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6 6 Talvez seja este um dos mais antigos dispositivos termoterápicos utilizados pela fisioterapia. Consiste em uma peça confeccionada com flandre e madeira, em forma de hemicilindro, aberto nas duas extremidades, forrado internamente com uma camada de asbesto (mineral refratário ao calor) e contendo em ambos os lados de sua face interna resistores de níquel-cromo, protegidos por uma placa de amianto ou ardósia, a qual tem a finalidade de evitar o contato direto do paciente com os resistores, evitando sua eletrocussão. A camada de asbesto tem a finalidade de evitar a dissipação de calor para o meio externo, através do corpo metálico do forno, já que ele funciona como um isolante térmico. Quando o paciente é introduzido no seu interior, cobre-se o equipamento com um cobertor de flanela, para que haja um mínimo de perda de calor do forno para o meio externo, através das aberturas existentes em suas extremidades. Embora tenha sofrido alguma modificação em sua estrutura ao longo do tempo, o forno de Bier guarda uma semelhança quase que idêntica aos seus ancestrais da década de 40. Tendo, inicialmente, sido construído para funcionar com álcool, logo foi modificado para utilizar o calor produzido por um conjunto de lâmpadas incandescentes, as quais proporcionavam o inconveniente de “queimarem” com muita facilidade, e serem extremamente frágeis durante o manuseio. Mesmo com os mais modernos fornos de Bier, equipados com controle elétrico/eletrônico de potência (mas desprovidos de controladores de temperatura), para que possamos estabelecer a temperatura terapêutica adequada devemos ter acoplado ao forno um termômetro que possa nos fornecer, a cada instante, a temperatura em seu interior. Embora tenhamos detectado, mesmo nos antigos fornos de Bier, um orifício em sua parte superior, para se colocar um termômetro, raramente vimos nas clínicas o procedimento correto; quer por desconhecimento, quer por má manipulação do aparelho, provocando a quebra constante de termômetros. Atualmente, os fornos comercializados são equipados com um termostato, que mantém a temperatura constante dentro do forno, provendo maior segurança à terapêutica. Nos fornos de Bier desprovidos de termostato, a temperatura interna, após 20 ou 30 minutos de uso, pode ultrapassar com facilidade a casa dos 150º C; mais que suficientes para provocar sérias queimaduras no paciente. Para “contornar este problema”, algumas clínicas promovem o “tratamento termoterápico” de 15 minutos. Evitam a queimadura do paciente, mas o efeito terapêutico é pequeno. 7 7 A maioria da literatura especializada e nossa prática hospitalar diária nos indicam que a faixa ótima de aplicação do forno de Bier, durante o tempo em que as reações circulatórias e bioquímicas possam ocorrer, situa-se em torno de 30 minutos de aplicação, a uma temperatura entre 50º C e 60º C. Devemos lembrar que, enquanto o forno está proporcionando a quantidade de calor necessária para a ativação dos processos metabólicos, a corrente sangüínea, através da articulação periférica, o está retirando, para manter a temperatura corporal dentro dos seus limites fisiológicos. A utilização do forno de Bier deve ser sempre com a região a tratar desnudada, entretanto quando o forno não dispuser de controle eletrônico de temperatura (termostato) ou partes do corpo do paciente ficarem próximas às placas de ardósia, aconselha-se a envolver a região tratada com uma toalha felpuda úmida, e ligar o forno durante 30 minutos; pois além de prover segurança contra possíveis queimaduras pela alta temperatura interna do forno ou ainda nas placas de ardósia que tendem a aquecer, a toalha úmida “hidrata” o segmento tratado, em virtude da intensa sudorese causada pelo calor do forno (isto leva algumas pessoas leigas a crerem que o forno de Bier é indicado para “tirar barriga” nas “clínicas de estética”, mas na verdade a única coisa realmente retirada foi a água dos tecidos, provocando desidratação e enrugamento da pele) Indicações: º Contraturas musculares º Como preparação p/ massoterapia º Cervico-dorso-lombalgia º Pré-Cinésio º Distensão muscular crônica º Segmentos com implante metálico; etc. Contra-indicações: º “Alteração de sensibilidade” º Edemas º Processo infeccioso superficial º Estados febris º Traumatismo agudo É CONSIDERADO COMO TERMOTERAPIA POR CONVECÇÃO. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 34- Leitão, A. – FISIATRIA CLÍNICA – Liv. Atheneu - 1979 54- Lucena, C. – TERMOTERAPIA HIPER HIPO – Ed. Lovise
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