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PEE 2015

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PLANO ESTADUAL DE 
EDUCAÇÃO 
2015-2025 
ESTADO DE ALAGOAS 
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO 
FÓRUM ESTADUAL DE EDUCAÇÃO 
Versão preliminar para discussão da comunidade educacional e da sociedade civil. 
(12/05/2015). 
PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO 2015-2025 
Versão Preliminar 12/05/2015 
 
 
SUMÁRIO 
 
 APRESENTAÇÃO 03 
 INTRODUÇÃO 03 
1 ANÁLISE SITUACIONAL DO ESTADO DE ALAGOAS 06 
1.1 EDUCAÇÃO EM ALAGOAS 13 
1.1.1 EDUCAÇÃO BÁSICA EM ALAGOAS 16 
1.1.1.1 Educação Infantil 17 
1.1.1.2 Ensino Fundamental 20 
1.1.1.3 Ensino médio 26 
1.1.1.4 Modalidades e Diversidades Educacionais 31 
1.1.1.4.1 Educação de Jovens e Adultos 32 
1.1.1.4.2 Educação Profissional e Tecnológica 40 
1.1.1.4.3 Educação Especial 44 
1.1.1.4.4 Educação do Campo 48 
1.1.1.4.5 Educação Escolar Indígena 53 
1.1.1.4.6 Educação Escolar Quilombola 56 
1.1.1.4.7 Educação para as Relações Étnico-Raciais 58 
1.1.1.4.8 Educação para a Igualdade da Relações de Gênero e Diversidade Sexual 61 
1.1.1.4.9 Educação Ambiental 64 
1.1.2 EDUCAÇÃO SUPERIOR EM ALAGOAS 71 
1.2 VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO 76 
1.3 GESTÃO 84 
1.4 FINANCIAMENTO 91 
2 
METAS E ESTRATÉGIAS DO PLANO ESTADUAL DE 
EDUCAÇÃO DE ALAGOAS 100 
3 
ACOMPANHAMENTO/MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO 
PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE ALAGOAS 141 
 REFERÊNCIAS 143 
PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO 2015-2025 
Versão Preliminar 12/05/2015 
 3 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A partir da década de 1930, a educação brasileira passou a ser alvo de uma organização 
mais sistemática, após a revolução e a chegada de Getúlio Vargas a presidência. No Brasil inicia 
o processo de industrialização, o êxodo rural intensificando desde a década anterior. Até então, 
a educação não tinha sido entendida como um problema, por estar disponível apenas às elites, 
que eram minoria, enquanto que a maioria da população, vivia no campo, e não via significado 
a escolarização. No entanto, as mudanças políticas e econômicas provocaram mudanças sociais 
e a educação tornou-se necessária. Imprescindível para a geração de mão-de-obra que pudesse 
atender as demandas da nova ordem social e econômica e prevenir os grandes problemas 
advindos do êxodo rural desenfreado. 
Nesse contexto, em 1932, um grupo de educadores, lança um manifesto1 denunciando 
os problemas da educação. Em meio a tantos problemas nacionais e na visão hierárquica destes, 
nenhum tem maior importância e gravidade ao da educação. 
[...] onde se tem de procurar a causa principal desse estado antes de inorganização do 
que de desorganização do aparelho escolar, é na falta, em quase todos os planos e 
iniciativas, da determinação dos fins de educação (aspecto filosófico e social) e da 
aplicação (aspecto técnico) dos métodos científicos aos problemas de educação. Ou, 
em poucas palavras, na falta de espírito filosófico e científico, na resolução dos 
problemas da administração escola. (MANIFESTO, 1932) 
Com a pressão destes educadores que apresentavam várias críticas ao modelo 
educacional brasileiro, e com a promulgação de uma nova Constituição em 1934, que definiu a 
elaboração do primeiro Plano Nacional de Educação – PNE, sendo abortado três anos depois 
motivado pelo golpe de estado, nesse período foi elaborada uma nova Constituição que acaba 
com as perspectivas de mudança da educação brasileira. 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 4024/1961, estabelece para 1962 um novo 
PNE formulado pelo MEC e aprovado pelo Conselho Federal de Educação e que não se 
 
1 Manifesto dos Pioneiros da Educação em março de 1932, e teve como objetivo a reconstrução educacional no 
Brasil. 
PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO 2015-2025 
Versão Preliminar 12/05/2015 
 4 
 
constitui em lei, sendo rejeitado pelo golpe militar de 1964, com isso mais uma frustração em 
relação a essas expectativas. 
A Constituição de 1988, determina que os Planos de Educação se tornassem lei. A LDB, 
Lei nº 9.394/1996 estabelece que a união deve elaborar um plano e assim surge a Lei nº 
10.172/2001 que institui o novo PNE. 
No entanto, só após a Emenda Constitucional (EC) nº 59/2009, que altera o caput do 
artigo 214 e a inclusão do inciso VI a Constituição Federal, que o PNE tem seu objetivo e 
estabelece meta de aplicação de recurso para o desenvolvimento da educação no Brasil, a saber: 
"Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com 
o objetivo de articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e 
definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para assegurar a 
manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e 
modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos das diferentes esferas 
federativas que conduzam a: 
VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como 
proporção do produto interno bruto." 
 
Com o fim da vigência da Lei nº 10.172/2001, do PNE (2001-2010) e a Conferência 
Nacional de Educação 20102, foi encaminhado ao Congresso Nacional, o PL nº 8035/2010 do 
novo PNE, sendo aprovado após quase quatro anos de tramitação – após grande pressão das 
entidades educacionais, educadores e sociedade civil, foi aprovada a Lei nº 13.005 de 25 de 
junho de 2014, que estabelece em seu artigo 8º: 
 
“Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão elaborar seus 
correspondentes planos de educação, ou adequar os planos já aprovados em lei, em 
consonância com as diretrizes, metas e estratégias previstas neste PNE, no prazo de 1 
(um) ano contado da publicação desta Lei” 
 
Para cumprir o que fora estabelecido no novo PNE, o Ministério da Educação através 
da Secretaria de Articulação dos Sistemas de Ensino – SASE, criou a Rede de Assistência 
Técnica para a adequação ou elaboração de Planos de Educação articulados ao PNE nos estados 
para orientar e acompanhar o processo de adequação/elaboração dos Planos de Educação. 
O processo de adequação do Plano Estadual de Educação – PEE, iniciou com o FEPEAL 
realizando quatro audiências públicas para a discussão da Lei nº 6757/2006, PEE 2006-2015, 
com o objetivo de avaliar a lei a partir das experiências dos educadores, estudantes, 
 
2 A Conferência Nacional de Educação foi um movimento de educadores e demais seguimentos da sociedade 
educacional na discussão das políticas educacionais do país, precedida de conferencias estaduais, distrital e 
municipais, que aconteceram em todo o país. 
PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO 2015-2025 
Versão Preliminar 12/05/2015 
 5 
 
responsáveis pelos estudantes, gestores e toda a sociedade. Para elaboração do novo PEE, a 
Secretaria de Estado da Educação – SEE publicou a portaria nº 1.215/20153, em 17 de março 
de 2015, que designa em seu artigo 1º o Fórum Estadual Permanente de Educação de Alagoas 
FEPEAL para coordenador o processo e institui em seu artigo 2º uma comissão técnica de 
elaboração da proposta de documento base do PEE. 
O art. 2º da Lei 13.005/2014, define diretrizes que orientam as metas e estratégias, 
levando em consideração o acesso, a permanência, a qualidade social da educação afim de 
superar as desigualdades educacionais de crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos e a 
formação e valorização profissional, a saber: 
I - erradicação do analfabetismo; 
II - universalização do atendimento escolar; 
III - superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania 
e na erradicação de todas as formas de discriminação; 
IV - melhoria da qualidade da educação; 
V - formação para o trabalho e para acidadania, com ênfase nos valores morais e 
éticos em que se fundamenta a sociedade; 
VI - promoção do princípio da gestão democrática da educação pública; 
VII - promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do País; 
VIII - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como 
proporção do Produto Interno Bruto - PIB, que assegure atendimento às necessidades 
de expansão, com padrão de qualidade e equidade; 
IX - valorização dos (as) profissionais da educação; 
X - promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à 
sustentabilidade socioambiental. 
Para que fossem definidas metas e estratégias refletissem a real situação alagoana, foi 
necessário a elaboração de um diagnóstico preciso que caracterizasse a realidade social, 
econômica e educacional. Portanto, trata-se de uma análise dos indicadores educacionais de 
Alagoas, envolvendo os níveis, etapas, modalidades e diversidades educacionais, os 
investimentos na gestão, na carreira profissional e no financiamento da educação. 
A metodologia trabalhada pela equipe de elaboração do PEE, estabeleceu algumas 
etapas: a) elaboração do diagnóstico; b) definição de metas e estratégias; e c) sistematização 
do texto-base. 
 
3 Portaria substitui a nº 3298/2014, em 29/12/2014, precedida das portarias: portaria nº 607/2014 de 27/03/2014 e 
portaria nº 1.499/2014, 04/06/2014 
PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO 2015-2025 
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 6 
 
Pensando no que estabelece § 2º4 do art. 8º do PNE, serão realizadas consultas públicas 
para a validação do texto-base do PEE que será posteriormente encaminhado à Assembleia 
Legislativa, através de projeto de lei complementar. 
Este Plano Estadual de Educação é composto por três capítulos: 1) Diagnóstico da 
realidade educacional de Alagoas no período de 2009 a 2013, evidenciando os níveis, etapas, 
modalidades e diversidade educacionais, a formação e valorização dos profissionais da 
educação, a gestão e financiamento da educação; 2) Metas e Estratégias do PEE em consonância 
com o Plano Nacional de Educação; e Acompanhamento e monitoramento do Plano Estadual 
de Educação. 
 
