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DIREITO ADMINISTRATIVO - apostila bases constitucionais 22.08.2013

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UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA 
DIREITO ADMINISTRATIVO I
PROFESSORA CRISTINA BARBOSA RODRIGUES
DIREITO ADMINISTRATIVO - BASES CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
1 - DIREITO ADMINISTRATIVO. ORIGEM. OBJETO. CONCEITO
1.1. Origem
O início do século XIX marca o surgimento do direito administrativo como ramo autônomo da ciência do Direito. Anteriormente, o tratamento jurídico das funções administrativas do Estado estava inserido no direito comum, sem especificação ou preocupações próprias.
É comum a afirmação de que o direito administrativo nasceu com as Revoluções que puseram fim ao velho regime absolutista. Foi com o Estado de Direito que se cogitou de normas delimitadoras da organização e da ação do Poder Público.
Para a formação do direito administrativo foram fundamentais as contribuições do direito francês, do direito alemão e do direito italiano.
1.2. Objeto
O objeto ou conteúdo do direito administrativo varia, assim como o Estado, no tempo e no espaço. Inicialmente, as atividades da Administração Pública abrangiam a segurança interna e externa e alguns serviços (públicos) essenciais. O crescimento das necessidades coletivas, segundo concepções políticas e econômicas bem definidas, centradas, sobretudo no chamado Estado Social, alargou as funções administrativas do Poder Público. Os serviços públicos passaram a abranger serviços sociais, comerciais e industriais. O poder de polícia chegou a proteção ao meio ambiente e a defesa do consumidor. A atuação do Estado atingiu a esfera da atividade econômica de natureza privada. A atividade administrativa passou a incentivar a iniciativa privada de utilidade pública com subvenções, financiamentos, benefícios fiscais e outros. Em suma, a administração passou a abranger, num sentido bem amplo: fomento, polícia, serviço público e intervenção.
1.3. Conceito
O conceito de direito administrativo depende do critério adotado para formulá-lo. Neste sentido, encontramos os seguintes critérios principais:
a) do serviço público;
b) do Poder Executivo;
c) das relações jurídicas (rege as relações entre a Administração e os administrados);
d) teleológico (rege a atividade do Estado para o cumprimento de seus fins);
e) negativo ou residual (aquilo que não seja atividade legislativa ou judicial);
f) da Administração Pública.
Vejamos duas definições:
a) de Hely Lopes Meirelles: "conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realiza concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado".
b) de Maria Sylvia Zanella Di Pietro: "ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública".
2 - O REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO. CONTEÚDO. PRINCÍPIOS
2.1. Introdução
2.1.1. Estado: Povo + Território + Governo Soberano + Fins
	ESTADO
	GOVERNO
	ADMINISTRAÇÃO
	Fins
	Políticas
	Instrumentos
	Constituição
	Leis
	Atos (administrativos)
A consideração dos FINS como elemento componente do Estado tem relação com o desenvolvimento da idéia de Estado Social, justamente aquele que intervém nas searas social e econômica para realizar os ideiais da justiça social.
Os principais fins do Estado brasileiro estão previstos no art. 3o. da Constituição sob a denominação de "objetivos fundamentais"
2.1.2. Poderes e Funções do Estado
	PODER
	Função Principal
	Funções Residuais
	Executivo
	Administrar
	Legislar/Julgar
	Legislativo
	Legislar
	Administrar/Julgar
	Judiciário
	Julgar
	Administrar/Legislar
Atentar para o art. 37, caput da Constituição e para o art. 1o., §1o. da Lei n. 9.784, de 1999, no sentido da existência da função administrativa, embora residual, no âmbito dos Poderes Legislativo e Judiciário. Quando o Legislativo e o Judiciário organizam concursos para provimento de cargos vagos estão realizando atividade administrativa.
2.1.3. Conceito de Administração Pública
Conjunto de órgãos, agentes e atividades públicas tendentes a realizar concreta (a), direta (b) e imediatamente (c) os fins desejados pelo Estado.
(a) não é abstrata como a legislativa; (b) não é indireta como a judicial e (c) não é mediata como a ação social do Estado
2.1.4. Características da Administração Pública
a) pratica atos executivos (ou administrativos)
b) exerce atividade politicamente neutra
c) hierarquizada
d) pratica atos com responsabilidade técnica e legal
e) caráter instrumental
f) age segundo competências definidas previamente
2.2. Regime Jurídico da Administração Pública
A Administração Pública pode submeter-se a regime jurídico de direito privado ou de direito público. O primeiro está caracterizado pela igualdade em torno de interesses individuais. Já o segundo, pressupõe uma desigualdade ou supremacia (verticalidade) em torno de interesses públicos.
A opção ou escolha por um dos regimes jurídicos é realizada pela Constituição ou pela lei. Exemplos: arts. 173, §1o. (exercício de atividade econômica por empresas do Estado) e 175 (prestação de serviço público) da Constituição de 1988. Não se admite a escolha por meio de ato administrativo.
Quando a Administração Pública utiliza modelos privatísticos não ocorre a submissão completa ao direito privado. Subsistem privilégios (juízo privativo, prescrição qüinqüenal, etc) e restrições (competência, publicidade, etc) próprios do Poder Público.
2.3. Regime Jurídico-Administrativo
O regime jurídico-administrativo caracteriza o Direito Administrativo. Consiste num conjunto de PRERROGATIVAS e SUJEIÇÕES próprios da atividade pública. Neste sentido, a atividade pública constitui uma função. Função, para o Direito, é o poder de agir cujo exercício traduz verdadeiro dever jurídico e que só se legitima quando dirigido ao atingimento da finalidade legal específica.
