidade da flexão 
no plural para o verbo “escrever” concordando com a palavra no plural “escritores”. 
 
 
 
GABARITOS 
16.A 17.C 18.B 19.C 20.B 21.A 22.A 23.B 24.C 25.C 
26.B 27.A 28.A 29.C 30.C 31.A 32.D 33.A 34.B 35.D 
 
 
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PROVA IV – CÂMARA MUNICIPAL DE OLINDA-PE – AG. ADMINISTRATIVO/2015 
 
Gente 
De repente, escolhemos a vida de alguém. Era essa que a gente queria. Naquela casa 
grande e branca, na rua quieta, na cidade pequena. Sim, estamos trocando tudo. Era ela que a 
gente queria ser, aquela serenidade atrás dos olhos claros, aquela bondade que se estende aos 
bichos e às coisas, tão simplesmente. E aquela mansa alegria de viver, aquele risonho voto de 
confiança na vida, aquela promissória em branco contra o futuro, descontada cada dia, 
miudamente, a plantar flores, a brunir a casa a aconchegar os bichos. 
Era naquele porto que a gente gostaria de colher as velas, trocar a ansiedade, a 
inquietação, a angústia latente e sem remédio, o medo múltiplo e cósmico, todas as 
interrogações, por aquela paz. Acordar de manhã, depois de dormir de noite, achando que vale 
a pena, que paga, que compensa botar dois pés entusiasmados no chão. Abrir as bandeiras das 
venezianas para que o sol entre, com gesto de quem abre o coração. Qual é o hormônio, e 
destilado por que glândula, que dá a uma mulher o gosto de engomar, tão alvamente, a sua 
toalha bordada para a bandeja do café? Há uma batalha bem ganha, cotidianamente renovada, 
contra o pó e a traça e a ferrugem, que tudo consomem. Dentro dos muros da sua cidadela, as 
flores viçam, a poeira foge, nada vence o alvo imaculado das cortinas, os cães vadios acham lar 
e dono. E é esse um modo singelo mais difícil de ter fé. Cada bibelô tem uma história, diante de 
cada retrato há um vaso de flor, para cada bicho há um gesto de carinho. 
“Mulher virtuosa, quem a achará? Porque o seu valor excede ao de muitos rubis” – 
cansei eu de ouvir, na escola dominical e olho em torno a indagar quantos e que orientais rubis 
pagarão aquele miúdo, enternecido carinho, que pôs flores nos vasos e cera no chão e 
transparência nos vidros e ouro líquido no chá. Oh, a perdida paz fazendeira deste chá no meio 
da tarde, que as mulheres do meu tempo já não sabem o que seja, misturado a este morno 
cheiro de bolo e torradas que vem da cozinha! Somos uma geração que come de pé, que trocou 
os doces ritos que cercavam o nobre ato de alimentar‐se, por uma apressada ingestão de 
calorias. Já não comemos, abastecemo‐nos como um veículo, como um automóvel encostado à 
sua bomba. Trocamos as velhas salas de jantar por mesas de abas, que se improvisam, às 
pressas, de um consolo exíguo encostado a uma parede. E o que sabe de um lar uma criança 
que não foi chamada, na doçura da tarde, do fundo de um quintal, para interromper as correrias, 
lavar mal‐e‐mal as mãos e vir sentar‐se à mesa posta para o lanche, com mansas senhoras gordas 
que vieram visitar a mamãe? É a hora dos quitutes, das ingênuas vaidades doceiras, da exibição 
das velhas receitas, copiadas em letra bonita de um caderno ornado de cromos. 
Somos uma geração que perdeu o privilégio de não fazer nada, aquele doce não‐fazer‐
nada que é a mansa hora do repouso, o embalo da rede na frescura de uma varanda, a quietude 
ensolarada de um pomar em que o sono da tarde nos pegou de repente, a hora de armar 
brinquedos para as crianças, das visitas que chegam sem se fazer anunciar, pois na certa 
estaremos em casa para uma conversa despreocupada e sem objetivo. Somos uma geração de 
mulheres que saem demais de casa, para não se saber onde, fazendo fila para comprar, tomar 
condução ou assistir a um cinema. Perdemos o abençoado tempo de perder tempo, de não fazer 
nada, a única hora em que a gente se sente viver. O mais é canseira e aflição de espírito. 
E foi tudo isso que reencontrei, de repente, na casa grande e branca da rua quieta. 
(LESSA, Elsie. In: SANTOS, Joaquim Ferreira dos (Org). “As cem melhores crônicas brasileiras”. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007, p. 
157‐158.) 
 
36. “Trocamos as velhas salas de jantar por mesas de abas, que se improvisam, às pressas, de 
um consolo exíguo encostado a uma parede.” (3º§) Nessa frase, a palavra “exíguo” significa 
A) carente. 
B) escasso. 
C) espesso. 
D) pequeno. 
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37. A escolha do foco narrativo é muito importante para o desenvolvimento de uma crônica. 
O texto em questão, narrado em 1ª pessoa, estabelece: 
A) Distanciamento da autora próprio desse gênero textual. 
B) Cumplicidade com o leitor, pois compartilha suas impressões e emoções. 
C) Distanciamento da autora entre o que narra e o leitor que interage com ela. 
D) Vínculo de coautoria com o leitor, pois a narrativa se torna atemporal e ambígua. 
 
38. O par de vocábulos do texto, acentuado pela mesma regra, é 
A) pés – atrás. 
B) única – líquido. 
C) história – bibelô. 
D) também – remédio. 
 
39. Segundo o texto, 
A) a vida moderna trouxe a facilidade e comodidade para aproximar as pessoas. 
B) a vida moderna reduziu a convivência e o modo de se viver a tempos fugazes e pouco 
calorosos. 
C) as gerações atuais se espelham no passado para conservar os hábitos saudáveis e 
aconchegantes. 
D) as gerações passadas não se adaptaram à atualidade por não aceitarem a velocidade do 
mundo moderno. 
 
40.Entende‐se, a partir do texto, que “mulheres virtuosas” são mulheres 
A) que se dedicavam, estritamente, à educação dos filhos. 
B) da geração atual que se lançam no mercado de trabalho. 
C) das gerações passadas que se dedicavam inteiramente aos afazeres do lar. 
D) prendadas que se dispunham a cuidar da casa em troca de míseras recompensas. 
 
