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Forno de Bier

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Talvez seja este um dos mais antigos dispositivos termoterápicos utilizados pela fisioterapia. Consiste 
em uma peça confeccionada com flandre e madeira, em forma de hemicilindro, aberto nas duas 
extremidades, forrado internamente com uma camada de asbesto (mineral refratário ao calor) e contendo em 
ambos os lados de sua face interna resistores de níquel-cromo, protegidos por uma placa de amianto ou 
ardósia, a qual tem a finalidade de evitar o contato direto do paciente com os resistores, evitando sua 
eletrocussão. 
 A camada de asbesto tem a finalidade de evitar a dissipação de calor para o meio externo, através do 
corpo metálico do forno, já que ele funciona como um isolante térmico. Quando o paciente é introduzido no 
seu interior, cobre-se o equipamento com um cobertor de flanela, para que haja um mínimo de perda de calor 
do forno para o meio externo, através das aberturas existentes em suas extremidades. 
 Embora tenha sofrido alguma modificação em sua estrutura ao longo do tempo, o forno de Bier 
guarda uma semelhança quase que idêntica aos seus ancestrais da década de 40. Tendo, inicialmente, sido 
construído para funcionar com álcool, logo foi modificado para utilizar o calor produzido por um conjunto 
de lâmpadas incandescentes, as quais proporcionavam o inconveniente de “queimarem” com muita 
facilidade, e serem extremamente frágeis durante o manuseio. 
 Mesmo com os mais modernos fornos de Bier, equipados com controle elétrico/eletrônico de 
potência (mas desprovidos de controladores de temperatura), para que possamos estabelecer a temperatura 
terapêutica adequada devemos ter acoplado ao forno um termômetro que possa nos fornecer, a cada instante, 
a temperatura em seu interior. Embora tenhamos detectado, mesmo nos antigos fornos de Bier, um orifício 
em sua parte superior, para se colocar um termômetro, raramente vimos nas clínicas o procedimento correto; 
quer por desconhecimento, quer por má manipulação do aparelho, provocando a quebra constante de 
termômetros. 
 Atualmente, os fornos comercializados são equipados com um termostato, que mantém a temperatura 
constante dentro do forno, provendo maior segurança à terapêutica. 
 Nos fornos de Bier desprovidos de termostato, a temperatura interna, após 20 ou 30 minutos de uso, 
pode ultrapassar com facilidade a casa dos 150º C; mais que suficientes para provocar sérias queimaduras no 
paciente. Para “contornar este problema”, algumas clínicas promovem o “tratamento termoterápico” de 15 
minutos. Evitam a queimadura do paciente, mas o efeito terapêutico é pequeno. 
 
 
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 A maioria da literatura especializada e nossa prática hospitalar diária nos indicam que a faixa ótima 
de aplicação do forno de Bier, durante o tempo em que as reações circulatórias e bioquímicas possam 
ocorrer, situa-se em torno de 30 minutos de aplicação, a uma temperatura entre 50º C e 60º C. Devemos 
lembrar que, enquanto o forno está proporcionando a quantidade de calor necessária para a ativação dos 
processos metabólicos, a corrente sangüínea, através da articulação periférica, o está retirando, para manter a 
temperatura corporal dentro dos seus limites fisiológicos. 
 A utilização do forno de Bier deve ser sempre com a região a tratar desnudada, entretanto quando o 
forno não dispuser de controle eletrônico de temperatura (termostato) ou partes do corpo do paciente ficarem 
próximas às placas de ardósia, aconselha-se a envolver a região tratada com uma toalha felpuda úmida, e 
ligar o forno durante 30 minutos; pois além de prover segurança contra possíveis queimaduras pela alta 
temperatura interna do forno ou ainda nas placas de ardósia que tendem a aquecer, a toalha úmida “hidrata” 
o segmento tratado, em virtude da intensa sudorese causada pelo calor do forno (isto leva algumas pessoas 
leigas a crerem que o forno de Bier é indicado para “tirar barriga” nas “clínicas de estética”, mas na verdade 
a única coisa realmente retirada foi a água dos tecidos, provocando desidratação e enrugamento da pele) 
 Indicações: 
 º Contraturas musculares º Como preparação p/ massoterapia 
 º Cervico-dorso-lombalgia º Pré-Cinésio 
 º Distensão muscular crônica 
 º Segmentos com implante metálico; 
 etc. 
 
 
 Contra-indicações: 
 º “Alteração de sensibilidade” 
 º Edemas 
 º Processo infeccioso superficial 
 º Estados febris 
 º Traumatismo agudo 
 
 
É CONSIDERADO COMO TERMOTERAPIA POR CONVECÇÃO. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
34- Leitão, A. – FISIATRIA CLÍNICA – Liv. Atheneu - 1979 
54- Lucena, C. – TERMOTERAPIA HIPER HIPO – Ed. Lovise

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