A formação histórica do direito administrativo explica a tensão fundamental entre prerrogativas e sujeições. De um lado, a Administração Pública precisa realizar ou satisfazer interesses da coletividade. De outro lado, os direitos individuais precisam ser respeitados, segundo a legalidade posta.
Muitas das prerrogativas e sujeições típicas do regime jurídico-administrativo são manifestadas sob a forma de princípios.
2- A ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA. ÓRGÃOS E ENTES (OU ENTIDADES). CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA UNIÃO. ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA. AUTARQUIAS. FUNDAÇÕES PÚBLICAS. EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA
2.1. A Organização Administrativa
A Administração Pública atua mediante seus AGENTES, seus ÓRGÃOS, suas ENTIDADES e através de TERCEIROS. Quando tratamos da organização administrativa enfocamos preponderantemente os órgãos e as entidades.
2.2. Órgãos
Órgãos "são centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem" (Hely Lopes Meirelles).
Os elementos componentes dos órgãos são: (a) funções ou competências; (b) agentes e (c) cargos.
As principais características dos órgãos são:
(a) não têm personalidade jurídica (não são sujeitos de direitos e obrigações em nome próprio);
(b) expressam a vontade da entidade a que pertencem;
(c) são partes integrantes da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Municípios, das Autarquias ou das Fundações Públicas;
(d) são meios ou instrumentos de ação das pessoas jurídicas;
(e) são dotados de competências ou atribuições específicas.
2.3. Classificação dos órgãos
2.3.1. Quanto à posição estatal:
(a) Independentes. São aqueles previstos na Constituição. Compõem o Governo. Não têm subordinação hierárquica. Seus titulares não são servidores públicos em sentido estrito. Exemplos: Congresso Nacional, AssembléiasLegislativas, Presidência da República, Tribunais
(b) Autônomos. Estão imediatamente abaixo dos independentes. Possuem funções de direção e planejamento. Atuam com ampla autonomia administrativa, financeira e técnica. Exemplos: Ministérios e Secretarias de Estado.
(c) Superiores. Compõem os autônomos. Possuem funções de direção e planejamento em áreas específicas. Não gozam de ampla autonomia. Exemplos: SRF do Min. da Fazenda; PGFN do Min. da Fazenda; SPU do Min. da Fazenda; DPF do Min. da Justiça.
(d) Inferiores. São subordinados hierarquicamente aos superiores. São unidades tipicamente executivos com reduzido poder de decisão. Exemplos: Delegacias da Receita Federal; Procuradorias da Fazenda Nacional; Delegacias do Patrimônio da União.
2.3.2. Quanto à estrutura:
(a) Simples ou Unitários. Constituídos por apenas um centro de competência. Não têm outro incrustado na sua estrutura. Exemplos: Portaria; Posto Fiscal; Seção; Setor.
(b) Compostos. Constituídos por mais de um centro de competência. Possui outro ou outros incrustados na sua estrutura. Exemplos: Uma Divisão que contenha duas ou mais seções ou setores.
2.3.3. Quanto à atuação funcional:
(a) Singulares ou Unipessoais. Atuam ou decidem através de um único agente. Exemplos: Presidência da República, Governadoria de Estado, Prefeitura.
(b) Colegiados ou Pluripessoais. Atuam ou decidem pela maioria da vontade de seus agentes. Seus atos dependem de uma decisão conjunta. Exemplos: Conselhos, Colegiados.
Na impugnação de atos de colegiados por mandado de segurança a autoridade apontada como coatora deve ser o presidente (ou dirigente) do órgão.
2.4. Entes (ou entidades)
Os entes (ou entidades) inseridos ou relacionados com a Administração Pública possuem a característica comum de serem dotados de personalidade jurídica própria. Assim, são titulares de direitos e obrigações em nome próprio. Temos, nesta categoria, os entes estatais (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), as autarquias, as empresas públicas, as sociedades de economia mista, as fundações não-autárquicas e as pessoas jurídicas de direito privado (prestadoras de serviços público). Como foi dito anteriormente, os órgãos integram a estrutura administrativa das entidades.
2.5. Centralização e descentralização – Concentração e Desconcentração
Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, descentralização é a distribuição de competências de uma para outra pessoa, física ou jurídica. Já desconcentração consiste na distribuição interna de competências dentro da mesma pessoa jurídica.Na descentralização política encontramos a presença de atribuições ou competências próprias não decorrentes do ente central. É o caso da federação brasileira. 
O Decreto-Lei n. 200, de 1967, estabeleceu o princípio da descentralização como um dos nortes da Reforma Administrativa federal. Entretanto, as hipóteses elencadas no referido diploma legal (art. 10) não se caracterizam, em regra, como de descentralização.
A execução de obras e serviços públicos poderá ser direta (centralizada ou descentralizada) quando realizada pela própria Administração ou indireta quando realizada por particulares. Assim, o Decreto-Lei n. 200, de 1967, e a Constituição de 1988 utilizam inadequadamente os termos "direta" e "indireta", quando deveriam consignar "administração centralizada" e "administração descentralizada". A Lei n. 8.666, de 1993, ao regular as licitações, define corretamente os conceitos presentes no Decreto-Lei e na Constituição (art. 6º, incisos VII e VIII).
2.6. Entidades da administração indireta (a rigor, descentralizada)
A Administração Direta ou Centralizada é composta por órgãos sem personalidade jurídica própria. São, na esfera federal, os serviços integrados (por subordinação) na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios (art. 4o., inciso I do Decreto-Lei n. 200/67). A Secretaria da Receita Federal e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional são exemplos de órgãos integrantes da administração Pública Federal Direta.