41. Em todas as frases a seguir, as palavras sublinhadas possuem o mesmo valor semântico, 
EXCETO: 
A) “… achando que vale a pena,…” (2º§) 
B) “Somos uma geração que perdeu o privilégio...” (4º§) 
C) “... cheiro de bolo e torradas que vem da cozinha!” (3º§) 
D) “Era naquele porto que a gente gostaria de colher as velas,…” (2º§) 
 
42. “E o que sabe de um lar uma criança que não foi chamada, na doçura da tarde, do fundo de um 
quintal, para interromper as correrias, lavar mal‐e‐mal as mãos e vir sentar‐se à mesa posta para o 
lanche, com mansas senhoras gordas que vieram visitar a mamãe? É a hora dos quitutes, das ingênuas 
vaidades doceiras, da exibição das velhas receitas, copiadas em letra bonita de um caderno ornado de 
cromos”. (3º§) Nesse período entende‐se que exibir o dom da culinária era 
A) a única forma das mulheres das gerações passadas serem vistas e respeitadas na sociedade. 
B) a forma das mulheres das gerações passadas serem reconhecidas como indivíduos 
produtivos. 
C) uma forma de competição acirrada entre as mulheres das gerações passadas que viam nisso 
sua maior virtude. 
D) um hábito entre as mulheres das gerações passadas que faziam dos livros de receitas objetos 
valiosos e cultuados. 
 
43. A cronista estabelece uma relação entre a casa grande e branca da rua quieta e suas 
reflexões. Infere‐se que a visão da casa 
A) trouxe‐lhe recordações insondáveis e secretas. 
B) despertou nela o motivo para escrever suas confissões. 
C) foi o segundo motivo que a levou a desenvolver seu texto. 
D) despertou nela todas as reflexões feitas ao longo do texto. 
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44. Assinale alternativa em que o encontro vocálico está corretamente analisado. 
A) quieta – hiato 
B) meio – tritongo 
C) cheiro – ditongo oral crescente 
D) bandeiras – ditongo nasal crescente 
 
45. Quanto à classe gramatical das palavras sublinhadas, tem‐se a correspondência correta 
em 
A) “…assistir a um cinema.” (4º§) – artigo 
B) “...quem a achará?” (3º§) – preposição 
C) “Já não comemos,...” (3º§) – conjunção 
D) “… que tudo consomem.” (2º§) – pronome 
 
 
 
GABARITOS 
36.D 37.B 38.B 39.B 40.C 41.A 42.D 43.D 44.A 45.D 
 
 
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PROVA V – PREF.PATOS DE MINAS – AG. DE ADMINISTRAÇÃO/2015 
 
Refugiados: enfim, a Europa se curva 
No auge da crise migratória, o continente aceita receber mais estrangeiros. 
O desafio agora é como integrá‐los à sociedade. 
 
Era abril quando mais de 1.3 mil pessoas haviam morrido na travessia do Mar 
Mediterrâneo para a Europa, um número recorde, e o filósofo e escritor italiano Umberto Eco 
foi questionado pelo jornal português Expresso como via a tragédia. “A Europa irá mudar de cor, 
tal como os Estados Unidos”, disse. Eco se referia à previsão de que, até 2050, os brancos 
deixarão de ser a maioria da população americana. “Esse é um processo que demorará muito 
tempo e custará muito sangue.” Diante da atual crise de migrantes e refugiados pela qual passa 
o continente, que recebeu 350 mil estrangeiros até agosto, o diagnóstico de Eco não poderia ter 
sido mais preciso. Na semana passada, enquanto cidadãos de diversos países receberam os 
refugiados com mensagens de boas vindas, alimentos e roupas, as autoridades da União 
Europeia se curvaram à gravidade da situação, e decidiram abrir as fronteiras para acolher 160 
mil pessoas e dividi‐las entre os 22 países do bloco. A maioria vai para Alemanha, França e 
Espanha. O processo continua sangrento – ao menos 2,5 mil pessoas já desapareceram no 
Mediterrâneo –, mas pode ser o propulsor de uma nova Europa, talvez mais solidária e 
certamente mais colorida. 
Cada vez mais, a economia do continente precisa de mão‐de‐obra jovem para continuar 
avançando e, sobretudo, reduzir a pressão sobre o sistema de aposentadorias e pensões. Por 
isso, além das óbvias razões humanitárias, receber os refugiados é uma questão prática. Nos 
cálculos da Comissão Europeia, cada mulher tem, em média, 1,5 filho hoje. O mesmo relatório 
concluiu que, nos próximos anos, a “população europeia se tornará cada vez mais grisalha”. Na 
Alemanha, onde, desde 1972, morre mais gente do que nasce, o fator de equilíbrio que tem 
feito a população crescer é justamente o saldo positivo da chegada de imigrantes. 
A recente onda de solidariedade começou em Berlim, que suspendeu a Convenção de 
Dublin e permitiu que refugiados sírios pedissem asilo diretamente à Alemanha, mesmo que 
esse não fosse o primeiro país aonde chegaram. Mais do que isso, num esforço para ajudá‐los a 
conseguir emprego e torná‐los produtivos, o governo de Angela Merkel prometeu aumentar a 
oferta de cursos intensivos de alemão e programas de treinamento a pessoas em busca de asilo. 
Com capacidade para receber meio milhão de refugiados por ano (em 2015, já foram 450 mil), 
o país deve empregar 6 bilhões de euros nessa crise. 
Enquanto a Europa desperta para a nova realidade, em que a miscigenação ganha 
importância, a religião permanece como um dos principais entraves para a integração. Ainda 
que não existam dados consolidados sobre o tema, as nações que mais exportam migrantes, 
Síria e Afeganistão, são de maioria muçulmana e representantes de países como Hungria, 
Bulgária e Chipre já disseram preferir os cristãos aos muçulmanos com o argumento de que 
aqueles se adaptariam melhor aos costumes locais. Indiferente às críticas sobre discriminação, 
a Áustria foi além. Em fevereiro, o governo austríaco, que tem sido dos mais refratários em 
relação aos migrantes, aprovou uma lei que regula a prática do islamismo no país. Os 
muçulmanos de lá tiveram seus feriados religiosos reconhecidos, mas só podem realizar suas 
atividades de culto em alemão e as mesquitas não podem receber financiamento estrangeiro. A 
regra não serve para outras religiões. Para os austríacos, ela ajuda na integração dos 
estrangeiros e evita a radicalização. Para os contrários à lei, o resultado é justamente o oposto. 
“Por que um muçulmano se torna fundamentalista na França?”, pergunta Umberto Eco. “Acha 
que isso aconteceria se vivesse num apartamento perto de Notre Dame?” 
(Disponível em: http://www.istoe.com.br/reportagens/436154_REFUGIADOS+ENFIM+A+EUROPA+SE+CURVA. Acesso em: 
14/09/2015.) 
 
