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direito constitucional I aulas 10 UPF

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ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
Arts. 18 a 43 da CF-88
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REPÚBLICA FEDERATIVA
(UNIÃO FEDERAL)
A RFB é formada pela União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios.
A União possui “dupla personalidade”, pois tem papel interno (como qualquer outro ente federativo) e internacional (onde representa a RFB, que é o ente soberano).
A Capital Federal é Brasília, que está localizada dentro do Distrito Federal.
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BENS DA UNIÃO
O art. 20 da CF-88 traz a relação dos bens pertencentes à União. Em especial é preciso mencionar a inovação trazida pela EC 46-2005 no que respeita as ilhas fluviais e lacustres e que resolveu um problema “discriminatório” antigo (que gerava tratamento diferenciado aos moradores de municípios situados em ilhas, como pagamento de vários tributos, dificuldades em conseguir empréstimos por não ter titulo de propriedade, etc.).
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COMPETÊNCIAS DA UNIÃO
Competência não legislativa (administrativa): trata da atuação político-administrativa e regulamente o campo do exercício das funções governamentais, podendo ser exclusiva da União (indelegabilidade – art. 21), ou comum, também chamada concorrente e que pode ser usada pelos demais entes federativos (art. 23).
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Competência legislativa: trata-se da competência de elaborar leis, sendo que o art. 22 da CF-88 trata da privativa e o art. 24 da competência concorrente. A privatividade não é absoluta, pois pode outro ente federativo ser autorizado mediante lei complementar a legislar (art. 22, § único). Em relação a competência concorrente a União elabora normas gerais, se a União for inerte, poderão os demais entes federativos procederem a elaboração da norma. Se após elaborada a lei por outro ente federativo e a União regulamentar a matéria, a norma inferior terá sua eficácia suspensa (não será revogada) no que for incompatível com a lei hierarquicamente superior.
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DAS REGIÕES ADMINISTRATIVAS OU DE DESENVOLVIMENTO
O art. 43 da CF, visando a efetivação do disposto no inciso III do art. 3º estabelece que a União poderá, visando o desenvolvimento e redução das desigualdades regionais, implementar ações e incentivos para determinadas regiões, como por exemplo a criação da SUDENE (superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), SUDECO (centro-oeste) e SUDAM (amazônia).
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ESTADOS MEMBROS
São entes autônomos, por terem capacidade de auto-organização, autogoverno, autoadministração e autolegislação.
Auto-organização: prevista no art. 25 da CF; 
Autogoverno: arts. 27, 28 e 125 que trazem regras para a estruturação dos poderes: legislativo (assembléia), executivo (governador) e judiciário (juízes e tribunais).
Autoadministração e autolegislação: arts. 18 e 25 a 28, regras de competência legislativa e não legislativa.
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FORMAÇÃO DOS ESTADOS-MEMBROS
Processo de formação (art. 18, § 3º): os Estados poderão incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se, mas para isso precisam passar por um processo com as seguintes fases:
a) Plebiscito: meio pelo qual a população aprovará (ou não) a formação do novo Estado. Não havendo aprovação, não se passa para a fase seguinte, eis que esta é condição prévia, essencial e prejudicial a fase seguinte.
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b) Propositura do projeto de lei complementar: sendo favorável o resultado do plebiscito, será proposto projeto de lei perante qualquer das casas do Congresso (art. 4º, § 1º da Lei 9.709/98.
c) Audiência das assembleias legislativas: compete a casa onde foi dado inicio ao projeto de lei proceder a audiência das assembleias legislativas (sendo que o parecer não tem efeito vinculante – eventual discordância não impede a continuidade do processo).
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d) Aprovação pelo Congresso Nacional: colhida a manifestação das assembleias, passa-se à fase de aprovação do projeto de lei, que se dará por maioria absoluta (art. 69 CF/88).
O Congresso não está obrigado a aprovar o projeto de lei, tampouco o Presidente a sancioná-lo, tendo ambos o poder discricionário, mesmo diante da manifestação plebiscitária favorável.
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INSTITUTOS DE FORMAÇÃO DOS ESTADOS-MEMBROS
1. Fusão: ocorre quando dois ou mais Estados se unem geograficamente (incorporam-se) formando um terceiro e novo Estado ou Território, distinto dos anteriores, que perderão sua identidade primitiva.
2. Cisão: ocorre quando um Estado subdivide-se, formando dois ou mais estados novos. O estado originário que subdividiu-se desaparece, deixando de existir politicamente.
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3. Desmembramento: ocorre quando um ou mais Estados cedem parte de seu território para formar um novo estado ou território que não existia ou de anexar (a parte desmembrada) a um outro estado já existente. Regra geral o estado originário não desaparece (ex. Goiás e Tocantins, MT e MS).