Já a Administração Indireta ou Descentralizada, no plano federal, é constituída pelas seguintes entidades, com personalidade jurídica própria (art. 4o., inciso II do Decreto-Lei n. 200/67):
2.6.1. Autarquias
Segundo o art. 5o., inciso I do Decreto-Lei n. 200, de 1967, autarquia é o "serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receitas próprios, para executar atividades típicas da Administração pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada".
As principais características da autarquia são: (a) criação por lei; (b) personalidade jurídica de direito público; (c) capacidade de auto-administração; (d) especialização dos fins ou atividades e (e) sujeição a controle ou tutela.
As autarquias podem ser classificadas segundo vários critérios. Adotando o da capacidade administrativa, temos as territoriais e as de serviço. Pelo critério estrutural, seriam fundacionais ou corporativas.
O Banco Central do Brasil e o Instituto Nacional do Seguro Social são exemplos de autarquias. 
A Ordem dos Advogados do Brasil é exemplo de autarquia corporativa. 
As diversas agências reguladoras (ANATEL, ANEEL, ANVISA, ANA, ANP, ANS, ANVS, ANTT, ANTAQ, entre outras) foram criadas por lei como autarquias.
Agências executivas. É a autarquia ou fundação governamental assim definida por ato do Executivo, com a responsabilidade de executar determinado serviço público, liberada de certos controles e dotada de maiores privilégios, que celebrou com a Administração Pública um contrato de gestão. Os arts. 51 e 52 da Lei n. 9.649, de 1998, tratam desta nova figura.
2.6.2. Fundações governamentais
Nos termos do art. 5o., inciso IV do Decreto-Lei n. 200, de 1967, fundação pública é pessoa jurídica criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes.". 
A natureza jurídica de cada fundação deve ser obtida da análise cuidadosa da lei instituidora e dos atos constitutivos (estatutos e regimentos).
A fundação pública para muitos doutrinadores corresponde a uma modalidade de autarquia. 
2.6.3. Sociedades de economia mista
Estabelece o art. 5o., inciso III do Decreto-Lei n. 200, de 1967, que sociedade de economia mista é "a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam, em sua maioria, à União ou à entidade da Administração Indireta".
2.6.4. Empresas públicas
Conforme o art. 5o., inciso II do Decreto-Lei n. 200, de 1967, empresa pública é "a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União ou de suas entidades da Administração Indireta, criada por lei para desempenhar atividades econômicas que o Governo seja levado a exercer, por motivos de conveniência ou contingência administrativa, podendo tal entidade revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito".
2.6.5. Semelhanças e distinções entre as empresas públicas e as sociedades de economia mista
As características comuns são: 
(a) criação e extinção por lei; 
(b) personalidade jurídica de direito privado; 
(c) sujeição ao controle estatal; 
(d) derrogação parcial do regime jurídico de direito privado por normas de direito público; 
(e) vinculação aos fins estabelecidos na lei de criação; 
(f) desempenho de atividade de natureza econômica e 
Anote-se que as empresas estatais podem tanto executar atividade econômica de natureza privada (art. 173 da Constituição) como prestar serviço público (art. 175 da Constituição).
As diferenças básicasentre as sociedades de economia mista e as empresas públicas estão (a) na forma de organização e 
(b) na composição do capital. A primeira adota, no plano federal, a forma de sociedade anônima com a presença de capital público e particular. Já a segunda, pode assumir qualquer forma de direito com capital totalmente público.
2.6.6. Categorias afins 
Serviços Sociais Autônomos. São pessoas jurídicas de direito privado mantidos total ou parcialmente pelos cofres públicos exercendo atividades privadas de interesse público. Apesar de criados mediante autorização legislativa, não integram a Administração Indireta do Estado. São conhecidos e tratados como entes de cooperação. Podemos arrolar o SESI, o SENAI e o SENAC como exemplos deles.
Agências reguladoras. Como antes afirmado, são organizadas como autarquias.
Organizações sociais. São entidades privadas, sem fins lucrativos, que se valem de um contrato de gestão para realizar atividades públicas (ensino, pesquisa científica, cultura, saúde, proteção do meio ambiente, entre outras) com apoio, inclusive transferência de bens e recursos, das pessoas políticas. Não integram a Administração Pública Indireta. O Estado, com a parceria com as organizações sociais, reduz sua atuação direta nestes setores. A Lei n. 9.637, de 1998, dispõe sobre as organizações sociais.
Organizações da sociedade civil de interesse público. É, precipuamente, a atribuição de um status a uma entidade existente na sociedade. Neste caso, não há celebração de contrato de gestão, e sim, de um termo de parceria. Não se destinam a substituir o Poder Público na prestação de certos serviços. A Lei n. 9.790, de 1999, disciplina a matéria.
3. Princípios da Administração Pública
Princípios
"Têm maior teor de abstração", referindo-se a um conjunto de situações relativamente amplo.
Trata-se de uma categoria jurídica muito antiga. Normalmente, era atribuída uma dimensão puramente axiológica aos princípios, sem eficácia jurídica ou aplicabilidade direta ou imediata. Seriam cânones dirigidos e a serem observados pelo legislador.
Atualmente, existe o reconhecimento da normatividade dos princípios, ou seja, o status de norma jurídica.
Mais do que a natureza ou status de norma jurídica, os princípios foram conduzidos ao centro do sistema jurídico. Neste sentido, a Constituição passa a ser entendida como um sistema aberto de princípios e regras destinado a realizar valores (com dimensão suprapositiva). 
