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13/01/2015 1 POLÍTICAS PÚBLICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE DA MULHER PROFESSORA: BÁRBARA ROSE BEZERRA ALVES FERREIRA FACULDADE ESTÁCIO DE ALAGOAS – CURSO DE FISIOTERAPIA – CAMPUS JATIÚCA DÉCADAS DE 50 E 60 • Enfoque no bem-estar introduzido na Europa nos anos 50 e 60 para os chamado “grupos vulneráveis”. – Objetivo: fazer da mulher uma melhor mãe. – Baseou-se em três pressupostos: 1 - As mulheres são beneficiárias passivas do desenvolvimento ao invés de participantes; 2 - A maternidade é o papel mais importante da mulher na sociedade; 3 - A criação dos filhos é o aspecto mais relevante para a mulher em relação ao desenvolvimento econômico; – Medidas de combate à desnutrição e de planejamento familiar. CURSO DE FISIOTERAPIA – Profa. Bárbara Rose DÉCADA DE 70 • Enfoque da equidade; • Objetivo: integrar as mulheres no processo de desenvolvimento; • Preocupa-se com a autonomia política e econômica da mulher e a redução da desigualdade com os homens; • Identifica a subordinação da mulher no espaço privado e no mercado. CURSO DE FISIOTERAPIA – Profa. Bárbara Rose PROGRAMA MATERNO-INFANTIL • Criado em 1975; • Continha delineamentos gerais sobre proteção e assistência materno-infantil; • Buscava englobar cuidados ao período gravídico puerperal. • Considerava-se que a mulher era a principal responsável pela limitação do tamanho da família; • O Programa assume que a pobreza poderia ser reduzida mediante a limitação da fecundidade. CURSO DE FISIOTERAPIA – Profa. Bárbara Rose A saúde da mulher foi incorporada às políticas nacionais, limitando-se a programas materno-infantis. RESULTADOS DESTA PRÁTICA • Fragmentação da assistência; • Baixo impacto dos indicadores de saúde da mulher; • Mulheres assistidas apenas no ciclo gravídico- puerperal; • Desigualdades nas condições de vida e nas relações entre homens e mulheres. CURSO DE FISIOTERAPIA – Profa. Bárbara Rose DÉCADA DE 80 • Movimento feminista: – Principais lutas deflagradas: • Apropriação e controle do próprio corpo; • Reconhecimento da mulher como ser social e requerente de mais atenção nas políticas de saúde; • Ações que extrapolassem o ciclo gravídico-puerperal; • Ações que contemplassem as particularidades dos diferentes grupos populacionais. CURSO DE FISIOTERAPIA – Profa. Bárbara Rose 13/01/2015 2 PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER - PAISM • No processo de abertura política, feministas e profissionais de saúde iniciaram uma parceria com o MS para elaboração de propostas de atendimento à mulher que garantissem o respeito a seus direitos de cidadã; • Elaboração do PAISM em 1983; • A partir de 1984 começaram a distribuir junto às Secretarias Estaduais de Saúde documentos técnicos que iriam nortear as “Ações Básicas de Assistência Integral à Saúde da Mulher”. – O perfil populacional; – A integralidade e equidade da atenção; – A inclusão de ações educativas e preventivas a assistência. CURSO DE FISIOTERAPIA – Profa. Bárbara Rose PAISM • Em 1988 – Constituição Brasileira - Lei 8.080 (Lei orgânica de saúde) – O Estado passa a ter como obrigação garantir a redução dos riscos de doenças e outros agravos, mediante a construção de políticas sociais, econômicas e setoriais capazes de garantir acesso universal e igualitário as ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde da população. CURSO DE FISIOTERAPIA – Profa. Bárbara Rose CONFERÊNCIA INTERNACIONAL SOBRE POPULAÇÃO E DESENVOLVIMENTO – 1994 – CAIRO • Consagração dos direitos sexuais e reprodutivos; • Participação masculina nas decisões sexuais e reprodutivas; • Incentivo à atenção ao adolescente. CURSO DE FISIOTERAPIA – Profa. Bárbara Rose IV CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DA MULHER – 1995 – PEQUIM • Objetivo: acompanhar e garantir internacionalmente o plano do Cairo; • Saúde Materna: promover boa saúde e