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Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 74 AULA 01: Noções de Gestão de Pessoas: Liderança. Conceitos de gestão de pessoas. Estratégias de RH SUMÁRIO PÁGINA 1. Palavras Iniciais 2 2. A evolução da função e Recursos Humanos 3 3. A Gestão de Pessoas 8 4. Estratégias de RH 11 5. Liderança 15 5.1. Estilos de liderança autocrática, democrática e liberal 21 5.2. Os quatro estilos de liderança de Likert 22 5.3. Teorias dos Traços 24 5.4. Teorias Comportamentais da Liderança 27 5.4.1. Grade Gerencial de Blake e Mouton 28 5.5. Teorias Contingenciais da Liderança 30 5.5.1. Modelo de Liderança de Fiedler 31 5.5.2. Teoria do Caminho-Meta, de House 32 5.5.3. Teoria Situacional de Hersey e Blanchard 33 5.5.4. O continuum do comportamento do líder 37 5.6. Teoria de troca entre líderes e liderados (LMX) 38 5.7. Liderança Carismática 39 5.7.1. Liderança Transformacional 40 5.7.2. Liderança Autêntica 42 5.7.3. Liderança Servidora 42 6. Questões comentadas 43 7. Lista de questões 63 8. Gabarito 74 9. Bibliografia 74 Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 74 1. Palavras Iniciais Oi amigo concurseiro!!! Que bom que você está de volta comigo para mais essa aula! Sei que muitos concursos “apareceram” ao mesmo tempo, mas se você quer uma sugestão, escolha um e se dedique. Você pode até ir fazer a prova dos outros (vai que dá sorte!), mas deve focar o estudo para o concurso escolhido. Se você está aqui comigo hoje, acho que é porque chegou à conclusão de que o seu foco é o do TRF-5! Bem... hoje vamos estudar aspectos mais gerais sobre gestão de pessoas. Além disso, abordaremos também os principais conceitos de liderança organizacional. Este último assunto será, sem dúvida, o tópico mais importante da aula. Prontos?! Ao trabalho! Prof. Carlos Xavier www.facebook.com/professorcarlosxavier Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 74 2. A evolução da função de Recursos Humanos A administração surge enquanto ciência no início do Século XX. Desde então, o ambiente tem se mostrado em constante evolução e as mudanças têm se tornado cada vez mais comuns. São mudanças tecnológicas, mudanças de paradigmas, mudanças sociopolíticas, entre outras, que geram mudanças na forma de pensar e administrar. Nesse sentido, pode-se dizer que as organizações passaram por três grandes eras: • A era da Industrialização Clássica: trata-se do período compreendido entre a Revolução Industrial, no início do Século XX, e meados do da década de 1950. Durante este período a industrialização foi intensificada, o que gerou o surgimento e a consolidação da administração enquanto ciência. A estrutura organizacional era composta por muitos níveis hierárquicos e ela era bastante centralizada. O desenho organizacional mecanicista era o típico para esta época. • A era da industrialização neoclássica: nesse período, o mundo começou a mudar cada vez mais rápido e de forma mais radical. Os negócios tomaram amplitude cada vez maior, chegando ao nível de atuação mundial, típico do fenômeno da globalização. Com isso, as organizações buscaram novos modelos estruturais para fazer face ao aumento da complexidade no ambiente, sendo a estrutura matricial a típica estrutura organizacional dessa era. As antigas teorias administrativas são questionadas e novas teorias tomam o seu lugar, dando prioridade ao enfoque sistêmico e à relativização das coisas na organização. • A era da Informação: trata-se de uma época que começou na década de 1990, sendo a que vivemos atualmente. A tecnologia da informação e comunicação evoluiu rapidamente e trouxe Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 74 diversos desdobramentos para o mundo organizacional. As mudanças se tornaram ainda mais rápidas, imprevistas, turbulentas e radicais. A complexidade do ambiente se tornou muito maior, demandando maior agilidade da organização na resposta aos imperativos ambientais. O desenho orgânico da estrutura é tido como símbolo dessa era, pois este possibilita maior flexibilidade estrutural, melhores comunicação e interação interna e externa, e maior capacidade de adaptação, entre outros. Como consequência das mudanças vividas em cada uma dessas eras, a função de recursos humanos também sofreu grandes modificações. Na verdade, quando surgiu, nem se chamava “recursos humanos”. Vamos ver como essa função evoluiu ao longo do tempo e quais as características dos modelos típicos de cada era: • Perspectiva de Pessoal/Relações Industriais. O Departamento de Pessoal é um dos órgãos típicos da organização da era industrial clássica. É nessa época que eles surgem com o objetivo de acompanhar o cumprimento das leis e regras relativas ao empregado, desde a sua admissão, passando pelo gerenciamento da folha de pagamento e controle das horas trabalhadas, até o processo de aposentadoria ou demissão. Em um segundo momento, surge o “Departamento de Relações Industriais”, com o objetivo de integrar as funções do Departamento de Pessoal com o trabalho de realizar o relacionamento da organização e dos departamentos com os sindicatos, visando enfrentar eventuais reivindicações dos funcionários. Esses departamentos são meros executores de rotinas administrativas relativas ao pessoal, não possuindo verdadeiro poder de decisão, que ficava centralizado na cúpula da organização. Nesse contexto, o ser humano era visto como Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 74 “mão de obra”, ou seja, fornecedor de força de trabalho que servia como apêndice da máquina. • Perspectiva de Recursos Humanos. Na era neoclássica da administração, com a complexidade crescente dos negócios, a organização despertou para o fato de que as pessoas não eram meras fornecedoras de mão de obra. Muitas delas desempenhavam trabalhos especializados de alta complexidade, que requeriam bastante estudo, e agregavam valor ao negócio da organização. Nesse contexto, o ser humano passa a ser visto como um recurso a ser utilizado pela organização (como os materiais e financeiros) para que ela pudesse atingir seu fim, passando a serem compreendidos como “recursos humanos”. O Departamento de Recursos Humanos, que surge como decorrência dessa visão, passa a administrar não só as atividades rotineiras da organização como também funções táticas na organização, prestando serviços especializados de recrutamento, seleção, treinamento, avaliação de desempenho, definição de cargos e salários, trabalhos de higiene e segurança do trabalho e relações trabalhistas e sindicais, tudo isso dentro da própria organização. As atividades desempenhadas já possuíam mais autonomia em casos específicos. • Perspectiva de Gestão de Pessoas: chegada a era da informação, quando a única constante é a mudança, as pessoas passam a ser tidas como elementos-chavepara o sucesso da organização. Elas são a solução que permite uma maior flexibilidade organizacional e que diferenciam a organização no mercado. Surge o conceito de pessoas como parceiras da organização para representar a contribuição humana para a organização. Nesse sentido, os gerentes de linha passam a ser responsáveis por gerir estrategicamente o seu capital humano, Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 74 buscando alinhar a gestão do dia-a-dia aos objetivos organizacionais que devem ser alcançados por meio da colaboração entre as pessoas no trabalho. Os Departamentos de Recursos Humanos são substituídos por equipes de gestão com/de pessoas, que passam a desempenhar um papel de assessoria especializada em toda a organização, ajudando os gerentes de linha a gerir sua estrutura com o seu pessoal. As funções burocráticas típicas do Departamento de Pessoal/Departamento de Relações Industriais são transferidas para empresas terceirizadas através de um processo de outsourcing. Juntando os aspectos mais importantes de cada uma das visões de recursos humanos que vimos acima, Chiavenato (2010) preparou uma figura que resume muito bem as mudanças e transformações ocorridas na área de RH. Reproduzo o quadro a seguir: Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 74 Fonte: Chiavenato (2010) Agora que você entendeu a evolução dos conceitos, vamos nos aprofundar no que significa gestão de pessoas. Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 74 3. A Gestão de Pessoas A Gestão de Pessoas se insere em um contexto formado por pessoas e por organizações. O seu foco é a atuação das pessoas nas organizações. Se, por um lado, as pessoas dependem das organizações para atingir seus objetivos pessoais, pois é nela que exercem suas profissões e de onde tiram o seu sustento, as organizações dependem das pessoas, pois é o trabalho das pessoas que faz com que as organizações possam produzir bens e serviços, atender as necessidades do cliente e obter sucesso no mercado competitivo. Por envolver fundamentalmente as pessoas e os relacionamentos interpessoais, a gestão de pessoas se mostra uma área muito sensível à mentalidade vigente na organização. Nesse sentido, várias situações podem influenciar o seu bom funcionamento, como a cultura organizacional, o clima organizacional, a tecnologia e estruturas empregadas pela organização, etc. Chiavenato (2010) fez um levantamento de vários conceitos diferentes de gestão de pessoas ou de recursos humanos, demonstrando a existência de diferentes percepções a esse respeito. Segundo ele, diferentes autores têm diferentes conceitos sobre Gestão de Pessoas: • Administração de Recursos Humanos (ARH) é o conjunto de políticas e práticas necessárias para conduzir os aspectos da posição gerencial relacionados com as “pessoas” ou recursos humanos, incluindo recrutamento, seleção, treinamento, recompensas e avaliação do desempenho. • ARH é a função administrativa devotada à aquisição, treinamento, avaliação e remuneração dos empregados. Todos os gerentes são, em certo sentido, gerentes de pessoas, porque todos eles estão envolvidos em atividades como recrutamento, entrevistas, seleção e treinamento. Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 74 • ARH é o conjunto de decisões integradas sobre as relações de emprego que influenciam a eficácia dos funcionários e das organizações. • ARH é a função na organização que está relacionada com a provisão, treinamento, desenvolvimento, motivação e manutenção dos empregados. • Gestão de Pessoas é o conjunto integrado de atividades de especialistas e de gestores - como agregar, aplicar, recompensar, desenvolver, manter e monitorar pessoas - no sentido de proporcionar competências e competitividade à organização. • Gestão de Pessoas é a área que constrói talentos por meio de um conjunto integrado de processos e cuida do capital humano das organizações, o elemento fundamental do seu capital intelectual e a base do seu sucesso. Percebeu como existem varias definições diferentes para essa área da organização? No fundo, elas são muito parecidas! Tente entender esses conceitos, ao invés de decorá-los, pois isso pode ajudar muito na prova! O que se observa, de forma geral, é que o foco central da gestão de pessoas é permitir a colaboração eficaz das pessoas para que os objetivos organizacionais e individuais sejam alcançados. Isso é possível a partir dos seis processos típicos de gestão de pessoas, que são: 1. Processos de agregar pessoas. Trata-se dos processos que servem para incluir novas pessoas na empresa, que são o recrutamento e a seleção. 2. Processos de aplicar pessoas. Refere-se a todos os processos referentes à determinação dos trabalhos que serão Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 74 desempenhados pelas pessoas na organização. Inclui processos como o desenho de cargos, desenho organizacional, análise e descrição de cargos, orientação das pessoas e avaliação do desempenho. 3. Processos de recompensar pessoas. São os processos que servem para recompensar as pessoas por seu trabalho realizado na organização, incluindo salário e benefícios. 4. Processos de desenvolver pessoas. Esses processos são utilizados pela organização para desenvolver as competências das pessoas para que elas possam oferecer melhor desempenho para a organização. Incluem treinamento e desenvolvimento do pessoal, gestão da aprendizagem e crescimento, desenvolvimento de carreiras, etc. 5. Processos de manter pessoas. Com esses processos, as organizações buscam assegurar que as pessoas que lá exercem sua profissão tenham condições psicológicas e ambientais satisfatórias para continuar trabalhando, evitando as saídas de pessoas que representam ativos para a organização. Os processos incluem a gestão da cultura e do clima organizacional, programas de higiene e qualidade de vida, ergonomia, etc. 6. Processos de monitorar pessoas. Trata-se dos processos que servem para acompanhar as atividades e os resultados obtidos pelas pessoas na organização. Além de compreender seus processos típicos, temos que ter em mente um princípio básico da gestão de pessoas, de que gerir pessoas é uma responsabilidade de linha e uma função de staff. Mas o que isso quer dizer? Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 74 Isso significa que a responsabilidade pela gestão das pessoas é de cada um dos gerentes da organização em relação aos funcionários diretamente ligados a eles. São os gerentes de linha que devem comandar o seu pessoal. Para isso, eles precisam de assessoria especializada em gestão de pessoas dentro da organização, que os ajude norecrutamento e seleção, no treinamento, na avaliação de desempenho, etc. Na verdade, o órgão de gestão de pessoas propriamente dito deve ser uma função de assessoria a todos os gestores da organização. Vamos ter agora uma visão estratégica da função de recursos humanos/gestão de pessoas. 4. Estratégias de RH Aqui, o mais importante é que você entenda que a estratégia de recursos humanos a ser utilizada deverá estar alinhada à estratégia organizacional como um todo. Na verdade, é necessário que se traduza os objetivos e estratégias organizacionais em objetivos e estratégias de gestão de pessoas/recursos humanos. Neste sentido, Chiavenato (2010) distingue o alinhamento que a gestão de pessoas pode tomar com relação às estratégias organizacionais em dois tipos, para que a função de recursos humanos haja estrategicamente: uma estratégia conservadora/defensiva e uma estratégia prospectiva/ofensiva, conforme apresentado no quadro a seguir: Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 74 Fonte: Chavenato (2010) De forma parecida pensa Almeida (2002). Para ele, a preocupação com a estratégia tem dominado o debate sobre administração e permeia também a compreensão da função de gestão de pessoas. Repetindo outro autor (Anthony et al, 1996), ele se preocupa em distinguir as seguintes características da administração de recursos humanos quando considerada de forma estratégica: • Explicitamente reconhece os impactos do ambiente organizacional externo; • Reconhece o impacto da competição e da dinâmica do mercado de trabalho; • Apresenta foco no longo prazo; Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 74 • Enfatiza a escolha e a tomada de decisão; • Considera todas as pessoas da empresa, e não apenas o grupo de executivos ou o de empregados operacionais; • Está integrada com a estratégia corporativa e com as demais estratégias funcionais. Perceba como, em essência, se está tratando de um modelo que enfatiza uma visão global da função de recursos humanos, no longo prazo, e alinhada com a estratégia organizacional. Além disso, com a evolução do conceito de recursos humanos que nós já abordamos, a tendência é que a estratégia de recursos humanos da organização também mude, saindo de uma estratégia que se concentra em controlar as pessoas e as suas rotinas de trabalho para uma estratégia de recursos humanos que se debruce mais sobre a necessidade de gerar comprometimento das pessoas com a organização e sua estratégia. Nesse sentido, Albuquerque (2002) apresenta duas estratégias de Recursos Humanos que as organizações podem adotar: a estratégia de controle e a estratégia de comprometimento. O mesmo autor apresenta um quadro-resumo com as características de cada modelo, destacando que há uma tendência para que a estratégia de comprometimento seja cada vez mais adotada. Para você, concurseiro, a melhor forma de entender essas estratégias é por meio do referido quadro, apresentado a seguir: Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 74 Fonte: Albuquerque (2002) Apenas para efeito de memorização, no note como as características da Estratégia de controle estão mais ligados à Teoria X da motivação, enquanto as características da Estratégia de Comprometimento estão mais ligadas à Teoria Y. Perceberam a diferença? - Vamos abordar agora o tema “liderança” em nossa aula de hoje. Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 74 5. Liderança Em primeiro lugar, é preciso estabelecer com clareza o que significa liderança. São vários os conceitos possíveis, então o melhor é que você entenda, e não simplesmente decore. Para isso, o melhor é começar dizendo que a simples chefia não caracteriza liderança. - O que isso quer dizer?! R.: Quer dizer que nem todo chefe é líder! Na verdade, ser chefe é ocupar uma posição na estrutura organizacional hierarquicamente superior à outras pessoas, possibilitando o uso do poder legítimo para forçar as pessoas a fazer o que o chefe quer. Diferentemente do chefe, o líder é a pessoa que guia o comportamento das outras para algo além de seus próprios objetivos pessoais, fazendo com que eles queiram executar aquilo que o líder acha que deve ser feito. - E o chefe pode ser líder? R.: Sim, claro! Na verdade, espera-se que o ocupante de um cargo de chefia consiga influenciar as pessoas para que elas busquem a realização dos objetivos organizacionais com “boa vontade”. O problema é que nem sempre isso acontece, então muitos chefes terminam não sendo verdadeiros líderes. - E qualquer pessoa pode ser líder, independente de possuir um cargo de chefia? R.: Sim! Nos grupos informais de uma organização surgem muitos líderes, que mesmo não possuindo autoridade formal conseguem influenciar o comportamento de outras pessoas para algo além de seus próprios interesses. Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 74 Podemos traçar algumas diferenças entre o chefe e o líder: Chefe/Gerente Líder Dá ordens aos subordinados Atua como facilitador das ações organizacionais Exerce o controle dos subordinados Trabalha com base em mudanças Responde aos questionamentos do funcionário Antencipa-se aos questionamentos e incentiva as pessoas Estabelece limites para os funcionários Potencializa as competências individuais no trabalho Assegura a disciplina dos funcionários Estimula a criatividade do grupo Realiza avaliação de desempenho dos funcionários Negocia ações e resultados com os membros da organização Atua com base na estrutura hierárquica da organização Atua com base nas situações que se apresentam. Administra Inova Tem visão de curso prazo Tem visão de longo prazo É uma cópia É o original Pergunta como e quanto Pergunta o que e por quê Tem visão limitada Observa os horizontes Dá as limitações Dá as origens Aceita o status quo Desafia o status quo É um bom soldado É a própria pessoa Faz certo as coisas Faz as coisas certas! Outra forma de perceber essas diferenças vem da comparação que pode ser feita entre a influência por meio da autoridade formal e da liderança. Vejamos algumas diferenças: Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 74 Autoridade Formal Liderança A autoridade formal está fundamentada em leis aceitas de comum acordo que criam figuras de autoridade possuidoras de poder para comandar. A liderança está fundamentada nas crenças dos seguidores a respeito das qualidades do líder e da sua vontade de segui-lo. O seguidor obedece às leis e regras que dão o poder ao cargo com autoridade, e não a pessoa que o ocupa. O liderado segue o líder e busca a missão que o líder representa.A lei (regras) é o instrumento para possibilitar o convívio entre os membros do grupo. O líder resolve os problemas do grupo. É limitada no tempo e no espaço, tendo sua área de atuação definida por limites. É limitada apenas pelo grupo que o segue por acreditar ou precisar dele. Os limites da liderança definem a sua área de influência. A pessoa que tem autoridade formal a possui em caráter temporário. A liderança dura pelo tempo que for útil para o grupo de seguidores. Usa a força do cargo para impor obediência. O poder do líder está nos próprios liderados, não sendo necessária imposição. É um atributo singular, que deriva da lei (regras). É produto de vários fatores, não sendo qualidade pessoal singular. Devo destacar que é possível dizer que a chefia está baseada na autoridade formal que lhe é concedida por meio da aceitação da estrutura organizacional e das regras que determinam o poder de comando do chefe. Assim, comandar é fazer com que as pessoas façam o que o chefe deseja que seja feito. Enquanto isso, a liderança está mais ligada à capacidade de influenciar o comportamento dos outros para que eles realizem (com vontade!) ações que vão além dos próprios interesses individuais. Pode-se dizer que liderar é fazer com que as pessoas tenham vontade de realizar aquilo que o líder acredita que deve ser feito. Para os humanistas, a liderança pode ser vista de diferentes ângulos: 1. A liderança como um fenômeno de influência interpessoal. Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 74 Sob essa visão, a liderança decorre dos relacionamentos entre as pessoas, sendo resultado da influência que efetivamente se exerce em uma determinada situação para que determinados objetivos sejam realizados. Algumas coisas são fundamentais para o exercício da liderança: a. A comunicação humana, pela qual a influência é exercida; b. O controle, que representa as tentativas de influência bem sucedidas; c. O poder, que é o potencial de influência que pode ser exercido. d. A autoridade, que é o poder que se tem em virtude do cargo. É o poder legítimo. 2. A liderança como um processo de redução da incerteza de um grupo. Sob essa visão, a liderança seria consequência da capacidade do líder de dar maior assistência e orientação para que os liderados alcancem seus objetivos. 3. A liderança como uma relação funcional entre líder e subordinados. Neste caso, o grupo de liderados perceberia no líder a capacidade de satisfazer suas necessidades, por isso o seguiriam. 4. A liderança como um processo em função do líder, dos seguidores e variáveis da situação. Sob essa visão, a liderança dependeria do seguinte: Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 74 • Características do líder. O líder pode adotar uma postura básica autocrática (orientada para as tarefas) ou democrática (orientada para as pessoas), surgindo variações. Há várias teorias nesse sentido, como veremos mais à diante; • Características dos liderados. Os liderados podem agir de diferentes maneiras e influenciar a liderança. Uma das classificações propõe que eles podem ser fiéis (quando seguem a liderança por razões morais, ideológicas ou de fé), ou mercenários (quando seguem os líderes em busca de alguma recompensa pela qual se interessa). • Características da tarefa (e da organização). A tarefa ou missão é o que liga o líder aos liderados. Podem existir dois tipos: a tarefa moral (trata-se de uma missão que gera apelo pelos valores, vontades, desejos, moral ... dos liderados. Há uma missão a ser cumprida com compromisso e comprometimento pelos liderados, que podem agir como fiéis); e a tarefa calculista (se refere a uma missão na qual os seguidores obedecem ao líder em troca de benefícios). • Conjuntura econômica, social e política. São os aspectos mais amplos que envolvem a tarefa e a organização como um todo. Apenas combinando-se essas características é que se chegaria à liderança. Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 74 Como vimos, sob determinada ótica, as lideranças exercem, de fato, determinado tipo de poder sobre as pessoas para influenciá-las. Geralmente a ênfase é sobre um dos tipos de poder existentes, que podem ser: 1. Poder de recompensa: é o poder de dar alguma recompensa por determinado tipo de comportamento ou meta atingida, servindo como reforço; 2. Poder legítimo: é o poder inerente ao cargo ou função na estrutura organizacional; 3. Poder coercitivo: representa a possibilidade de agir coercitivamente na aplicação de punições, visando eliminar, reduzir ou controlar comportamentos e atitudes indesejados pela organização; 4. Poder de especialização: quando o líder possui algum tipo de especialização para o trabalho, por meio de experiências, conhecimento, talento, etc., essa especialização serve como mecanismo de poder dentro da organização em relação aos liderados. 