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46.De acordo com o texto, qual o interesse da Europa em abrigar os migrantes que atravessam 
o mar Mediterrâneo? 
A) O continente tem se tornado mais solidário. 
B) Devido à importância da miscigenação, a Europa pretende implantá‐la em todo o continente. 
C) Através desse ato, a Alemanha tem a chance de se redimir do holocausto ocorrido durante a 
2ª Guerra Mundial. 
D) O continente adquirirá mão de obra jovem para continuar crescendo economicamente, além 
de realizar ações humanitárias. 
 
47. O objetivo do texto é 
A) informar sobre a lei austríaca que regula a prática do islamismo no país. 
B) informar quantos migrantes já morreram na travessia do mar Mediterrâneo. 
C) divulgar o posicionamento contrário de países como Hungria, Bulgária e Chipre. 
D) apresentar novas informações sobre o posicionamento do continente europeu diante da crise 
migratória. 
 
48. De acordo com as informações trazidas no texto, marque V para as afirmativas verdadeiras 
e F para as falsas. 
( ) Os mulçumanos sofrem preconceito religioso por alguns países europeus. 
( ) O primeiro país que os estrangeiros chegaram foi na Alemanha.( ) O abrigo aos estrangeiros pode trazer uma mistura de raças para a Europa. 
( ) O auxílio aos estrangeiros não se justifica apenas em ações humanitárias por parte das 
autoridades europeias. 
 
A sequência está correta em 
A) V, V, V, V. 
B) V, F, V, V. 
C) F, F, V, V. 
D) F, V, F, V. 
 
49. “No auge da crise migratória, o continente aceita receber mais estrangeiros. O desafio 
agora é como integrá‐los à sociedade”. De acordo com o exposto, é correto afirmar que o 
referido desafio justifica‐se em: 
A) A falta de formação profissional compromete a integração dos migrantes. 
B) A questão religiosa entre alguns países europeus e os mulçumanos é um obstáculo para a 
reintegração social. 
C) Por falarem outra língua, a comunicação entre refugiados e os países que prestam‐lhes asilo 
torna‐se comprometida. 
D) A possibilidade dos países europeus sofrerem um ataque mulçumano cria na sociedade 
europeia certa resistência de se socializar com os refugiados. 
 
50. Em “‘A Europa irá mudar de cor, tal como os Estados Unidos’, disse.” (1º §), o uso de aspas 
justifica‐se por: 
A) Indicar a fala ou citação. 
B) Exprimir um trecho irônico. 
C) Indicar uma expressão popular. 
D) Apresentar uma expressão que não é adequada ao contexto empregado. 
 
51. “... o diagnóstico de Eco não poderia ter sido mais preciso.” (1º§) O termo sublinhado será 
substituído sem alteração de sentido por: 
A) Exato. 
B) Incerto. 
C) Necessário. 
D) Indispensável. 
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52. “Eco se referia à previsão de que, até 2050, os brancos deixarão de ser a maioria da 
população americana.” (1º§) Neste trecho, o acento grave indicador de crase está empregado 
corretamente. Assinale a alternativa em que o emprego da crase está INCORRETO. 
A) Os refugiados também foram à Espanha. 
B) A Europa tornou‐se solidária à crise migratória. 
C) À medida que os migrantes chegam, eles são recebidos com boas vindas. 
D) Os migrantes serão acolhidos por vários países europeus à partir da decisão tomada entre os 
líderes da União Europeia. 
 
53. “Na Alemanha, onde, desde 1972, morre mais gente do que nasce,...” (2º§). “Onde” está 
empregado corretamente no trecho anterior. Assinale a alternativa INCORRETA quanto ao seu 
emprego. 
A) A Austrália é o país onde a prática do islamismo foi regulada. 
B) O mar Mediterrâneo é por onde os migrantes chegam à Europa. 
C) A Europa vive um período onde a solidariedade está em evidência. 
D) A Europa é o continente onde os líderes decidiram ajudar os refugiados. 
 
54. “A recente onda de solidariedade começou em Berlim, que suspendeu a Convenção de 
Dublin e permitiu que refugiados sírios pedissem asilo diretamente à Alemanha, mesmo que 
esse não fosse o primeiro país aonde chegaram.” (3º§) Os termos sublinhados, de acordo com 
a classe gramatical de palavras, são classificados, respectivamente, como 
A) advérbio, pronome e advérbio. 
B) pronome, pronome e advérbio. 
C) pronome, advérbio e pronome. 
D) pronome, advérbio e conjunção. 
 
55. “Em fevereiro, o governo austríaco, que tem sido dos mais refratários em relação aos 
migrantes, aprovou uma lei que regula a prática do islamismo no país.” (4º§) O trecho 
sublinhado exprime a ideia de: 
A) Explicação. 
B) Conclusão. 
C) Contradição. 
D) Consequência. 
 
 
GABARITOS 
46.D 47.D 48.B 49.B 50.A 51.A 52.D 53.C 54.B 55.A 
 
 
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PROVA VI – PREF.DE IBIRAÇU-ES-AG. DE DEFESA CIVIL/2015 
 
Texto para responder às questões de 61 a 65. 
 