1. ANÁLISE SITUACIONAL DO ESTADO DE ALAGOAS 
 
O Estado de Alagoas desenvolveu-se com base nos engenhos de açúcar, na criação de 
gado e em outras atividades. Para a formação da mão de obra nessas áreas, utilizou-se, nos 
períodos da Colônia e do Império, o trabalho escravo de negros e mestiços. O processo de 
transição da mão de obra escrava para mão de obra livre não marcou necessariamente uma 
mudança radical na qualidade de vida dos trabalhadores. 
Observa-se, ao longo de mais de 100 anos, o descompasso entre as exigências da 
formação de um mercado de trabalho: de um lado, uma mão de obra cada vez mais qualificada 
e, do outro lado, a força de trabalho analfabeta, com poucas garantias de formação e valorização. 
Processo esse resultante da pouca escolarização média da população alagoana. 
O setor industrial desenvolve-se historicamente de maneira lenta, pontual e em ciclos, 
passando pelos investimentos na exploração de petróleo, gás e do sal-gema, com a implantação 
do Polo Industrial na região de Maceió e Marechal Deodoro, para se investir em indústrias de 
médio e pequeno porte. Desde o final do século XX, o Estado tem feito investimentos na área 
de prestação de serviços com o foco no turismo. Entretanto, nenhuma dessas áreas tem 
representado substancialmente autonomia econômica para realidade alagoana. 
O Estado de Alagoas está localizado a leste da região nordeste do Brasil (ver mapa 
abaixo), possui uma área de 27.779,3 km2, com 102 municípios e a sua população residente é 
 
4 Os processos de elaboração e adequação dos planos de educação dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, de que trata o caput deste artigo, serão realizados com ampla participação de representantes da 
comunidade educacional e da sociedade civil. 
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3.321.730 pessoas (IBGE/PNAD: 2014) distribuídas proporcionalmente por faixa etária (ver 
Tabela 1), tendo assim uma densidade demográfica de 112,33 hab/km2 (Idem). O Estado possui 
ainda uma taxa de urbanização superior a 70% conforme o gráfico 1, e a expectativa de vida é 
70,4 anos (IBGE/PNAD: 2013). 
 
Figura 1 -Alagoas m relação ao Nordeste e o Brasil 
 
Tabela 1- Proporção da População por grupo de idade – ALAGOAS 2010 
Grupo de Idade % 
Proporção de pessoas de 0 a 14 anos de idade 29,2 
Proporção de pessoas de 15 a 29 anos de idade 28,0 
Proporção de pessoas de 30 a 59 anos de idade 33,9 
Proporção de pessoas de 60 anos de idade 8,9 
Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2010 
 
Gráfico 1 - Distribuição da População por Localização – ALAGOAS 2010 
Rural
26%
Urbano
74%
Localização
 
Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2010 
 
Os maiores empregadores formais são: a indústria de transformação, o setor de serviços, 
o comércio e a construção civil; ao mesmo tempo, são estes os setores que também geram mais 
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demissões. O gráfico 2 mostra a população economicamente ativa e que ocupa postos de 
trabalho de acordo com o grau de escolaridade e o gênero. 
A maior produção agrícola é de cana-de-açúcar, seguida da produção de mandioca, 
considerada agricultura familiar. Na pecuária, destacam-se a criação de bovinos, ovinos e 
suínos. 
Gráfico 2 - Percentual das pessoas ocupadas de 25 anos, grau de escolaridade e gênero – Alagoas 2010 
0
20
40
60
80
S Ins En Fun
In
En Fun Med
In
En Med Sup
In
En Sup
60,5
12,4
20
7
45,6
12
26,9
15,2
Homens Mulheres
Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2010 
 
Em relação à taxa de desemprego, Alagoas apresenta índices superiores quando 
comparado à região nordeste e ao Brasil, conforme apresenta-se na tabela 2. 
 
Tabela 2 -Taxa de Desemprego 2009 - 20125 
BR/NE/AL 2009 2010 2011 2012 
Brasil 8,3 7,7 6,7 6,2 
Nordeste 8,9 9,8 7,9 7,6 
Alagoas 10,0 10,7 9,3 9,9 
Fonte: IBGE/PNAD/Censo Demográfico 2010 
 
O Produto Interno Bruto Per Capta – PIB de Alagoas é composto, de acordo com o setor 
econômico, da seguinte forma: o setor agrícola representa apenas 5,62%, acompanhado do setor 
da indústria com 22,24% e a maior participação está nos serviços com 72,14%. Neste ponto, é 
importante lembrar que o PIB é um bom indicador da qualidade de vida da população, pois o 
mesmo pode até ter um crescimento considerável, mas não reflete a verdadeira distribuição do 
seu produto igualitariamente entre as pessoas, conforme percebemos no gráfico 3, onde tivemos 
um crescimento no PIB, mas não refletiu o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal 
Total e na Renda Média da População. 
 
5 Cálculo: Seplande/Sinc/Diretoria de Estatística e Indicadores; Polaridade: Quanto menor melhor. 
S InsEnFun In: 
Sem Instrução e 
Ensino 
Fundamental 
Incompleto 
EnFunMed In: 
Ensino 
Fundamental 
Completo e Ensino 
Médio Incompleto 
EnMedSup In: 
Ensino Médio 
Completo e Ensino 
Superior 
Incompleto. 
EnSup: Ensino 
Superior Completo 
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 9 
 
 
Gráfico 3 - PIB per capta (R$) 2008 - 2011 
 
Fonte: IBGE/Seplande 
Polaridade: Quanto maior melhor. 
 
As condições socioeconômicas de Alagoas indicam que o Estado é um dos menos 
favorecidos de todo o País, e isto está demonstrado pelos principais indicadoresa exemplo do 
rendimento médio mensal da população economicamente ativa que é menor que a média 
nordestina e a média nacional. 
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada pelo Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o rendimento médio de todos os trabalhadores em 2013 
mostrou um crescimento de 5,7% em comparação com ano de 2012, subindo de R$ 1.590,00 para 
R$ 1.681,00, no entanto, os estados com as menores médias são do nordeste: no Ceará é de 
R$ 1.019,00, no Piauí de R$ 1.037,00 e em Alagoas está em R$ 1.052,00. 
Segundo o Atlas do IDHM 2013 – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal 
Total6, o qual considera os indicadores de saúde, renda e educação, o índice vai de 0 a 1: quanto 
mais próximo de zero, pior o desenvolvimento humano; quanto mais próximo de um, melhor. Cinco 
municípios alagoanos estão na lista dos piores do Brasil: Inhapi (0,484), Olivença (0,493), Olho 
D'Água Grande (0,503), Mata Grande (0,504) e Roteiro (0,505). 
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS, em 
Alagoas há um total de 699.716 famílias inscritas no Cadastro Único, divididas em 03 (três) 
grandes grupos: 
 
6 Fonte: Atlas Brasil 2013 Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. 
PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO 2015-2025 
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 10 
 
 442.607 famílias tem renda per capita familiar de até R$70,00; 
 110.074 famílias tem renda per capita familiar de até R$ 140,00; 
 96.238 famílias tem renda per capita até meio salário mínimo. 
Com estes números, o Programa Bolsa Família – PBF, não é apenas um programa de 
transferência de renda para beneficiar famílias pobres e extremamente pobres inscritas no 
Cadastro Único, mas a maior ou única fonte de renda que vai garantir a sobrevivência das 
pessoas. Observando apenas um mês de transferência, temos a seguinte situação: 
 
Tabela 3 - Famílias beneficiadas e valor transferido - Alagoas 2014 
Mês/ano Nº Famílias Valor Médio R$ Valor Total R$ 
Novembro/2014 441.533 R$ 172,34 R$ 76.093.797,22 
Total = 2014 R$ 871.696.280,00 
Fonte: MDS 
 
Um resultado positivo está na redução da taxa do trabalho infantil, alcançando níveis 
acima da média do Brasil e do Nordeste, que podemos visualizar no gráfico 4, iniciando em 
2007 com Alagoas tendo uma taxa de 12,11% de trabalho infantil e conseguindo reduzir para 
4,35% em 2013, o que representa uma redução em torno de 64,1%, enquanto o Brasil e o 
Nordeste conseguiram respectivamente: 48,6% e 51,5%. 
 
Gráfico 4 - Taxa de Trabalho Infantil do Brasil, Nordeste e Alagoas 2007 - 2013 
 
Fonte: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios/ Cálculos efetuados pela SEPLANDE/AL. 
 
Na educação, a situação negativa nos índices não é diferente, pois o Estado é detentor 
do maior percentual de analfabetos do país (ver gráfico 5), mesmo tendo reduzido na série 
histórica de 2007 a 2013, conforme o gráfico 6. Esses dados representam um número de mais 
de 500mil pessoas na condição de analfabetismo pleno. 
PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO 2015-2025 
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 11 
 
 
Gráfico 5 - Percentual de Pessoas de 15 anos ou mais de idade analfabetas por estado - 
2013 
 
Fonte: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 
 
Gráfico 6 - Percentual de Pessoas de 15 anos ou mais de idade analfabetas em Alagoas 
2007 - 2013 
 
Fonte: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 
 
O outro índice importante que tem sido utilizado para aferir a qualidade da educação é 
o Ideb (índice de Desenvolvimento da Educação Básica), neste, conforme a tabela 4, percebe-
se que, no ensino fundamental, houve um crescimento que, a princípio, parece satisfatório, no 
entanto encontra-se distante das projeções a serem alcançadas no país. Quanto ao ensino médio, 
o índice é sempre estável, sem demonstrar crescimento significativo. 
 