5. Poder de referência: é um tipo de poder que está diretamente associado ao fato de determinada pessoa (o líder) ser tido como referencia em algum assunto. É a legitimidade do conhecimento detido por uma pessoa e é também associado ao carisma pessoal do líder, afeição e respeito por suas opiniões; 6. Poder de informação: trata-se do poder que se pode exercer por deter informações que orientem processos decisórios, escolhas e que ajudem a organização em determinadas situações. Para que haja esse poder, a informação detida pelo líder tem que ser pouco ou nada conhecida. Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 74 Agora que você já entendeu o fenômeno da liderança de uma forma mais ampla, vamos partir para as teorias da liderança propriamente ditas. De forma geral, vários autores agregam as teorias de liderança em: • Teorias de traços: dão relevo aos traços que os líderes possuem naturalmente; • Teorias dos estilos de liderança: enfocam os estilos que os lideres podem adotar e que os levaria a serem líderes. • Teorias comportamentais da liderança: consideram a liderança um comportamento que pode ser aprendido. Há autores que classificam de outras formas, incluindo ainda o grupo das teorias contingenciais da liderança e destacando algumas outras teorias em separado. Para evitar confusões, o melhor é agregarmos as teorias conforme feito por autores consagrados. Vamos então estudar as teorias de liderança! 5.1. Estilos de liderança autocrática, democrática e liberal Com base nos estudos de Kurt Lewin, da década de 1930, foi proposta a existência de três estilos de liderança distintos: a liderança autocrática, a democrática e a liberal (laissez-faire). A liderança autocrática está ligada a líderes mais autoritários no exercício da liderança. A democrática se refere ao estilo que considera a opinião e participação dos liderados no processo de liderança. A liberal dá total liberdade ao grupo – o líder só participa quando solicitado pelo grupo. Vejamos uma tabela organizada com base nas características de cada umdesses tipos de liderança: Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 74 Liderança Autocrática Liderança Democrática Liderança Liberal (laissez-faire) Tomada de decisões O líder toma decisões sozinho, sem a participação do grupo. As decisões são coordenadas pelo líder em conjunto com o grupo. O grupo toma suas próprias decisões, com mínima intervenção do líder. Programação dos trabalhos O líder dá ordens e determina providências para a realização das tarefas, sem explicar ao grupo. Aconselha e dá orientação para que o grupo possa desenvolver objetivos e ações. As tarefas ganham perspectiva através de debates. A participação do líder na programação dos trabalhos é limitada. Informações e orientação são dadas quando solicitadas pelo grupo. Divisão do trabalho O líder realiza a divisão do trabalho, indicando, a cada um, o que deve ser feito e com quem. O grupo é responsável por decidir sobre a divisão das tarefas. Cada membro da equipe tem liberdade para escolher seus colegas. O líder não participa do processo. O próprio grupo é quem divide as tarefas e escolhe os colegas. Comportamento do líder Adota uma postura dominadora e pessoal nos elogios e críticas aos liderados. O líder adota uma postura objetiva, limitada aos fatos, no que diz respeito a críticas e elogios. O líder só comenta sobre as atividades quando solicitado pelo grupo. Fonte: Elaborado pelo autor com base em Chiavenato (2007) 5.2. Os quatro estilos de liderança de Likert Outra visão sobre o comportamento dos líderes é a dida por Likert. Para ele, a liderança pode adotar um dos seguintes estilos: • Sistema I - Autoritário-coercitivo: é um líder autocrático, muito arbitrário e que organiza e controla tudo que acontece na organização. O processo decisório é bastante centralizado e as comunicações são fortemente verticais e descendentes. As relações interpessoais podem gerar desconfiança e a organização informal chega a ser indesejada. O foco do líder Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 74 está nas punições e medidas disciplinares como forma de controlar o desempenho, e não em recompensas, que são raras. • Sistema II – Autoritário-benevolente: trata-se de um líder autoritário e impositivo, mas que atua de forma menos rígida do que o autoritário-coercitivo. Neste caso, ele ainda concentra o processo de decisão, mas já há delegação das tarefas mais simples. As comunicações funcionam um pouco melhor do que no sistema I, mas ainda são precárias. As relações interpessoais são toleradas, mas a existência de uma organização informal é tida como uma ameaça à organização formal. As recompensas salariais começam a aparecer, mas as recompensas sociais são raras. Além disso, as punições e medidas disciplinares são utilizadas com menor frequência e intensidade do que no sistema I. • Sistema III – Consultivo: é um líder com um estilo mais participativo e menos arbitrário que os anteriores. Na tomada de decisão, ele consulta a opinião de sua equipe e realiza delegação em alguns casos. As comunicações fluem ainda melhor, tanto verticalmente quanto horizontalmente. As pessoas recebem mais confiança e os relacionamentos que geram uma organização informal eficaz são estimulados. As punições aos comportamentos “errados” deixam de ser o foco. É dada grande ênfase às recompensas materiais, havendo também certo nível de recompensas sociais. • Sistema IV – Participativo: trata-se de um líder com estilo democrático. Nesse estilo, a liderança enfoca o controle dos resultados, definindo políticas e objetivos e deixando as demais decisões para serem resolvidas de forma descentralizada. Trabalhando de forma mais orgânica, as comunicações são centrais para o sucesso, sendo a base para o compartilhamento Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 74 de informações. O trabalho é realizado em equipe e a existência de uma organização informal se torna muito positiva para o bom funcionamento da organização. Ao recompensar sua equipe, os gestores dão ênfase às recompensas sociais, mas também oferecem recompensas materiais com certa frequência. As punições são raras e, para que ocorram, a opinião do grupo é fundamental. 5.3. Teorias dos Traços A Teoria dos Traços diz que os lideres possuem traços que os ajuda a exercer a liderança. Ela tenta explicar o que destaca os grandes líderes, como Napoleão Bonaparte, Moisés, Jesus Cristo, etc, do resto da população. Neste sentido, a premissa central é que certos traços se relacionam ao sucesso de uma pessoa enquanto líder. Assim, as pessoas detentoras dos traços corretos poderiam ser identificadas pelas organizações e selecionados para serem lideres. De qualquer forma, diferentes autores argumentam estruturas diferentes para a Teoria dos Traços. Bryman (1992, apud Limongi-França e Arellano, 2002) cita a existência de três grandes tipos de traço: • Fatores físicos: que tem relação com as características físicas do indivíduo, como peso, altura, aparência, etc. Esses aspectos marcam as pessoas de formas distintas. Pessoas altas e com voz firme são percebidas de forma diferente do que pessoas mais baixas e com vozes mais fracas. • Habilidades: as habilidades que cada um possui, como sua inteligência, fluência ao falar, nível de escolaridade, conhecimentos específicos e formas de aplicá-los, etc. Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 74 • Aspectos da personalidade: aqui se encontram questões como a forma de agir, a extroversão, a autoconfiança, a sensibilidade pessoal e o controle emocional. Outra classificação é proposta por Robbins et al (2010). Esses autores acredita que o foco da teoria dos traços está sobre os traços de personalidade, que são os últimos apresentados na lista anterior. Esses autores propõem que os traços de personalidade podem ser apoiados no modelo de personalidade dos cinco fatores (Big Five), apresentado a seguir: • Extroversão: é a dimensão que se refere ao nível de conforto de uma pessoa com seus relacionamentos. Quanto mais confortáveis, mais extrovertidos. As pessoas extrovertidas costumam ser mais agregadoras, assertivas e sociáveis do que as introvertidas. • Amabilidade: trata-se de uma dimensão que se refere à propensão que um indivíduo tem de aceitar as ideias dos outros. Pessoas amáveis costumam ser mais cooperativas, receptivas e confiáveis do que as pessoas pouco amáveis, que são mais frias, desagradáveis e geradoras de conflitos. • Conscienciosidade: é o nível de confiabilidade das ações que uma pessoa toma. Alguém consciencioso é persistente e responsável quando vai realizar determinada tarefa, ao contrário dos que não possuem essa característica, que são distraídos, desorganizados e pouco confiáveis quanto à sua realização. • Estabilidade emocional: é uma dimensão ligada ao quão calmas, autoconfiantes e seguras as pessoas são.O oposto disso seria o nervosismo, a depressão e insegurança. Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 74 • Abertura para experiências: trata-se de uma dimensão que se refere ao interesse de um individuo por novidades. As pessoas mais abertas costumam ser mais criativas e curiosas do que as pouco abertas, que tendem a ser convencionais e conservadoras. As características que parecem ter maior importância para o surgimento da liderança é a extroversão, pois sem ela é difícil manter um alto nível de interação entre lideres e liderados de modo que aquele influencie o comportamento destes. O enfoque dado pela teoria dos traços foi a principal forma de explicar a liderança até a década de 1950. Várias limitações dessa teoria fizeram com que ela não fosse bem aceita nos dias de hoje. Algumas limitações são as seguintes: • Não há traços universais que possam prever a liderança em todas as situações; • Os traços são melhores em prever o surgimento da liderança em situações pouco relevantes do que em situações de grande importância; • Não há claras evidências entre causa e efeito dos traços sobre a capacidade de exercício da liderança; • Os traços funcionam melhor para prever o surgimento da liderança do que para distinguir entre líderes eficazes e ineficazes. Vamos ver agora como funciona o conjunto de teorias comportamentais da liderança. Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 74 5.4. Teorias Comportamentais da Liderança As teorias comportamentais da liderança se opõem radicalmente à teoria dos traços. Enquanto para a teoria dos traços a liderança se explica por traços inatos, para as teorias comportamentais a liderança se explica por comportamentos típicos de líderes. - E como isso coloca as duas em campos opostos? R.: Deixem que eu explique: A teoria dos traços, quando posta em prática, faria com que a organização procurasse por pessoas com traços específicos, pois elas seriam “líderes naturais”, já que não haveria a possibilidade de alguém aprender a liderar. Já as teorias comportamentais consideram que a liderança se explica pelos comportamentos adotados pelo líder, e não por seus traços inatos. Com isso, os comportamentos típicos de um líder poderiam ser ensinados e aprendidos por qualquer pessoa, diferentemente do que acontecia com a Teoria dos Traços. Duas grandes correntes se destacam nas teorias comportamentais da liderança: • O pensamento da Universidade Estadual de Ohio (Ohio State University). Para essa corrente de pensamento os líderes possuem dois tipos de comportamentos: o Estrutura de iniciação: trata-se da capacidade do líder de estruturar não só o trabalho de seus subordinados, mas também o seu próprio trabalho. Líderes com alta pontuação nessa dimensão definem o padrão de desempenho dos trabalhos, delegam tarefas específicas e enfatizam o cumprimento dos prazos acordados. o Consideração: essa dimensão se refere a capacidade de uma pessoa manter relacionamentos de trabalho de Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 74 mútua confiança, de respeito as ideias dos outros e respeito pelos seus sentimentos. • O pensamento da Universidade de Michigan. Assim como no caso anterior, a o grupo de pesquisadores que estudavam liderança na Universidade de Michigan propôs a existência de duas dimensões comportamentais dos lideres. Para eles os lideres poderiam adotar os seguintes comportamentos: o Liderança orientada para a produção: é o tipo de liderança que dá maior ênfase aos aspectos práticos das tarefas a serem realizadas no trabalho. É semelhante à dimensão “estrutura de iniciação”, da Universidade Estadual de Ohio. o Liderança orientada para as pessoas: a liderança deste tipo dá maior ênfase às relações interpessoais no trabalho, sendo pautadas pelo interesse nos funcionários e suas necessidades e na aceitação das diferenças entre as pessoas. É semelhante à dimensão “consideração” da Universidade Estadual de Ohio. 5.4.1. Grade Gerencial de Blake e Mouton Com base nos estudos das duas correntes teóricas da liderança comportamental, foi desenvolvida a teoria da Grade Gerencial de Blake e Mouton que buscava caracterizar o estilo de liderança adotado na organização com base em duas dimensões: preocupação com as pessoas e preocupação com a produção. Vamos visualizar a Grade Gerencial de Blake e Mouton: Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 74 Como vocês observaram na Grade, das várias possibilidades de gestão 5 se destacam como formas típicas de gestão/liderança: • Gestão Clube de Campo, ou country club (1,9). Trata-se da um tipo de gerencia que se preocupa muito com a necessidade das pessoas na organização em busca de relacionamentos amigáveis, mas que dá foco muito baixo à produção. • Gestão de equipes (9,9). É o estilo de liderança que leva em consideração máxima tanto as pessoas na organização quanto os trabalhos a serem realizados. • Gerencia de Organização Humana, ou gestão meio-termo (5,5). É um estilo de liderança equilibrado que busca manter a moral do pessoal elevada, ao mesmo tempo em que consegue Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 74 um nível satisfatório de desempenho, já que há uma preocupação média tanto com as pessoas quanto com a produção. • Gestão empobrecida ou enfraquecida (1,1). Trata-se do estilo de liderança que possui pouca preocupação com as pessoas e com as tarefas. É um tipo de gestão que busca o mínimo esforço para o desempenho do trabalho esperado com o menor nível de conflitos. • Obediência-Autoridade, autoridade-submissão, ou tarefa (9,1). A forma de trabalho do líder está mais ligada à produção do que a eventuais preocupações com as pessoas, de modo que o foco está na busca de mínima interferência do elemento humano sobre a produção. 5.5. Teorias Contingenciais da Liderança As teorias contingenciais da liderança representam uma importante mudança em relação às teorias dos traços e comportamentais. Isso porque as teorias contingenciais partem do principio de que para cada situação apresentada haverá um estilo de liderança adequado, ao contrário das anteriores, que consideravam que traços ou características absolutas eram suficientes para caracterizar a liderança. Neste sentido, o primeiro modelo abrangente da liderança contingencial foi o modelo de Fiedler. 5.5.1. Modelo de Liderança de Fiedler Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 74 Segundo o Modelo de Liderança de Fiedler, o desempenho do grupo depende não só do estilo de liderança, mas também do grau de controle proporcionado ao líder pela situação, conforme apresentado a seguir: • Estilo do líder: o Orientadopara o relacionamento: quando o foco do líder está nos relacionamentos interpessoais. o Orientado para a tarefa: quando o foco do líder está no desempenho das tarefas na organização. • Grau de controle proporcionado pela situação: o Relação líder-liderados: trata-se da avaliação de se os membros do grupo confiam, acreditam e respeitam o líder. Pode ser classificada como boa ou ruim. o Estrutura da tarefa: as tarefas e procedimentos a serem executados possuem estruturação e formalização alta ou baixa. o Poder da posição: trata-se de uma avaliação sobre o grau de poder que o líder possui em virtude de sua posição para intervir sobre os liderados por meio de demissões, contratações, ações disciplinares, etc. Pode ser forte ou fraco. Combinando-se o estilo do líder com as três variáveis contingenciais, chega-se ao modelo de contingência de Fiedler propriamente dito, que apresenta como resposta o resultado do desempenho previsto, podendo ser bom ou fraco. Apresento, a seguir, o referido modelo, conforme apresentado por Robbins et al (2010): Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 74 Fonte: Robbins et. al. (2010). Com base nessa figura, é possível perceber que, em determinadas condições, a liderança orientada para a tarefa apresentará melhores resultados do que a liderança orientada para o relacionamento, enquanto em outras será o contrário! 