qualidade de vida no período reprodutivo; • Saúde Sexual: sexualidade saudável e responsável; • Saúde Reprodutiva: planejamento familiar, aborto e sexualidade. PAISM • 1984 – Assistência clínico-ginecológica; – Assistência pré-natal, parto e puerpério; – Planejamento familiar; – Prevenção do câncer do colo e mama; – Prevenção das DST; – Assistência no climatério. • 1998 - 2002 – Prevenção e tratamento dos agravos resultantes da violência sexual. • 2003 – Assistência às mulheres do campo,com deficiências, negras, indígenas, presidiárias, as que fazem sexo com mulheres, a participação e o controle social. CURSO DE FISIOTERAPIA – Profa. Bárbara Rose • 2004 – Implementação de ações de saúde que contribuam para a garantia dos direitos humanos das mulheres e reduzam a morbimortalidade por causas preveníveis e evitáveis. – Princípios • Integralidade e a promoção da saúde. – Consolida avanços nos direitos sexuais e reprodutivos; – Agrega a prevenção e o tratamento de mulheres vivendo com HIV/AIDS , portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e de câncer ginecológico; – Amplia ações para grupos historicamente alijados das políticas públicas, nas suas especificidades e necessidades. CURSO DE FISIOTERAPIA – Profa. Bárbara Rose POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER - PNAISM OBJETIVOS GERAIS DA PNAISM: • Melhorar as condições de vida e saúde das mulheres mediante a garantia de direitos; • Ampliar o acesso aos meios e serviços de promoção, prevenção, assistência e recuperação da saúde; • Reduzir a morbidade e mortalidade feminina, especialmente por causas evitáveis, em todos os ciclos de vida e nos diversos grupos populacionais; • Ampliar, qualificar e humanizar a atenção integral à saúde da mulher no SUS. CURSO DE FISIOTERAPIA – Profa. Bárbara Rose 13/01/2015 3 PRINCÍPIOS: HUMANIZAÇÃO E QUALIDADE • Para atingir os princípios da humanização e da qualidade da atenção, deve-se levar em conta, os seguintes elementos: – Acesso nos três níveis de assistência; – Definição da estrutura e organização da rede assistencial; – Captação precoce; – Disponibilidade de recursos tecnológicos, insumos e informações; – Capacitação técnica dos profissionais; – Acolhimento; – Acompanhamento e avaliação continuada; – Análise dos indicadores. CURSO DE FISIOTERAPIA – Profa. Bárbara Rose PNAISM - DIRETRIZES: • O SUS deve garantir o direito à saúde das mulheres em todos os ciclos de vida e em todos os aspectos; • Estabelecer uma dinâmica inclusiva; • Criar e ampliar as condições necessárias ao exercício dos direitos das mulher (parcerias com outros setores governamentais); • Atenção integral nos níveis da atenção básica até a alta complexidade; • As práticas em saúde deverão nortear-se pelo princípio da humanização; • Estimular a participação da sociedade civil organizada; • Desenvolver ações voltadas para a melhoria das condições de vida e saúde das mulheres. CURSO DE FISIOTERAPIA – Profa. Bárbara Rose O Programa de Atenção à Saúde da Mulher, deve atender a população feminina acima de 10 anos. CURSO DE FISIOTERAPIA – Profa. Bárbara Rose PNAISM • 2006 – Instituído o Pacto Pela Saúde - 06 prioridades • 1 – Saúde do idoso • 2 – Controle do câncer do colo do útero e mama • 3 – Redução da mortalidade materna e infantil • 4 – Fortalecimento da capacidade de resposta às doenças emergentes e endemias (dengue, hanseníase, tuberculose, malária e influenza) • 5 – Promoção da saúde • 6 – Fortalecimento da atenção básica/primária CURSO DE FISIOTERAPIA – Profa. Bárbara Rose CONQUISTAS A PARTIR DE 2009 Pré-Natal• Acompanhamento da gestação com realização de exames e consultas para avaliação do binômio. CURSO DE FISIOTERAPIA – Profa. Bárbara Rose PARTO • Qualificação do hospitalar e redução de domiciliar. Aleitamento materno • Exclusivo até os seis meses e continuo até os dois anos ou mais da criança. CURSO DE FISIOTERAPIA – Profa. Bárbara