Tabela 4- Resultados do IDEB no Brasil/Alagoas 2005 - 2013 
2005 
Ensino Fundamental Ensino Médio 
Anos Iniciais (1º ao 5º ano) Anos Finais (6º ao 9º ano) Brasil Alagoas 
Brasil Alagoas Brasil Alagoas 
3,4 3 
3,8 2,5 3,5 2,4 
2007 
Ensino Fundamental Ensino Médio 
Anos Iniciais (1º ao 5º ano) Anos Finais (6º ao 9º ano) Brasil Alagoas 
PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO 2015-2025 
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 12 
 
Brasil Alagoas Brasil Alagoas 
3,5 2,9 
4,2 3,4 3,8 2,7 
2009 
Ensino Fundamental Ensino Médio 
Anos Iniciais (1º ao 5º ano) Anos Finais (6º ao 9º ano) Brasil Alagoas 
Brasil Alagoas Brasil Alagoas 
3,6 3,1 
4,6 3,7 4 2,9 
2011 
Ensino Fundamental Ensino Médio 
Anos Iniciais (1º ao 5º ano) Anos Finais (6º ao 9º ano) Brasil Alagoas 
Brasil Alagoas Brasil Alagoas 
3,7 2,9 
5 3,8 4,1 2,9 
2013 
Ensino Fundamental Ensino Médio 
Anos Iniciais (1º ao 5º ano) Anos Finais (6º ao 9º ano) Brasil Alagoas 
Brasil Alagoas Brasil Alagoas 
3,7 3 
5,2 4,1 4,1 3,1 
Fonte: INEP/MEC. Disponível em <http://ideb.inep.gov.br/resultado> 
 
O contexto educacional de Alagoas, como revelam os indicadores sociais apresentados, 
desenvolveu-se em meio a um cenário de grandes desigualdades sociais e econômicas, no qual 
as oportunidades educacionais nunca foram igualmente distribuídas, o que gerou ume levado 
número de jovens e adultos que não conseguem concluir a escolarização básica, esse trágico 
fato afeta sobremaneira os estudantes pertencentes aos grupos econômicos, sociais e étnico-
raciais menos favorecidos da população. 
Segundo o Quinto Relatório de Olho nas Metas 2012, as pesquisas sobre o fracasso 
escolar no Brasil mostram que esse fenômeno educacional envolve variáveis de grandes 
complexidades, tais como: baixo rendimento, repetência, abandono e evasão escolar. Por 
conseguinte, os indicadores educacionais se comparados aos de outros países revelam um 
descompasso histórico que tem levado uma significativa parcela da população ao insucesso na 
vida profissional, ao mesmo tempo em que cria um paradoxo: apesar da maioria das crianças 
em idade escolar obrigatória para cursar o Ensino Fundamental estar matriculada na escola, 
menos de dois terços conseguem terminá-lo devido ao fracasso escolar.7 
Considerando os dados dos indicadores da realidade educacional de Alagoas, percebe-
se uma dívida histórica, que se apresenta na negação do direito de acesso dos alagoanos à 
escolarização básica e que vem se perpetuando. 
 
7Klein e Fontanive, 2009, in: Quinto Relatório de Olho nas Metas 2012. 
 
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 13 
 
A negação desse direito compromete o desenvolvimento econômico e social do Estado, 
o exercício pleno da cidadania, a qualidade de vida do cidadão, o acesso ao conhecimento e aos 
bens culturais produzidos pela sociedade, a qualificação para a inserção no mercado de trabalho. 
Sendo assim, o fenômeno do fracasso escolar precisa ser combatido com ações 
articuladas e investimentos adequados e proporcionais à dimensão da desigualdade educacional 
no estado. 
 
1.1. EDUCAÇÃO EM ALAGOAS 
 
Para entender a necessidade de elaboração do Plano Estadual de Educação de Alagoas, 
faz-se necessário compreender sobre o direito a educação, preconizado na legislação. 
Partimos da compreensão que a educação se configura como direito social 
imprescindível para a garantia da cidadania. Primeiro direito social definido claramente no 
texto Constituição Federal de 1988, art.6º: 
São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, 
a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência 
aosdesamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 64, de 2010) 
Portanto, a inclusão da educação como primeiro direito social configura-se como fruto 
de uma longa conquista democrática de forma a garantir o acesso e a qualidade de ensino, 
cabendo ao Estado o dever de prestá-la, assim como a família. Nessa perspectiva, o art. 205 da 
constituição diz que “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será 
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento 
da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. 
Por sua vez, na busca de proporcionar o pleno desenvolvimento da pessoa enquanto 
cidadão consciente e qualificado para o trabalho, o texto constitucional em ser Art. 206, define 
que o ensino deverá ser ministrado com base nos princípios de: 
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; 
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições 
públicas e privadas de ensino; 
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; 
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 14 
 
V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, 
planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e 
títulos, aos das redes públicas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 
2006) 
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei; 
VII - garantia de padrão de qualidade. 
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar 
pública, nos termos de lei federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 
2006) 
Referendado e complementado pela LDBEN nº 9394/96 
[...]IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância[...]; 
[...]X - valorização da experiência extra-escolar; 
XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. 
XII- consideração com a diversidade étnico-racial. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 
2013) 
 
Princípios esses que nortearam o ensino ministrado predominantemente em instituições 
próprias de forma a vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social, sendo definido na Lei 
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) 9394/96 em seu art. 1º como educação 
escolar. De acordo com o art. 21 da referida lei a Educação escolar é composta de: 
I - Educação Básica, formada: 
a) Educação infantil (0 a 5 anos); 
b) Ensino fundamental (6 a 14 anos - 1º ao 9º ano); 
c) Ensino médio (15 a 17 anos – 1º ao 3º ano). 
 
II - Educação superior. 
Torna-se necessário destacar que de acordo com o art. 5º da LDBEN 9394/96 o acesso 
à educação básica obrigatória é direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de 
cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente 
constituída e, ainda, o Ministério Público, acionar o poder público para exigi-lo. 
E como um direito legalmente protegido, em especificamente um direito público 
subjetivo no âmbito da educação básica, é preciso que ele seja garantido e cercado, de todas as 
condições necessárias para sua efetivação. 
Condições essas que deverão ser consideradas na legislação, principalmente na 
legislação educacional, através de Leis, decretos, portarias, pareces e resoluções do Conselho 
Nacional de Educação, Conselho Estadual de Educação de Alagoas e dos Conselhos 
Municipais, dentre outros diplomas legais. 
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 15 
 
A Educação Básica, obrigatória e gratuita dos 4(quatro) aos 17 (dezessete) anos de 
idade, constitui-se um direito fundamental de todo/a cidadão/ã brasileiro/a, inclusive para os 
que não tiveram acesso em idade própria, conforme a Emenda constitucional n.º 59/2009 que 
altera o artigo 208 da Constituição Federal. 
Nesse sentido, as políticas públicas devem ser formuladas de modo que consigam 
garantir o acesso e a permanência com qualidade na educação ofertada aos(as) alagoanos(as) 
de 4 a 17 anos. Para tanto é imperativo o estabelecimento de metas e estratégias que possibilitem 
o desenvolvimento de ações no âmbito estadual e municipal objetivando a efetivação do direito 
à educação. 
É imperativo ético desenvolver uma educação pautada na igualdade de direitos com 
equidade, valorizando a identidade do povo alagoano e suas especificidades. Garantindo a 
democratização do acesso, permanência e sucesso, na busca pela melhoria da qualidade de vida 
e superação das desigualdades sociais. 
Para tanto, é necessário compreender o complexo processo de construção social e 
cultural de identidades e subjetividades, assim como as diferenças existentes nas escolas. 
Nesta perspectiva, a promoção da igualdade requer o respeito e atenção às diversidades 
cultural, regional, econômica, de gênero, de orientação sexual, geracional, étnico-racial, de 
pessoa com deficiência, transtorno global do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, 
respeitando suas especificidades, coibindo toda e qualquer forma de discriminação e 
preconceito. 
Para garantir uma educação com qualidade social é fundamental desenvolver a 
sensibilidade, a ética, as múltiplas inteligências, a racionalidade, o enriquecimento das formas 
de interação, a valorização de diversas formas de manifestações culturais, especialmente a 
brasileira e alagoana, e a construção de identidades e subjetividades plurais e solidárias. Assim 
pensando e realizando, a educação será de fato o agente de transformação da realidade, 
assegurando o pleno desenvolvimento da cidadania, à medida que o indivíduo for inserido no 
contexto de mundo como peça fundamental, contribuindo para o avanço tanto individual quanto 
coletivo, na dimensão social, cultural e profissional. 
Para alcançar essa qualidade, é necessário entender o papel social da educação e, 
consequentemente, da escola, introduzindo em suas discussões as questões éticas, de 
solidariedade e convivência, partindo do princípio de que estes elementos consolidam a 
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 16 
 
democracia por respeitarem a individualidade de cada ser, tornando possível o estabelecimento 
de relações humanas e humanitárias. 
A democratização do saber pressupõe o reconhecimento de que todos(as) são capazes 
de aprender, tendo como pré-requisitos o domínio da leitura e da escrita, da lógica e do cálculo, 
das ciências e das tecnologias, das formas de preservação ambiental e sustentabilidade, da 
compreensão do contexto social, econômico, religioso e político. 
Essa democratização se efetiva a partir da criação e manutenção de canais de discussão 
coletiva para a formulação de políticas educacionais articuladas, de gestão participativa, de 
monitoramento, e de avaliação das ações desenvolvidas pelo poder, na busca de uma educação 
de qualidade social para todos(as) os(as) alagoanos(as). 
A negação do direito compromete, o desenvolvimento pleno da cidadania e a qualidade 
de vida da população alagoana, o acesso ao conhecimento e aos bens culturais produzidos pela 
sociedade, a inserção qualificada no mercado de trabalho, o desenvolvimento da autoestima 
dos(as) cidadãos, e consequentemente o desenvolvimento econômico e social do estado. 
Dessa maneira, a baixa escolarização e a descontinuidade de estudos contribuem para o 
aumento da vulnerabilidade da população jovem e, consequentemente, a desqualificação desses 
sujeitos no mercado de trabalho, acentuando, principalmente, as desigualdades 
socioeconômicas,tornando o estado o patrocinador, por sua ausência, o responsável direto pela 
exclusão educacional e social da população de crianças, jovens, adultos e idosos carentes da 
sociedade alagoana. 
 