Os princípios são os principais canais de comunicação entre o sistema de valores e o sistema jurídico. Não comportam, pois, enumeração exaustiva. "Passam a ser a síntese dos valores abrigados no ordenamento jurídico, espelham a ideologia da sociedade, seus postulados básicos e seus fins".
“Princípios são os alicerces do ordenamento jurídico, sobre eles se constroem as normas’
Celso Antônio Bandeira de Mello, com bastante propriedade, afirma que todo o Direito Administrativo se constrói sobre os princípios da SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PARTICULAR e da INDISPONIBILIDADE, PELA ADMINISTRAÇÃO, DO INTERESSE PÚBLICO. 
1 - Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Particular
Agindo a Administração Pública em prol do interesse público, ela se encontra em posição de privilégio e supremacia em relação aos seus administrados. Daí a possibilidade de revogar ou anular seus atos por manifestação unilateral.
A supremacia, como componente da função administrativa, é instrumento para a realização de finalidades legais, segundo os critérios e procedimentos consagrados na ordem jurídica.
2. Princípio da Indisponibilidade, pela Administração, do Interesse Público
O órgão deve guardar, defender, manter e realizar os bens e os interesses que administra. Não pode dispor deles. A disponibilidade dos bens públicos está reservada à manifestação legislativa.
Estes dois princípios traduziriam, respectivamente, a prerrogativa e a sujeição básicas ou fundamentais do regime jurídico-administrativo.
A partir deles seria possível encontrar toda uma série de princípios próprios do regime.
O artigo 37 caput da Constituição Federal, desdobra os princípios acima citados nos seguintes princípios:
1 - Princípio da Legalidade
A lei é o fundamento de toda e qualquer ação administrativa. Assim, o administrador só pode agir se estiver autorizado por lei. Administrar é aplicar a lei de ofício. AO PARTICULAR É PERMITIDO FAZER TUDO QUE A LEI NÃO PROÍBE. O ADMINISTRADOR SÓ PODE FAZER O QUE A LEI AUTORIZA (e, ainda assim, quando e como autoriza). 
2 - Princípio da Moralidade
A moralidade constitui hoje pressuposto de validade de todo ato administrativo. A Constituição de 1988 consigna expressamente que um ato administrativo pode ser anulado, através de ação popular, por violação à moralidade administrativa (art. 5o., inciso LXXIII). Assim, ao atuar o administrador não pode desprezar o elemento ético de sua conduta, devendo pautar-se pela moral média ou comum. Afinal, nem tudo que é legal é honesto. Tratando-se de conceito jurídico indeterminado, comporta uma atividade interpretativa mais generosa.
3 - Princípio da Impessoalidade
A atividade administrativa está voltada para os administrados em geral, sem determinação de pessoa ou discriminação de qualquer natureza. Implica em que a concessão de benefício singular, insuscetível de utilização generalizada, deve ser precedida de certame entre os interessados aptos, a exemplo do concurso público e da licitação. Celso Antônio Bandeira de Mello afirma que se trata do próprio princípio da isonomia ou igualdade. 
4 - Princípio da Publicidade
Apresenta um duplo sentido. Como transparência da ação administrativa permite o controle sobre a conduta do administrador. Impõe a ciência dos atos administrativos como requisito de validade e eficácia dos mesmos. A regra da publicidade dos atos administrativos comporta exceções, a exemplos dos assuntos de segurança nacional e investigações. 
5 - Princípio da Eficiência
O administrador não deve, tão-somente, perseguir as finalidades previstas ou consagradas em lei. Não deve alcançá-las de qualquer forma ou a qualquer custo. Impõe-se a obtenção do melhor resultado, o resultado ótimo.
 Devem ser observados os atributos de rapidez, perfeição e rendimento. O princípio foi positivado na Constituição (art. 37, caput) pela Emenda n. 19, de 1998.
- Além desses princípios expressamente previstos no artigo 37 da Carta Magna, ainda podemos citar outros princípios da Administração que estão implícitos no nosso ordenamento jurídico:
Princípio da Finalidade
Impõe que o administrador só pratique o ato para obter a finalidade da lei, o objetivo da lei (interesse público). O administrador deve perseguir o interesse público contido na lei. 
Princípio da Economicidade
Trata-se da verificação da eficiência das escolhas administrativas na perspectiva da relação custo-benefício. Está positivado no art. 70, caput da Constituição de 1988.
Princípio da Motivação
Trata-se do dever de justificar os atos praticados. Devem ser apontados os fundamentos de fato e de direito e a correlação lógica entre as situações observadas e as providências tomadas. A motivação pode ser prévia ou contemporânea à prática do ato. 
Princípio da Continuidade
Os serviços públicos não podem parar, porque não param as demandas da coletividade pelas utilidades neles presentes. Não se deve confundir continuidade com permanência. Afinal, alguns serviços, pela própria natureza, não são freqüentes, como por exemplo, o eleitoral.
Princípio da Autotutela
O administrador deve policiar ou controlar os atos administrativos praticados. Impõe-se, diante de inconveniência e inoportunidade, a revogação do ato. Se existe ilegalidade presente, é o caso de invalidação por anulação. Neste sentido é a Súmula 473 do Supremo Tribunal Federal ("A Administração pode anular seus própriosatos quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial"). 
Princípio da Razoabilidade e Princípio da Proporcionalidade
A razoabilidade tem o sentido de coerência lógica nas decisões e medidas administrativas. A atuação administrativa não pode ser desarrazoada, ilógica ou incongruente. Deve ser a mais adequada para obter o fim legal (adequação entre os meios e os fins). (qualidade)
Já a proporcionalidade apresenta o sentido de exercício da competência administrativa na extensão ou intensidade apropriadas ao que seja realmente demandado para cumprimento da finalidade pública. (quantidade)
O STF em várias decisões afirmou que o princípio da razoabilidade está implícito no art. 5o., inciso LIV da Constituição. Seria o "princípio do devido processo legal substantivo".