5.5.2. Teoria do Caminho-Meta, de House A Teoria do Caminho-Meta foi desenvolvida por Robert House e é também conhecida como Teoria da Liderança em Passos Gradativos, Teoria Caminho-Objetivos, entre outros. Para ela, o líder deve esclarecer o caminho que seus seguidores deverão tomar para que possam atingir determinados objetivos do trabalho. Com isso, pretende-se reduzir obstáculos e barreiras à Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 74 execução dos objetivos, aumentando a motivação dos funcionários para que eles possam atingir seus próprios objetivos e os objetivos da organização. House visualizava a existência de quatro diferentes tipos de liderança que poderiam ser praticadas pelo mesmo líder a depender de cada situação. Trata-se, deste modo, de uma perspectiva ampla e dinâmica da liderança contingencial. Os quatro tipos de liderança são: • Líder apoiador: é aquele que trata os subordinados igualmente, e se preocupa com o seu bem-estar. • Líder diretivo: é extremamente objetivo, usando a comunicação para dizer exatamente o que pretende. Planos e padrões são os seus objetos de trabalho e a base de seu comportamento. • Líder participativo: valoriza e encoraja os subordinados a participarem da tomada de decisões. • Líder orientado para objetivos ou resultados: é o líder que prepara objetivos desafiadores e que se preocupa com o desempenho atingido, buscando os melhores resultados. 5.5.3. Teoria Situacional de Hersey e Blanchard A Teoria Situacional de Hersey e Blanchard enfoca os liderados. Nesse sentido, o estilo de liderança a ser utilizado depende da maturidade dos funcionários, que pode atingir um dos quatro estágios seguintes: • Maturidade 1: as pessoas demonstram pouca capacidade e disposição para realizar as tarefas e assumir responsabilidades (motivação e capacidade baixas). Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 74 • Maturidade 2: as pessoas possuem motivação para o trabalho mas não possuem as competências necessárias para realizá-lo (baixa capacidade e alta motivação). • Maturidade 3: as pessoas possuem as competências necessárias para a realização da tarefa, mas não estão motivadas para tal (alta capacidade e baixa motivação). • Maturidade 4: as pessoas possuem as competências necessárias para a realização do trabalho e desejam realizar as tarefas que lhe são passadas (alta capacidade e alta motivação). Como se vê, o foco está na prontidão dos seguidores para definir como o líder deverá agir. A prontidão é caracterizada por duas dimensões: 1) o desejo dos seguidores cumprirem determinada tarefa; 2) a capacidade dos seguidores cumprirem as tarefas. Com base nessas duas dimensões é possível elaborar a seguinte matriz a respeito de como os lideres devem agir em cada situação: Funcionários capazes Funcionários incapazes Funcionários motivados O líder não precisará fazer muita coisa, dado que os funcionários já estão motivados e são capazes de desempenhar as tarefas. O líder deverá oferecer orientação para a realização das tarefas, demonstrando apoio para conquistar o grupo. Funcionários desmotivados O líder deverá dar apoio aos funcionários e permitir sua participação, como forma de melhorar a motivação do O líder precisará dar orientações claras e específicas para cada tarefa. Ele pode buscar melhorar a capacidade e a motivação dos Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 74 grupo. funcionários. Em outras palavras, considerando o estágio da maturidade do grupo, o líder deverá adotar uma das formas de liderança possíveis, considerando tanto o comportamento de relacionamento (ou foco no apoio às pessoas), quanto o comportamento de tarefa (ou foco nas tarefas/produção), conforme apresentado a seguir: • Estilo 1: Narrar/Determinar/Dirigir (Alto comportamento de tarefa e baixo comportamento de relacionamento): é o estilo para grupos com a menor maturidade (M1). Nesse caso, o líder orienta claramente as tarefas a serem realizadas. • Estilo 2: Vender/Guiar/Persuadir (alto comportamento de tarefa e alto comportamento de relacionamento): Quando a maturidade está entre baixa e moderada (M2), esse é o estilo ideal. Nele, o líder, ao mesmo tempo em que dirige as pessoas (por terem baixa maturidade) apoia o seu desenvolvimento, pois elas possuem baixa capacitação; • Tipo 3: Participar (baixo comportamento de tarefa e alto comportamento de relacionamento): é o estilo correto para a maturidade de média a alta (M3). Aqui, o papel do líder é muito mais de apoiar as pessoas, enfatizando a criação de motivação, do que de dirigi-las para a realização das tarefas, já que elas são capazes; • Tipo 4: Delegar (baixo comportamento de tarefa e baixo comportamento de relacionamento): trata-se do estilo adequado para liderar pessoas com o maior nível de maturidade (M4). Nessa condição, a maturidade dos liderados permite que Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 74 eles executem os planos com maior liberdade e menor controle, possibilitando ao líder a delegação das tarefas. Elaborei uma representação gráfica do modelo, para que vocês possam responder a uma questão de prova se ela cobra dessa forma: M4 M3 M2 M1 Comporta mento de relaciona mento Delegar Participar/Compartilhar Narrar/ Determinar Vender/ Persuadir Maturidade dos funcionários Comportamento de tarefa Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 74 5.5.4. O continuum do comportamento do líder Essa Teoria, de Tannenbaum e Schimidt, afirma que os lideres assumem comportamentos que variam em um continuum entre dois extremos: • De um lado, a liderança é focada no administrador, que utiliza seu poder de autoridade para liderar; • De outro lado, a liderança focada nos funcionários, que recebem delegações para trabalhar livremente dentro de certos limites. Referindo-se a essa teoria, Chiavenato (2007) afirma que “cada tipo de comportamento está relacionado com o grau de autoridade utilizado pelo líder e o grau de liberdade concedido aos subordinados na tomada de decisões, dentro de um continuum de padrões de liderança”. Para este autor, o administrador deverá escolher seu estilo de liderança para cada um dos subordinados e para cada situação, partindo das seguintes forças: • Forças no administrador (sua personalidade e convicções); • Forças nos subordinados (sua personalidade e experiências); • Forças na situação (tipo de organização e de tarefa/missão a ser cumprida). Com base nisso, o estilo de liderança será escolhido conforme o continuum apresentado a seguir: Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 74 Fonte: Chiavenato (2007) 5.6. Teoria de troca entre líderes e liderados (LMX) Quem anda lendo jornais e revistas viu a sigla pode ter pensado: - será uma Teoria do Eike Batista sobre liderança?! É que as empresas dele tem siglas assim: MMX, OGX, EBX, ... Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 74 Não é pessoal! Mas você pode tentar associar com o Eike Batista para ajudar a memorizar! =) Na verdade, essa sigla significa Leader-Member Exchange, cuja tradução livre seria “Troca Líder-Membro”, representando as trocas que ocorrem entre o líder e os membros do seu grupo de liderados. Neste sentido, o argumento central dessa teoria é que, por conta da pressão do tempo no dia a dia, os líderes estabelecem um relacionamento mais próximo com alguns de seus liderados, constituindo um pequeno grupo de confiança, chamado de grupo de dentro. As pessoas que participam desse grupo geralmente são escolhidas inconscientemente pelo líder com base em sua competência e no fato de possuírem atitudes e características similares às do líder. Os membros desse grupo costumam receber atenção desproporcional por parte do líder e podem até receber privilégios adicionais aos que os outros recebem. Os que não participam do grupo de dentro estão no grupo de fora. Trata-se do grupo de pessoas com quem o líder costuma manter uma postura mais centrada nas interações formais de autoridade. Essa teoria tem recebido bastante respaldo em estudos recentes, confirmando que essa categorização realmente tende a acontecer. 5.7. Liderança Carismática Segundo Robbins et. al. (2010) o primeiro pesquisador a considerar a liderança carismática e sua relação com o comportamento organizacional foi Robert House. Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 74 Para essa teoria, os seguidores atribuem características heroicas ou extraordinárias quando observam determinados comportamentos de seus lideres. As características centrais para a liderança carismática são: 1. Visão do líder e articulação para tornar clara essa visão. 