1.1.1. EDUCAÇÃO BÁSICA EM ALAGOAS 
 
A oferta da Educação Básica é dever do poder público Estadual e Municipal. Cabe à 
União colaborar com assistência técnica e financeira, assegurando efetivamente o direito 
fundamental consagrado na Constituição Federal e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional (LDBEN). Segundo as diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica: 
[...] é direito universal e alicerce indispensável para a capacidade de exercer em 
plenitude o direto à cidadania. É o tempo, o espaço e o contexto em que o sujeito 
aprende a constituir e reconstituir a sua identidade, em meio a transformações 
corporais, afetivoemocionais, socioemocionais, cognitivas e socioculturais, 
respeitando e valorizando as diferenças. Liberdade e pluralidade tornam-se, portanto, 
exigências do projeto educacional. (BRASIL, 2013, p.17) 
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A Educação Básica está organizada em três etapas: Educação Infantil, Ensino 
Fundamental e Ensino Médio; e sete modalidades de ensino: Educação de Jovens e Adultos, 
Educação Especial, Educação Profissional e Tecnológica, Educação do Campo, Educação 
Escolar Indígena, Educação Escolar Quilombola e Educação a Distância e as diversidades e 
especificidades educacionais: relações étnico-raciais, relações de gênero, diversidade sexual e 
educação ambiental. 
Nesse sentido, as políticas públicas devem ser formuladas de modo que consigam 
garantir o acesso e a permanência com qualidade na educação ofertada ao/à(s) alagoano/a(s). 
 
1.1.1.1. Educação Infantil 
 
A Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, é oferecida em creches e pré-
escolas, as quais se caracterizam como espaços institucionais não domésticos que constituem 
estabelecimentos educacionais públicos ou privados que educam e cuidam de crianças de 0 a 5 
anos de idade. 
 
Gráfico 7 - População Alagoana de 0 a 5 anos de idade 
 
Fonte: IBGE - CENSO 2000 e 2010 e PNAD 2009 
Alagoas conta com uma população de 328.887 crianças de 0 a 5 anos, sendo: 215.628 
de 0.a 3 e 113.259 de 4 e 5 anos. Entre 2000 e 2010, observa-se um decréscimo populacional 
dessa faixa etária, causado provavelmente, pela alta taxa de mortalidade infantil8, pelo êxodo 
 
8Nos anos 2000 Alagoas foi considerada calamidade pública, pela alta taxa de mortalidade infantil chegando a 
58,4 óbitos a cada mil nascidos vivos, reduzindo esse número para 17,5 óbitos a cada mil nascidos vivos, em 2010. 
168.358
133.414
153.570
97.404
68.585
62.058
265.762
201.999
215.628
88.551
73.406
80.343
51.532
38.040
32.916
140.083
111.446
113.259
2 0 0 0
2 0 0 9
2 0 1 0
2 0 0 0
2 0 0 9
2 0 1 0
2 0 0 0
2 0 0 9
2 0 1 0
U
R
B
A
N
A
R
U
R
A
L
T
O
T
A
L
0 a 3 anos 4 a 5 anos
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rural e pela implantação de políticas de controle de natalidade e de garantia do acesso a 
escolarização, tanto na área rural quanto na urbana, sendo a área rural a mais afetada. 
O Plano Nacional de Educação (2014-2024), estabelece na meta 1, a universalização da 
pré-escola para crianças de 4 e 5 anos e a ampliação em 50% da oferta em creches para crianças 
de 0 a 3 anos. Essa meta constitui-se como um grande desafio para os sistemas municipais de 
ensino. 
 
Gráfico 8 - Percentual da população de 0 a 3 anos que frequenta a escola 
 
 
Gráfico 9 - Percentual da população de 4 e 5 anos que frequenta a escola 
 
 
A população de 0 a 5 que frequenta a escola, demonstra que o Brasil, o Nordeste e 
Alagoas, estão longe de atingir o indicador de 50% para o atendimento em creche, apesar de 
Alagoas estar à frente em relação ao Nordeste, necessita de investimentos que garantam sua 
ampliação para mais 29,3% nesta etapa, para cumprir o estabelecido na meta 1. A situação é 
um pouco diferente no que se refere a universalização para criança de 4 e 5 anos em que o Brasil 
atinge 81,4%, o nordeste 87%, à frente do país, e Alagoas 75,6%, no entanto, a situação do 
segundo indicador não está assim tão confortável, significa que para o cumprimento integral da 
meta, tem que garantir a entrada de 24,4% dessa população que ainda se encontra fora da escola. 
 
 
 
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Tabela 5 - Matrículas em Creche e Pré-Escola em Alagoas 
Ano 
EDUCAÇÃO INFANTIL 
CRECHE PRÉ-ESCOLA 
Estadual Municipal Privada Total Estadual Municipal Privada Total 
2009 0 11857 3883 15740 808 63826 13639 78273 
2010 0 13229 4281 17580 545 63568 17157 81270 
2011 0 15350 4669 20019 490 64254 19035 83779 
2012 0 17685 6795 24480 322 64814 20493 85629 
2013 0 21402 6826 28228 297 65161 19879 85337 
FONTE: MEC/INEP 
 
Os dados absolutos de matrícula na educação infantil, apontam que entre os anos de 
2009 e 2013, houve um crescimento significativo na oferta em Creche. No entanto, a maioria 
dos estabelecimentos escolares não possui estrutura adequada para atender essa demanda, 
necessitando maiores investimentos e políticas para a efetivação das metas estabelecidas para a 
expansão da matrícula em creche. A oferta em pré-escola também apresentou um crescimento, 
contudo o quantitativo de crianças fora da escola continua muito elevado, de acordo com os 
dados, são pouco mais 171 mil crianças de 0 a 3 anos e 16 mil crianças de 4 e 6 anos sem 
atendimento. 
A educação infantil nas comunidades indígenas está sob a responsabilidade do sistema 
estadual, definido no Decreto 1.272/2003, no Art.1º, que institui a categoria de Escola Indígena, 
no âmbito da Educação Básica no Sistema de Ensino Estadual. No entanto, esse atendimento 
nas comunidades indígenas apresenta uma carência acentuada de investimentos na estrutura 
física, aparelhagem e em recursos humanos. A oferta dessa etapa de ensino ocorre nas escolas 
de Ensino Fundamental e atende apenas crianças de 4 e 5 anos, uma vez que não oferece 
condições estruturais para o atendimento em creche - 0 a 3 anos. 
Segundo um levantamento do atendimento de Educação Infantil no Estado de Alagoas, 
realizado pela Secretaria de Estado da Educação (SEE), a ausência de Centros de Educação 
Infantil nos municípios para o atendimento de crianças de 0 a 3 anos, tem ocasionado a 
matrícula dessa faixa etária em turmas de pré-escola que são direcionadas para as crianças de 4 
e 5 anos e que não possuem a estrutura necessária para atender as especificidades das crianças 
de creche. 
 
 
 
 
 
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Tabela 6 - Número de Escolas de Educação Infantil em Alagoas 
A
n
o
 
ESCOLAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL - ALAGOAS 
Estadual Municipal 
Creche Pré - Escola Creche Pré - Escola 
Rural Urbana Total Rural Urbana Total Rural Urbana Total Rural Urbana 
Total 
Geral 
2009 0 0 0 16 11 27 99 142 243 1255 384 1623 
2010 0 0 0 15 3 18 109 143 252 1280 380 1645 
2011 0 0 0 16 3 19 142 172 314 1287 391 1662 
2012 0 0 0 14 1 15 174 182 356 1266 399 1651 
2013 0 0 0 14 1 15 218 189 407 1236 409 1632 
Fonte: MEC/INEP 
 
Quanto ao número de estabelecimentos públicos de educação infantil, na esfera estadual 
gradativamente foi extinguindo a oferta, a não ser nas comunidades indígena, obedecendo ao 
que foi estabelecido na Emenda Constitucional nº 14/1996, que determina a obrigatoriedadedessa etapa de ensino para os municípios. Já a esfera municipal apresentou um pequeno 
aumento na quantidade de creches e pré-escolas, a partir da publicação da Emenda 
Constitucional, nº 59/2009, que estabelece a obrigatoriedade do ensino a partir dos 4 anos e da 
Lei Nº 11.494/2007 que regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação 
Básica (FUNDEB), transferência recursos para a educação infantil. 
O Governo Federal criou o Programa Nacional de Reestruturação e Aparelhagem da 
Rede Escolar Pública de Educação Infantil - Proinfância (2007), para dar assistência financeira 
aos municípios, em relação a construção e aquisição de equipamentos para creches e pré-escolas 
públicas da educação infantil. Embora alguns municípios tenham aderido ao Programa e alguns 
deles se encontrarem em funcionamento, esse número ainda é insuficiente para atender a 
demanda. 
Diante do quadro educacional da educação infantil em Alagoas, com 
aproximadamente 187 mil crianças fora da escola, será necessário muito investimento em 
políticas públicas que ampliem o atendimento rumo a universalização para essa etapa, pensando 
no pleno desenvolvimento da criança e, consequentemente, a qualidade do processo de ensino 
e aprendizagem para as etapas seguintes. 
 
1.1.1.2. Ensino Fundamental 
 
O Ensino Fundamental com duração de 9 (nove) anos é regulamentado pela Lei nº 
11.274/2006 que alterou a redação dos arts. 29, 30, 32 e 87 da LDB, Lei nº 9.394/1996 e pela 
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Resolução CEB/CEE/AL nº 08/2007. Essa etapa da Educação Básica tem suas Diretrizes 
Curriculares Nacionais fixadas pela Resolução CEB/CNE nº 7/2010 e pelo Parecer CEB/CNE 
nº 11/2010. 
O artigo 2º da Resolução CEB/CEE/AL nº 08/2007, que regulamenta o Ensino 
Fundamental de 9 anos nos sistemas de ensino de Alagoas, determina que os/as estudantes 
sejam agrupados por faixa etária na mesma turma ou classe. 
 