Já a Lei n. 9.784, de 1999, consagra expressamente os princípios da razoabiliade e da proporcionalidade no art. 2o., caput.
4. - Poderes da Administração Pública
Os poderes administrativos nascem com a Administração. São verdadeiros instrumentos de trabalho do administrador. Daí serem considerados poderes instrumentais. São meios de que se vale a Administração, por seus agentes, para obter os objetivos previstos em lei.
1. Poder Vinculado. Também conhecido como poder regrado. É aquele que o direito confere à Administração Pública para a prática de ato de sua competência, determinando os elementos e requisitos necessários à sua formalização. A liberdade de ação do administrador é inexistente porque sua conduta é minuciosamente especificada na lei. Os Elementos vinculados serão sempre a competência e a finalidade. 
Crítica: Não é poder autônomo. Não é prerrogativa (ou poder), e sim, restrição.
2 - Poder Discricionário. É o que o direito confere à Administração de modo explícito ou implícito para a prática de atos administrativos com liberdade na escolha entre vários atos possíveis e lícitos. 
3 - Poder Hierárquico. É o decorrente das relações de subordinação, distribuição de funções e gradação de autoridade. 
Esse poder é típico da função administrativa. Não está presente no exercício da função legislativa ou judicial. Faculdades decorrentes: dar ordens, fiscalizar, delegar (o superior delega funções ao inferior), avocar (o superior chama para si funções, atribuições que tinham sido delegadas para o inferior) e rever.
4. Poder Disciplinar. É a faculdade de punir internamente as infrações funcionais dos servidores.
"São penalidades disciplinares: I - advertência; II - suspensão; III - demissão; IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade; V - destituição de cargo em comissão; VI - destituição de função comissionada" (art. 127 da Lei n. 8.112, de 1990).
5. Poder Regulamentar. Também chamado (numa concepção mais ampla) de normativo. É a faculdade de expedição de atos explicitadores e viabilizadores do cumprimento da lei. Não podem inovar o ordenamento (criar obrigações não previstas em lei).
6. Poder de Polícia. É a faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais em benefício da coletividade. Razão: É o interesse público. Fundamento: Supremacia do Estado (face interna da Soberania) Objeto: Bens, direitos e atividades que possam afetar a coletividade. Finalidade: É a proteção do interesse público. 
"Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou a abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas”
Uso e abuso de poder
O uso do poder é uma prerrogativa do agente público. O uso (normal) do poder implica na observância das normas constitucionais, legais e infralegais, além dos princípios explícitos e implícitos do regime jurídico-administrativo e na busca do interesse público.
O abuso do poder corresponde a um desvio do uso (normal). O abuso implica na entrada, pelo agente público, no campo da ilicitude.
São três as formas abuso de poder:
1. Excesso: quando a autoridade competente vai além do permitido na legislação.
2. Desvio de finalidade: quando o ato é praticado por motivos ou com fins diversos dos previstos na legislação.
3. Omissão: quando constata-se a inércia da Administração, a recusa injustificada em praticar determinado ato.
"conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público" (art. 5º., inciso LXIX da Constituição).
Servidores Públicos (compilação a partir da Constituição e da Lei n. 8.112, de 1990)
A. Movimento para o serviço público
(1) Inscrição do particular:
1.1. Precisa ser brasileiro que preencha os requisitos legais, ou estrangeiro na forma da lei.
1.2. Os requisitos legais são: (a) direitos políticos; (b) obrigações militares e eleitorais; (c) escolaridade; (d) pelo menos 18 anos; (e) aptidão física e mental e (f) outros fixados em LEI.
(2) Concurso Público:
2.1. Exigível para cargos e empregos.
2.2. Deve ser de provas ou provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego.
2.3. Pode ter até 2 (duas) etapas, com pagamento de inscrição, se for o caso.
2.4. É dispensado para os cargos comissionados e nas contratações temporárias.
2.5. O acesso ao cargo ou emprego sem concurso ou depois do prazo de validade implica em nulidade do ato e punição da autoridade responsável.
2.6. O edital, a lei do concurso, deve ser publicado no Diário Oficial e em jornal de grande circulação.
2.7. O prazo de validade é de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período.
2.8. Existe prioridade do aprovado sobre novos concursados, durante o prazo improrrogável previsto no edital, segundo a Constituição.
2.9. Não se abrirá novo concurso enquanto houver aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado.
(3) Nomeação:
3.1. Trata-se de provimento em caráter efetivo (não é cargo comissionado) pela autoridade competente de cada Poder.
(4) Posse:
4.1. Mediante a assinatura de termo próprio, onde constam as atribuições, deveres, responsabilidade e direitos inerentes ao cargo.
4.2. Pode ser efetivada por procuração específica.
4.3. Deve ser apresentada declaração de bens e valores e declaração sobre acumulação.
4.4. Não ocorrendo a posse, a nomeação será tornada SEM EFEITO.
4.5. Pressupõe prévia inspeção médica oficial.
(5) Exercício:
5.1. É o efetivo desempenho das atribuições do cargo.
5.2. Será exonerado o servidor empossado que não entrar em exercício
B. Movimento na carreira
Cargo é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional, criado por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, que deve ser cometido a um servidor.
Classe é o agrupamento de cargos da mesma profissão (ou categoria funcional), com idênticas atribuições, responsabilidades e vencimentos. As classes constituem os degraus de movimentação na carreira.
