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Direito do Consumidor

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Direito do Consumidor 
No dia 15 de março de 1962 foi o dia em que o mundo acordou para a defesa do consumidor, e este e o dia mundial do direito do consumidor. No Brasil sem legislação própria na década de 70 começou a dar tratamento especial para o consumidor ainda regulado pelo CC/16. 
A origem do direito do consumidor do Brasil reside na Constituição Federal de 1988.
Noções propedêuticas do direito do consumidor.
Perspectivas: 
Filosofia do Direito: Sob esta perspectiva filosófica o direito do consumidor vai estudar a proteção do fraco, débil.
Sociologia Jurídica: Permite a compreensão do direito do consumidor a partir de movimentos sociais que historicamente constataram que o consumidor foi vitima de abuso.
Aspectos Constitucionais
Art. 5º, XXXII: A defesa do consumidor no Brasil foi elevada pelo legislador constituinte como direito fundamental, sendo assim fazendo uma conexão com o Art. 60 §4º o direito do consumidor e clausula pétrea instituindo assim uma regra básica a da produção legislativa progressiva, ou seja, não existe limite para a perspectiva legislativa (Ex. Se hoje eu dou pão com manteiga, amanhã eu só posso dar pão com manteiga e queijo). O Estado tem o dever de promover a defesa do consumidor, Estado na figura dos seus três poderes, o legislador produz legislação pela defesa do consumidor, Estado Juiz tem que promover a tutela do consumidor, o Estado Executivo produzindo políticas publicas em prol do consumidor.
Natureza da Norma de Consumo 
Ordem Pública 
Súmula 33
CPC 307
Art. 101, I CDC Perspectiva de proteção e defesa do consumidor 
Inderrogabilidade não se admite que seja afastada pelos sujeitos contratantes, portanto não poderá haver renuncia da norma de consumo ainda que seja da vontade do consumidor, ainda que inexista qualquer dos vícios da manifestação de vontade a manifestação do consumidor não fará frente a repudiar a norma de consumo, a norma de consumo não prescreve no que toca a constatação de abusividade por parte do fornecedor, não há prazo para declarar abusividade por parte do fornecedor
Retroatividade Positiva da Norma Civil: ira retroagir para alcançar o negocio jurídico realizado antes do inicio da sua vigência porem ira modificar os seus efeitos somente a partir da sua vigência. Art. 2035 CC/02 
“Tempos regi acto” os atos serão regidos pela lei do tempo 
Interesse Social: É aquela norma que induz condutas sociais, de interferir no comportamento do consumidor. Também pode ser identificada como legitimação para a atuação do MP da combinação dos seguintes dispositivos: 129 CF/88 e 82 CPC
OBS* O fato da norma ser de interesse social não implica dizer que a intervenção do MP é obrigatória em toda e qualquer demanda de consumo. 
Teria Geral dos Princípios: 
Função: Dignidade da Pessoa Humana (função estruturante), servir de diretriz para o operador do direito (interpretação), 
Tripé do Código Civil 
Eticidade: Valorização do comportamento ético, maximilização da boa-fé 
Sociabilidade: Inserção de valores sociais no âmbito privado, funcionalização do direito privado. (Função social da propriedade, família, contratos e etc)
Operabilidade: Facilitar o acesso do operador do direito a norma, enaltecer o papel do operador do direito. 
Função Social do Contrato 
Boa-fé: Principio funcional, tais elas interpretativa do direito Art.113 CC, função limitadora do exercício de direito subjetivo Art. 187 CC (olhar art 42 CDC caput), função integradora ou criadora de deveres anexos; deveres ou satélites por que estão na orbita da estrutura geral da boa-fé honestidade, lealdade e probidade. 
	
 Boa-fé integradora Art. 422 CC 
Principio da Mitigação da força obrigatória: Principio que mitiga a máxima da pacta sun servanda, determina que consumidor não esta vinculado de forma cega ao forncedor no âmbito contratual, podendo o mesmo ser modificado ou revisado. 
Art. 46: O consumidor não será obrigado a se vincular as disposições contratuais que não lhes foram previamente apresentadas. 
Art. 6, III CDC: O principio da informação exige que o de forma ostensiva (abundante), clara, adequada (compreendida pelo destinatário da norma): circunstancia de risco, garantia, preço e suas variações, origem do produto... 
Transparência: 
Cooperação: Auxilio mutuo do fornecedor e consumidor / consumidor e fornecedor, o fornecedor deve cooperar para que o consumidor utilize os produtos, o consumidor deve cooperar para os atos de cobrança 
Vulnerabilidade: O principio da vulnerabilidade é o principio que sustenta a idéia tutelar do CDC, por que existe o sujeito vulnerável o que precisa da tutela.
Vulnerabilidade: quem esta em condição de perigo ou estado de perigo. Art. 4 CDC
Todo consumidor e vulnerável independentemente da sua condição social, financeira e intelectual, podendo a pessoa jurídica também ser vulnerável. 
Vulnerabilidade x Hiposuficiência
Hiposuficiência direito do consumidor: impossibilidade ou dificuldade de se desencobri do seu ônus probatório. 