Tabela 7 - Agrupamento do Ensino Fundamental de 9 anos/Faixa Etária 
1ºANO 2ºANO 3º ANO 4º ANO 5º ANO 6º ANO 7º ANO 8º ANO 9º ANO 
6 anos 7 anos 8 anos 9 anos 10 anos 11 anos 12 anos 13 anos 14 anos 
 
A matrícula no Ensino Fundamental é obrigatória e está dividida em duas fases com 
características próprias: anos iniciais com 5 (cinco) anos de duração, para estudantes de 6 (seis) 
a 10 (dez) anos de idade; e anos finais, com 4 (quatro) anos de duração, para os estudantes de 
11 (onze) a 14 (quatorze) anos de idade. 
Convém observar que o artigo 13 da Resolução CEB/CEE/AL nº 08/2007 estabelece 
que os estudantes em distorção idade/escolaridade, além de serem agrupados em turma ou 
classe por faixa etária com seus pares, deverão receber programa didático apropriado para 
aceleração de estudos. 
A meta 2 do PNE, prevê a universalização do Ensino Fundamental para a população de 
6 a 14 anos. Ao visualizar essa universalização em Alagoas (gráfico 10), observa-se que o 
percentual de cobertura de 97,1% dessa meta se aproxima, proporcionalmente, da cobertura da 
região Nordeste e do Brasil. 
 
Gráfico 10 - Percentual da população de 6 a 14 anos que frequenta a escola 
 
 
Essa meta, estabelece ainda que, até o último ano de vigência do PNE pelo menos 95% 
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(noventa e cinco por cento) dos estudantes concluam essa etapa de ensino na idade 
recomendada. Alagoas está muito abaixo do percentual da região Nordeste e do Brasil. Diante 
dessa constatação, pode-se concluir que a distorção idade-escolaridade da população alagoana 
é bem elevada, tendo em vista que essa etapa de ensino está quase universalizada, mas nem a 
metade da população que cursa esse ensino conclui na idade adequada (gráfico 11). 
 
Gráfico 11 - Percentual de pessoas de 16 anos com pelo menos o ensino fundamental concluído 
 
 
Para que se alcance a universalização desse ensino é necessário analisar esse percentual 
em valor absoluto para possível ampliação da rede física em locais específicos. Na população 
alagoana de 6 a 14 anos 581.366 mil (gráfico 12), observa-se que a população rural apresenta 
um decréscimo e a urbana um acréscimo populacional, isso implica pensar numa política 
educacional que atenda a demanda nos locais em que a oferta ainda não foi universalizada. Essa 
política implica na realizada de busca ativa, constante, pela população que ainda está fora da 
escola. 
 
Gráfico 12 - População alagoana de 6 a 14 anos 
 
Fonte: IBGE - CENSO 2000 e 2010 e PNAD 2009 
 
Urbana
Rural
Total
371.332
216.601
587.933
376.647
227.710
604.357
405.915
175.451
581.366
2000 2009 2010
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Segundo dados do INEP, a matrícula total no Ensino Fundamental no intervalo entre 
2009 e 2013 tem apresentado um decréscimo que se mantém ano a ano, tanto nos anos iniciais 
quanto nos anos finais. 
 
Tabela 8 - Matrícula do Ensino Fundamental em Alagoas 
A
N
O
 
ENSINO FUNDAMENTAL 
ANOS INICIAIS ANOS FINAIS 
F
ed
er
al
 
E
st
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u
al
 
M
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F
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M
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al
 
P
ri
v
ad
a 
T
o
ta
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T
o
ta
l 
g
er
al
 
2013 0 14.913 238.550 44.855 298.318 0 61.549 161.620 31.624 254.793 553.111 
2012 0 17.531 245.126 44.986 307.643 0 69.386 169.875 32.367 271.628 579.271 
2011 0 24.306 252.831 41.787 318.924 0 78.659 174.637 31.209 284.505 603.429 
2010 0 28.691 264.295 38.669 331.655 0 80.283 181.805 29.407 291.495 632.150 
2009 0 35.852 283.880 31.689 351.421 0 83.427 185.505 26.209 295.141 646.562 
Fonte: http://portal.inep.gov.br/basica-censo-escolar-matricula 
 
Comparando o gráfico 12 com a tabela 8, em 2009, a população na faixa etária de 6 a 
14 anos foi de 604.357 e a matrícula foi de 646.562, apresentando uma matrícula superior à 
população daquele ano. O mesmo fato se repete em 2010. Essa diferença se deve às altas taxas 
de distorção idade-escolaridade, ou seja, existem estudantes no Ensino Fundamental com idade 
para cursar o Ensino Médio e/ou cursos superiores. 
Além da política de universalização do acesso ao Ensino Fundamental por meio da 
matrícula estabelecida na meta 2 do PNE, é preciso garantir políticas para a permanência e o 
sucesso dos estudantes. A meta 4 direcionada à educação especial, a meta 5 para alfabetização 
na idade certa, a meta 6 para a expansão da educação em tempo integral e a meta 7 para a 
melhoria do fluxo escolar e da qualidade são metas que buscam essa garantia da melhoria da 
qualidade da educação. 
 
Gráfico 13 - Taxa de alfabetização de crianças que concluíram o 3º ano do ensino 
fundamental 
 
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A taxa de alfabetização de crianças que concluíram o Ensino Fundamental em Alagoas 
ficou abaixo da taxa do Nordeste e do Brasil, o que implica na implantação/implementação de 
políticas para a melhoria do trabalho de alfabetização, no sentido de reduzir o fracasso escolar, 
uma vez que o domínio da leitura e da escrita é um dos aspectos considerados essenciais para 
o bom desempenho em todas as áreas de conhecimento e em todos os anos do Ensino 
Fundamental. 
 
Tabela 9 - Taxa de aprovação, reprovação, abandono e distorção idade-escolaridade em 
Alagoas 
ENSINO FUNDAMENTAL 
 ANOS INICAIS ANOS FINAIS 
ANO APROVAÇÃO REPROVAÇÃO ABANDONO DISTORÇÃO APROVAÇÃO REPROVAÇÃO ABANDONO DISTORÇÃO 
2009 84,6 10,8 4,6 26,0 68,9 16,6 14,5 43,9 
2010 84,1 11,8 4,1 25,7 68,9 17,2 13,9 46,6 
2011 84,712,0 3,3 24,7 68,7 18,8 12,5 46,4 
2012 85,3 11,5 3,2 23,9 69,0 18,5 12,5 45,6 
2013 87,3 10,0 2,7 23,7 71,5 17,9 10,6 44,1 
FONTE: MEC/INEP/DTDIE 
 
As taxas de abandono apresentadas, demonstram uma redução considerável de 2012 
para 2013, no entanto não significa dizer que houve permanência com aprendizagem. 
Possivelmente, essa redução seja influenciada pelo Programa Bolsa Família9 que condiciona o 
benefício à permanência do estudante na unidade de ensino. 
Observa-se, ainda, a urgência em uma mudança na forma de conceber aprendizagem e 
avaliação, além de investimentos na complementação de estudos, para estudantes com baixo 
desempenho escolar. Isso se justifica porque a taxa de reprovação nos anos iniciais ainda é alta, 
embora apresente uma redução em 2013.Nos anos finais, a situação se agrava, pois, há um 
aumento tanto na reprovação como no abandono e, por consequência, uma diminuição na 
aprovação. 
As taxas de reprovação e de abandono, nos anos iniciais, ficam em torno de 15%; nos 
anos finais, a situação se complica, pois, representa aproximadamente 30%. Como 
consequência, a distorção idade-escolaridade também tem seu percentual duplicado nos anos 
finais. Diante dessa constatação, faz-se necessário investir em políticas que garantam a 
aprovação com aprendizagem10, com ações voltadas para correção de fluxo e complementação 
de estudos. 
 
9De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social, o Programa Bolsa Família atende 339.644 famílias em 
Alagoas. 
10Políticas curriculares, políticas de formação inicial e continuada e sistemática de avaliação da aprendizagem. 
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Versão Preliminar 12/05/2015 
 25 
 
A qualidade da educação é avaliada por diversos fatores, dentre eles, a aprovação e a 
aprendizagem adequada ao ano cursado. A aprovação é acompanhada pelo censo escolar e a 
aprendizagem é verificada em larga escala, através de avaliações externas11. 
Pode-se verificar, nas tabelas abaixo, os resultados do Índice de Desenvolvimento da 
Educação Básica (IDEB) do ensino fundamental em Alagoas. 
 
Tabela 10 - Ideb observado e metas projetadas – 4ª série/ 5º ano do Ensino Fundamental 
 
 
IDEB Observado 
4ª série/5º ano 
Metas Projetadas - 4ª série/5º ano 
Rede de Ensino 2005 2007 2009 2011 2013 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 
Total 2.5 3.3 3.7 3.8 4.1 2.6 2.9 3.3 3.6 3.9 4.2 4.5 4.8 
Pública 2.4 3.1 3.4 3.5 3.7 2.5 2.8 3.2 3.4 3.7 4.0 4.3 4,6 
Estadual 2.9 3.3 3.3 3.4 3.7 2.9 3.3 3.7 4.0 4.3 4.6 4.9 5.2 
Privada 5.1 5.2 5.5 5.9 6.2 5.2 5.5 5.9 6.1 6.3 6.6 6.8 7.0 
Fonte: http://ideb.inep.gov.br/resultado/ 
 
O IDEB de Alagoas e as médias projetadas para os anos iniciais (ver tabela11), a média 
não foi alcançada na rede estadual nos anos de 2011 e 2013. Apesar de ter alcançado as metas 
projetadas no sistema público e privado, continua numa situação delicada, pois vários fatores 
que influenciam os resultados na diminuição ou elevação da média. 
 