Rose Direitos Sexuais e Reprodutivos • Liberdade do casal decidir livre e responsavelmente número, espaçamento e informações sobre a procriação; • Direito a saúde sexual e reprodutiva, incluindo tomada de decisões sobre a reprodução, livre de discriminação, coerção ou violência. • Garantia de liberdade de orientação sexual e dupla proteção das DST/AIDS e da gestação não planejada. Planejamento familiar • Orientação sobre o planejamento seguro da família; • Esclarecimento de dúvidas sobre os métodos contraceptivos; • Oferta dos vários métodos anticoncepcionais. Pacto Nacional para Enfrentamento da Violência contra as Mulheres: • Assistência psicológica; • Prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e AIDS; • Anticoncepção de emergência; • Interrupção de gravidez resultante do estupro. 13/01/2015 4 Recursos conveniados com estados e municípios para: • Consolidação da lei Maria da penha; • Estruturação da rede de atendimento as mulheres vitimas de violência; • Combate a exploração sexual e tráfico de mulheres; • Direitos humanos das mulheres em situação de prisão; • Promoção dos direitos sexuais e reprodutivos; • Enfrentamento a feminização da AIDS e outras DTS . CURSO DE FISIOTERAPIA – Profa. Bárbara Rose REDE CEGONHA: 2011 • Estratégia SUS/MS – Fundamentação nos princípios da humanização; – Ampliação do acesso, acolhimento e melhoria da qualidade do pré-natal; – Transporte para o pré-natal e para o parto. – Vinculação da gestante à unidade de referência para o parto. • Objetivos – Promover um modelo de atenção com foco na atenção ao parto, nascimento, crescimento e desenvolvimento da criança. – Organizar a Rede de Atenção à Saúde Materna e Infantil garantindo acesso, acolhimento e resolutividade. – Reduzir os índices de mortalidade materna e infantil. REDE CEGONHA • GARANTIAS – Acolhimento com avaliação e classificação de risco; – Ampliação do acesso e melhoria da qualidade do pré-natal; – Vinculação da gestante à unidade de referência e ao transporte seguro; – Acompanhante no pré parto, parto e puerpério de livre escolha da gestante; – Boas práticas e segurança na atenção ao parto, nascimento e à saúde da criança; – Redução da mortalidade materna e neonatal; – Qualificação e resolutividade na atenção a CRIANÇAS de 0 a 24 meses; – Rede de atenção que garanta acesso, acolhimento e resolutividade; – Acesso ao planejamento reprodutivo. GESTANTE NÃO PEREGRINA, VAGA SEMPRE PARA GESTANTES E BEBÊS! VISITA PRÉVIA À MATERNIDADE ONDE SERÁ O PARTO. TODAS AS GESTANTES – US em 100% das gestantes; – Testagem rápida para AIDS/Sífilis; – Teste rápido de gravidez; – Reuniões educativas; – 18 exames clínicos e laboratoriais; – Coombs indireto em 30% das gestantes; – 1 consulta no puerpério; – 1 consulta odontológica; – 3 consultas médicas (UBS); – 3 consultas de enfermagem (UBS); GESTAÇÃO DE RISCO – 5 consultas especializadas; – Teste de tolerância à glicose; – 2 US, sendo um com Doppler; – ECG; – Cardiotocografia; – Contagem de Plaquetas; – Dosagem Uréia, Creatinina e Ac. Úrico; – Consulta Psicossocial; – Urocultura – Dosagem de proteínas-urina 24h REDE CEGONHA DOCUMENTOS PARA CONSULTA • PAISM, 2004: http://conselho.saude.gov.br/ultimas_noticias/2007/politica_mulher.pdf • PNAISM, 2011: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_mulher_principios_diret rizes.pdf • A construção do SUS: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/construcao_do_SUS.pdf • Rede Cegonha: www.saude.mt.gov.br/arquivo/3062 • Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra a Mulher: http://spm.gov.br/publicacoes-teste/publicacoes/2011/pacto-nacional • Saúde sexual e saúde reprodutiva: http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad26.pdf CURSO DE FISIOTERAPIA – Profa. Bárbara Rose “Todos estamos matriculados na escola da vida, onde o mestre é o tempo.” (Cora Coralina)
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