Uso indevido de celular vira rotina nas escolas 
 
Na América Latina, estima‐se que 60% das crianças ganham o seu primeiro telefone 
celular aos 12 anos. Especificamente no Brasil, uma em cada três crianças acessa a internet por 
dispositivos móveis e a média de idade para se ganhar um celular tem sido 8 anos. Esses 
números evidenciam o alcance tecnológico na nova geração de brasileirinhos conectados, que 
segundo uma recente pesquisa do Instituto iStart, – órgão que tem a missão de levar mais 
educação em Ética e Segurança Digital para as famílias brasileiras – ainda não está recebendo 
orientações adequadas por parte da família e até da escola para o uso ético, legal, seguro e 
saudável destes dispositivos digitais. 
O estudo aponta que o mau uso das novas ferramentas tecnológicas no ambiente 
escolar é frequente e as instituições pesquisadas foram unânimes ao afirmar que já registraram 
em média 20 ocorrências de utilização inadequada dos dispositivos entre os alunos desde o 
início do ano letivo de 2015. Os incidentes mais comuns têm sido: cyberbullying (75%), distração, 
dispersão e interferência no andamento da aula por conta do manuseio do celular (56,25%) e a 
exposição demasiada de intimidade com o compartilhamento de imagens íntimas de menores 
de idade (31,25%). 
Na avaliação da Dra. Patricia Peck Pinheiro, advogada especialista em Direito Digital e 
fundadora do Instituto iStart, hoje o celular é uma ferramenta poderosa que funciona como a 
porta da rua digital, abrindo caminhos para as crianças ficarem expostas a bilhões de pessoas 
conectadas, onde não há muros nem portas. “Os pais devem alertar seus filhos sobre estes 
riscos. Pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) , a criança, que é o menor até 12 anos 
incompletos, não pode ficar desacompanhada de um adulto, seja em casa, na rua tradicional ou 
na internet. Sempre tem que haver um adulto responsável supervisionando e assistindo.” 
A advogada enaltece que a atual realidade interconectada exige preparo para usar essas 
ferramentas de forma saudável e segura, pois qualquer descuido pode gerar muita dor de 
cabeça e danos bem reais. “Pais e professores que tiveram toda uma educação mais analógica 
hoje têm o desafio de precisarem orientar os jovens digitais sobre a importância da boa conduta 
no uso destes recursos, ajudando‐os a despertar essa visão crítica de que a moda passa, mas o 
conteúdo fica nas redes e se perpetua na web”, afirma Patricia. 
A Dra. Patricia Peck Pinheiro é advogada especialista em Direito Digital, formada pela 
Universidade de São Paulo, com especialização em negócios pela Harvard Business School, curso 
de Gestão de Riscos pela Fundação Dom Cabral e MBA em marketing pela Madia Marketing 
School. É Sócia Fundadora do escritório Patricia Peck Pinheiro Advogados, da empresa de cursos 
Patricia Peck Pinheiro Treinamentos e do Instituto iStart de Ética Digital que conduz o 
Movimento Família mais Segura na Internet. 
(Disponível em: http://www.desafiosdaeducacao.com.br/blog/. Adaptado.) 
 
56. No referido texto, a tese defendida pelo enunciador é de que 
A) no Brasil, o número de jovens que possuem e usam dispositivos móveis é superior ao 
percentual de toda a América Latina. 
B) o uso seguro, legal, ético e saudável do dispositivo móvel por parte dos jovens deve ser 
orientado no âmbito familiar e escolar. 
C) na América Latina mais da metade dos jovens até 12 anos possui algum dispositivo móvel o 
que causa o uso indevido, principalmente nas escolas. 
D) os jovens não estão recebendo orientações adequadas para o uso ético, legal e seguro dos 
dispositivos móveis, cabendo aos pais essa função educativa. 
 
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57. Analise as afirmativas a seguir. 
I. Entre os incidentes mais comuns relatados no texto está a distração em sala de aula, muitas 
vezes com interferências no andamento das aulas. 
II. Menores de idade com pouca orientação no manuseio dos equipamentos acabam tendo suas 
imagens íntimas compartilhadas na web. 
III. É comum encontrar crianças que estão passando pelo cyberbullying, os celulares facilitam a 
agressão que inclui ameaças de dano ou intimidação excessiva. 
 
Está(ão) correta(a) a(s) afirmativa(s) 
A) I, II e III. 
B) III,apenas. 
C) I e II, apenas. 
D) II e III, apenas. 
 
58. Analise o trecho a seguir. 
“... o mau uso das novas ferramentas tecnológicas no ambiente escolar é frequente e as 
instituições pesquisadas foram unânimes ao afirmar que já registraram em média 20 
ocorrências...” (2º§) 
Analise as alterações realizadas nessa passagem do texto e assinale a alternativa que altera 
basicamente o seu sentido. 
A) “... o mau uso das novas ferramentas tecnológicas no ambiente escolar é frequente e as 
instituições pesquisadas foram maioria ao afirmar que já registraram em média 20 
ocorrências...” 
B) “... o mau uso das novas ferramentas tecnológicas no ambiente escolar é frequente e as 
instituições pesquisadas foram afinadas ao afirmar que já registraram em média 20 
ocorrências...” 
C) “... o mau uso das novas ferramentas tecnológicas no ambiente escolar é frequente e as 
instituições pesquisadas foram acordantes ao afirmar que já registraram em média 20 
ocorrências...” 
D) “... o mau uso das novas ferramentas tecnológicas no ambiente escolar é frequente e as 
instituições pesquisadas foram congruentes ao afirmar que já registraram em média 20 
ocorrências...” 
 
59. “Pais e professores que tiveram toda uma educação mais analógica hoje têm o desafio de 
precisarem orientar os jovens digitais sobre a importância da boa conduta no uso destes 
recursos, ajudando‐os a despertar essa visão crítica de que a moda passa, mas o conteúdo fica 
nas redes e se perpetua na web...” (4º§) Pela expressão educação analógica entende‐se, no 
texto, que: 
A) Os pais receberam a mesma educação que a geração dos filhos, e por isso têm facilidade de 
explicar como utilizar os equipamentos eletrônicos. 
B) Os pais encontram mais facilidade em orientar os filhos por terem recebido educação 
analógica, isso facilita a orientação aos filhos digitais. 
C) Os pais encontram dificuldades em explicar aos filhos sobre o uso de equipamentos 
eletrônicos, pois os filhos não possuem familiaridades com os equipamentos eletrônicos. 
D) Os pais receberam uma educação diferente, em que o uso das tecnologias não eram tão 
presentes, e por isso encontram dificuldades em passar uma educação digital aos filhos. 
 