Consumidor: A pessoa jurídica tem que ser de direito privado. Desta forma, como regra de hermenêutica, o que o legislador não restringiu não cabe ao interprete restringir, sendo assim admite-se tanto para a pessoa jurídica de direito publico quando de direito privado a qualidade de consumidor. 
Teoria Finalista: É adotada pelos consumerista, e tem uma abordagem restrita, ou seja, para ela poucas pessoas são consumidores, e são consumidores aqueles que utilizam a mercadoria para uso próprio ou família, sendo este destinatário final fático (retira o produto do mercado) e econômico (retira o produto cadeia de consumo). 
Destinatário final fático: Retira o produto do mercado, quando eu utilizo o produto.
Destinatário final econômico: Retira o produto da cadeia de consumo, o produto ainda gera frutos. 
Ex. Taxista compra o carro para lucrar com ele. 
A baiana do acarajé compra o feijão e faz o acarajé para vender. 
Teoria Maximalista: Usa uma aplicação ampla do CDC, como a norma e protetiva deve alcançar o maior numero de pessoas delindo o consumidor somente como destinatário final fático. 
Teoria finalista mitigada: Para afastar as iniqüidades e o rigor da teoria finalista criou-se esta teoria dizendo o seguinte: Será consumidor desde que adquira produto ou serviço como destinatário fático e econômico, se não for destinatário final econômico devera fazer prova da vulnerabilidade. Adotado pelo STJ
Consumidor por equiparação Art. 2, § Único: O parágrafo único do parágrafo segundo é norma de abertura no sistema de consumo para a tutela coletiva. Ação coletiva de consumo9 existem 1 milhão de consumidores esse grupo será transformado em apenas um consumidor. 
Equipara-se ao consumidor todas as vitimas do acidente de consumo
Produtos Art. 3º, §1º: Todo bem móvel ou imóvel material ou imaterial (propriedade intelectual) combinado com o art. 26 CDC subclassificação produtos duráveis e não duráveis. 
Produto Durável: Aquele que o consumidor ao o utilizar não promove inutilização ou destruição da sua estrutura ou substancia, amostra grátis também e produto.
Produto não durável: 
Serviço de Consumo: E todo atividade desenvolvida no mercado mediante remuneração. Serviço gratuito não é serviço de consumo. A doutrina e não o legislador instituiu que a remuneração pode ser de forma direta ou indireta.
Remuneração Direta: É quando o serviço e prestado mediante contraprestação
Remuneração Indireta: É a remuneração que não há contraprestação direta, ou seja, a remuneração em regra e prestada por outros consumidores ou estará embutida em outros serviços ou produtos. 
Fornecedor Art. 3º, §2º: 
Serviços 
Requisito 
CDC e bancos: 
ADIM 2591 dos bancos: Buscou a declaração de inconstitucionalidade da parte final do parágrafo segundo do Art. 3º.
Serviços Públicos Art.: Art. 6º, X e 22º CDC Apresenta disposição expressa de que é direito básico do consumidor obter serviço publico adequado eeficiente. 
Não haverá serviço de consumo no serviço publico mediante imposto, por que o imposto é não vinculativo 
Publicidade: É toda informação de cunho mercadológico 
Propaganda é toda forma de divulgação de informações de cunho ideológico e tem como propósito disseminar informações religiosas, políticas, ambientais ou institucionais
Colocando no inicio e no final a informação que existe merchandasing o STJ entende que não há violação ao 36 caput 
Princípio da Transparência Art.: A mensagem publicitária não poderá ser subliminar, ou seja, conteúdo que não fique claro aparente, ostensivo. 
Art. 36, § único: Determina que o fornecedor armazene os dados científicos ou de pesquisa ou estatístico a respeito da publicidade colocando a disposição do consumidor. 
Principio da Veracidade: A mensagem publicitária deve ser verdadeira. 
Obs.: No código civil de 16 admitia-se a figura dos “dolos bônus”, o que isso significa que se admitia a mentira e o exagero. O Dolo Bônus não como mentira exagerada subjetiva (Ex. Subjetiva a melhor pizza de feira) não vincula o consumidor e a objetiva (eu tenho maior garantia do mercado) vincula 
Espécies de Publicidade Ilícita: 
Abusividade Art. 37 §2 Rol exemplificativo qualquer publicidade de cunho discriminatório de qualquer natura 
Enganosidade Art. 37 §1 Pode ser enganosa de forma comissiva, o fornecedor deflagrou informação falsa. Omissiva o fornecedor omite para induzir o erro do consumidor, ou seja, o consumidor tem uma falsa perspectiva do negocio. 
A inversão do ônus da prova é exceção, nas relações de consumo a regra esta no CPC Art. 333. 
Regras de Inversão do ônus da prova: Só cabe inversão do ônus da prova em favor do consumidor no processo civil.
“Opelegis” inversão por forca de lei independe da vontade do consumidor, fornecer e do estado Juiz 
“Inversão Opelegis” Art. 38 cabe ao fornecedor fazer prova da mensagem publicitária. 
