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classificação das obrigações

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CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
Modalidades – espécies
Não há uniformidade entre os doutrinadores, variando conforme o enfoque
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I.Obrigações consideradas em si mesmo.
II.Obrigações reciprocamente consideradas.
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I.Obrigações consideradas em si mesmo
1.Quanto ao seu vínculo
2.Quanto ao seu objeto
3.Quanto ao modo de execução
4.Quanto ao tempo de adimplemento
5.Quanto aos elementos acidentais
6.Quanto a pluralidade de sujeitos
7.Quanto ao conteúdo
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1.Quanto ao seu vínculo
1.1.Obrigação civil 
1.2.Obrigação imperfeita
A) moral
B)natural
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1.1.Obrigação civil
Também chamada de perfeita.
Quando acharmos todos os elementos constitutivos da relação: sujeito, objeto e vínculo.
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Na obrigação civil há um vínculo jurídico que sujeita o devedor à realização de uma prestação positiva ou negativa no interesse do credor, estabelecendo um liame entre os dois sujeitos, abrangendo o dever da pessoa obrigada e sua responsabilidade em caso de inadimplemento, o que possibilita ao credor recorrer a intervenção estatal.
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Portanto, a obrigação civil, no caso de inexecução, possibilita que o devedor seja constrangido ao seu adimplemento
Assim a obrigação civil encontra respaldo no direito positivo, podendo seu cumprimento ser exigido pelo credor por meio da ação.
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1.2.Obrigação imperfeita
Ao contrário da obrigação civil o credor não tem ação para poder exigir o adimplemento pelo devedor.
Nas obrigações imperfeitas apesar de se ter o sujeito ativo e o passivo, e o objeto, falta a responsabilidade do devedor, de modo que não há o direito de ação para exigir seu cumprimento.
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A obrigação imperfeita se classifica em
-moral
-natural
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1.2.a.Obrigação moral
	Sendo obrigação imperfeita o credor não tem ação para poder exigir seu cumprimento pelo devedor.
	É a que fundada no vinculum solius aequitatis, sem obligatio, constitui mero dever de consciência, sendo cumprida apenas por questão de princípios; logo sua execução é mera liberalidade.
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As obrigações morais são aquelas cumpridas por questão de princípios.
Ex. a obrigação de cumprir determinação de últimas vontade que não tenha sido expressa em testamento.
Ex.obrigação de socorrer pessoas necessitadas.
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1.2.b.Obrigação natural
	A obrigação natural é a obrigação imperfeita em si mesma.
	Quando falta poder de garantia ou responsabilidade do devedor.
	Não tem ação para poder se exigir o seu adimplemento. 
	
	Ex. dívida de jogo
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Na obrigação civil o vínculo jurídico está provido de ação que efetiva a prestação do devedor, assim está juridicamente vinculado à execução da prestação estabelecida, desta forma se o devedor não cumprir o credor tem o direito de reclamá-la judicialmente.
Ao contrário, na obrigação natural o credor não possui o direito de ação para compelir o devedor a cumpri-la, falta-lhe o vinculum juris.
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2.Obrigações quanto ao seu objeto
2.1. Em relação à natureza do objeto
	
	2.1.1.Obrigações positivas
		a)dar coisa certa
		b) dar coisa incerta
		c)fazer
	
	2.1.2.Obrigações negativas
		a)não fazer
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2.2.Em relação à liquidez do objeto
	
	2.2.1.Obrigação líquida
	
	2.2.2.Obrigação ilíquida
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2.1.1.Obrigações positivas
Os sujeitos de direito possuem um comportamento positivo, um comportamento ativo.
Deve existir uma ação do sujeito
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Obrigação de dar 
Primeiramente devemos analisar a obrigação de dar, que consiste na entrega de alguma coisa, ou seja, na tradição de uma coisa, um objeto, pelo devedor ao credor.
É aquela em que a prestação do obrigado é essencial à constituição ou transferência do direito real sobre a coisa.
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2.1.1.a.Obrigação de dar coisa certa
Estabelece entre as partes um vínculo pelo qual o devedor se compromete a entregar ou restituir ao credor um objeto perfeitamente determinado.
Objeto é um corpo certo e individuado.
Ex. o veículo VW gol, ano 2005, placas n......., chassi n......
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2.1.1.b.Obrigação de dar coisa incerta
Tem por objeto a entrega de coisa não considerada em sua individualidade, mas no gênero a que pertence.
O objeto da relação obrigacional é indicado de forma genérica no início da relação, e vem a ser determinado mediante um ato de escolha por ocasião do adimplemento.
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A coisa na obrigação de dar coisa incerta será indicada pelo menos pelo gênero e quantidade – art. 243.
Ex. 200 sacas de feijão
		 200 sacas de soja
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2.1.1.c.Obrigação de fazer
O devedor se vincula a determinado comportamento, consistente em praticar um ato ou realizar uma tarefa donde decorre uma vantagem para o credor.
Poderá ser um trabalho físico ou intelectual, a prática de um ato jurídico.
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Assim a obrigação de fazer vincula o devedor à prestação de um serviço ou ato, seu ou de terceiro, em benefício do credor ou de terceiro.
Ex. empreiteiro na construção de uma casa, um escritor na elaboração de um artigo para o jornal.
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2.1.2.Obrigação negativa
Exige um comportamento comissivo do agente.
Uma omissão.
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2.1.2.a.Obrigação de não fazer
É aquela obrigação em que o devedor assume um compromisso de se abster de um fato que poderia praticar livremente se não fosse o vínculo que o prende.
	