Carreira é o agrupamento de classes na mesma profissão (ou categoria funcional), escalonadas segundo a hierarquia do serviço, para acesso privativo dos titulares dos cargos que a integram.
Quadro é o conjunto de carreiras, cargos isolados e funções de um mesmo serviço, órgão ou Poder.
Segundo o art. 10, parágrafo único e o art. 17 da Lei n. 8.112, de 1990, a promoção é a forma de desenvolvimento do servidor na carreira.
O art. 39, §2o. da Constituiçãoestabelece que a participação em cursos de formação e aperfeiçoamento será um dos requisitos para a promoção na carreira.
C. Movimento no tempo
1.1. A jornada de trabalho semanal será de, no máximo, 40 horas, salvo casos específicos. Serão observados os limites mínimo e máximo de seis e oito horas diárias, respectivamente.
1.2. Haverá dedicação integral ao serviço para os ocupantes de cargo em comissão, podendo haver convocação no interesse da Administração.
2.1. Será submetida à autoridade competente a avaliação do desempenho do servidor.
3.1. O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, se estável.
3.2. O estável só perderá o cargo em virtude de: a) sentença judicial transitada em julgado; b) de processo administrativo disciplinar com garantia de ampla defesa; c) mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar e d) se não for cumprido o limite com despesa de pessoal previsto no art. 169, parágrafo quarto da Constituição.
3.3. O art. 19 do ADCT estabelece que "os servidores públicos civis da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da administração direta, autárquica e das fundações públicas, em exercício na data da promulgação da Constituição, há pelo menos cinco anos continuados, e que não tenham sido admitidos na forma regulada no art. 37, da Constituição, são considerados estáveis no serviço público".
4. A aposentadoria (direito à inatividade remunerada) será: 
4.1. Compulsória aos 70 anos com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.
4.2. Por invalidez permanente com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, salvo acidente em serviço e moléstias profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei.
4.3. Voluntária, com pelo menos dez anos de efetivo exercício e cinco anos no cargo em que se dará a aposentadoria: 
4.3.1. 60 anos de idade e 35 anos de contribuição, se homem, e 55 anos de idade e 30 anos de contruição, se mulher. Haverá redução de cinco anos, para idade e para tempo de contribuição, para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.
4.3.2. 65 anos de idade, se homem, e 60 anos de idade, se mulher, comproventos proporcionais ao tempo de contribuição.
4.4. Com a Emenda Constitucional n. 20, de 1998, os servidores públicos podem ser submetidos a dois regimes previdenciários: a) regime geral de previdência social, estabelecido no art. 201 e seguintes da Constituição (igual ao do trabalhador privado) e b) regime previdenciário próprio do servidor, previsto no art. 40 da Constituição. O primeiro regime aplica-se aos ocupantes de cargos efetivos. O segundo regime será observado para o servidor ocupante exclusivamente de cargo comissionado, cargo temporário ou de emprego público (art. 40, parágrafo treze da Constituição).
4.5. O art. 40, parágrafo quatorze da Constituição estabelece que "a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que instituam regime de previdência complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201".
D. formas de provimento
As formas de provimento do cargo público são: nomeação, promoção, readaptação (por limitação de capacidade física ou mental), reversão (retorno do aposentado por invalidez por insubsistência desta ou no interesse da Administração), reintegração (reinvestidura de estável na invalidação da demissão), recondução (retorno ao cargo anterior por inabilitação em estágio probatório ou reintegração do antigo ocupante) e aproveitamento (retorno do disponível).
E. Movimento com e sem o cargo
Remoção é deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no mesmo quadro, com ou sem mudança de sede. Já a redistribuição é o deslocamento do cargo, ocupado ou vago, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder.
F. Vacância (movimentos que vagam o cargo)
O cargo público ficará vago nas seguintes situações: exoneração, demissão, promoção, readaptação, aposentadoria, posse em outro cargo inacumulável e falecimento.
G. Exoneração
A exoneração (ou desligamento do serviço público) pode se dar "a pedido" (mediante requerimento do ocupante de cargo efetivo ou comissionado) ou "de ofício". A exoneração "de ofício" do ocupante de cargo efetivo poderá ocorrer: (a) na inabilitação em estágio probatório e (b) quando tomada posse o servidor não entra em exercício. A exoneração "de ofício" do ocupante de cargo comissionado será realizada a juízo da autoridade competente (exoneração ad nutum).
H. Direitos e Vantagens
H.1. Pecuniários
REMUNERAÇÃO (vencimento + vantagens pecuniárias permanentes) e SUBSÍDIO (consiste numa forma de retribuição em parcela única - exclui a possibilidade de percepção de vantagens pecuniárias variáveis). Serão obrigatoriamente remunerados por subsídios: (a) membro de Poder (art. 39, parágrafo quarto da Constituição); (b) detentor de mandato eletivo (art. 39, parágrafo quarto da Constituição); (c) membro do Ministério Público (art. 128, parágrafo quinto da CF); (d) membros da Advocacia-Geral da União, Procuradores dos Estados e do DF (art. 135 da CF); (e) Defensores Públicos (art. 135 da CF); (f) Ministros do TCU (art. 73, parágrafo terceiro da CF) e (g) servidores públicos policiais (art. 144, parágrafo nono da CF). Facultativamente, os servidores públicos organizados em carreira poderão ser remunerados por subsídios (art. 39, parágrafo oitavo da Constituição).
VANTAGENS, representadas por indenizações (ajuda de custo (destinada a compensar as despesas de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter exercício em nova sede), diárias e transporte (utilização de meio próprio de locomoção)), gratificações (retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento e natalina) e adicionais (por insalubridade/periculosidade/penosidade, por serviço extraordinário, noturno, de férias e outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho).