Tabela 11 - IDEB observado e metas projetadas – 8ª série/ 9º ano do Ensino Fundamental 
 
 
Ideb Observado 
8ª série/9º ano 
Metas Projetadas – 8ª série/9º ano 
Rede de Ensino 2005 2007 2009 2011 2013 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 
Total 2.4 2.7 2.9 2.9 3.1 2.5 2.6 2.9 3.3 3.7 3.9 4.2 4.5 
Pública 2.3 2.6 2.7 2.6 2.8 2.3 2.5 2.7 3.2 3.5 3.8 4.1 4.3 
Estadual 2.5 2.7 2.7 2.5 2.7 2.5 2.7 2.9 3.3 3.7 4.0 4.2 4.5 
Privada 4.9 4.8 5.0 5.3 5.2 4.9 5.1 5.3 5.7 6.0 6.2 6.4 6.6 
Fonte: http://ideb.inep.gov.br/resultado/ 
 
As metas projetadas para os anos finais, só não foram alcançadas em 2007 e 2009 pela 
rede privada. Em 2011, não foram alcançadas pela rede pública e estadual e, em 2013, nenhuma 
das redes conseguiu alcançar a meta projetada. Esse quadro de fracasso em 2013 demonstra que 
é urgente o investimento na melhoria da qualidade do ensino em todas as redes de Alagoas, com 
medidas que visem aumentar a taxa de aprovação e a melhoria nos resultados das avaliações 
nacionais. 
 
11 Sistema de Avaliação do Estado de Alagoas – SAVEAL, Avaliação Nacional da Alfabetização – ANA, Prova 
Brasil e O Programme for International Student Assessment (Pisa) - Programa Internacional de Avaliação de 
Estudantes. 
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 26 
 
De fato, é preciso melhorar a qualidade da educação alagoana. Políticas públicas para o 
cumprimento das principais metas nacionais precisam ser colocadas em prática no sentido de 
atender ao que está posto: todas as crianças alfabetizadas até os 8 (oito) anos de idade, todos/as 
os/as estudantes com o aprendizado adequado ao ano cursado e regularização do fluxo escolar. 
As avaliações realizadas ao término dos anos iniciais e finais são avaliações do trabalho 
desenvolvido ao longo dos anos. Portanto, não basta intensificar o trabalho nos 5º e 9º anos do 
Ensino Fundamental, é preciso o desenvolvimento de um trabalho ano a ano, iniciando a partir 
da alfabetização, conforme Diretriz II do Decreto Federal nº 6.094/2007 do “Compromisso 
Todos pela Educação”. 
 
1.1.1.3. Ensino Médio 
 
O Ensino Médio é a etapa final da Educação Básica, conforme art. 35, Lei de Diretrizes 
e Bases - LDB nº 9.394/1996; art. 26, Resolução CNE/CEB nº 4/2010 e Resolução CNE/CEB 
nº 2/2012. Ao analisar o tempo transcorrido, desde que a Lei foi promulgada e os dados 
apresentados a seguir, fica evidente o quanto ainda precisa ser feito para garantir o que dita a 
Lei. 
A análise dos dados referentes ao ensino médio, mesmo que não possibilite um 
diagnóstico consistente, visto que esses levantamentos não são feitos ano a ano e são 
complexos, permite destacar que a oferta é, na maior parte, para a esfera pública, na zona 
urbana, e para os brancos. (KUENZER, 2010) 
 
Tabela 12 - População Alagoana de 15 a 17 anos 
Ano Rural Urbana Total 
2000 69.589 133.058 202.647 
2009 77.146 153.244 230.390 
2010 57.886 137.333 195.219 
Fonte: IBGE – CENSO 2000 e 2010 e PNAD 2009 
 
A população Alagoana de 15 a 17 anos, conforme o censo 2010 é de 195.219 (ver Tabela 
12), 119.528 estão matriculados no Ensino Médio, 100.758 estão na rede pública e 18.660 estão 
na rede privada. Resta um total de 75.691 que estão fora da unidade escolar. Esses jovens de 15 
a 17 anos que não estão matriculados nessa etapa de ensino, possivelmente foram retidos no 
Ensino Fundamental ou não tiveram acesso. 
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 27 
 
A meta 3 do PNE, prevê a universalização do Ensino Médio até 2016. Observa-se que 
em Alagoas (ver Gráfico 14), o percentual da população de 15 a 17 anos que frequenta a escola 
é de 80%, não muito abaixo da meta regional que registra 83,1% e nem da meta nacional com 
84,3 Esses dados evidenciam que, em Alagoas, 20% da população, nessa faixa etária, estão fora 
da escola. 
Gráfico 14 - Percentual da população de 15 a 17 anos que frequenta a escola. 
 
 
Quanto ao número de jovens que concluíram o ensino médio, Alagoas está abaixo das 
taxas da região Nordeste e do Brasil. Não consegue concluir nem uma média de 40% do total. 
(ver Tabela 13). Entre os anos de 2009 a 2011, o Estado apresenta um aumento considerável na 
taxa de conclusão, no entanto, de 2012 para 2013, volta a decrescer. Constata-se, assim, o 
quanto os indicadores de acesso, sucesso e permanência apresentam evolução negativa. 
 
Tabela 13 - Jovens de 19 anos que concluíram o Ensino Médio em Alagoas 
 2009 2011 2012 2013 
Alagoas 32,8 40,4 38,1 35,2 
Nordeste 38 42,2 43,8 45,3 
Brasil 51,6 53,4 53 54,3 
Fonte: INEPPLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO 2015-2025 
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 28 
 
Gráfico 15 - Jovens de 19 anos que concluíram o Ensino Médio em Alagoas 
 
FONTE: INEP 
 
Ainda no que se refere à meta 3, até o final do período de vigência do PNE, a taxa líquida 
de matrícula no ensino médio deverá ser elevada em 85%. Observa-se que no período de 2009 
a 2013 (ver Tabela 14), o estado de Alagoas mostrou uma oscilação da matrícula do Ensino 
Médio, com um pico em 2011, quando apresentou um pequeno aumento na taxa de matrículas, 
porém observa-se uma queda acentuada nos anos de 2012 e 2013. Enquanto que na região 
nordeste e no País, de 2009 para 2013, houve um acréscimo significativo. 
A taxa de escolarização líquida indica o número de alagoanos entre 15 e 17 anos que 
estão no ensino médio. Em Alagoas, em 2013 (ver Gráfico 16), apenas 37,4% desses jovens 
cursavam essa etapa de ensino. Esse dado salta aos olhos quando se compara o Estado com a 
região e o País. Se a defasagem do País e da região já é grande, a defasagem de Alagoas torna-
se dramática. 
 
Gráfico 16 - Taxa de Escolarização Líquida no Ensino Médio da população de 15 a 17 
anos. 
 
 
0
10
20
30
40
50
60
2009 2011 2012 2013
Região Nordeste (Jovens
de 19 anos que
concluíram o EM)
Alagoas (Jovens de 19
anos que concluíram o
EM)
Brasil (Jovens de 19 anos
que concluíram o EM)
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 29 
 
Tabela 14 - Matrícula do Ensino Médio em Alagoas 
Matrícula do Ensino Médio em Alagoas 
ANO 
Ensino Médio 
Federal Estadual Municipal Privada TOTAL 
2009 66 103.382 1.532 16.841 121.821 
2010 - 101.115 634 17.779 119.528 
2011 - 104.418 86 18.242 122.746 
2012 60 102.085 305 18.938 121.388 
2013 77 100.681 - 18.660 119.418 
Fonte: http://portal.inep.gov.br/basica-censo-escolar-sinopse-sinopse 
 
Com o intuito de melhorar o acesso e a qualidade dessa etapa de ensino, o governo 
federal criou programas para serem desenvolvidos no ensino médio, no entanto, ainda não há 
evidencias de evolução dos resultados. São eles: 
 Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio 
 Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero 
 Programa de Acompanhamento da Frequência Escolar de Crianças e Jovens em 
Vulnerabilidade 
 Programa de Educação Integral - Escolas de Referência em Ensino Médio 
 Programa Educação Para Crescer - Professor da Família 
 Programa Ensino Médio Inovador- ProEMI 
 Programa Especial de Ensino Médio PEEM/Poronga 
 
Além dos aspectos já discutidos, torna-se urgente a implantação da educação em tempo 
integral (meta 6) e da Educação Profissional articulada ao ensino médio. 
Por isso, torna-se urgente, a construção de novas escolas em áreas específicas com 
demanda para atendimento, e reformas das escolas para adequação dos espaços físicos. Tudo 
isso, integrado à implantação de um currículo adequado à necessidade e realidade do estudante. 
Segundo o documento Educação integral: um caminho para a qualidade e a equidade na 
educação pública, divulgado no dia 16 de abril de 2015, pelo movimento Todos pela Educação, 
deve-se pensar em educação integral no sentido de desenvolver uma “proposta pedagógica em 
parceria com a comunidade, intersetorialidade, espaços e infraestruturas”, ou seja, educação 
integral não é a oferta de mais tempo de permanência na escola, “é uma concepção que 
considera a multidimensionalidade do ser de forma integrada. Reconhece que o 
desenvolvimento pleno de indivíduos só é possível quando se observam diferentes dimensões: 
física, afetiva, cognitiva, socioemocional e ética”. 
PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO 2015-2025 
Versão Preliminar 12/05/2015 
 30 
 
De acordo com o atual contexto do ensino médio no Brasil e mais especificamente em 
Alagoas, em que a situação se agrava, políticas mais significativas e ousadas precisam ser 
desenvolvidas para garantir a ampliação e a expansão da oferta com qualidade social para essa 
etapa, visto que aqueles que estudam no ensino médio público são pertencentes à classe 
trabalhadora ou são aqueles que vivem do trabalho. 
Em relação aos indicadores de aprovação, reprovação, abandono e distorção em Alagoas 
(ver Tabela 15) a taxa de aprovação é maior na rede privada e consequentemente, a taxa de 
reprovação, abandono e distorção também são menores, o que visualiza que a parcela mínima 
da população que tem poder aquisitivo para matricular seus filhos no ensino privado, não tem 
muito do que reclamar, visto que a matrícula cresce de acordo com a procura, no entanto, essa 
dependência administrativa não tem demonstrado índices de qualidade nas avaliações 
institucionais, uma vez que não atingiu a meta proposta pelo IDEB em 2013. (ver Tabela 16). 
 