60. “Esses números evidenciam o alcance tecnológico na nova geração de brasileirinhos 
conectados, (...)” (1º§). O termo em destaque apresenta uma formação morfológica 
semelhante ao do vocábulo 
A) analógica. 
B) incidentes. 
C) interconectada. 
D) compartilhamento. 
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61. Leia a oração a seguir: “Sua mãe sentiu orgulho de que você se comportou.” 
Quanto à classificação sintática, a oração em análise é subordinada 
A) adverbial causal 
B) adverbial conformativa. 
C) substantiva objetiva direta. 
D) substantiva completiva nominal. 
 
62. Observe a tirinha. 
 
A função de linguagem que predomina no texto anterior é a 
A) conativa. 
B) metáfora. 
C) referencial. 
D) metalinguística. 
 
63. Leia a oração a seguir: “Seria salutar se todos aprendessem a usar bem os celulares.” 
Acerca da oração anterior, analise as afirmativas a seguir. 
 
I. A expressão “seria salutar” é algo incerto que depende de uma condição para ser concluído. 
II. Ao empregar a forma verbal “aprendessem”, o enunciador deixa explícito que há a 
possibilidade de uma mudança ocorrer no presente ou no futuro. 
III. A forma verbal “aprendessem” está no pretérito imperfeito do subjuntivo. 
 
Estão corretas as afirmativas 
A) I, II e III. 
B) I e II, apenas. 
C) I e III, apenas. 
D) II e III, apenas. 
 
64. Leia os enunciados a seguir. 
I. Aspiramos a uma vida mais digna. 
II. Meditei sobre o tema proposto pela professora. 
III. Eu obedeci ao chefe sem questioná‐lo. 
 
Quanto à regência verbal, estão corretos os enunciados 
A) I, II e III. 
B) I e II, apenas. 
C) I e III, apenas. 
D) II e III, apenas. 
 
 
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65. Leia a charge a seguir. 
 
 
Os verbos são utilizados conforme a intenção discursiva do enunciador, podendo indicar 
atitudes de certeza, de dúvida, de ordem etc. Assinale a alternativa que indica a ação enunciativa 
expressa pela perífrase verbal “Estou tentando”. 
A) Ação verbal finalizada no presente do indicativo. 
B) Ação verbal em processo marcada pelo gerúndio. 
C) Ação verbal a ser realizada no futuro do subjuntivo. 
D) Ação verbal concluída no pretérito perfeito do indicativo. 
 
 
GABARITOS 
56.B 57.A 58.A 59.D 60.D 61.D 62.D 63.C 64.A 65.B 
 
 
 
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PROVA VII -HOSPITAL ODILON BEHRENS – AGENTE DE ADMINISTRAÇÃO/2015 
 
Repolhos iguais 
Sempre me impressiona o impulso geral de igualar a todos: ser diferente, sobretudo ser 
original, é defeito. Parece perigoso. E, se formos diferentes, quem sabe aqui e ali uma 
medicaçãozinha ajuda. Alguém é mais triste? Remédio nele. Deprimido? Remédio nele (ainda 
que tenha acabado de perder uma pessoa amada, um emprego, a saúde). Mais gordinho? Dieta 
nele. Mais alto? Remédio na adolescência para parar de crescer. Mais relaxado na escola? Esse 
é normal. Mais estudioso, estudioso demais? A gente se preocupa, vai virar nerd (se for menina, 
vai demorar a conseguir marido). 
Não podemos, mas queremos tornar tudo homogêneo: meninas usam o mesmo cabelo, 
a mesma roupa, os mesmos trejeitos; meninos, aquele boné virado. Igualdade antes de tudo, 
quando a graça, o poder, a força estão na diversidade. Narizes iguais, bocas iguais, sobrancelhas 
iguais, posturas iguais. Não se pode mais reprovar crianças e jovens na escola, pois são todos 
iguais. Serão? É feio, ou vergonhoso, ter mais talento, ser mais sonhador, ter mais sorte, sucesso, 
trabalhar mais e melhor. 
Vamos igualar tudo, como lavouras de repolhos, se possível… iguais. E assim, com tudo 
o que pode ser controlado com remédios, nos tornamos uma geração medicada. Não todos – 
deixo sempre aberto o espaço da exceção para ser realista, e respeitando o fato de que para 
muitos os remédios são uma necessidade –, mas uma parcela crescente da população é 
habitualmente medicada. Remédios para pressão alta, para dormir, para acordar, para 
equilibrar as emoções, para emagrecer, para ter músculos, para ter um desempenho sexual 
fantástico, para ter a ilusão de estar com 30 anos quando se tem 70. Faz alguns anos reina entre 
nós o diagnóstico de déficit de atenção para um número assustador de crianças. Não sou 
psiquiatra, mas a esta altura de minha vida criei e acompanhei e vi muitas crianças mais agitadas, 
ou distraídas, mas nem por isso precisadas de medicação a torto e a direito. Fala‐se não sei em 
que lugar deste mundo louco, em botar Ritalina na merenda das escolas públicas. Tal fúria de 
igualitarismo esconde uma ideologia tola e falsa. 
Se déssemos a 100 pessoas a mesma quantidade de dinheiro e as mesmas 
oportunidades, em dois anos todas teriam destino diferente: algumas multiplicariam o dinheiro; 
outras o esbanjariam; outras o guardariam; outras ainda o dedicariam ao bem (ou ao mal) 
alheio. 
Então, quem sabe, querer apaziguar todas as crianças e jovens com medicamentos para 
que não estorvem os professores já desesperados por falta de estímulo e condições, ou para 
permitir aos pais se preocuparem menos, ou ajudar as babás enquanto os pais trabalham ou 
fazem academia ou simplesmente viajam, nem valerá a pena. Teremos mais crianças e jovens 
aturdidos, crianças e jovens mais violentos e inquietos quando a medicação for suspensa. 
Bastam, para desatenção, agitação e tantas dificuldades relacionadas, as circunstâncias da vida 
atual. [...] 
Mudar de vida é difícil. Em lugar de correr mais, parar para pensar, roubar alguns 
minutos para olhar, contemplar, meditar, também é difícil, pois é fugir do padrão. Então 
seguimos em frente, nervosos com nossosfilhos mais nervosos. Haja psicólogo, psiquiatra e 
medicamento para sermos todos uns repolhos iguais. 
(LUFT, Lya. Revista Veja – 07 de maio de 2014.) 
 