2. Risco pessoal que o líder está disposto a tomar para atingir sua visão. 3. Sensibilidade às necessidades dos liderados. O líder percebe a capacidade dos outros e é sensível às suas necessidades e sentimentos. 4. Comportamentos não convencionais. Os líderes apresentam comportamentos que são tidos como inovadores e contra as normas vigentes. A liderança carismática é potencializada por traços inatos que o individuo possui naturalmente, mas também pode ser aprendida. Para isso, é preciso desenvolver uma aura de carisma, estar rodeado de pessoas, criando vínculos inspiradores e trazer a tona o potencial dos seguidores, mexendo com suas emoções. 5.7.1. Liderança Transformacional Trata-se de um modelo de liderança que busca diferenciar a liderança transacional da liderança transformacional. A liderança transacional é aquela na qual o líder realiza transações com os liderados cotidianamente, com o objetivo de fazer com que cada tarefa seja realizada conforme solicitado. Os modelos da Universidade de Ohio, de Fiedler e a teoria do caminho-meta descrevem lideranças transacionais. Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 41 de 74 A liderança transformacional, por outro lado, possui “lideres que inspiram seus seguidores a transcenderem os próprios interesses e que são capazes de causar um impacto profundo e extraordinário em seus liderados” (Robbins et. al., 2010). É importante entender que a liderança transacional não é o oposto da transformacional. Na verdade, a liderança transformacional é construída com base na liderança transacional, produzindo um desempenho bastante superior ao que seria conseguido apenas com essa última abordagem. Líderes transacionais e transformacionais apresentam características distintas, como pode ser observado no quadro a seguir: Liderança Transacional Liderança Transformacional • Recompensa contingente: negocia a troca de recompensas por esforço, promete recompensas pelo bom desempenho, reconhece as conquistas. • Administração por exceção (ativa): procura e observa desvios das regras e padrões, tomando as atitudes corretivas necessárias. • Administração por exceção (passiva): intervém apenas quando os padrões não são alcançados. • Laissez-faire: abdica das responsabilidades, evita tomar decisões. • Influência idealizada: oferece uma visão e o sentido da missão, estimula o orgulho, ganha respeito e confiança. • Motivação inspiracional: comunica suas altas expectativas, utiliza símbolos para focas os esforços, expressa propósitos importantes de maneira simples. • Estímulo intelectual: promove a inteligência, a racionalidade e a cuidadosa resolução de problemas. • Consideração individualizada: dá atenção personalizada, trata cada funcionário individualmente, aconselha, orienta. Fonte: adaptado de Bass (apud Robbins et al., 2010). Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 42 de 74 5.7.2. Liderança Autêntica A teoria da liderança autêntica considera que os lideres verdadeiros agem de forma honesta e aberta perante seus liderados, conhecendo de si a ponto de saber quem são e poder agir exatamente conforme seus valores e crenças. Essa teoria consideradois fundamentos da liderança: • Ética: os líderes devem ser modelos de conduta ética para os seus liderados. • Confiança: é o que acontece quando uma pessoa está de acordo em se tornar vulnerável a outra, tomando por base as expectativas de como a situação irá evoluir. 5.7.3. Liderança Servidora Acontece quando o líder age como “servo” dos liderados. Ele favorece o trabalho dos liderados, ajudando-os sempre que necessário, removendo as barreiras e dificuldades que possam dificultar a realização do trabalho e o serviço ao cliente. Em essência, o líder-servo, conforme proposto por James Hunter no livro O Monge e o Executivo, é aquele que trata as pessoas como gostaria de ser tratado. - Pessoal! Por hoje é isso! Vamos agora para as questões comentadas! Um abraço! Prof. Carlos Xavier (www.facebook.com/professorcarlosxavier) Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 43 de 74 6. Questões comentadas 1. (FCC/TER-SP/Analista/2012) No Grid Gerencial, propostos por Blake e Mouton são identificados cinco estilos de liderança: country club; enfraquecido; meio- termo; tarefa e a) equipe. b) democrático. c) autoritário. d) submisso e) carismático. Comentário: Esta questão busca apenas que você se lembre dos 5 estilos de liderança típicos da Grade Gerencial de Blake e Mouton. Vamos lembrar quais são: • Gestão Clube de Campo, ou country club (1,9). • Gestão de equipes (9,9). • Gerencia de Organização Humana, ou gestão meio-termo (5,5). • Gestão empobrecida ou enfraquecida (1,1). • Obediência-Autoridade, ou tarefa (9,1). GABARITO: A. Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 44 de 74 2. (FCC/TRE-SP/Analista/2012) A autoridade formal e liderança nem sempre andam e nem precisam andar juntas. A pessoa que ocupa uma posição de autoridade formal pode não ter liderança informal sobre seus colaboradores. Uma característica da autoridade formal é de que a) a liderança é produto de inúmeros fatores. b) o líder é instrumento para resolver os problemas da comunidade. c) o colaborador participa ativamente na definição das metas de trabalho. d) a liderança tem duração de utilidade do líder para o grupo de colaboradores. e) se fundamenta em leis aceitas de comum acordo, que criam figuras de autoridades dotadas do poder de comando. Comentário: A autoridade formal é aquela exercida pelas gerências das organizações, que representam estruturas formais de autoridade e são ocupadas pelos “chefes”. A liderança, por sua vez, é uma capacidade mais ampla de influenciar o comportamento das pessoas para que elas façam aquilo que a organização deseja. Esse tipo de questão da FCC é melhor resolver por eliminação, já que é difícil decorar todos os conceitos que diferenciam liderança e autoridade, entre as várias outras coisas que você tem que estudar para o concurso: Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 45 de 74 As alternativas A, B, e D tem relação com “liderança”, por isso devem ser esquecidas. A alternativa C diz que os colaboradores devem participar ativamente na elaboração de metas. Isso é verdade, mas só que num contexto mais amplo. Considerada apenas a autoridade formal, o colaborador não é necessariamente ouvido, o que torna a alternativa incorreta. A alternativa E, por sua vez, afirma que a autoridade formal está fundamentada nas “leis” (regras) que criam as figuras de autoridade que possuem poder de comando. É a essência da autoridade formal das “chefias” que está baseada na estruturação da organização. GABARITO: E. 3. (FCC/TRE-SP/Analista/2012) Não se deve enxergar a liderança apenas como habilidade pessoal, mas como um processo interpessoal dentro de um contexto complexo, no qual outros elementos estão presentes. A liderança não é apenas um atributo da pessoa, mas uma combinação de quatro variáveis ou elementos: as características do líder; as dos liderados; as da missão ou tarefa a ser realizada e a) a conjuntura social, econômica e política. b) os elementos imponderáveis apresentados na estrutura organizacional. c) o conjunto de regras estabelecido a ser cumprido por cada colaborador na empresa. Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 46 de 74 d) os fatores socioambientais presentes na comunidade em que a empresa está instalada. e) as crenças religiosas e culturais praticadas pelos colaboradores de uma dada comunidade. Comentário: A liderança, sob uma perspectiva contingencial/situacional, pode ser considerada, segundo McGregor, uma combinação das seguintes variáveis: • Características do líder; • Características dos liderados; • Características da tarefa (e da organização); • Conjuntura econômica, social e política. GABARITO: A. 4. (FCC/TRE-SP/Analista/2012) O que liga o líder aos seguidores é a existência de uma tarefa ou missão. As missões que o líder propõe ao grupo podem ser classificadas em dois tipos: moral e calculista. Na missão calculista o líder a) lança desafios e apela ao senso de responsabilidade, valores, desejos e aptidões dos seus seguidores. b) usa palavras de ordem como comprometimento, engajamento para enfatizar a importância de todos no cumprimento das metas. Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 47 de 74 c) dá valor aos seguidores que se dedicam a atividades em que encontram recompensas psicológicas intrínsecas. d) atua com promessas de recompensas em troca da obediência dos seguidores. e) acredita que a recompensa que seu liderado recebe é a satisfação no cumprimento de uma dada missão. Comentário: As missões ou tarefas podem ser classificadas em moral e calculista: A tarefa moral é uma missão que gera apelo pelos valores, vontades, desejos, moral... dos liderados. Há uma missão a ser cumprida com compromisso e comprometimento pelos liderados, que podem agir como fiéis; A tarefa calculista se refere a uma missão na qual os seguidores obedecem ao líder em troca de benefícios e recompensas pela missão, conforme está previsto na alternativa D. GABARITO: D. 5. (FCC/TRE-SP/Analista/2012) O líder orientado para as pessoas tende a apresentar os seguintes comportamentos: a) enfatiza o cumprimento de prazos e busca sempre superar a concorrência para obter resultados superiores. b) esclarece as responsabilidades individuais; focaliza o trabalho do colaborador e do grupo e focaliza o cumprimento de metas. Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 48 de 74 c) apoia os colaboradores; focaliza o próprio colaborador ou grupo, enfatizando as relações humanas e o desenvolvimento da capacidade de trabalhar em equipe e é amigável. d) busca sempre superar desempenhos passados; focaliza a necessidadedo cumprimento dos padrões de qualidade e cria controles de supervisão sobre os trabalhos realizados por cada colaborador. e) identifica o que cada colaborador deve realizar no trabalho; atua com controles de qualidade bem estabelecidos e promove foco em resultados no grupo. Comentário: A palavra chave para a liderança orientada às pessoas é “apoio” as pessoas. De forma geral, a única alternativa que se relaciona com o apoio típico que o líder desse tipo dá aos liderados para que eles possam se desenvolver e ter boas relações interpessoais no trabalho para trabalhar de forma amigável e em equipe está na alternativa c. GABARITO: C. 6. (FCC/TRE-SP/Analista/2012) Segundo Hersey e Blanchard existem quatro estilos ou formas de liderança. O Estilo 2 compreende a) alto nível de comportamentos orientados para a tarefa e baixo nível de relacionamento. b) alto nível de comportamentos orientados simultaneamente para a tarefa e relacionamento. Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 49 de 74 c) baixo nível de comportamentos orientados para a tarefa e baixo nível de relacionamento. d) alto nível de comportamentos orientados para a tarefa e alto nível de produção. e) baixo nível de comportamentos orientados para a tarefa e alto nível de relacionamento. Comentário: Questão chata, hein!? Você teria que ter decorado os estilos... Não lembra? Então volte nessa parte da aula e decore! Esse modelo é um queridinho da FCC e de outras bancas também! Vamos rever cada um deles: • Estilo 1: Narrar/Determinar/Dirigir (Alto comportamento de tarefa e baixo comportamento de relacionamento): é o estilo para grupos com a menor maturidade (M1). Nesse caso, o líder orienta claramente as tarefas a serem realizadas. • Estilo 2: Vender/Guiar/Persuadir (alto comportamento de tarefa e alto comportamento de relacionamento): Quando a maturidade está entre baixa e moderada (M2), esse é o estilo ideal. Nele, o líder ao mesmo tempo dirige as pessoas (por terem baixa maturidade) e apoia o seu desenvolvimento, pois elas possuem baixa capacitação; • Tipo 3: Participar (baixo comportamento de tarefa e alto comportamento de relacionamento): é o estilo correto para a maturidade de média a alta (M3). Aqui, o papel do líder é muito mais de apoiar as pessoas, enfatizando a criação de motivação, Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 50 de 74 do que de dirigi-las para a realização das tarefas, já que elas são capazes; • Tipo 4: Delegar (baixo comportamento de tarefa e baixo comportamento de relacionamento): trata-se do estilo adequado para liderar pessoas com o maior nível de maturidade (M4). Nessa condição, a maturidade dos liderados permite que eles executem os planos com maior liberdade e menor controle, possibilitando ao líder a delegação das tarefas. Veja que a FCC ainda tentou confundir o candidato que lembrasse que o 2º era “alto-alto”. A alternativa D fala em “alto nível de comportamentos orientados para a tarefa e alto nível de produção”. Está errada. O gabarito é a alternativa B, que fala em “orientados simultaneamente”... foi uma forma de não falar “alto-alto” para dificultar a vida do candidato! GABARITO: B. 7. (FCC/TER-CE/Analista/2012) O modelo de liderança situacional proposto por Hersey e Blanchard considera não só o estilo do líder, mas inclui o conceito de maturidade do colaborador que é avaliada em termos do grau de a) desenvolvimento emocional e competências técnicas para fazer um bom trabalho. b) conhecimento e experiência para fazer um bom trabalho. c) capacidade e interesse para fazer um bom trabalho. Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 51 de 74 d) relacionamento com pares e superiores e competências técnicas para fazer um bom trabalho. e) maturidade emocional e experiência para fazer um bom trabalho. Comentário: Pessoal! A maturidade do colaborador é o foco da Teoria Situacional de Hesey e Blanchard, pois o estilo de liderança irá variar em função desta. A maturidade é uma função de duas variáveis: • A capacidade do liderado de realizar as tarefas; • O interesse (motivação) que o liderado possui em realizar as tarefas. GABARITO: C. 8. (FCC/TRF-1/Analista/2011) Exercer a liderança numa organização é a) colocar os funcionários para trabalharem. b) obter dos funcionários os resultados acordados e esperados. c) fazer com que os funcionários façam algo que você está convencido que deva ser feito. d) fazer com que os funcionários tenham vontade de fazer algo que você está convencido que deva ser feito. e) manter funcionários que ajam e trabalhem como funcionários. Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 52 de 74 Comentário: Pode-se dizer que a chefia está baseada na autoridade formal que lhe é concedida por meio da aceitação da estrutura organizacional e das regras que determinam o poder de comando do chefe. Assim, comandar é fazer com que as pessoas façam o que o chefe deseja que seja feito. Exercer a liderança, por outro lado, está mais ligado à capacidade de influenciar o comportamento dos outros para que eles realizem (com vontade!) ações que vão além dos próprios interesses individuais. Pode-se dizer que liderar é fazer com que as pessoas tenham vontade de realizar aquilo que o líder acredita que deve ser feito. GABARITO: D. 9. (FCC/TRT-8/Analista/2010) Um líder que conduz e orienta sua equipe, incentivando a participação das pessoas e desenvolvendo comunicação espontânea, franca e cordial, é classificado como um líder com estilo de liderança a) liberal. b) autocrática. c) democrática. d) situacional. e) centralizadora. Comentário: Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 01 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 53 de 74 O líder democrático é aquele que leva em consideração as opiniões de seu grupo de liderados, dando importância ao que as pessoas dizem. Nesse contexto, a comunicação é aberta e franca, considerando a existência de uma organização informal algo positivo. GABARITO: C 10. As teorias sobre liderança apresentadas por autores humanistas podem ser classificadas em três grupos: a) inteligência geral; interesses e atitudinais. b) contingenciais; reforço e motivacionais. c) traços de personalidade; estilos de liderança e situacionais. d) traços de caráter; contingenciais e aprendizagem. e) estilos de poder; sistêmicas e comportamentais. Comentário: Existem três grandes grupos de teorias de liderança: • Teorias de traços: dão relevo aos traços que os líderes possuem naturalmente; • Teorias de estilos de liderança: enfocam os estilos que os lideres podem adotar e que os levaria a ser líderes. • Teorias comportamentais da liderança: consideram a liderança um comportamento que pode ser aprendido. GABARITO: C. Noções de Gestão de Pessoas p/ Analista TRF5 Teoria e Exercícios Prof. Carlos
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