Tabela 15 - Taxa de aprovação, reprovação, abandono e distorção idade-escolaridade em 
Alagoas. 
 
Fonte: MEC/INEP/DTDIE 
 
Na rede federal, a aprovação é maior em relação à rede estadual, no entanto, observa-se 
que tem reprovado um grande número, quando se analisa que o contexto dessa dependência 
administrativa é bem diferente do Estadual, supõe-se que possivelmente os resultados de 
aprovação são reflexo também da concepção de avaliação desenvolvida nesse setor que, registra 
um reduzido percentual de abandono. 
Quanto ao abandono e distorção, a rede estadual acompanha a média dos índices 
nacional e regional, sendo também um reflexo da distorção do ensino fundamental, que registra 
uma média de quase 45%, interferindo também na rede federal com uma média 35% da taxa de 
distorção, o que é considerada alta. 
Federal Estadual Municipal Privada Federal Estadual Municipal Privada Federal Estadual Municipal Privada Federal Estadual Municipal Privada
2009 73,5 67,6 74,1 90,3 24,5 9,7 4,7 8,1 2,0 22,7 21,2 1,6 26,6 52,7 61,8 12,8
2010 71,1 68,6 72,3 91,2 27,4 10,4 5,1 7,3 1,5 21 22,6 1,5 31,3 55,8 60,8 13,2
2011 63,4 67,1 72,5 91 23,1 11,1 5,1 8 13,5 21,8 22,4 1 42,6 54,1 68,9 11,1
2012 76,2 69 73,4 92,4 19,3 9,2 5,1 6,3 4,5 21,8 21,5 1,3 37,4 51,3 58,9 11,2
2013 76,8 70,6 97,5 93 18,2 11,4 1,9 5,9 5 18 0,6 1,1 36,2 48,0 49,4 10,4
ABANDONO DISTORÇÃO
ENSINO MÉDIO
ANO
APROVAÇÃO REPROVAÇÃO
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 31 
 
Desta forma se constata é que não há fluência dos estudantes do ensino fundamental 
para o médio. Eles chegam ao médio com distorção e essa distorção idade-série atinge um 
grande número dos estudantes matriculados no ano/série inadequado(a) a sua faixa etária. Pois, 
os fluxos representam o resultado de um trabalho eficaz desenvolvido desde a oferta até a 
permanência com aprendizagem, sem reprovação e abandono, de acordo com a idade-série. 
Como se pode observar na Tabela 16, a rede estadual não atingiu a meta projetada para 
2009, nem para 2011 e muito menos para 2013. Quando se analisa que a meta vai aumentando 
nos anos seguintes e Alagoas tem se estagnado entre a média 2,8 e 2,6 e para 2015, a meta 
projetada é 3,7, supõe-se que, diante do quadro atual, dificilmente será alcançada. Já os dados 
do ENEM para o ano de 2009 mostram que os mil piores resultados foram obtidos por escolas 
públicas, sendo 97,8% estaduais (ENEM, 2009, apud. KUENZER, 2010). Fica faltando, neste 
diagnóstico, uma análise mais detalhada dos resultados do ENEM no estado de Alagoas. 
 
Tabela 16 - IDEB Observado e metas projetadas - 3ª Série do Ensino Médio. 
Ensino Médio 
 
Ideb Observado Metas Projetadas 
2009 2011 2013 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 
Total 3.1 2.9 3.0 3.1 3.3 3.6 3.9 4.4 4.6 4.9 
Estadual 2.8 2.6 2.6 2.9 3.1 3.3 3.7 4.1 4.4 4.6 
Privada 4,6 4.9 4.7 4.5 4.7 5.0 5.3 5.7 5.9 6.1 
Fonte: ideb.inep.gov.br/resultado 
Isso exigeuma reflexão, quando se observa que a rede privada também não atingiu a 
meta em 2013, o que caracteriza um sério problema quanto à política do País e do estado de 
Alagoas para o ensino médio. Pode-se constatar que, diante da ausência de políticas efetivas 
para essa etapa de ensino e, as que vêm sendo desenvolvidas não estão atendendo às reais 
necessidades e perfis desses jovens, esses resultados até que são previsíveis. 
Portanto, para alcançar a universalização dessa etapa de ensino será necessário investir 
seriamente em políticas que garantam o acesso e principalmente a permanência com qualidade 
social e aprendizagem. 
 
1.1.1.4. Modalidades e Diversidades Educacionais 
 
Na organização curricular da Educação Básica, devem-se observar as diretrizes comuns 
a todas as suas etapas, modalidades e orientações temáticas, respeitadas suas especificidades e 
as dos sujeitos a que se destinam. Cada etapa é delimitada por sua finalidade, princípio e/ou por 
PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO 2015-2025 
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 32 
 
seus objetivos ou por suas diretrizes educacionais, claramente dispostos no texto da Lei nº 
9.394/96, fundamentando-se na inseparabilidade dos conceitos referenciais: cuidar e educar, 
pois esta é uma concepção norteadora do projeto político-pedagógico concebido e executado 
pela comunidade educacional. (Parecer DCNS Gerais p. 35) 
Na Educação Básica, o respeito aos estudantes e a seus tempos mentais, 
socioemocionais, culturais, e identitários, é um princípio orientador de toda a ação educativa. 
É responsabilidade dos sistemas educativos responderem pela criação de condições para que 
crianças, adolescentes, jovens e adultos, com sua diversidade (diferentes condições físicas, 
sensoriais e socioemocionais, origens, etnias, gênero, crenças, classes sociais, contexto 
sociocultural), tenham a oportunidade de receber a formação que corresponda à idade própria 
do percurso escolar, da Educação Infantil, ao Ensino Fundamental e ao Médio 
Adicionalmente, na oferta de cada etapa pode corresponder uma ou mais das 
modalidades de ensino: Educação Especial, Educação de Jovens e Adultos, Educação do 
Campo, Educação Escolar Indígena, Educação Profissional e Tecnológica, Educação a 
Distância, a educação nos estabelecimentos penais e a educação quilombola. 
 
1.1.1.4.1. Educação de Jovens e Adultos 
 
A oferta da alfabetização e da escolarização na modalidade Educação de Jovens, 
Adultos - EJA é constituída como direito universal, reconhecido na Constituição Federal de 
1988 – CF/1988, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN nº 9.694/1996, 
nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos – Parecer CEB/CNE 
nº 11/2000, nas Diretrizes Gerais Para Educação Básica – Resolução CEB/CNE n. 4/2010, bem 
como, nas Conferências Internacionais de Educação de Adultos, particularmente, nos 
documentos nacionais preparatórios para V e VI Conferências Internacionais de Educação de 
Adultos, produzidos em 1996 e 2009 e Tratados internacionais como a Declaração de 
PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO 2015-2025 
Versão Preliminar 12/05/2015 
 33 
 
Hamburgo12 (1997) e o Marco de Belém13 (2010), na busca da consolidação de uma Política de 
Estado voltada para esta Modalidade de Ensino. 
A Constituição Federal, a LDBEN nº 9.694/1996 e o Parecer CEB/CNE N.11/2000, 
estabelecem como princípio que toda e qualquer educação visa ao “(...) pleno desenvolvimento 
da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (CF, 
art. 205). Este princípio garante a universalização do direito à educação. Neste sentido, a EJA 
surge como modalidade de ensino estratégica em prol de uma igualdade de acesso à educação. 
Estas considerações adquirem substância por representarem uma dialética entre a dívida social 
e postulados legais, fruto de conquistas e de lutas sociais, transformados em direito do cidadão 
e dever do Estado, uma vez que a CF em seu o artigo 208 deixa claro que: “O dever do Estado 
com a educação será efetivado mediante a garantia de: I – ensino fundamental obrigatório e gratuito, 
assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ele não tiverem acesso na idade própria”. 
A EJA, de acordo coma Lei n° 9.394/96 e com a Resolução CEB/CNE n. 4/2010, 
constitui-se numa modalidade da Educação Básica, com especificidade própria, que garante a 
alfabetização e escolarização, nas etapas do Ensino Fundamental e Médio, para os sujeitos na 
faixa etária a partir de 15 anos. 
Conforme o art. 37 da Lei n° 9.394/96 a EJA “será destinada àqueles que não tiveram 
acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na ‘idade própria’” (grifo 
nosso), embora a educação seja concebida ao longo da vida. 
Para o estabelecimento de uma política que realmente atenda aos interesses desse 
público, devem-se considerar as três funções da EJA: função reparadora, função equalizadora 
e função permanente, também chamada de qualificadora (Parecer CEB/CEE nº11/2000), cujo 
 