Revisão geral anual e igualitária.
O limite máximo de retribuição pecuniária foi alterado duas vezes, em relação ao texto original da Constituição de 1988, pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998 e pela Emenda Constitucional n. 41, de 2003. Neste sentido, o art. 37, inciso XI da Carta Magna já recebeu as seguintes redações:
"a lei fixará o limite máximo e a relação de valores entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, observados, como limites máximos e no âmbito dos respectivos poderes, os valores percebidos como remuneração, em espécie, a qualquer título, por membros do Congresso Nacional, Ministros de Estado e Ministros do Supremo Tribunal Federal e seus correspondentes nos Estados, no Distrito Federal e nos Territórios, e, nos Municípios, os valores percebidos como remuneração, em espécie, pelo Prefeito" (Constituição de 1988)
"a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal" (EC n. 19, de 1998)
"a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demaisagentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como li-mite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Es-taduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o sub-sídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tri-bunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos" (EC n. 41, de 2003)
O Supremo Tribunal Federal, em sessão administrativa realizada em 24 de junho de 1998, "presentes os Senhores Ministros Celso de Mello (Presidente), Moreira Alves, Néri da Silveira, Sydney Sanches, Octávio Gallotti, Sepúlveda Pertence, Carlos Velloso, Marco Aurélio, Ilmar Galvão, Maurício Corrêa e Nelson Jobim, resolveu: 1º) deliberar, por 7 votos a 4, vencidos os Ministros Sepúlveda Pertence, Carlos Velloso, Marco Aurélio e Ilmar Galvão, que não são auto-aplicáveis as normas do art. 37, XI, e 39, par. 4º, da Emenda Constitucional nº 19, de 4 de junho de 1998, porque a fixação do subsídio mensal, em espécie, de Ministro do Supremo Tribunal Federal - que servirá de teto -, nos termos do art. 48, XV, da Constituição, na redação do art. 7º da referida Emenda Constitucional nº 19, depende de lei formal, de iniciativa conjunta dos Presidentes da República, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal. Em decorrência disso, o Tribunal não teve por auto-aplicável o art. 29 da Emenda Constitucional n.º 19/98, por depender, a aplicabilidade dessa norma, da prévia fixação, por lei, nos termos acima indicados, do subsídio do Ministro do Supremo Tribunal Federal. Por qualificar-se, a definição do subsídio mensal, como matéria expressamente sujeita à reserva constitucional de lei em sentido formal, não assiste competência ao Supremo Tribunal Federal, para, mediante ato declaratório próprio, dispor sobre essa específica matéria. Deliberou-se, também, que, até que se edite a lei definidora do subsídio mensal a ser pago a Ministro do Supremo Tribunal Federal, prevalecerão os tetos estabelecidos para os Três Poderes da República, no art. 37, XI, da Constituição, na redação anterior à que lhe foi dada pela EC 19/98, vale dizer: no Poder Executivo da União, o teto corresponderá à remuneração paga a Ministro de Estado; no Poder Legislativo da União, o teto corresponderá à remuneração paga aos Membros do Congresso Nacional; e no Poder Judiciário, o teto corresponderá à remuneração paga, atualmente, a Ministro do Supremo Tribunal Federal."
Eis um quadro demonstrativo da evolução do regramento do limite máximo de retribuição:
Paridade entre os vencimentos pagos pelos Poderes, tomado o Poder Executivo como limite máximo.
Vedação de vinculações e equiparações remuneratórias.
Possibilidade de fixação da relação entre a maior e a menor remuneração.
Proibição do "efeito cascata" (adicionais remuneratórios concedidos de forma cumulativa).
Irredutibilidade de remunerações e subsídios.
H.2. Não pecuniárias
Livre associação sindical.
Greve, nos termos e limites definidos em lei específica.
Aplicação dos direitos trabalhistas expressamente enumerados no art. 39, §3o. da Constituição.
Organização de planos de carreira com desenvolvimento mediante promoção.
Disponibilidade, na extinção do cargo ou declaração de sua desnecessidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
FÉRIAS (30 dias; acumuláveis até dois períodos; necessidade de doze meses de exercício para o primeiro período aquisitivo; pagamento até dois dias antes do início; possibilidade de parcelamento em até 3 etapas e possibilidade de interrupção).
LICENÇAS (doença em pessoa da família; afastamento do cônjuge ou companheiro; serviço militar; atividade política; para capacitação; tratar de interesses particulares; mandato classista).
AFASTAMENTOS (servir em outro órgão ou entidade; mandato eletivo e estudo ou missão no exterior).
CONCESSÕES (doação de sangue (1 dia); alistamento eleitoral (2 dias); casamento (8 dias); falecimento de parente (8 dias); horário especial para estudante e portador de deficiência).
DIREITO DE PETIÇÃO, exercitável pela via hierárquica.
TEMPO DE SERVIÇO (contagem para todos os efeitos do tempo de serv. púb. federal e de Forças Armadas; apuração em dias e conversão em anos; afastamentos considerados de efetivo exercício; contagem para efeito de aposentadoria e disponibilidade (serv. púb. est./mun./DF; atividade privada vinculada a Previdência Social); vedação de contagem concomitante.
I. Regime Disciplinar
I.1. Deveres
São deveres do servidor, além de outros: zelo, dedicação, lealdade, observância das normas e ordens superiores (exceto quando manifestamente ilegais), presteza, economia, conservação, sigilo, conduta moralmente compatível, assiduidade, pontualidade, urbanidade, representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder e apontar as irregularidades de que tiver ciência (representando pela via hierárquica).
