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Clausulas Abusivas no Código de Defesa do Consumidor

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INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo principal analisar de forma clara e objetiva o tema Cláusulas Abusivas no Direito Consumerista.
Do conceito de Cláusulas Abusivas podemos verificar que o Consumidor, de modo geral para a doutrina e jurisprudência, é parte hipossuficiente nas relações de consumo, ou seja, a parte mais fraca de qualquer relação contratual.
Deste modo o Código de Defesa do Consumidor, instituído por meio da Lei nº. 8.078 de 1990 têm por premissa fundamental proteger o consumidor, assegurando-o contra as práticas e cláusulas abusivas impostas nos fornecimento de produtos e serviços das transações estabelecidas no universo jurídico consumerista.
Neste diapasão, com a introdução desta Lei, o consumidor poderá solicitar, em juízo, a alteração ou a exclusão de uma cláusula considerada abusiva, pois a Lei o concede e garante esta premissa.
Ademais, no Código de Defesa do Consumidor foram introduzidas diretrizes para inibir determinadas práticas no mundo jurídico, incluindo um rol exemplificativo e princípios de boa fé, visando estabelecer uma proteção de fato no Direito Consumerista, bem como o equilíbrio deste.
CLÁUSULAS ABUSIVAS
O conceito de abusividade é fundamental para a leitura do Código de Defesa do Consumidor, pois ele possui três pontos importantes regulados pela Lei, que seria a pratica comercial, a publicidade e o contrato; proibido assim que em qualquer desses momentos estejam presente o abuso.
Nesta linha de entendimento as cláusulas abusivas são aquelas que colocam o consumidor em desvantagem nos contratos de consumo, são também chamadas de cláusulas opressivas, vexatórias, onerosas ou excessivas.
O Código de Defesa do Consumidor não definiu o instituto das cláusulas abusivas, enumerando apenas um rol explicativo em seu artigo 51, possibilitando que a tal abusividade se apresente de forma diversa da no caso concreto.
Alguns doutrinadores mencionam que abusivas são cláusulas que, em contratos entre as partes de desigual força, reduzem unilateralmente as obrigações do contratante mais forte ou agravam as do mais fraco, ou seja, a do consumidor, criando uma situação de grave desequilíbrio entre elas, são cláusulas que destroem a relação de equivalência entre prestação e contraprestação. 
Esta definição é a mais adequada para abranger o Direito Consumerista de forma a proteger os personagens das transações de prestação de serviços ou produtos de forma efetiva, não desconsiderando o preceito basilar de hipossuficiência do consumidor, do mesmo modo que garante também proteção a fornecedores.
Uma cláusula contratual poderá ser entendida como abusiva quando se constitui um abuso de direito, também será considerada abusiva se fere a boa fé objetiva, pois, segundo a expectativa geral, de todas e quaisquer pessoas, há que haver equivalência em todas as trocas.
Portanto, em regra, cláusula abusiva são aquelas que estabelecem obrigações iníquas, que colocam em desvantagem indiscriminada um dos contraentes, ferindo o principio da boa fé e da equidade, deste modo, pressupõe a existência de um direito subjetivo, tornando-se nulas diante de certas circunstancias.
Destarte, o princípio da boa fé, deve reger toda e qualquer espécie de relação de consumo, seja pela forma de ato de consumo, de negócio jurídico de consumo ou de contrato de consumo, nesta última hipótese, a aplicação deste princípio permite a revisão do contrato celebrado entre os contratantes. 
A boa fé na conclusão do contrato de consumo é requisito que se exige do fornecedor e do consumidor, de modo a fazer com que haja "transparência e harmonia nas relações de consumo", mantendo o equilíbrio entre os contratantes.
Como visto, em toda relação jurídica deve prevalecer o princípio da boa fé, como consequência, toda cláusula que infringir este princípio é considerada por Lei, como abusiva.
Na legislação consumerista, as cláusulas abusivas estão determinadas no seu artigo 51, que indica a relação de situações em que a cláusula imposta pelo fornecedor será considerada abusiva. Destaca-se como abusiva a cláusula que impossibilita, exonera ou atenua a responsabilidade do fornecedor; a que estabelece a inversão do ônus da prova em desfavor do consumidor; a que deixa ao fornecedor a opção de concluir ou não o pacto, mesmo obrigando o consumidor; a que permite ao fornecedor variar o preço unilateralmente; a que coloque o consumidor em desvantagem exagerada e a que esteja em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor.
Embora o Código expresse diversas circunstâncias no ‘caput’ da norma verifica-se o termo ‘entre outras’, indicativo de que se trata de listagem aberta, não taxativa. Desse modo, a indicação das cláusulas “é chamada de lista-guia porque se presta a servir de guia para que o juiz possa identificar as cláusulas abusivas no caso concreto. Funciona como uma relação de tipos abertos, aos quais devem ser comparadas as cláusulas suspeitas de abusivas”.
Além disso, o caráter exemplificativo da norma é acentuado pelo teor dos incisos IV e XV do artigo 51, que oferecem critérios para a verificação da abusividade nas cláusulas contratuais. Dessa maneira, o inciso IV é considerado norma aberta, já que traz conceitos indefinidos, tais como iniquidade e incompatibilidade com a boa fé, bem como é assim tratado o inciso XV, na medida em que envolve outras leis, além da legislação consumerista, mesmo que posteriores a ela.
Nesse passo, colhe-se a lição de Nery Jr. “no regime jurídico do CDC, as cláusulas abusivas são nulas de pleno direito porque contrariam a ordem pública de proteção ao consumidor. Isso quer dizer que as nulidades podem ser reconhecidas a qualquer tempo e grau de jurisdição, devendo o juiz ou tribunal pronunciá-las ex officio, porque normas de ordem pública insuscetíveis de preclusão.”.
Para ressaltar que a proteção à relação consumerista adota o critério da hipossuficiência do consumidor, porém não em detrimento aos direitos do fornecedor há no artigo 51, §2º, previsão de que a decretação de cláusula abusiva não invalida o contrato na sua integralidade, mas tão somente a disposição contratual caracterizada como onerosa ao consumidor. Todavia, em exceção à regra geral, será nulificado todo o instrumento contratual se decorrer ônus excessivo a qualquer das partes em razão da ausência da cláusula. 
Logo, “a invalidação da cláusula não contaminará as demais, isentas de vício, permanecendo íntegro o contrato, a não ser que a ausência daquela, apesar dos esforços de integração realizados pelo juiz, acarrete ônus excessivo a qualquer das partes, ou seja, tanto ao consumidor quanto ao fornecedor”.
CONCLUSÃO
	