66. Observe: trejeito – estorvar – aturdido. 
A sequência que substitui as palavras sem perda semântica é 
A) ritual – brecar – bramido. 
B) gesto – importunar – atônito. 
C) protótipo – apaziguar – atuado. 
D) modelo – atroçoar – atordoado. 
 
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67. Assinale a alternativa que remete a um conceito implícito na sociedade patriarcal. 
A) “Vamos igualar tudo, como lavouras de repolhos, se possível… iguais.” (3º§) 
B) “E, se formos diferentes, quem sabe aqui e ali uma medicaçãozinha ajuda.” (1º§) 
C) “Bastam, para desatenção, agitação e tantas dificuldades relacionadas, as circunstâncias da 
vida atual.” (5º§) 
D) “Mais estudioso, estudioso demais? A gente se preocupa, vai virar nerd (se for menina, vai 
demorar a conseguir marido).” (1º§) 
 
68. “Faz alguns anos reina entre nós o diagnóstico de déficit de atenção para um número 
assustador de crianças.” (3º§) Nessa frase, as palavras sublinhadas apresentam, 
respectivamente, 
A) ditongo, hiato, dígrafo e dígrafo. 
B) dígrafo, encontro consonantal, hiato e dígrafo. 
C) ditongo, encontro consonantal, dígrafo e hiato. 
D) encontro consonantal, hiato, dígrafo e ditongo. 
 
69. Assinale a alternativa em que todas as palavras foram acentuadas pelo mesmo motivo. 
A) saúde – boné – distraídas. 
B) remédio – possível – fúria. 
C) alguém – homogêneo – número. 
D) músculos – diagnóstico – públicas. 
 
70. Em todas as frases a seguir, transcritas do texto, as formas verbais estão flexionadas no 
mesmo tempo, EXCETO: 
A) “Mudar de vida é difícil.” (6º§) 
B) “... e vi muitas crianças mais agitadas, ou distraídas,...” (3º§) 
C) “Não podemos, mas queremos tornar tudo homogêneo:…” (2º§) 
D) “Sempre me impressiona o impulso geral de igualar a todos:…” (1º§) 
 
71. “Deprimido? Remédio nele (ainda que tenha acabado de perder uma pessoa amada, um 
emprego, a saúde).” (1º§) No excerto, a ressalva entre parênteses mostra que 
A) momentos difíceis devem ser enfrentados sempre com uma ajuda externa. 
B) a indicação de uma medicação para se enfrentar os momentos difíceis sempre é necessária e 
bem‐vinda. 
C) nem sempre precisamos de medicação, pois a sensação de tristeza é decorrente de 
circunstâncias vividas. 
D) recorrer a remédios é um jeito mais fácil de enfrentar as circunstâncias que nos paralisam e 
nos deprimem. 
 
72. Considere as afirmativas. 
I. Em várias passagens do texto, a autora dá exemplos de que a diversidade do comportamento 
humano vai de encontro à homogeneidade que a sociedade nos força a construir. 
II. A autora consegue mostrar que a diversidade e a homogeneidade são caminhos favoráveis a 
se escolher para uma vida equilibrada na sociedade contemporânea. 
III. Mudanças são difíceis de acontecer e, por isso, seguimos em frente mantendo o padrão que 
nos é imposto. 
Estão corretas as afirmativas 
A) I, II e III. 
B) I e II, apenas. 
C) I e III, apenas. 
D) II e III, apenas. 
 
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73. “E, se formos diferentes, quem sabe aqui e ali uma medicaçãozinha ajuda.” (1º§) O 
vocábulo sublinhado tem como processo de formação de palavras denominado 
A) derivação sufixal. 
B) derivação regressiva. 
C) derivação parassintética. 
D) composição por justaposição. 
 
74. “... querer apaziguar todas as crianças e jovens com medicamentos para que não estorvem 
os professores já desesperados...” (5º§) As palavras sublinhadas na frase anterior estabelece 
entre as orações uma relação de 
A) causa. 
B) finalidade. 
C) proporção. 
D) comparação. 
 
75. As palavras sublinhadas nas frases a seguir possuem o mesmo valor semântico, EXCETO: 
A) “A gente se preocupa, vai virar nerd…” (1º§) 
B) “E, se formos diferentes, quem sabe aqui e ali…” (1º§) 
C) “Não se pode mais reprovar crianças e jovens...” (2º§) 
D) “Fala‐se não sei em que lugar deste mundo louco,...” (3º§) 
 
 
 