I.2. Proibições
São proibições aplicáveis ao servidor, além de outras: ausentar-se sem prévia autorização do chefe imediato, retirar qualquer documento ou objeto da repartição, recusar fé a documentos públicos, opor resistência injustificada ao andamento de documento, valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, participar de gerência ou administração de empresa privada, exercer o comércio, receber propina, comissão, presente ou vantagem.
I.3. Acumulação
A regra é a proibição da acumulação remunerada de cargos públicos. Estende-se a cargos, empregos e funções em qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Envolve a Administração Indireta dos entes estatais, portanto, autarquias, fundações, sociedades de economia mista, empresas públicas e mesmo as empresas controladas e subsidiárias.
Excepcionalmente, admite-se a acumulação, desde que comprovada a compatibilidade de horários, entre: (a) dois cargos de professor; (b) um cargo de professor e um cargo técnico ou científico e (c) dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde com profissões regulamentadas.
Considera-se acumulação proibida a percepção de vencimento de cargo ou emprego público efetivo com proventos da inatividade, salvo quando os cargos de que decorram essas remunerações forem acumuláveis na atividade.
I.4. Responsabilidades
O servidor público está submetido a responsabilidades da seguinte ordem: (a) CIVIL, decorrente de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros; (b) PENAL, que abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor nessa qualidade e (c) ADMINISTRATIVA, que resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou função.
As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se sendo independentes entre si. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.
As reposições e indenizações ao Erário (cofres públicos) serão previamente comunicadas para pagamento. No caso de indenização de prejuízo dolosamente causado somente será utilizado o desconto na falta de bens que assegurem a execução do débito pela via judicial.
I.5. Penalidades
As sanções ou penalidades disciplinares aplicáveis ao servidor público são: (a) ADVERTÊNCIA (por escrito); (b) SUSPENSÃO (até noventa dias); (c) DEMISSÃO; (d) CASSAÇÃO DE APOSENTADORIA OU DISPONIBILIDADE; (e) DESTITUIÇÃO DE CARGO EM COMISSÃO e (f) DESTITUIÇÃO DE FUNÇÃO COMISSIONADA.
I.6. Processo Administrativo Disciplinar(1) Tipificação e Indiciação. Posteriormente, ocorre a citação do servidor indiciado.
(2) Defesa Escrita. Prazo de 10 dias a partir da citação.
(3) Relatório Conclusivo
Nos termos do art. 143 da Lei n. 8.112, de 1990, a autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar.
Da sindicância poderá resultar: (a) arquivamento do processo; (b) aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até 30 (trinta) dias e (c) instauração de processo disciplinar.
Como medida cautelar, a autoridade instauradora do processo disciplinar poderá determinar o seu afastamento do exercício do cargo pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, prorrogável por igual prazo.
O processo disciplinar será conduzido por três servidores estáveis designados pela autoridade competente e de desenvolve nas seguintes fases: (a) inatauração; inquérito (instrução, defesa e relatório) e (c) julgamento. O prazo para conclusão dos trabalhos é de 60 (sessenta) dias, prorrogável por igual período.
O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a inadequação da penalidade aplicada (art. 174 da Lei n. 8.112, de 1990).
A Lei n. 8.112, de 1990, precisamente em seu art. 133, prevê a realização de procedimento sumário para a apuração da acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções e para apuração de abandono de cargo ou inassiduidade habitual.
J. Seguridade Social do Servidor
J.1. Benefícios ao Servidor: APOSENTADORIA, AUXÍLIO-NATALIDADE, SALÁRIO-FAMÍLIA, LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE, LICENÇA À GESTANTE, À ADOTANTE E LICENÇA-PATERNIDADE, LICENÇA POR ACIDENTE EM SERVIÇO, ASSISTÊNCIA À SAÚDE e GARANTIA DE CONDIÇÕES INDIVIDUAIS E AMBIENTAIS DE TRABALHO SATISFATÓRIAS.
J.2. Benefícios ao Dependente: PENSÃO VITALÍCIA E TEMPORÁRIA, AUXÍLIO-FUNERAL, AUXÍLIO-RECLUSÃO e ASSISTÊNCIA À SAÚDE.
L. Contratação Temporária de Excepcional Interesse Público
Disciplinado pela Lei nº 8.745, de 9 de dezembro de 1993. Foram revogados os arts. 232 a 235 da Lei nº 8.112/90 que tratavam do assunto.
Mediante contrato por tempo determinado, precedido de processo seletivo simplificado, o Poder Público poderá admitir pessoal para: combater surtos epidêmicos, fazer recenseamento, atender a situações de calamidade pública, substituir a professor ou admitir professor visitante, admitir professor e pesquisador visitante estrangeiro e atividades especiais nas Forças Armadas.
M. Outros
O art. 243 da Lei n. 8.112, de 1990, submeteu ao seu regime jurídico os servidores públicos regidos pela Lei n. 1.711, de 1952, e pela Consolidação das Leis do Trabalho. Assim, realizou os ditames do art. 39, caput da Constituição, como redigido antes da EC n. 19, de 1998, que preconizava a existência de "regime jurídico único". Convém consignar que a EC n. 19, de 1998, eliminou a necessidade de "regime jurídico único".
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Bom Estudo !!!!!!!!
ATENÇÃO: COMPLEMENTAR A APOSTILA COM A MATÉRIA EXPLICADA EM AULA.
E lembrem-se:
“No caminho do sucesso profissional não existem lugares marcados. Cada um, através de esforço, dedicação e perseverança, pode conquistar o seu espaço.”
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