Através de uma pesquisa doutrinária e jurisprudencial sobre o abrangente conceito de Clausulas Abusivas no Direito Consumerista conclui-se que o legislador ao editar todo o Código de Defesa do Consumidor visou a proteção de fornecedor e consumidor nas relações contratuais de consumo., sendo este último personagem técnica e/ou economicamente hipossuficiente.
Vale ressaltar, como já demonstrado anteriormente que esta proteção visa a equidade entre os contraentes de obrigação, sendo juridicamente limitado e errôneo afirmar que a proteção tanto do rol exemplificativo do artigo 51 do Código de Defesa do Consumidor, tanto os princípios de boa fé que norteiam toda a legislação consumerista protejam apenas o consumidor contra práticas do fornecer. Sendo bilateral ou não, está demonstrado nesta pesquisa que o objetivo máximo da lei em estudo é manter a harmonia entre as obrigações de contratante e contratado na relação de consumo, sendo ela de produtos ou serviços.
A boa-fé decorre dos princípios gerais do direito e atualmente não se limita apenas à boa fé subjetiva (aquela que aponta que as partes/sujeitos devem agir com transparência), mas alcança a boa fé objetiva (aquela que preconiza que uma parte deve zelar pela outra ao realizar um contrato e durante a execução deste - CC, art. 422).
REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS
NERY JR., Nelson. Código brasileiro de defesa do consumidor: comentado pelos autores do anteprojeto. 8.ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004;
SCHIMITT, Cristiano Heinech. As Cláusulas Abusivas no Código de Defesa do Consumidor. Revista de Direito do Consumidor. São Paulo. 2013;

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