12 Em Hamburgo, mas de 1.500 participantes, incluindo representantes políticos de 135 Estados-Membros, 
afirmaram a sua compreensão da educação como direito humano básico, para Jovens e Adultos de todas as idades. 
Declararam o seu entendimento da aprendizagem e formação de adultos como chave para o século XXI e para a 
nova sociedade da informação, e como processo que acompanha a vida toda. Frisaram, através da Declaração de 
Hamburgo, o potencial da aprendizagem e formação de adultos para “fomentar o desenvolvimento ecologicamente 
sustentável, para promover a democracia, a justiça, a igualdade entre mulheres e homens e o desenvolvimento 
científico, social e econômico, bem como para construir um mundo em que os conflitos violentos sejam 
substituídos pelo diálogo e por uma cultura de paz baseada na Justiça”. (TIMOTHY D. IRELAND JOÃO 
PESSOA, 30 DE NOVEMBRO DE 2003) 
13 Aprovado durante a Sexta Conferência Internacional de Educação de Adultos – CONFINTEA VI, o Marco de 
Ação de Belém é resultado do longo processo participativo de mobilização e preparação nacional e internacional, 
que teve início em 2007. Organiza as suas recomendações em torno de sete eixos fundamentais: alfabetização de 
adultos; políticas; governança; financiamento; participação, inclusão e equidade; qualidade e monitoramento da 
implementação do Marco de Ação. Destaca a sua compreensão da natureza intersetorial e integrada da educação 
e aprendizagem de jovens e adultos, a relevância social dos processos formais, não formais e informais e a sua 
contribuição fundamental para o futuro sustentável do planeta. 
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Versão Preliminar 12/05/2015 
 34 
 
objetivo é garantir à população de jovens e adultos o acesso e permanência com qualidade na 
Educação Básica. 
A função reparadora diz respeito não só ao direito a uma escola de qualidade, mas 
também ao reconhecimento do direito subjetivo de igualdade para todos. A negação deste 
direito resultou na perda do acesso a um bem real, social e simbólico. 
A função equalizadora atende aos trabalhadores e a outros segmentos sociais, tais como: 
donas de casa, migrantes, aposentado/a(s) e privado/a(s) de liberdade. A reentrada no sistema 
educacional dos que forçadamente tiveram uma interrupção dos estudos pela repetência ou 
evasão, resultado de desigualdades sociais, deve ser reparada, mesmo que tardiamente, 
possibilitando novas oportunidades no mundo do trabalho e na vida social. 
A função permanente ou qualificadora da EJA propicia a todos a atualização de 
conhecimentos. Essa função é o próprio sentido da EJA, pois compreende o caráter incompleto 
do ser humanocomo um potencial para o desenvolvimento, a adequação e a atualização em 
espaços escolares ou não (PARECER CEB/CNE Nº 11/2000). 
Diante do exposto, constata-se que, em Alagoas, persiste historicamente uma dívida 
social para com esse público, a saber: 
Gráfico 17 - Taxa de Analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade 
 
 
Gráfico 18 - Taxa de analfabetismo funcional da população de 15 anos ou mais de idade 
 
 
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Gráfico 19 - Escolaridade média da população de 18 a 29 anos residente em área rural 
 
Diante de dados estatísticos, onde se evidencia o alto índice de analfabetismo e 
analfabetos funcionais no Estado de Alagoas, considera-se que a real demanda na Educação de 
Jovens e adultos, não corresponde ao contingente dessa população que se encontra fora da 
escola. Nesse sentido, enseja-se a necessidade de buscar políticas públicas voltadas para o 
ajustamento de eficácia, estabelecendo assim um estreitamento satisfatório entre a demanda e 
a oferta nessa modalidade de ensino. 
Conforme os dados acima, entendemos que, apesar de alguns esforços, empreendidos 
por parte do Estado para combater o analfabetismo, Alagoas ainda lidera os piores índices 
educacionais entre os estados brasileiros. Acentua-se ainda a disparidade na oferta de matrícula 
para a modalidade da EJA, no tocante ao primeiro e segundo segmentos, correspondentes à 
etapa do Ensino Fundamental: 
 
Tabela 17 - Matrícula da EJA Fundamental em Alagoas no Período de 2009 a 2013 
ATENDIMENTO 2009 2010 2011 2012 2013 
Estadual 21.387 11643 25229 20387 13057 
Federal 0 0 0 0 0 
Municipal 77566 72786 71330 68491 70113 
Privada 870 982 768 951 1054 
TOTAL 99823 85411 97327 89829 84224 
Fonte: INEP 
 
Os dados apresentados na tabela acima evidenciam uma oscilação permanente no 
Ensino Fundamental, que nos remete a pensar que as Políticas Públicas da EJA não têm uma 
sequência sistemática, em função dos Programas de governo, o que inviabiliza a expansão da 
mesma e a possibilidade dos estudantes da EJA evoluírem na sua escolarização. Na tabela 
acima, observa-se inicialmente que não houve atendimento na Educação de Jovens e Adultos 
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no Ensino Fundamental, da Rede Federal. Há, visivelmente, uma oscilação em relação aos 
atendimentos, visto que em 2010, ao invés de aumentar, considerando os déficits do Estado, 
decresce na Rede Estadual em 54% e, na Rede Municipal em 6,2%. Salvo na Rede Privada, que 
houve um aumento de 14%. 
Já em 2011, apresenta-se um aumento considerável de 118% na Rede Estadual, enquanto 
que na Rede Municipal, há uma pequena queda do atendimento de 2% e na Rede Privada de 
22,5%. Em 2012, as Redes Municipal e Estadual reduziram seus atendimentos em 19,2% e 4%, 
respectivamente, já na Rede Privada houve aumento de 23,8%. 
Nesse contexto, em 2013, continua um decréscimo considerável, quanto ao atendimento 
na EJA, no Ensino Fundamental, da Rede Estadual, pois apresenta uma redução de 36%, 
enquanto que a Rede Municipal aumentou em 2,3% e a Privada em 10,8%, o que suscita um 
olhar reflexivo, principalmente quanto ao atendimento da Rede Estadual. Esses dados 
demonstram que em Alagoas a oferta da EJA continua, há décadas, estagnada e as ações 
efetivadas no Estado estão sempre ancoradas em programas de alfabetização, financiados pelo 
governo federal. 
No tocante a oferta da modalidade no Ensino Médio, deve-se pensar em 
profissionalização articulada com práticas de significação atentas à dinâmica das relações 
sociais para democratizar o saber, a cultura e o conhecimento. Da mesma maneira, há que se 
orientar o educando no sentido de ressignificar e ampliar seu conhecimento. Dessa forma, torna-
se imprescindível, a ampliação da oferta de Ensino Médio na EJA, conforme os dados que se 
seguem: 
Tabela 18 - Matrícula da EJA Médio em Alagoas no período de 2009 a 2013 
ATENDIMENTO 2009 2010 2011 2012 2013 
Estadual 10934 10325 10211 11221 13212 
Federal 217 370 510 448 379 
Municipal 346 192 0 0 0 
Privada 1309 880 1059 1017 1130 
TOTAL 12806 11767 11780 12686 14721 
Fonte: INEP 
 
Mediante o quadro acima, o atendimento na Educação de Jovens e Adultos, no Ensino 
Médio, em 2010, apresenta um decréscimo de 5,5% na Rede Estadual, na Rede Federal houve 
um aumento significativo de 70,5%, na Rede Municipal diminuiu em 44,5% e, na Rede Privada, 
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aparece um aumento de 32,7%. Em relação a 2011, a Rede Estadual diminuiu o atendimento 
em 1%, ao invés de ampliá-lo, considerando, principalmente a possibilidade de oferta da 
profissionalização articulada com o Ensino Médio. A Rede Federal aumentou em 37,8%, a Rede 
Municipal não apresentou atendimento e a Rede Privada aumentou em 20,3%. Já em 2012, a 
Rede Estadual ampliou o seu atendimento em apenas 9,8%. As Redes Federal e Privada 
decresceram os seus atendimentos em 12% e 4%, respectivamente, enquanto Rede Municipal 
não apresentou atendimento. Em 2013, a Rede Estadual apresenta um discreto aumento em 
17,7%, enquanto que a Rede Federal reduziu o percentual para 15,4%. A Rede Municipal não 
apresentou atendimento e a Rede Privada aumentou em 11%. 
Observa-se que no Ensino Médio, houve uma presente estagnação, também, em função 
da ausência de Políticas Públicas direcionadas a essa modalidade, deixando lacunas abertas, 
quanto à profissionalização e uma escola que atenda as reais necessidades dos estudantes da 
EJA. 
Uma compreensão geral da Educação de Jovens Adultos exige que se reconheça a 
diversidade de tipos de oferta, finalidades e conteúdo que podem ser incluídos em uma 
definição significativa. A Educação de Jovens Adultos é importante para o empoderamento 
pessoal, bem-estar econômico, coesão da comunidade e desenvolvimento social, propiciando, 
assim, aos sujeitos a compreensão crítica da sociedade alagoana, entendendo as causas das 
desigualdades e injustiças e, simultaneamente, imaginando a possibilidade de construir novas 
relações humanas no trabalho e na vida. 
 
Educação para os Privados de Liberdade 
 
A Educação de Jovens e adultos para pessoas privadas de liberdade compreende-se 
como um direito legalmente constituído, preconizado além das legislações estabelecidas para 
EJA, já citadas, e em leis e políticas específicas, às quais destacamos: 
 Lei de Execuções penais - LEP n. 7.210, de 11 de julho de 1984; 
 Resolução CNPCP n. 03, de 11 de março de 2009 Conselho Nacional de 
Políticas Criminais e Penitenciárias; 
 Resolução CNE/CEB n. 2, de 19 de maio de 2010; 
 Decreto n. 7.626 da presidência da república de 24 de novembro de 2011, que 
institui o plano estratégico de educação no âmbito do sistema prisional; 
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 Plano Estadual de Educação Prisional do Estado de Alagoas de 2012. 
O Estado de Alagoas oferta a Educação de Jovens e Adultos, no âmbito do Sistema 
Prisional, desde 2011. A Secretaria de Estado da Educação coordena o processo pedagógico em 
articulação com a Administração Penitenciária, no âmbito estadual e federal. 
Nesse sentido, o plano Estadual de Educação Prisional do Estado de Alagoas aponta que 
90% da População Carcerária do estado necessitam de escolarização. Esse mesmo plano prevê 
metas que atingissem, até o ano 2014, 25% de cobertura diminuindo o percentual inicial para 
65%. 
Ao especificarmos o atendimento ao público do sistema prisional alagoano, tomamos 
como base o ano de 2011, no qual o atendimento educacional nas unidades prisionais indicava

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