Art. 12º, §3º, II
Opi judicis: Art. 6º, VIII, todavia pode ser reconhecida de oficio 
Momento: Existem duas teorias
Procedimento: Os adeptos entendem que a prova tem como destinatário um interprocessual, ou seja, um procedimento processual e para tanto o procedimento deve ocorrer no despacho saneador que antecede a fase instrutória. 
Julgamento: Os adeptos desta teoria entendem que a prova tem como destinatário o juiz, e, portanto, o juiz faz o que quiser com a prova invertendo o ônus da prova no momento da prolação da sentença, desta forma esta teoria viola o principio da ampla defesa e do contraditório. 
Requisitos: existem dois requisitos, verossimilhança nas alegações (alegações com aparência de verdade) e ou quando o consumidor for hiposuficiente dificuldade ou impossibilidade de construir prova. 
OBS.: A regra do 333 CPC é regra da distribuição estática do ônus probatório e no sistema de consumo fala-se na regra ou sistema de distribuição dinâmica, de forma que este admite a inversão do ônus probatório. 
Teoria da distribuição dinâmica: Concede ao juiz o poder, de em uma demanda civil; empresarial, de distribuir de maneira dinâmica. 
Ler sumula 385 STJ
Direitos Básicos Art. 6, VI CDC 
1 parte: Direito básico a modificação, modificação das clausulas contratuais desproporcionais, desproporcionalidade entre prestação e contraprestação na celebração do contrato este já é desproporcional não respeitando a comutatividade (equilíbrio material entre prestação e contraprestação). Para aplicar essa desproporcionalidade temos que aplicar a Teoria da Lesão Consumerista não se exige os requisitos da lesão civil porque eles são presumidos pelo advento da vulnerabilidade. 
Lesão: Inexperiência e necessidade. 
Fundamentação 461 CC deve desconfigurar a pactuação dos juros aproveitando o contrato, teoria do negocio jurídico. (Erro, lesão ...)
Posso modificar contrato extinto porem não poderei revisá-lo. 
Fies: O vicio na desproporcionalidade não esta na taxa de juros, esta no sistema PRICE.
2 partes: Direito Básico a revisão: Tenho que perceber a existência de um fato superveniente que provoque onerosidade excessiva. 
Obs. Só posso revisar contrato de trato sucessivo, debito permanente, (aluguel, plano de saúde, Faculdade) 
Obs. 2: Ainda que o fato superveniente seja previsível caberá revisão no hambito de contrato de consumo, ou seja, previsível ou impresível caberá revisão no contrato de consumo, mas será para o di sistema civil do Art. 478 CC. 
Obs. 3: No sistema civil a regra é a resolução a exceção é a revisão. No sistema de consumo a regra é a revisão a exceção é a resolução. 
Responsabilidade do comerciante: Art. 13 CDC Reporta-se a responsabilidade objetiva (subsidiaria porem existem alguns que sustentam a solidariedade). 
O inciso II fala da identificação imperfeita, será responsabilizado o comerciante. Se a informação for perfeita o comerciante é parte ilegítima. 
O inciso III é a responsabilidade solidária tem que haver culpa. 
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OBS: Prova da OAB e concurso a responsabilidade é subsidiaria. 
§ Único 
Art88 vedação da denunciação da lide. 
Excludente de responsabilidade: Caso fortuito ou força maior, culpa exclusiva da vitima são excludentes gerais da responsabilidade civil no sistema de consumo as excludentes estão no Art. 12, §3º. 
Art. 12
§ 3º O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando provar:
I – Que não colocou o produto no mercado;
II – Que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste;
O prazo de 30 dias pode ser dilatado para 180 dias ou reduzido para 07 dias, tendo que passar pela anuência expressa do consumidor, consentimento especifico. 
Consentimento específico: deve ser por meio de um de contrato especifico para este tema. 
Ex. Peças de veículos importados, ou substancias de difícil acesso.
Quando excede os 30 dias usa-se o Art. 18 CDC. 
Exceções da regra geral do Art. 18 
1 – Quando o produto portador de vicio para ter o vicio sanado implique em descaracterização do bem poderá o consumidor imediatamente optar por um dos 03 incisos do Art. 18 Troca, devolução ou Abatimento. 
2 – Quando o produto portador de vicio para ter o vicio sanado implique em Desvalorização do Bem o consumidor estar autorizado a imediatamente a escolher um dos incisos do Art. 18 
3 – Toda vez que produto portador do vicio for considera essencial o consumidor poderá imediatamente se valer dos incisos do Art. 18 CDC. 
Art. 26 institui o prazo de garantia legal para todo produto e todo serviço no âmbito da relação de consumo, e é uma garantia legal, independe da vontade do fornecedor. 
30 dias produto não durável. 
90 dias produto durável. 
É prazo decadencial: se não exercer no prazo perde o direito de reclamação. 
O prazo começa a contar da compra do produto para vicio aparente ou de fácil constatação. 
No caso de vicio oculto o prazo começa a contar a partir da constatação do vicio.

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