3.1 Desmembramento anexação: a parte desmembrada vai anexar-se a um estado já existente. Não há criação nem extinção de estados, apenas aumento territorial e populacional para o que recebe o anexo.
3.2 Desmembramento formação: a parte desmembrada formará um novo estado ou território.
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BENS DOS ESTADOS-MEMBROS
Previsto no art. 26 da CF/88.
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COMPETÊNCIAS DOS ESTADOS-MEMBROS
1. Competência não legislativa (administrativa):
1.1 Comum (cumulativa ou paralela): trata-se de competência comum aos quatro entes federativos, com previsão no art. 23.
1.2 Residual (remanescente ou reservada): o que não for vedado ao estado ou o que sobrar (resíduo) da competência dos demais entes federativos (União – art. 21; DF – art. 23; Municípios - 30, III a IX e comum – 23).
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2. Competência legislativa:
2.1 Expressa: art. 25, caput, capacidade de auto-organização.
2.2 Residual: 25, § 1º, toda competência que não for vedada ou que não for atribuída a outro ente.
2.3 Delegada pela União: 22, par. único, a União poderá autorizar os Estados a legislar sobre matérias de sua competência. A autorização se dá por meio de lei complementar.
2.4. Concorrente: art. 24, a competência dar-se-á entre a União, Estados e DF, sendo que a primeira faz normas gerais e os demais normas específicas.
2.5 Suplementar: art. 24, §§ 1º ao 4º. No âmbito da competência concorrente se a União for inerte, poderá o Estado suplementá-la.
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MUNICÍPIOS
Auto-organização: art. 29, caput. Organizam-se através de Leio Orgânica, atendidos os princípios da CF e da CE.
Autogoverno: elege prefeito, vice e vereadores.
Autoadministração e autolegislação: competências para o processo legiferante.
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FORMAÇÃO DOS MUNICÍPIOS
Os municípios podem ser criados, incorporados, fundidos ou desmembrados (art. 18, § 4º), desde que sigam as seguintes etapas:
a) Lei complementar federal: determinando o período para que ocorra uma das situações acima, bem como o procedimento.
b) Estudo de viabilidade municipal: que deve ser apresentado, publicado e divulgado na forma da lei, dando conta da viabilidade em se criar um novo município.
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c) Plebiscito: se o estudo de viabilidade for favorável, é feita consulta às populações dos municípios envolvidos, para aprovarem ou não. O plebiscito é convocado pela Assembleia Legislativa.
d) Lei Estadual: dentro do período que a lei complementar federal definir, tendo havido estudo de viabilidade e aprovação em plebiscito, a criação, incorporação, fusão ou desmembramento se dará por lei estadual.
O plebiscito é condição de procedibilidade para a elaboração da lei estadual. Se favorável, terá o legislador a discricionariedade de aprovar ou rejeitar o projeto de lei, que mesmo aprovada poderá ser vetada pelo governador.
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COMPETÊNCIAS DOS MUNICÍPIOS
1. Competências não legislativas (administrativas):
1.1 Comum (cumulativa): é competência que alcança os 4 entes da federação (art. 23).
1.2 Privativa (enumerada): são as previstas no art. 30, incisos III a IX e que competem apenas aos municípios.
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2. Competências legislativas: processo legiferante – criação de leis.
2.1 Expressa: art. 29, caput. É a capacidade
de auto-organização que se dá através da lei orgânica.
2.2 Interesse local: art. 30, I, trata do interesse local, ou seja, da peculiaridades de cada localidade.
2.3 Suplementar: art. 30, II. Compete ao município suplementar a legislação federal e estadual no que couber, mas sempre tomando por base o interesse local.
2.4 Plano diretor: art. 182, § 1º. Obrigatório para cidades com mais 20.000 habitantes, serve de base para a política de desenvolvimento e expansão urbana.
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DISTRITO FEDERAL
É uma unidade federada autônoma, pois possui:
Auto-organização: art. 32, caput. Regido por lei orgânica.
Autogoverno: art. 32, §§ 2º e 3º. Eleição para Governador, vice e deputados distritais.
Autoadministração e autolegislação: competências legislativas e não legislativas, conforme abaixo.
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COMPETÊNCIAS DO DISTRITO FEDERAL
1. Competências não legislativas (administrativa):
1.1 Comum (cumulativa): não legislativa e comum a todos os entes da federação (art. 23).
2. Competências legislativas: o art. 32, § 1º estabelece que ao DF são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios.
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TERRITÓRIOS FEDERAIS
Natureza jurídica: apesar de ter personalidade, o território não tem autonomia política, sendo apenas uma descentralização administrativo-territorial da União (uma autarquia) e que integra esta (art. 18, § 2º).
Hoje não existem mais territórios no Brasil, pois Amapá e Roraima foram transformados em estados pelo art. 14, caput do ADCT. E Fernando de Noronha foi extinto e reincorporado ao estado de Pernambuco.

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