	Portanto exige-se um comportamento negativo do agente, uma omissão.
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Ex.sujeito que se compromete não vender a casa a não ser para o credor; o industrial que se compromete a vender toda a sua produção a um só consumidor.
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2.2.Obrigação em relação à liquidez do objeto
2.2.1.Obrigação líquida.
2.2.2.Obrigação ilíquida
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2.2.1.Obrigação líquida
É a obrigação certa quanto a sua existência e determinada quanto o seu objeto.
Ex. pagarei R$ 1.000,00 (hum mil reais).
Ex.60 (sessenta) sacas de soja, tipo indústria, livre de impurezas e umidade.
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2.2.2.Obrigação ilíquida
Quando seu objeto depende de apuração prévia pois o montante ou o valor apresenta-se incerto.
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É incerta quanto à sua quantidade, que se torna certa pela liquidação – art.783 CPC e art. 947 do CC.
Portanto, deve se converter em obrigação líquida para que possa ser cumprida pelo devedor.
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A obrigação ilíquida é diferente da obrigação de dar coisa incerta.
Na obrigação de dar coisa incerta a incerteza nasce com a obrigação, é característica inerente à sua existência.
Na obrigação ilíquida a incerteza não é originária, o devedor sabe que deve mas falta apurar o montante.
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3.Obrigação quanto ao modo de execução
3.1.Simples
3.2.Cumulativo
3.3.Alternativa
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3.1.Obrigação simples
É aquela cuja prestação recai somente sobre uma coisa (certa ou incerta) ou sobre um ato (fazer ou não fazer).
O devedor libera-se quando a cumprir.
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Ex. entregar um quadro de Rafael, a de dar 30 sacas de açúcar, a de pagar uma dívida, a de restituir certo objeto, a de pintar um automóvel e a de não cantar em determinado teatro.
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3.2.Obrigação cumulativa
Consiste num vínculo jurídico pelo qual o devedor se compromete a realizar diversas prestações, de tal modo que não se considerará cumprida a obrigação até a execução de todas as prestações prometidas, sem exclusão de nenhuma.
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Portanto, são várias as prestações e todas elas devem ser cumpridas pelo devedor.
Ex. a entrega da casa com os móveis.
Só se libera do liame obrigacional prestando as duas obrigações
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Na obrigação cumulativa apesar de existirem duas prestações, é como se fossem autônomas.
Ex.empreitada de material e obra.
Material (dar) + realização serviços (fazer)
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3.3.Obrigação alternativa
É a obrigação que contém duas ou mais prestações com objetos distintos, e da qual o devedor se libera com o cumprimento de uma só delas, mediante escolha sua ou do devedor
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Portanto, é quando existe mais de uma prestação mas o devedor se libera se cumprir
uma delas, porque constitui o débito.
Ex. lavrador que promete entregar determinado número de sacas de café ou tantos fardos de algodão
O credor não pode exigir ambas as prestações
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Obrigações facultativas
Existem doutrinadores que citam ainda as obrigações facultativas que são aquelas que não tendo por objeto senão uma só prestação, permite a lei ou o contrato ao devedor substituí-la por outra, para facilitar-lhe o pagamento.
Não existe previsão no CC.
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Ex. se obriga a entregar 50 sacas de feijão ou a importância de R$ 15.000,00
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4.Obrigações quanto ao seu tempo de adimplemento
4.1.Momentânea, instantânea ou transeunte.
4.2.Periódica, continuada ou sucessiva
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4.1.Obrigação Momentânea, instantânea ou transeunte
Se consuma num só ato, sendo cumprida imediatamente após sua constituição.
Ex. compra e venda à vista
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4.2.Obrigação periódica, continuada ou sucessiva
Também designada como de trato sucessivo.
Se cumpre por meio de atos reiterados.
Ex.compra e venda à prazo ou em prestações periódicas.
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4.3.Obrigação diferida
Alguns doutrinados citam ainda a classificação em obrigação de execução diferida.
Quando o cumprimento deve ser realizado em um só ato mas em momento futuro.
Ex. entrega de uma determinada coisa em data posterior.
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5.Obrigações quanto aos elementos acidentais
5.1.Condicional
5.2.Modal
5.3.A termo
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5.1.Obrigação condicional
É a que contém cláusula que subordina seu efeito a evento futuro e incerto.
Condição.
Ex. prometo tanto em dinheiro se ganhar na loteria.
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5.2.Obrigação modal
Também chamada obrigação com encargo.
Se encontra onerada por cláusula acessória que impõe um ônus ao beneficiário de determinada relação jurídica.
Ex. doação de um terreno feita ao município com o ônus de construir sobre tal imóvel um asilo.
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5.3.Obrigação a termo
As partes subordinam os efeitos da obrigação do negócio jurídico a um evento futuro e certo.
Termo.
Ex. contrato de locação celebrado no dia 20 de determinado mês e inicia sua vigência no dia 1o. do mês seguinte.
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6.Obrigação quanto à pluralidade de sujeitos
6.1.Divisível e indivisível.
6.2.Solidárias
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6.1 Divisível e Indivisível
DIVISÍVEL – é aquela cuja prestação é suscetível de cumprimento parcial, sem prejuízo de sua substância, de modo que havendo pluralidade subjetiva, tal obrigação se presumirá dividida em tantas obrigações quantos forem os credores ou devedores.
 