GABARITOS 
66.B 67.D 68.C 69.D 70.B 71.C 72.C 73.A 74.B 75.B 
 
 
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PROVA VIII- PREF. DUQUE DE CAXIAS – RJ – AUX. ADMINISTRATIVO/2016 
Afinal, quem é louco? 
Existem dois tipos de loucos. O louco propriamente dito e o que cuida do louco: o 
analista, o terapeuta, o psicólogo e o psiquiatra. Sim, somente um louco pode se dispor a ouvir 
a loucura de seis ou oito outros loucos todos os dias, meses, anos. Se não era louco, ficou. 
Durante mais de 40 anos passei longe deles. Mas o mundo gira, a lusitana roda e 
Portugal me entortou um bocado a cabeça. Pronto, acabei diante de um louco, contando as 
minhas loucuras acumuladas. Confesso, como louco confesso, que estou adorando esta loucura 
semanal. 
O melhor na terapia é chegar antes, alguns minutos, e ficar observando os meus colegas 
loucos na sala de espera. Onde faço a minha terapia é uma casa grande com oito loucos 
analistas. Portanto, a sala de espera sempre tem três ou quatro, ali, ansiosos, pensando na 
loucura que vão dizer daqui a pouco. Ninguém olha para ninguém. O silêncio é uma loucura. 
E eu, como escritor, adoro observar as pessoas, imaginar os nomes, a profissão, quantos 
filhos têm, se são rotarianos ou leoninos, corintianos ou palmeirenses. Acho que todo escritor 
gosta deste brinquedo, no mínimo, criativo. 
E a sala de espera de um consultório médico, como diz a atendente absolutamente 
normal (apenas uma pessoa normal lê tanto Herman Hesse como ela), é um prato cheio para 
um louco escritor como eu. Senão, vejamos: 
Na última quarta‐feira, estávamos eu, um crioulinho muito bem vestido, um senhor de 
uns cinquenta anos e uma velha gorda. Comecei, é claro, imediatamente a imaginar qual era a 
loucura de cada um deles. Que motivos os teriam trazido até ali? Qual seria o problema de cada 
um deles? Não foi difícil, porque eu já partia do princípio que todos eram loucos, como eu. Senão 
não estariam ali, tão cabisbaixos e ensimesmados. Em si mesmos. 
O pretinho, por exemplo. Claro que a cor, num país racista como o nosso, deve ter 
contribuído muito para levá‐lo até aquela poltrona de vime. Deve gostar de uma branca, e os 
pais dela não aprovam o casamento, pensei. (...) Notei que o tênis dele estava um pouco velho. 
Problema de ascensão social, com certeza. O olhar dele era triste, cansado. Comecei a ficar com 
pena dele. Depois notei que ele trazia uma mala. Podia ser o corpo da namorada esquartejada 
lá dentro. Talvez apenas a cabeça. Devia ser um assassino, ou suicida, no mínimo. Podia ter 
também uma arma lá dentro. Podia ser perigoso. Afastei‐me um pouco dele no sofá. Ele dava 
olhadas furtivas para dentro da sua mala assassina. 
E o senhor de terno preto, gravata, meia e sapatos também pretos? Como ele estava 
sofrendo, coitado. Ele disfarçava, mas notei que tinha um pequeno tique no olho esquerdo. (...) 
Observo as mãos. Roía as unhas. Insegurança total, medo de viver. Filho drogado? Bem provável. 
Como era infeliz este meu personagem. Uma hora tirou o lenço, e eu já estava esperando as 
lágrimas quando ele assoou o nariz violentamente, interrompendo o Herman Hesse da outra. 
Faltava um botão na camisa. Claro, abandonado pela esposa. Devia morar num flat, pagar caro, 
devia ter dívidas astronômicas. (...) 
Mas a melhor, a mais doida, era a louca gorda e baixinha. Que bunda imensa! Como 
sofria, meu Deus. Bastava olhar no rosto dela. (...) Tirou um terço da bolsa e começou a rezar. 
Meu Deus, o caso é mais grave do que eu pensava. Estava no quinto cigarro em dez minutos. 
Tensa. Coitada. O que deve ser dos filhos dela? Acho que os filhos não comem a macarronada 
dela há dezenas e dezenas de domingos. Tinha cara também de quem tinha uma prisão de 
ventre crônica. Tinha cara, também,de quem mentia para o analista. Minha mãe rezaria uma 
Salve‐Rainha por ela, se a conhecesse. 
Acabou o meu tempo. Tenho que ir conversar com o meu terapeuta. Conto para ele a 
minha viagem na sala de espera. Ele ri, ri muito, o meu terapeuta: 
– O Ditinho é o nosso office‐boy. O de terno preto é representante de um laboratório 
multinacional de remédios lá do Ipiranga, e passa por aqui uma vez por mês com as novidades. 
E a gordinha é a dona Dirce, a minha mãe. E você não vai ter alta tão cedo. 
(Disponível em: http://marioprata.net/cronicas/afinal_quem‐e‐louco. Adaptado.) 
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76. “Conto para ele a minha viagem na sala de espera.” (10º§) A expressão destacada é 
entendida como suposições sobre a vida de 
A) todo indivíduo que busca ajuda na psicanálise. 
B) cada pessoa ali na sala de espera do terapeuta. 
C) cada indivíduo que vê na psicanálise um caminho para a salvação. 
D) cada indivíduo que questiona a ciência de Freud e suas formas de tratar as pessoas. 
 
77. Em “Ele dava olhadas furtivas para dentro da sua mala assassina.” (7º§), a palavra que 
possui o significado oposto de “furtivas” é 
A) ocultas. 
B) visíveis. 
C) disfarçadas. 
D) dissimuladas. 
 
78. Assinale a alternativa em que todas as palavras são acentuadas pelo mesmo motivo. 
A) difícil – tênis – sofá 
B) silêncio – mínimo – até 
C) país – contribuído – laboratório 
D) lágrimas – dívidas – astronômicas 
 
79. “Minha mãe rezaria uma Salve‐Rainha por ela, se a conhecesse.” (9º§). A articulação das 
orações do período expressa uma ideia de 
A) causa. 
B) condição. 
C) comparação. 
D) consequência. 
 
80. “Uma hora tirou o lenço, e eu já estava esperando as lágrimas quando ele assoou o nariz 
violentamente, interrompendo o Herman Hesse da outra.” ( 8º§). Por um recurso anafórico, o 
termo destacado refere‐se à 
A) namorada branca do pretinho. 
B) mulher do senhor de terno preto. 
C) atendente do consultório médico. 
D) amante do senhor de terno preto. 
 
81. Dadas as palavras: 
I. ob‐ser‐var. 
II. cria‐ti‐vo. 
III. as‐so‐ou. 
Constatamos que a separação silábica está correta apenas em 
A) I. 
B) I e II. 
C) I e III. 
D) II e III. 
 
82. A alternativa que apresenta palavra com encontro consonantal e dígrafo é: 
A) melhor. 
B) lágrimas. 
C) profissão. 
D) psicólogo. 
 
83. Analise: “... que ele trazia uma mala.” (7º§). Nas frases a seguir, as formas verbais 
destacadas estão flexionadas em tempos verbais diferentes da frase acima, EXCETO: 
A) “Como era infeliz este meu personagem.” (8º§) 
B) “Qual seria o problema de cada um deles?” (6º§) 
C) “… quando ele assoou o nariz violentamente,…” (8º§) 
D) “... que estou adorando esta loucura semanal.” (2º§) 
 
84. “Na última quarta‐feira, estávamos eu,...”(6º§). A palavra sublinhada faz o plural da 
mesma forma que 
A) arco‐íris. 
B) beija‐flor. 
C) guarda‐civil. 
D) abaixo‐assinado. 
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85. Acerca da classificação dos termos grifados a seguir, marque V para as alternativas 
verdadeiras e F para as falsas. 
( ) “Existem dois tipos de loucos.” (1º§) – objeto direto 
( ) “O silêncio é uma loucura.” (3º§) – predicativo 
( ) “Afastei‐me um pouco dele no sofá.” (7º§) – adjunto adverbial 
( ) “Acho que todo escritor gosta deste brinquedo,...” (4º§) – sujeito 
 
A sequência está correta em 
A) F, V, V, V. 
B) F, V, F, V. 
C) V, F, F, V. 
D) V, V, F, F. 
 
 
GABARITOS 
76.B 77.B 78.D 79.B 80.C 81.C 82.C 83.A 84.C 85.A 
 
 
 
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PROVA IX – PREF. CARATINGA-MG – TÉCNICO EM INFORMÁTICA/2015 
 
O ladrão 
Quem descobriu o ladrão na garagem foi o meu irmão mais moço. Veio correndo nos 
contar, e a princípio não queríamos acreditar, porque, embora nossa casa ficasse num bairro 
distante e fosse meio isolada, era uma quinta‐feira à tarde e nós não podíamos admitir que um 
ladrão viesse nos roubar à luz do dia. Em todo caso fomos lá. 
Espiamos por uma frincha da porta, e de fato lá estava o ladrão, um velhinho magro — 
mas não estava roubando nada, estava olhando os trastes da garagem (que era mais um 
depósito, porque há tempo não tínhamos mais carro). Rindo baixinho e nos entendendo por 
sinais nós o trancamos ali. 
À noite voltou a mãe. Chegou cansada, como sempre — desde a morte do pai trabalhava 
como costureira — e resmungando. Que é que vocês andaram fazendo? — perguntou, 
desconfiada. — Vocês estão rindo muito. Não é nada, mãe, respondemos, nós os quatro (o mais 
velho com doze anos). Não estamos rindo de nada. 
Naquela noite não deu para fazer nada com o ladrão, porque a mãe tinha o sono leve. 
Mas espiávamos pela janela do quarto, víamos que a porta da garagem continuava trancada — 
e aquilo nos animava barbaridade. Mal podíamos esperar que amanhecesse — mas enfim 
amanheceu, a mãe foi trabalhar e a casa ficou só para nós. 
Corremos para a garagem. Olhamos pela frincha e ali estava o velho ladrão, sentado 
numa poltrona quebrada, muito desanimado. Aí, seu ladrão! — gritamos. Levantou‐se, 
assustado. — Abram, gente — pediu, quase chorando. — Abram, me deixem sair, eu prometo 
que não volto mais aqui. 
Claro que nós não íamos abrir e dissemos a ele, nós não vamos abrir. Me deem um pouco 
de comida, então — ele disse —, estou com muita fome, faz três dias que não como. O que é 
que tu nos dás em troca, perguntou o meu irmão mais velho. 
Ficou em silêncio um tempo, depois disse: eu faço uma mágica para vocês. Mágica! Nos 
olhamos. Que mágica, perguntamos. Ele: eu transformo coisas no que vocês quiserem. 
Meu irmão mais velho, que era muito desconfiado, resolveu tirar a limpo aquela história. 
Enfiou uma varinha pela frincha e disse: transforma esta varinha num bicho. Esperem um pouco 
— disse o velho, numa voz sumida. 
Esperamos. Daí a pouco, espremendo‐se pela frincha, apareceu um camundongo. É meu 
— gritou o caçula, e se apossou do ratinho. Rindo do guri, trouxemos uma fatia de pão para o 
velho. 
Nos dias que se seguiram ele transformou muitas coisas — tampinhas de garrafa em 
moedas, um prego em relógio (velho, não funcionava) — e assim por diante. Mas veio o dia em 
que batemos à porta da garagem e ele não respondeu. Espiávamos pela frincha, não víamos 
ninguém. Meu irmão mais velho — esperem aqui, vocês — abriu a porta com toda a cautela. 
Entrou, pôs‐se a procurar o ladrão entre os trastes: 
— Pneu velho, não é ele... Colchão rasgado, não é ele... 
Enfim, não o achou, e esquecemos a história. Eu, particularmente, fiquei com certas 
dúvidas: pneu velho, não era ele? 
(In: Moacyr Scliar et alii. Acontece na cidade. São Paulo: Ática, 2005. p. 31‐33. Col. Quero Ler.) 
 
86. “Espiamos por uma frincha da porta,...” (2º§). A palavra “frincha” significa, EXCETO: 
A) Fisga. 
B) Fresta. 
C) Fístula. 
D) Fenda. 
 
87. Assinale a alternativa em que todas as palavras foram acentuadas obedecendo à mesma 
regra. 
A) nós – há – daí 
B) vocês – história – relógio 
C) depósito – espiávamos – mágica 
D) princípio – queríamos – ninguém 
Professor João Paulo Valle 
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88. Assinale a alternativa em que todas as palavras apresentam dígrafo. 
A) rindo – disse – gritou 
B) ficasse – velho – bairro 
C) ladrão – velhinho – porta 
D) distante – costureira – rasgado 
 
89. “Olhamos pela frincha e ali estava o velho ladrão,...” (5º§). A palavra sublinhada, nessa 
frase, faz o plural da mesma forma que 
A) pão. 
B) irmão. 
C) colchão. 
D) bênção. 
 
90. De acordo com as ideias do texto, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as 
falsas. 
( ) A mãe era idosa, mas trabalhava intensamente para sustentar a família. 
( ) Apenas um dos irmãos era adulto.

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