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Portanto, o objeto da prestação pode ser dividido entre os sujeitos
Ex. se se repartir uma saca de café, cada parte conservará as qualidades do produto.
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INDIVISÍVEL – é aquela cuja prestação só pode ser cumprida por inteiro, não comportando sua cisão em várias obrigações parceladas.
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Objeto da prestação não pode ser dividido entre os sujeitos.
Ex. um cavalo vivo dividido ao meio
Ex. um quadro de Portinari partido ao meio
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Só interessa saber se a obrigação é divisível ou indivisível se existe multiplicidade de credores ou devedores
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6.2.Obrigações solidárias
São aquelas em que, havendo multiplicidade de credores ou de devedores, ou de uns e outros, cada credor terá direito a totalidade da prestação, como se fosse o único credor, ou cada devedor estará obrigado pelo débito todo, como se fosse o único devedor.
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As obrigações solidárias resultam da lei ou da vontade das partes.
Portanto, ocorre quando existirem vários devedores solidários, onde cada um deles responde pela dívida inteira, e, após, o devedor cumprir sozinho poderá cobrar regressivamente a quota parte do outro.
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Ex. se A e B causarem dano no prédio de C, no valor de R$ 100.000,00, como a obrigação é solidária, em razão do art. 942 do CC, C poderá exigir de um só deles, de B por exemplo, o pagamento integral daquela quantia. Assim se B pagar a indenização por inteiro A ficará exonerado perante C.
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7.Obrigações quanto ao conteúdo
7.1.De meio
7.2.De resultado
7.3.De garantia
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7.1.Obrigação de meio
Quando o devedor promete esforços para alcançar um resultado, mas sem se vincular em obtê-lo.
Ex. médico que se propõe tratar um doente, em garantir a cura.
Ex. advogado que oferece sua atividade, sem contudo prometer resultado
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Portanto, obrigação de meio é aquela em que o devedor se obriga tão-somente a usar a prudência e diligência normais na prestação de certo serviço para atingir um resultado, sem, contudo, se vincular a obtê-lo.
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7.2.Obrigação de resultado
É aquela em que o credor tem direito de exigir do devedor a produção de um resultado sem o que se terá o inadimplemento da relação obrigacional.
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Quando o devedor se obriga pelo resultado.
Quando a obrigação for de resultado e o devedor não apresentá-lo é inadimplente
Ex. médico cirurgião plástico.
Ex. mecânico que se compromete pelo conserto do automóvel.
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7.3.Obrigação de garantia
Visa eliminar um risco que pesa sobre credor.
Ex. Obrigação do fiador, do segurador
O objetivo é dar maior segurança ao credor.
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Portanto, é a que tem por conteúdo a eliminação de um risco, que pesa sobre o credor.
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II.Obrigações reciprocamente consideradas
1.Principal.
2.Acessória
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II.1.Obrigação principal
Subsistem por si sem depender de qualquer outra obrigação.
Ex.entrega de uma coisa no contrato de compra e venda
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Portanto, obrigação principal, é a existente por si, abstrata ou concretamente, sem qualquer sujeição a outras relações jurídicas.
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II.2.Obrigação acessória
Tem sua existência subordinada a outra relação jurídica, ou seja, dependem da obrigação principal.
Ex. fiança, cláusula penal, juros.
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Portanto, obrigação acessória é aquela cuja existência supõe a principal.

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